Jogador do mês | Di María, o Ángel que guia o futebol do Benfica


"Com as passagens nas selecções e jogos de Taças, o nosso último Jogador do Mês cobre quatro jornadas disputadas durante dois meses, entre Outubro e Novembro (jornada 8 a 11). Neste período não faltaram desempenhos excepcionais, incluíndo dois 10.0, mas o melhor rating do período foi garantido por Ángel Di María e logo após um clássico histórico para o Benfica. No entanto, “El Fideo” esteve sempre bem nas partidas que disputou.

Outubro e Novembro tiveram quatro jornadas completas, mas Di María, tal como todo os jogadores do Benfica e do Nacional, apenas disputou três, devido adiamento para 19 de Dezembro do embate entre as duas equipas na Choupana, pelo que para as contas do Jogador e XI do Mês, o critério para a distinção é de 240 minutos de utilização para todos (entre as jornadas 8 e 11) e de 180 para benfiquistas e nacionalistas.

Seja como for, 180 ou 240 minutos , Ángel foi o melhor deste período no GoalPoint Rating acumulado. O benfiquista começou por arrasar ante o Rio Ave, apesar de não ter sido o MVP dessa partida (foi Kerem Aktürkoğlu com o seu 10.0), fez um bom jogo em Faro e depois elevou-se a grandes patamares no “clássico” com o Porto, com um bis que lhe valeu o destaque de melhor em campo.
Nestas três partidas, Di María fez dois golos e uma assistência, o que não espanta dada a sua constante procura pelos desequilíbrios e pela entrada na área, para rematar ou para assistir os companheiros de equipa, mas os números do argentino neste período são bem mais amplos:
1. Muita actividade na área – Em Outubro/Novembro, Ángel totalizou 21 acções com bola na área adversária, valor que é o quinto mais alto entre todos os jogadores da Liga e o mais elevado entre benfiquistas.
2. De olhos postos na baliza – O argentino foi o terceiro jogador da Liga, primeiro do Benfica, com mais remates realizados neste período, com 15, correspondendo a uma taxa de conversão de 13,3%.
3. Passes para finalização – Di María também foi o jogador do Benfica com mais passes para finalização, com sete realizados, tendo sido o sétimo jogador com mais no campeonato. Foi também, sem surpresa, o terceiro com mais ocasiões flagrantes criadas (2), mais uma vez líder entre “águias”.
4. Aquele passe a rasgar – Sempre de olho no melhor passe disruptivo, “El Fideo” fez três passes de ruptura nesta fase. Só Ivo Rodrigues, do Arouca, com quatro, fez mais.
5. Muito solicitado pelos colegas – No que toca aos passes progressivos recebidos (que permitem a aproximação à baliza contrária em pelo menos 25%), Di María também está lá em cima no ranking, com 36, quinto jogador da Liga com mais nestas quatro rondas, claro está o líder entre os “encarnados”.

Época digna de um “puto”
A continuidade ou não de Di María no Benfica foi muito debatida na época passada, com muitos comentadores e adeptos a alegarem que o argentino era mais um problema para os “encarnados” do que uma solução, pois a sua incapacidade para defender complicava as dinâmicas no colectivo de Roger Schmidt. Acontece que, com Bruno Lage, o extremo parece ter reencontrado o seu ambiente natural, mostrando uma frescura e energia que se viam no argentino quando era mais jovem. O talento, esse, nunca desapareceu e está a ter um peso decisivo no futebol “encarnado”
Parabéns Ángel!"

Não Queremos Todos Isto?


