sábado, 21 de setembro de 2024
Um Lage que recuperou o seu Ferrari
"Esta semana, ao entrevistar Paulo Alves, treinador com quase 20 anos de experiência, fixei-me numa frase que me disse e que me serviu de reflexão para este texto: «A gestão mental ainda é a charneira de uma equipa de futebol».
Por muita competência que se junte, acredito que o ambiente onde nos inserimos condiciona os resultados. Quanto melhor é o ambiente em casa, no trabalho, no balneário, no restaurante, no café, melhor nos sentimos e melhores coisas produzimos.
Os jogadores e as equipas de futebol são o reflexo máximo dessa teoria: quanto mais saudável é o ambiente, mais rendimento têm.
Bruno Lage veio com a prioridade de uma mudança de ambiente na Luz, e sobretudo no Seixal. Para além de uma gestão mais inteligente dos seus melhores talentos em campo, também aliviou a tensão no plantel e priorizou o retorno da harmonia entre adeptos e equipa, algo que parecia ter sofrido um revés irreparável pela teimosa frieza de Roger Schmidt.
Não bastava todo o clima hostil à volta da equipa, da direção e do processo de escolha do treinador, e ainda se somou uma colherada de Vieirismo, numa entrevista que veio colocar em causa tudo e todos dentro do SL Benfica.
Mas Lage provou ter sido o analgésico certo na hora certa. Foi muito competente a gerir estas bolas de malabarismo a arder nas suas mãos. Trouxe um discurso motivacional previsível mas eficaz, uma energia necessária aos bastidores e às bancadas, uma cara em quem os jogadores e adeptos reconhecem energia e paixão.
Após a desconfiança inicial de uma escolha que soou a secundária, Bruno Lage está a provar ter sido uma boa solução, pelo menos a curto prazo.
No entanto, já dizia José Mourinho, e em jeito de desafio para outro setubalense: uma substituição de treinador no decorrer da época traz efeitos imediatos, mas os efeitos a longo prazo, quando se esvaziar o balão da novidade, são mais difíceis.
Essa avaliação só pode ser feita com tempo, mas o inicio da era Lage 2.0 foi firme e varreu para debaixo do tapete os problemas expostos por Roger Schmidt."
Bruno Lage, Benfica e a 'nova' comunicação
"Bruno Lage ainda mal reaqueceu o lugar e tanto o regressado treinador como o Benfica começaram a comunicar melhor. O técnico fê-lo logo na conferência de imprensa em que foi oficializado, dispondo-se a namoriscar os jornalistas com cumprimento individual aos presentes, arrepiando caminho na recuperação da boa imprensa que teve durante muito tempo na primeira estada no comando da equipa principal e desbaratou com comportamento quase neurótico na fase final que precipitou a sua demissão em finais de junho de 2020.
Desde o dia da (nova) apresentação, sempre que falou à imprensa, Lage fê-lo inteligentemente, seu apanágio após a promoção, ascensão e glória na sua primeira vigência. Nesta, a segunda, deverá persistir nessa atitude positiva e frontal, mostrando, nos bons e mais momentos, que é treinador mais amadurecido também nesta marca de personalidade. Não se trata de agradar aos jornalistas, mas aos benfiquistas e aos bons adeptos de futebol.
O Benfica começou aparentemente também a comunicar melhor. Desde logo, ao informar, publicamente, sobre procedimento da AG extraordinária de sábado, subordinada aos Estatutos do clube, esclarecendo que não lhe imporá restrições temporais, mas restringindo-a a tema único. Ou seja, cumpra-se a reunião magna sem pressa, mas não tolerando outros assuntos que se sabe poderem ser controversos. No dia 27, nova AG, esta ordinária, sobre gestão e contas do exercício de 2023/24, será bem mais difícil aos órgãos sociais evitar que se disperse."
Bruno Lage e um Benfica emocional
"Discurso do treinador do Benfica não é necessariamente cativante e, para já, só tem sido exposto a vitórias, mas o comportamento apela a que as bancadas entrem sempre em campo
Dois jogos depois, a maior vitória de Bruno Lage é a recuperação de alguma confiança em torno da equipa. Os resultados diante do Santa Clara e, sobretudo, na visita ao sempre terrível ambiente do Marakana de Belgrado, sustentam-no. No entanto, é sobretudo pelas dinâmicas acrescentadas, maioritariamente no que diz respeito ao meio-campo, que o crescimento do moral dos benfiquistas deve assentar. Numa Liga em que o primeiro lugar está cinco pontos acima e com esta Champions, que encerra tanto dificuldades quanto eventuais surpresas lá mais para a frente, voltar a acreditar num final feliz pode ser a maior conquista das águias nos próximos tempos. Não garante títulos, todavia poderá ser o princípio de algo.
