segunda-feira, 25 de novembro de 2024

Di María faltou ao Consílio dos Deuses para estar na Luz a representá-los


"Uma exibição feérica do internacional argentino valeu-lhe um hat-trick em 18 minutos. Foi bagagem suficiente para que o Benfica conseguisse partir para uma goleada (7-0) e eliminasse o Estrela da Taça de Portugal. Kökçü e Aktürkoğlu emprestaram frescura à segunda parte, onde os encarnados confirmaram o bonito serviço que Di María fez na primeira. Leandro Santos, formado no Seixal, estreou-se na equipa principal das águias

É preciso ter-se alcançado um estatuto de tal modo elevado para se ser homenageado com uma estátua em vida. Por tudo o que de bom tem feito pela seleção argentina e não só, Di María já deverá ter assegurado que um qualquer escultor lhe martele as feições de Fideo num naco de mármore. Quando o artista se começar a debruçar sobre esse assunto, entreguem-lhe a imagem do golo de pontapé de bicicleta que marcou ao Estrela da Amadora. Por certo que fazer levitar alguns quilos de pedra será milagre que os deuses terão todo o gosto de conceder a um dos seus sócios.
Di María trouxe à Terra, em dia de Taça de Portugal, uma espécie de Web Summit de atos taumatúrgicos, onde a maioria dos problemas podem ser resolvidos com recurso à inteligência artificial que parece ter sido uma invenção de1988, quando nasceu, em Rosário, o prodígio alviceleste. Com 18 minutos de relógio a rodar, já moravam três golos do extremo na baliza do Estrela da Amadora.
Podem dizer que está acabado, que a idade lhe sugou nutrientes futebolísticos. Não passarão de infundadas considerações sem comprovativo empírico. É normal que o tempo o tenha mudado, mas não será a cronometragem a ditar a sua utilidade. Caso não se farte Di María de dar aos outros o que ele próprio, sentado no sofá como espetador, é incapaz de ver em mais alguém, o argentino terá vaga garantida num contexto de excelência.
A lustrosa entrada em jogo do extremo facilitou a passagem do Benfica à próxima eliminatória da Taça de Portugal. No plano tático, Bruno Lage voltou a fazer coexistir Álvaro Carreras e Jan-Niklas Beste. O protagonismo que esta dupla costuma chamar ao corredor esquerdo, quando atua em conjunto, não se vislumbrou, migrando para a ala contrária. À direita, o triângulo Bah-Aursnes-Di María dinamitou o ataque encarnado e fez ruir as intenções defensivas de Guilherme Montóia e Nilton Varela.
Lage deu-se ao luxo de poupar alguns dos habituais titulares, recorrendo a Arthur Cabral e a Benjamín Rollheiser para compor a frente de ataque. Kerem Aktürkoğlu, Vangelis Pavlidis e Orkun Kökçü ficaram no banco. Não foram mudanças que tenham retraído a ofensividade do Benfica. Além do hat-trick de Di María, Carreras e Beste também podiam ter marcado ainda na primeira parte.
Porém, o Benfica não foi perfeito do ponto de vista defensivo - setor onde António Silva voltou a somar uma rara titularidade. Samuel Soares, o guarda-redes da Taça de Portugal, viu o seu sossego vilipendiado por Rodrigo Pinho e André Luiz.
Di María não deixaria o campo, aos 65 minutos, sem juntar aos golos a assistência para o 4-0 apontado por Aktürkoğlu, bem mais eficaz do que o desleixado Arthur Cabral. O turco foi o primeiro a ser lançado num lote de substituições aparentemente programadas. Seguiu-se o compatriota Kökçü. Kaboré, lateral-direito que chegou à Luz no verão, nem no banco de suplentes se sentou. Leandro Santos, jogador de 19 anos formado no Seixal, ocupou o slot deixado livre pela ausência do internacional pelo Burquina Fasso e até teve direito a estrear-se na equipa principal do Benfica.
O Estrela, treinado por José Faria, acabaria por se tornar inofensivo. O esmorecer da atitude que outrora tinha levado a equipa da Reboleira a pensar em sair da Luz pelo menos com um golo marcado serviu como suplemento vitamínico para o Benfica. A pilha Zeki Amdouni correu nas costas da linha de descrentes defesas e marcou o quinto golo. O parceiro de ataque do suíço, Arthur Cabral, fez o sexto e o sétimo por estar no sítio certo à hora certa. Nos oitavos de final, os encarnados têm pela frente o Farense."

