sexta-feira, 19 de dezembro de 2025

E que tal entregar o Mundial-2026 ao México e ao Canadá?


"Já sabíamos que a mentalidade estadunidense, de um modo geral, não percebe o futebol, até porque este tem empates, algo que não lhes entra no paradigma.
A aproximação dos últimos largos anos, porém, levava a um caminho de pacificação entre mentalidades, e talvez por isso se decidiu a realização de um Mundial nos Estados Unidos.
Azar dos azares (como se não bastasse o azar do Mundo), calha o de 2026 na presidência de um ser estranho, que está a fazer dos adeptos de futebol um grupo de bandidos à procura de vistos para o El Dorado.
Já agora: isso dos bilhetes ao sabor do mercado não é para o público do futebol.
Não podemos entregar isto só ao México e ao Canadá?

De chorar por mais
A luta entre Pavlidis e Suárez está muito boa. Mas há Samu e vários outros a brilhar rumo à Bola de Prata. Há Liga.

No ponto
João Pinheiro está a um passinho de ser nomeado para o Mundial-2026. Lá se vai a narrativa antiarbitragem...

Insosso
Leverkusen não é Madrid, Bayer não é Real. Xabi Alonso prova de um veneno que já conhecia como jogador.

Incomestível
Há azarados e há os realmente desafortunados: Vasco Sousa teve duas fraturas de perónio seguidas. Caramba!"

O Futebol made in Hollywood


"The Show must go on! Traduzindo, o Campeonato do Mundo tripartido (analisado pelo melhor jogador na sua escola primaria - sim , esse «artista») vai trazer uma série de inovações, algumas para Yankee ver.
Começamos pelas Body Cams arbitrais e os filmes live interpretados por árbitros e VAR. Possivelmente, diálogos animados por Cheerleaders como no outro Football. Para apimentar os breaks, écrãs Led de tamanho gigante e produção imersiva. Seja lá o que isso for.
2030 já está perto e seria importante que os estádios nacionais se preparem bem. Para a Oitava, a evolução tecnológica mais complexa, e que vai fornecer ao comentariado em vigor mais umas horitas de combate televisivo, vai ser a introdução da IA na lei que os Yankees (e por experiência própria) menos entendem: o inefável offside.
Com uma combinação de sensores nas bolas, micro câmaras e etc, os milímetros devem entrar no Jogo, fazendo com que a experiencia live seja uma extensão do Futebol Digital que jogamos nas nossas casas.
O Futebol made in Hollywood is Coming!"

CUMPRIR CALENDÁRIO RUMO AO JAMOR


"Farense 0 - 2 BENFICA

> Mourinho a dar oportunidade a alguns jogadores menos utilizados. Da minha parte, saúdo em especial o regresso à titularidade de Manu e o podermos ver Sudakov na posição 10, à partida aquela onde melhor exprime o seu futebol.
> entrada atrevida do Farense, que até conseguiu o primeiro lance de perigo na sequência de um canto. Mas logo o Benfica tomou o controlo do jogo e aos 10 minutos já se estava a adiantar no marcador com um remate de primeira de Ríos, sem deixar a bola bater na relva - está a habituar-se a marcar? Ficou a certeza de que a primeira parte do Restelo não se iria repetir.
> sem especial brilho, fomos tendo a iniciativa, criando algum perigo, mais nas bolas paradas, deu até para Otamendi desperdiçar um penálti - não foi o primeiro - que colocaria um ponto final na eliminatória. > o azar a perseguir o Benfica: lesão de Sudakov, logo hoje, esperemos que não seja grave, já o Barreiro que andava a fazer a posição foi para o estaleiro, e, depois, também o Samuel Soares, com problemas numa coxa, teve que ser substituído ao intervalo por Trubin.
> a segunda parte começa com um lance polémico, de juízo duvidoso do apitador: ou é penálti ou é vermelho, não há mais hipóteses. Mas nem uma coisa nem outra, falta marcada fora da área e amarelo para Romero. O VAR tem que o chamar para que tome uma decisão de jeito, mas Hélder Malheiro mantém-se na sua - o problema é que nunca deve ter jogado à bola e não consegue enxergar que se não fosse a falta, que foi fora da área, não havia defesa do Farense que chegasse à bola a tempo de incomodar Ivanovic que ficava na cara do redes em zona central - vermelho claro por mostrar a Romero, portanto.
> um belo remate de Dahl, em nítida subida de rendimento, bem aberto no seu corredor, remate forte e cruzado, com defesa difícil do redes do Farense, depois oportuna recarga do Ivanovic, que bem precisava de um golo - mesmo que fácil, mesmo que só de empurrar - para ganhar confiança depois de uma primeira parte pouco vistosa. Próximo jogo da Taça será em princípio no Dragão, o Porto ainda tem que eliminar amanhã o Famalicão, mas Mourinho tem razão, chegamos ao quarto jogo na Taça sempre fora de casa.
> Farense completamente dominado, sem conseguir sair de trás, Trubin a enregelar, o jogo a virar treino de conjunto para o Benfica. Notou-se até que os nossos jogadores - gato escaldado de água fria tem medo - começaram a evitar meter o pé em bolas muito divididas, mais do que compreensível com a eliminatória arrumada.
> com o jogo mais do que resolvido, o apitador ainda arranjou forma de dar um amarelo ao Ríos, que foi primeiro agarrado e depois, pareceu-me, arrastado até cair em cima do adversário, mas o Malheiro só ajuizou a parte final do lance, ia a dormir
> Mourinho a promover a estreia de mais um jovem sub-17 na primeira equipa, por sinal um em quem deposito grande confiança para o futuro: Banjaqui! Foi para o corredor direito, mas não para a defesa.
> mais um jogo de folha limpa, sem sofrer golos, sem grandes dificuldades para o nosso redes, manda a verdade verdade dizer que o adversário de hoje também não era de elevado grau de dificuldade, mas o facto é que o processo defensivo está cada vez mais apurado por Mourinho."