"Nos últimos tempos, os adeptos do Benfica têm sentido na pele o peso de uma onda. Não uma onda de entusiasmo, mas uma verdadeira tempestade de críticas e mal-entendidos. Por querer mais, somos muitas vezes apelidados de exigentes, de desestabilizadores, de ingratos. Contudo, eu pergunto: será que somos nós que estamos a remar contra a maré, ou será a estrutura que nos empurra para o comodismo? No domingo passado, com uma vitória expressiva de 4-1, voltámos a sentir aquele orgulho que define o ser Benfiquista. Mas será que noites como essa deviam ser um luxo? Será que temos de esperar anos por uma exibição digna da nossa história?
Muito se fala sobre a estrutura do Benfica, elogiando a sua organização e o seu modelo de gestão. No entanto, pergunto-me se esta mesma estrutura não se terá tornado refém do seu próprio conforto. Temos uma direção que preza pela estabilidade, mas será que esta estabilidade não se transformou em complacência?
Viver do passado é um erro que muitos clubes cometem, mas esquecer o que nos tornou grandes é ainda pior. Não queremos apenas resultados pontuais, queremos consistência, queremos que cada jogo seja uma reafirmação da nossa identidade. A vitória esmagadora do último domingo foi uma amostra do que podemos ser, mas é frustrante perceber que esses momentos são esporádicos e não a norma. Porque é que não podemos ter mais noites assim? A resposta pode residir no facto de que muitos se contentam com o mínimo, aceitando a narrativa de que "já foi melhor do que o esperado". E é contra esta mentalidade que nos insurgimos.
Somos muitas vezes incompreendidos quando pedimos mais. Mas exigir mudança não significa desejar o insucesso do clube. Pelo contrário, é exatamente por amar o Benfica que queremos vê-lo regressar ao seu esplendor. A exigência é, afinal, um dos pilares que construíram a grandeza do clube. E é precisamente essa exigência que queremos ver espelhada nos nossos jogadores e dirigentes. Quando criticamos exibições como a contra o Bayern de Munique, na Liga dos Campeões, não estamos a atacar o clube, mas sim a relembrar que o Benfica deve honrar o seu emblema em todos os palcos, independentemente da dificuldade do adversário. As derrotas fazem parte do desporto, mas há uma forma digna de perder, uma forma que demonstra respeito pelos adeptos, pela história e pelos valores que definem o Benfica. Não se trata de ganhar sempre, mas de lutar sempre, de fazer frente a qualquer adversário sem baixar a cabeça.
O Benfica foi construído por homens e mulheres que nunca aceitaram o segundo lugar como suficiente. Foram décadas de glória, fruto de uma mentalidade vencedora que não tolerava o conformismo. Ao longo dos anos, fomos perdendo um pouco dessa essência, e talvez seja essa a razão pela qual muitos adeptos, como eu, continuam a pedir mais. Quando falamos em exigência, não estamos a falar em vitórias imediatas ou em investimentos desmesurados. Estamos a falar em recuperar a nossa alma, em fazer com que cada jogador que vista o Manto Sagrado entenda que não está a representar apenas um clube, mas uma nação de adeptos que nunca deixa de acreditar. Quero ver um Benfica que não precise de justificações para as derrotas, mas sim que encontre motivos para vencer. Quero um Benfica que assuma a sua grandeza, que seja temido nos campos nacionais e internacionais, não por arrogância, mas pela qualidade que coloca em cada jogo. A exigência que temos é uma forma de respeito para com aqueles que construíram o Benfica que conhecemos. Não é saudosismo, é um compromisso com o futuro. 
Muitos confundem a crítica construtiva com destrutiva, mas o verdadeiro Benfiquista sabe que criticar não é trair. É, antes de mais, querer que o clube alcance o seu máximo potencial. Temos a responsabilidade de não nos contentarmos com o medíocre, de não aceitar a mediocridade como normal. Porque ser do Benfica é, acima de tudo, acreditar que é possível fazer melhor, que é possível voltar a assustar os grandes da Europa.
Quando digo que quero mais noites como a de domingo, não é um capricho. É um apelo para que todos, dos adeptos aos dirigentes, elevem o nível de exigência. Para que não aceitemos derrotas humilhantes como "normais" e para que lutemos por um Benfica que honre o seu legado. Somos grandes, mas podemos ser ainda maiores. E para isso, é preciso mais do que comodismo — é preciso coragem, ambição e, sobretudo, respeito pela nossa história.
Porque, no fundo, não queremos todos isto?"

Muito Benfica para apoiar


"São vários os temas nesta edição da BNews.

1. Atividade nas seleções
Otamendi, Kaboré e Pavlidis estiveram, ontem, em ação pelas suas seleções.

2. Grande entrevista
O ecletismo em foco na entrevista ao vice-presidente com o pelouro do futebol feminino e modalidades, Fernando Tavares. "Manter um Benfica eclético num contexto cada vez mais profissional", é um dos desafios, explicou.

3. Distinções
Telma Monteiro (Prestígio) e Pedro Pichardo (Excelência desportiva) foram distinguidos pelo Comité Olímpico de Portugal.

4. Resultados
A equipa feminina de voleibol do Benfica segue em frente nas competições europeias. Na 2.ª mão dos 16 avos de final da CEV Challenge Cup, ganhou, por 3-0, ao AEK Atenas. «
A equipa feminina de hóquei em patins venceu, por 0-5, no rinque do Stuart Massamá.

5. Jogo do dia
O Benfica recebe o Marítimo na Luz, em andebol, às 17h00. Jota González apela à presença dos Benfiquistas: "Têm sempre ajudado e sido um apoio importante. Esperemos que nos apoiem."

6. Agenda para sábado
A equipa feminina de futebol recebe o Valadares Gaia às 15h00 no Benfica Campus.
Dia cheio na Luz: às 17h00, o Benfica é anfitrião do Queluz em basquetebol; às 19h00, dérbi com o Sporting em voleibol; às 21h00, há ainda o embate de hóquei em patins entre Benfica e Riba d’Ave.
A equipa feminina de futsal tem a deslocação ao reduto do Novasemente (19h30) e a masculina ao pavilhão do Leões Porto Salvo (21h15). 
Às 15h00, em râguebi, meia-final do Torneio de Abertura entre Benfica e Cascais,no campo da Guia.

7. Agenda para domingo
A equipa feminina de basquetebol atua na casa do Quinta dos Lombos (11h30); os Sub-15 de futebol encontram-se com o Farense no Benfica Campus (15h00); as equipas femininas de voleibol e hóquei em patins têm desafios na Luz com Clube K (17h00) e Académica (19h00), respetivamente; a equipa feminina de râguebi defronta o CR São Miguel no estádio Universitário (16h00).