Benfica-E. Amadora, 7-0 Na bicicleta de Di María até Arthur Cabral fica em forma


"Ao minuto 18 já o Benfica tinha resolvido a eliminatória com o Estrela da Amadora. Di María fez três golos e uma assistência. Arthur Cabral esteve muito perdulário, mas ainda teve acrobacia para bisar

As saudades da Argentina são a felicidade do Benfica. Enquanto a seleção de Lionel Scaloni vai pesando a ausência de Di María – apenas três vitórias em seis jogos desde a retirada de Ángel -, o Benfica beneficia por ter ainda o craque, e agora a tempo inteiro.
É verdade que Otamendi também teve lugar no onze de Bruno Lage, mas talvez o mesmo não tivesse sucedido com Di María – pelo menos com tanta frescura - se este tivesse andado igualmente a viajar por Assunção e Buenos Aires nos dias anteriores. Ficou em Lisboa, trocou o avião pela bicicleta, e assim, num registo mais ecológico, conduziu o Benfica aos oitavos de final da Taça de Portugal.
Ao minuto 18 já Di María tinha completado o hat trick mais rápido da carreira, que teve como ponto alto um golaço – o segundo - de pontapé de bicicleta. Mais uma obra de arte para a notável galeria que é a carreira de Fideo.
A eliminatória ficou arrumada logo aí, por força dessa entrada autoritária do Benfica, mesmo com cinco alterações na equipa inicial relativamente à goleada no clássico com o FC Porto. Uma das novidades foi Samuel Soares, que ainda brilhou três vezes na baliza encarnada, mas o 5x4x1 do Estrela da Amadora de José Faria mostrou-se demasiado frágil na Luz.
Em 4x3x3, com Aursnes sempre como guarda-costas de Di María, e desta feita com Rollheiser na meia-esquerda, o Benfica jogou a seu bel-prazer, com facilidade a ultrapassar a primeira linha defensiva do adversário e depois, a explorar triangulações – Carreras/Rolheiser/Beste e Bah/Aursnes/Di María – para criar inúmeras situações de finalização.
Arthur Cabral foi para o intervalo a lamentar um falhanço incrível, mas Akturkoglu, lançado ao intervalo, mostrou a eficácia habitual ao assinar o quarto golo benfiquista (59'). Depois dos três golos marcados, Di María ainda fez a assistência para o golo do turco, antes de abandonar o encontro.
O Benfica nunca baixou (muito) a intensidade, até pela qualidade dos jogadores que foram entrando. Bruno Lage promoveu a estreia do lateral Leandro Santos, mas ao mesmo tempo lançou Kokçu e Amdouni, os dois jogadores que desenharam o quinto golo: notável passe do internacional suíço a servir o avançado suíço na área.
Vangelis Pavlidis é que não saiu do banco, embora tenha chegado a fazer exercícios de aquecimento. Bruno Lage foi sensível ao momento de Arthur Cabral, mesmo depois de ver o avançado brasileiro desperdiçar três golos (que pareciam) feitos. O próprio público da Luz, tranquilizado pelo marcador, incentivou o avançado brasileiro nos momentos de desacerto, e acabou por ter retribuição dupla, já nos minutos finais. Porventura inspirado em Di María, o ex-Fiorentina fez o 6-0 com um remate acrobático na área, após jogada de Schjelderup, e fechou as contas com uma finalização fácil, após defesa incompleta de Meixedo.
Garantido o apuramento com estrondosa goleada a uma equipa do mesmo escalão, o Benfica não só conseguiu prolongar o estado de graça decretado frente ao FC Porto, como pode ainda ter revitalizado uma opção de ataque."

Cadomblé do Vata

Bicicleta Cabral!!!

Como se diz bicicleta em 'Argentino'?!!!