Jaime Cancella de Abreu, in Facebook

Ríos, Ivanovic e a naturalidade do Benfica na noite de Faro


"Mourinho fez mudanças no onze, Silas também, e as águias impuseram-se (2-0) ao Farense, chegando aos quartos de final da Taça. Os dois reforços marcaram num jogo sem muita história

Há encontros relativamente fáceis de explicar, em que os quês e os porquês não se acham através de grandes teorias ou metáforas. Jogos em que as coisas acontecem porque a vida é assim, os dias têm 24 horas, existe a lei da gravidade, os seres humanos necessitam de oxigénio para sobreviver, etc e tal.
O Benfica, terceiro da I Liga, é muito melhor que o Farense, nono da II Liga. Vários suplentes do Benfica são muito melhores do que vários suplentes do Farense. Numa noite calma e serena no São Luís, as teias da bola não quiseram cozer um traje excessivamente complexo.
Farense 0-2 Benfica. Um golo em cada parte. Algumas situações para os visitantes vencerem por números mais expressivos, mas não muitas, só um bocadinho, nada que alterasse a rotina. Nenhuma oportunidade de golo para os da casa, só a suavidade da burocracia. Mas uma burocracia não asfixiante, meramente um documento simples de preencher.
A equipa de José Mourinho deu continuidade ao bom momento. São seis vitórias e um empate nos últimos sete compromissos, série em que os encarnados sofreram somente dois golos.
Se o Benfica vai estando em crescendo, Ríos personifica essa subida de rendimento. Mais confiante, mais livre, com mais chegada perto da baliza contrária. Não marcou qualquer golo nos primeiros 20 jogos pelo Benfica, vai em três nos derradeiros cinco. Logo aos 11', na sequência de livre lateral de Sudakov, o colombiano atirou para o primeiro. O confronto dos oitavos de final começava a ter ali um desfecho, quase um desfecho pré-anunciado, como sabermos que não vamos saltar da cama mal o primeiro despertador que definimos toque.
Após o 1-0, a eliminatória entrou em ritmo morno, qual refeição cozinhada em lume muito, muito brando, mesmo muito. Era um reencontro entre Mourinho e Silas, antigo técnico e jogador na União de Leiria que projetou o setubalense, e a tranquilidade do jogo teria dado tempo para um e outro se sentarem em diálogo sobre aqueles tempos há mais de duas décadas.
O Farense apresentou-se sem oito dos seus 11 jogadores mais utilizados, com Claudio Falcão, Franco Romero, André Candeias, Poloni, Sangaré, Toni Herrero, Yannick Semedo e Brian Araujo de fora do onze. Um dos pouco utilizados que teve oportunidade, Fran Delgado, empenhou-se em manter o seu estatuto de reserva, com vários erros e más abordagens, entre elas uma falta completamente escusada quando Schjelderup estava de costas dentro da área. No entanto, Otamendi, tal como já sucedera na eliminatória anterior, não conseguiu marcar o penálti, havendo uma bela defesa de Jakob Tannander.
Se Mourinho teve na lesão de Barreiro a pior notícia saída de Moreira de Cónegos, novo problema físico foi o pior do primeiro tempo. Sudakov, após uma falta de Rafinha, teve de sair de campo. Aursnes, num raro dia em que foi poupado, lá saiu do banco ainda com muito desafio por disputar, qual condenado a estar em mais jogos do Benfica do que a águia do símbolo. Após o intervalo seria Samuel Soares, que já se queixara, a ceder o seu lugar a Trubin.
Perto do descanso, Tomás Araújo, lateral devido à inclusão de António Silva como parceiro de Otamendi, cruzou bem para Ivovic, que meteu a bola na baliza. No entanto, o croata estava adiantado, pelo que teria de esperar mais um pouco para o seu golo. Prestianni, em boa posição, não teve pontaria, tal como Ríos, de livre, já no recomeço.
Manu Silva, que não era titular desde 8 de fevereiro, quando se lesionou contra o Moreirense, atuou desde início até ao fim. Teve uma atuação correta, serena, como a noite. Schjelderup, que não era titular desde outubro e não saiu do banco contra Casa Pia, Ajax, Nápoles e Sporting, não fez por reclamar mais oportunidades.
Aos 56', Ivanovic deu para Dahl na esquerda. O sueco rematou e o croata, oportuno, encostou para o 2-0, quebrando um jejum goleador que, exceção feita a um penálti apontado contra o Tondela na Taça da Liga, durava desde setembro. Nem a velha frase feita — "o 2-0 é o resultado mais perigoso do futebol" — assomou em Faro, porque não houve qualquer aroma a perigo ou inesperado no jogo.
Até final, a eliminatória teve um interesse semelhante a ir para a varanda ver a chuva cair. Bom para pensar na vida, ideal para a reflexão, não propriamente um plano entusiasmante ou memorável.
Os jogadores do Farense, incapazes de criar perigo para Trubin, empenharam-se em colocar bolas fora do estádio. Três jogadores (Franco Romero, Gio e Bruno Almeida) chutaram bolas que passaram as bancadas e foram para o exterior do recinto. É o equivalente futebolístico a ver chover.
José Mourinho ainda estreou Daniel Banjaqui, de 17 anos, um dos recentes campeões do mundo. Mais um jovem lançado pelo treinador, que o colocou breves instantes. Veremos se, da coleção de meninos que tem tido direito a alguns minutos, sairá algum que seja verdadeira aposta, ou se tudo ficará por uma contabilidade de debutantes.
Em cima do final, Franco Romero ainda bateu Trubin, mas o golo foi anulado após revisão VAR, que descobriu falta sobre António Silva. E a noite acabou como quase sempre foi vivida, com naturalidade e sem surpresas."