8. Atividade do Museu
O Museu Benfica – Cosme Damião apresentou a sua oferta educativa para o ano letivo 2024/25 a vários profissionais de ensino que marcaram presença no Dia Aberto aos Professores.

9. História Agora
Veja a rubrica habitual das manhãs de 5.ª feira na BTV."

Um príncipe despromovido a barão no filme das Pernas de Ouro


"Gambe d’Oro fez com que o grande Totò, Príncipe de Curtis, mergulhasse no futebol

Totò foi uma das mais extraordinárias figuras da História do Cinema. Cáspite! Que digo eu? Totò foi uma das mais extraordinárias figuras que se passeou por este planeta redondo e apenas ligeiramente achatado nos polos e ponto final. Além disso era um príncipe. E não só na vida. Era um verdadeiro príncipe, Príncipe de Curtis, e os italianos apelidavam-no de «il principe della risata». Como bom príncipe, tinha um nome absolutamente principesco: Antonio Griffo Focas Flavio Angelo Ducas Comneno Porfirogenito Gagliardi De Curtis di Bisanzio. E fazia de tudo: ator, realizador, produtor, cantor, compositor. Autor de uma música extraordinária, com a letra em napolitano, não fosse ele um tremendo ‘napoledano’, como gostam os vizinhos do Vesúvio de carregar no sotaque: Malafemmena. Quem a ouve não esquece, a menos que tenha graves problemas de audição, pelo que aconselho uma rápida consulta ao otorrinolaringologista (uma daquelas palavras que temos poucas oportunidades de escrever).
«Femmena/tu si ‘a cchiù bella femmena
te voglio bene e t’odio
nun te pozzo scurdà…».
Napolitano que é napolitano tifa pelo Nápoles. Totò não seria um «tifoso assatanato» mas, como contaria mais tarde uma das suas sobrinhas, Elena Anticoli de Curtis, «diciamo che se vinceva il Napoli, era contento». Por outro lado, um dos seus maiores amigos, Carlo Croccolo, sublinhou: «Totò era tifoso del Napoli, ma amava di più la poesia e la letteratura». Seja. Isso não o impediu de mergulhar no futebol pela prancha das películas em Gambe d’Oro. Transmutou-se no barão Luigi Fontana, que de barão só tinha a alcunha. Aliás, nem fazia sentido que um príncipe se despromovesse a barão. Mas enfim, na tela, o Barão Fontana, proprietário de uma tanoaria e produtor de vinhos, faz de presidente do Gruppo Sportivo Cerignola, que existe mesmo e não foi produto da sua extraordinária imaginação. O filme conta o esforço de Armando, representado por outro dos grandes nomes da comédia italiana dos anos 50, Guglielmo Carotenuto, que procura criar na equipa um ambiente de camaradagem familiar que permita ao clube ascender à Série C.
Tudo poderia ser mais fácil se o presidente Fontana se preocupasse minimamente com a sua função. Para ele, o cargo é um fardo. Sente que o ocupa apenas porque a rapaziada precisa de dinheiro para comprar camisolas e chuteiras e ele é o homem mais rico de Cerignola, uma cidadezinha da província de Foggia, na região de Puglia. Ainda por cima tem de aturar um namoro que o encanita entre a sua filha Carla e o extremo direito Aldo Maggi. Armando arrepia os poucos cabelos que tem. Vale que os seus pupilos são tão amigos que passam o filme a cantarolar em coro as canções que Lelio Luttazzi compôs para o efeito. E ganham. Jogo após jogo. Até que…
Para que o Barão Fontana passe, de repente, a ver o clube de outra forma foi preciso acenarem-lhe com dinheiro, e do bom: um emissário do comendador Renzoni, presidente de um grande clube de Milão, acena-lhe com vinte milhões de liras pelos passes de Aldo e do ponta-de-lança Franco Savelli, modesto trabalhador de uma padaria. O ambiente vira-se do avesso. Luigi abençoa o noivado de Carla com Aldo. Franco, aflito para sustentar o filho recém-nascido, suspira de alívio. Mas a inveja começa a insidiar-se. Armando fica furibundo por lhe quebrarem a união do grupo e desaparece de cena. Duas derrotas consecutivas põem causa o sonho da promoção e viram os outros jogadores contra as estrelas nascentes que valem milhões. Uma notícia bombástica serve para recolocar as engrenagens nos eixos. A seleção italiana virá a Cerignola para um particular. A populaça delira. Armando é convencido a treinar o grupo e exige-lhes que regressem ao espírito que fizera deles um conjunto vencedor. Promessa feita e ei-los que entram em campo. Bola nem vê-la. O jogo é à porta fechada, vamos sabendo do resultado por um garoto que, do alto da bancada, grita os golos para a multidão que ficou no exterior. O Carignola vence por 2-1. Aldo e Franco recusam o contrato, decidem que ficarão no clube e juram levá-lo à Série A. Totò está feliz. Ele que, não sendo um fanático, tinha uma versão pessoal da frase de Virgílio: «Audax fortuna Juventus». Sabia bem quem eram os protegidos…"