Os caminhos que daqui partirão só o treinador os conhecerá, se é que já os projetou, mas o que o acrescentou ao modelo existente, transformando o 4x2x3x1 num 4x3x3 assimétrico que permite controlar melhor o espaço à volta de Ángel Di María, merece ser de imediato valorizada. Não só por ser mais um esquema a entrar no seu portfólio, ou seja, a experimentação de algo específico e não necessariamente antes tentado, mas ainda porque, deste logo, o plot twist tem permitido um maior equilíbrio na reação à perda e garantido, ao mesmo tempo, o crescimento da influência de Kokçu, a atravessar o melhor momento desde que chegou à Luz.
O triângulo criado, com o vértice defensivo a ser pisado por Florentino, está a conseguir libertar os outros dois médios, o turco mais no perfil de um 8 e o argentino mais 8,5, e ambos com o pé mais forte por dentro, prontos para ações decisivas, como passes de rotura, envolvimentos em progressão e finalizações. Logo aí, nota-se uma mudança de abordagem: Roger Schmidt dificilmente criaria uma dinâmica para proteger um jogador, por mais importante que este fosse, mesmo com o exemplo positivo que até vem de uma Argentina campeã do mundo e dupla vencedora da Copa América, em que Rodrigo De Paul se torna uma espécie de cão de guarda de Lionel Messi (e antes também de Di María, com a ajuda de MacAllister e Enzo).
Aursnes, pedra essencial para Schmidt, não esteve no primeiro encontro e acabara de regressar para o segundo, e poderá baralhar as contas deste centro de equilíbrio descoberto, tanto defensivo como ofensivo. Resta saber se Lage já tem a resposta que não só lhe permitiria criar espaço para a reentrada do norueguês como, ao mesmo tempo, manter o que avançou na construção do novo modelo. Não jogarão os quatro ao mesmo tempo e Aursnes dificilmente voltará a ser olhado como interior esquerdo – o que a série goleadora de Akturkoglu apenas confirma –, por isso entre Florentino, Kokçu e Rollheiser um poderá estar a prazo.
O elo mais fraco até poderia ser o português. Já o foi antes, com a chegada de Weigl e o mesmo treinador, e que derivará também de um novo posicionamento que lhe retira aquilo que gosta de fazer: pressionar mais à frente. No entanto, o nórdico, perante maior agressividade na pressão, já mostrou igualmente sentir problemas com a bola nos pés. Se sem o turco, se perderia uma boa ligação entre meio-campo e ataque, com o ex-Estudiantes de fora a passividade de Di María sem bola será muito mais exposta, como foi no segundo tempo em Belgrado. Não é uma equação de resolução fácil.
O bloco, entretanto, baixou uns metros e os setores ficaram mais juntos, o que também ajuda uma linha defensiva lenta como a formada por Otamendi e António Silva no controlo da profundidade. Há espaço para atacar e contra-atacar, e ferir os rivais.
Os encarnados não jogaram sozinhos, o ambiente no Marakana não é fácil para ninguém e, no Estrela Vermelha, mora um ou outro jogador de qualidade. Todavia, depois de uma boa primeira parte e com uma boa vantagem alcançada, o Benfica adormeceu. Perdeu critério na saída, descansou em cima do resultado e acabou a sofrer. Praticamente não chegou à baliza de Glazer e, quando a rondou, tomou más decisões sucessivas. Entregou a bola, não soube arrefecer o jogo, consentiu demais. Ainda houve um remate ao poste de Amdouni, porém foi o tal oásis no deserto. E esta quebra, que pode ser trabalhada, não se consegue explicar. Os encarnados deviam ter reentrado para um novo jogo, mas deram a entender que estavam a caminho do aeroporto. Uma dúvida que ficará para os próximos desafios.
A instabilidade nos segundos 45 minutos chegou à defesa. Kaboré não escondeu debilidades e depois Lage, para ajudar Florentino (com Aursnes), tirou a proteção a Di María (ao substituí-lo por Rollheiser). Se a decisão acalmou inicialmente os sérvios, a verdade é que o tempo voltou a trazê-los de volta ao jogo e agora com mais espaço. Com o encontro ainda assim mais ou menos controlado, Otamendi, que até atravessava bom momento na partida, decidiu sair de posição para ajudar António Silva, porém, ao fazê-lo, libertou o espaço que Milson precisava para bater Trubin. Mais um erro do argentino, a juntar a vários nos jogos anteriores, que não encaixam bem com o exemplo de serenidade e liderança que deveria dar em campo. Até quando a tão sublinhada experiência continuará a ser sobrevalorizada?
Bruno Lage quer claramente jogar com o lado emocional do jogo. O seu discurso, embora algo insosso, aponta sempre aos adeptos, já que sentiu que precisará deles do seu lado para fazer com que a equipa entre em velocidade cruzeiro e eventualmente acelere na perseguição dos rivais, já para não falar do que pode ser uma Luz vestida de Inferno na prova milionária. Não digo que não seja genuíno quando bate no peito depois do apito final no Marakana ou levanta os braços após o empate contra o Santa Clara a pedir o empurrão do terceiro anel, apenas que tal poderá ser tão importante quanto o novo triângulo a meio-campo.