E tudo ficou resolvido aos 11 minutos de cada parte


"Não há muitos jogos em que se tenha tanta certeza do desfecho desde tão cedo, o que só pode ter mérito do vencedor. Escapadinha algarvia deve ter sabido muito bem aos encarnados

Não é comum assistir a jogos como este, no qual a partir dos dez minutos (em rigor onze, mas dez é mais redondinho) não permanece qualquer dúvida quanto a quem o vai vencer, restando perceber por quantos. Esta primeira frase não pretende representar qualquer tipo de desrespeito para com o Farense ou para com o Benfica — trata-se apenas da constatação de que os algarvios, a perder tão cedo, não teriam capacidade de dar a volta, apesar das boas ideias que Jorge Silas tentou implementar. E que, por outro lado, há hoje em dia um Benfica seguro e confiante, capaz de ler os momentos do jogo e as necessidades que ele exige.
Até entrou afoito o Farense, conquistando dois cantos de enfiada e criando uma ligeira sensação de perigo no segundo deles, com cabeceamento para as mãos de Samuel Soares, que surgiu no lugar habitualmente ocupado por Trubin na baliza do Benfica. Sobre o guarda-redes escolhido para a Taça só voltaríamos a ter notícias, ainda por cima infelizes, perto do intervalo, quando se sentou no relvado com queixas musculares que o intervalo confirmaria, regressando Trubin ao posto de origem após o descanso.
Aos 11 minutos, foi assinalada falta sobre Prestianni na banda direita do ataque do Benfica. O especialista de A BOLA Pedro Henriques sobre ela falará com propriedade, mas trata-se de um daqueles lances que noutras circunstâncias ou com outros protagonistas poderia dar azo a vastos comentários sobre arbitragem e processos de intenção que vão crescendo como cogumelos (sem novidade de maior) no futebol português. O facto é que Sudakov bateu bem o livre, o Benfica fez funcionar os bloqueios na área e Ríos surgiu sozinho perto da baliza para fazer o 1-0.
Daí em diante só deu Benfica a controlar um Farense bem intencionado, mas incapaz de criar grande ou pequeno perigo. Os encarnados geriam os tempos e o espaço, sem grandes euforias ou correrias, mantendo o adversário bem longe da área que ainda era de Samuel Soares. Também não havia aproximações voluptuosas do Benfica à área algarvia, como não haveria de haver até final do jogo. Não era preciso, na verdade.
José Mourinho teve de lidar com contrariedades inesperadas, como as lesões de Samuel Soares (sairia no descanso, como já referido) e Sudakov, que teve mesmo de deixar o relvado antes do intervalo. Entretanto já Otamendi tinha falhado um penálti e Ivanovic tinha visto um golo anulado, adiando o carimbo para os quartos de final.
A segunda parte trouxe zero novidades: o Farense não tinha autocarro para estacionar (e ainda bem que não o quis fazer), mas também não tinha bólide com cilindrada suficiente para romper a organização encarnada. De novo aos 11 minutos, mas agora da segunda parte, surgiu o 2-0 que colocou o selo de naturalidade no jogo e no resultado.
