segunda-feira, 15 de novembro de 2010

SOS

"Era um daqueles jogos que só poderiam roçar a perfeição. Sabia-se que o FC Porto estava forte, consistente, empolgado. Sabia-se que o Benfica, em franca desvantagem pontual, teria que se aproximar do líder ou, no mínimo, não permitir que se acentuasse a diferença. Exigia-se um Benfica no limite da competência, do esforço, da ambição.
O jogo até nem começou mal, pautado pelo equilíbrio. Só que um quarto de hora bastou para que o adversário sentenciasse o despique.
Sorte? Sorte, também.
Que dizer a três oportunidades e outros tantos golos?
Ainda assim, surpreendentes e fatais fragilidades defensivas do conjunto 'encarnado', hipotecando a discussão da partida.
Depois, conta pouco.
Do ponto de vista emocional, o Benfica como que se entregou à desventura, nem valerá a pena protestar um penálti falso ou o desigual critério disciplinar do árbitro, que as contas, essas, já estavam há muitos encerradas.
E agora?
Agora é que se vai perceber o peso real do benfiquismo, o valor efectivo dos adeptos. Não pode haver renúncia no mês de Novembro, quando a temporada termina em Junho.
SOS vermelho?
Para levar a sério, para cumprir sem indecisões."

João Malheiro, in O Benfica

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