Mais substituição menos substituição, de um lado e de outro, o jogo não mais mudaria de figurino. De tal forma que apenas nos minutos finais da compensação o Farense se aproximou finalmente da baliza encarnada, efetuando um remate perigoso e marcando um golo que acabaria por ser anulado via-VAR.
Mourinho via, com satisfação, a possibilidade de deixar Manu Silva jogar toda a partida. Não é um pormenor de somenos — trata-se de um jogador que acrescenta e a recuperação dele constitui provavelmente a melhor notícia encarnada deste final de ano. Prestianni deu bons sinais, Banjaqui estreou-se, Aursnes entrou antes do intervalo para mostrar que é superlativo.
Num mês difícil e intenso, esta escapadinha tranquila ao Algarve só pode ter sabido muito bem ao Benfica."

Ríos tem as chaves de casa e convidou Ivanovic a entrar


"Para quem já era 'flop' nada mau — médio colombiano já manda na equipa. Avançado croata mostrou que está aí para as curvas

Ríos (7) — Se alguém tiver um aparelho para medir a confiança poderá atestar que o médio colombiano estará perto de rebentar a escala. Quem o viu e quem o vê. E, realmente, para quem era um flop, não está nada mal. Já pegou nas chaves da casa e manda nela — o mesmo é dizer que manda no jogo do Benfica. A começar na gestão do jogo ofensivo — escolhe momento adequado para fazer um passe curto ou longo, rápido ou mais lento, para marcar os ritmos de jogo, escolhe também quando pegar na bola e queimar metros que tem à frente, criando desequilíbrio individual. E começa a saber cada vez mais quando e onde pressionar, mesmo que a área de ação seja maior que qualquer dos companheiros. Belo golo num remate cruzado de primeira após centro de Sudakov. Aos 85’, numa corrida desenfreada para ajudar Prestianni a travar um contra-ataque, viu cartão amarelo. Ali esteve, para lá da capacidade física invejável, a inteligência para matar uma jogada perigoso no momento certo.

Samuel Soares (6) — Saiu lesionado (queixou-se da coxa direita aos 38’) ao intervalo. Aos 3’ agarrou um cabeceamento de Ruben Fernandes na linha de golo, aos 7’ um remate de Rui Costa que ganhou efeito depois de tocar em Otamendi. De resto pouco mais trabalho. Sereno quando foi chamado a jogar com os pés, também não foram assim tantas vezes.

Tomás Araújo (6) — Desviado para lateral-direito, andou sempre num vaivém entre a defesa e o ataque. E foi sempre com os olhos na frente que jogou, combinando com Prestianni, arrancando cruzamentos, como aquele em que serviu Ivanovic para o golo (anulado por fora de jogo) aos 41’. Também soube pressionar no meio-campo adversário e ainda lá recuperou bolas.

António Silva (7) — Depois de uma publicação enigmática nas redes sociais que se prestou a diferentes interpretações e a um jogo no banco, com o Moreirense, voltou cheio de garra. Não deu o mínimo espaço a Rui Costa, esteve sempre perto dele, nunca o deixou virar-se para a baliza do Benfica, fortíssimo na marcação e na antecipação, concentradíssimo e carregado de vontade para mostrar que quer o lugar de volta. Muito bem.

Otamendi (6) — Aos 28’ voltou a desperdiçar um penálti (atirou para a direita e Tannader defendeu) depois de ter perdido semelhante oportunidade com o Atlético. Antes já tinha feito cortes pelo ar e pela relva, impondo a lei na área dele. E depois do penálti também não se foi abaixo. Jaiminho nunca teve oportunidade de criar perigo. Ao lado de Otamendi ninguém foi capaz de fazê-lo.

Dahl (7) — Está em boa forma física e, sem exigente trabalho defensivo, sentiu-se confortável e com força de início ao fim para participar no ataque e fazer marcações aos adversários bem adiantado no terreno. Aos 56’, depois de receber passe de Ivanovic, disparou forte e cruzado com o pé esquerdo, Tannander defendeu para a frente e o avançado croata encostou para o segundo golo. Aproveitou o espaço que Schjelderup abriu em diagonais para o interior para subir muitas vezes.

Manu (7) — Mais posicional que Ríos e ainda preso de movimentos (até na velocidade de pensamento) fez uma exibição em crescendo. Recuperou bolas, em antecipação ou a cortar linhas de passe, lançou contra-ataques, somou alguns passes longos, não só mostrou boa leitura do jogo como executou quase sempre bem, com uma exceção, aos 13’, quando perdeu a bola em zona proibida para Rafael Teixeira (sem consequências graves para a equipa). Mourinho deve estar a esfregar as mãos de contente por tê-lo de volta.

Prestianni (6) — Estava cheio de vontade para dar sequência ao grande momento que viveu com o Nacional, na Madeira, onde marcou grande golo. Agitado, procurou o espaço interior para combinações, participou em contra-ataques ameaçadores, perdeu uma boa oportunidade, num disparo por cima, quando estava em boa posição na área. Tentou várias vezes aquelas fintas curtinhas junto ao adversário, mas poucas vezes teve sucesso.

Sudakov (6) — Na marcação de livre, meteu a bola direitinha no pé direito de Ríos, que estava no poste mais afastado e marcou. Também serviu na área Schjelderup, que foi derrubado na área. Jogou no apoio a Ivanovic, onde as qualidades técnicas podem fazer ainda mais diferença, deu-se ao jogo, até algumas vezes recuando de mais, e teve também um bom lance individual aos 17’, no qual deixa dois adversários para trás, mas o centro foi desviado para canto. Saiu lesionado aos 36’.

Schjelderup (6) — Não foi assim tantas vezes feliz no momento da decisão — último passe ou remate. Aos 25’ rematou fraco e à figura de Tannader, aos 45+4, na marcação de livre direto, disparou ao lado do poste direito. Sofreu falta de D’Agrella para o penálti que Otamendi desperdiçou e aos 59’ recuperou a bola a Geovanny Almeida e iniciou um contra-ataque que só não foi mais perigoso porque Ivanovic não deu bom seguimento ao lance.

Ivanovic (7) — Na primeira parte, teve uma situação para finalizar e marcou, mas estava em posição de fora de jogo. A bola andou a fugir-lhe na primeira parte, às vezes procurou-a e saiu da posição para as faixas, deixando Sudakov no centro. Aos 46’, roubou a bola a Geovanny Almeida, correu com a bola controlada e foi derrubado à entrada da área por Romero. Dez minutos depois estava a marcar — estendeu, com passe bem medido, a passadeira a Dahl, que rematou forte, e foi finalizar na pequena área, numa recarga oportuna. Entregou-se ao máximo, participou em muitos lances na segunda parte, e justificou a aposta de Mourinho. Aí está mais um para as contas de Mourinho.

Aursnes (6) — Entrou aos 36’ para o lugar de Sudakov e foi desempenhar a mesma função, ao lado de Ivanovic. A equipa ganhou ainda mais no momento de pressionar a saída de bola do Farense. É daqueles que lideram por exemplo e, por isso, todos o seguiram para manter sempre a intensidade ao máximo.

Trubin (6) — Entrou após o intervalo e só aqueceu as mãos aos 90+5’ para travar um remate cruzado de Romero. Instantes depois, após um canto, sofreu um golo (bola entre as pernas), que foi anulado por falta sobre António Silva. Foi só um susto.

João Rego (6) — Entrou aos 82’ e foi jogar ao lado de Ivanovic. Participou em dois lances ofensivos — aos 87’ entrou na área e serviu Dahl, aos 89’ lançou Ivanovic num contra-ataque.

Banjaqui (-) — Estreia do lateral-direito de 17 anos, campeão do Mundo sub-17, na equipa principal. Entrou para o lugar de Prestianni aos 88’ e desempenhou as funções de médio/extremo direito. Ainda apareceu na área a tentar cruzar, mas Duarte Furtado não deixou e cortou para canto."