Para já, tudo corre bem e não excessivamente bem, o que é bom. Há resultados a que dar continuidade e mantêm-se os alertas para que não se embandeire em arco. Lage não poderia ter desejado melhor reentrada."
Eles estão loucos por vender Gyokeres
"Ou pelo menos parecem estar… Este é o Canto Curto, como sempre à sexta-feira
A convicção é minha. Mas ela só existe à luz de palavras de outros. E não de quaisquer outros. O que me leva a ter a convicção de que, no Sporting, estão loucos por vender a sua mais valiosa pérola, a mais preciosa das suas pedras, o sueco Viktor Gyokeres, são declarações das principais figuras, do presidente Frederico Varandas ao treinador Rúben Amorim, passando pelo próprio avançado que tantos golos, vitórias e, agora, também os milhões de Champions tem conseguido garantir com a camisola verde e branca.
«Uma cláusula de 100 milhões e o ser batida depende do momento do jogador, da idade, se há mais do que um clube na luta por ele. Já vi jogadores inferiores a serem transferidos acima de 100 milhões e grandes jogadores abaixo dos 100 milhões», disse Varandas há uma semana no palco do Football Thinking.
«O que eu digo é que o Viktor é um grande jogador e eu acho que ele vale 100 milhões [de euros]. E, principalmente o Sporting, o seu presidente [Frederico Varandas] e o diretor desportivo [Hugo Viana] acreditam que ele vale 100 milhões. Portanto, é esse o preço que ele tem, quem quiser [contratá-lo] terá de pagar 100 milhões», acrescentou, também nesse dia, Amorim.
«Por que valor posso sair? Boa questão... Não sei. Não trabalho para um clube nem sou empresário, não estou por dentro disso. É muito alta [a cláusula de 100 milhões] e não saí para lado nenhum. O meu valor é o meu valor, vamos ver…», atirou por fim Gyokeres, antes do jogo de terça-feira com o Lille, para a Liga dos Campeões, no qual marcou o primeiro golo da vitória por 2-0.
Posto isto, chamem-me louco a mim, se quiserem, mas… se temos um objeto valioso, o mais precioso de todos e queremos preservá-lo sem reservas, o que fazemos? Aproveitamos toda e qualquer oportunidade que temos para bradar aos sete ventos que o temos e que por determinado valor até prescindimos de ficar com ele, trocando-o de boa vontade pelos milhões publicitados? Ou guardamo-lo a sete chaves e ficamos bem caladinhos?
Pois… Eu, se estivesse louco por vendê-lo a troco de um importante encaixe histórico, não tenho qualquer dúvida de que seguiria a primeira linha de ação e andaria por aí a espalhar palavra."
Rodri sempre, excesso de jogos nunca mais!
"Jogadores alertam que o calendário vai trazer consequências – para os próprios e para o espetáculo. O futebol, como desporto e sobretudo negócio, já se tinha esquecido de outros protagonistas…
Está a crescer uma espécie de movimento entre os jogadores contra o calendário excessivo, que lhes carrega nas pernas jogos de três em três dias como regra e não exceção. Em ano de mudanças nas competições europeias e com Mundial de Clubes a fechar, a tendência só será para ouvirmos mais queixas.
Compreendo que os jogadores, mais do que ninguém, querem estar sempre no seu melhor. E que são e serão as próprias competições a sair prejudicadas se assim não for (no Euro 2024, quantas das maiores estrelas estiveram bem abaixo do que se esperaria?). Acho até comovente que os protagonistas estejam a perceber que são trabalhadores (muito bem pagos) por vezes explorados para que o negócio dê mais e mais dinheiro. E é importante que falem da sua saúde (também a mental), do pouco tempo que passam com a família, que queiram ter mais vida. O mundo pula e avança.
Esta semana, o camarada Rodri ameaçou mesmo com uma greve. O médio é o porta-voz perfeito: um dos melhores do mundo, vencedor de tudo e mais alguma coisa no Man. City e campeão da Europa. Rodri é tão bom e tão inteligente a jogar que faz todo o sentido que também domine uma conferência de imprensa. E Rodri tem razão: se ninguém se preocupar com os jogadores, talvez tenham de ser eles a agir.
Há, no entanto, uma parte da equação esquecida: o futebol (tanto o desporto como o negócio, como lhe chamou Rodri) só rende muito porque tem público (tanto os adeptos como os clientes, como o marketing os quer chamar). E os jogadores só vencerão esta luta por um calendário mais simpático se tiverem o público do seu lado. Pelo que fui lendo nos últimos dias, e sem haver grande discordância pelos argumentos dos jogadores, há um problema saliente: as pessoas que gostam de futebol ganham muito menos do que as que praticam futebol ao nível de Rodri, Alisson ou Bernardo Silva (alguns dos que falaram sobre o assunto). E esse mesmo público foi explorado cada vez mais nos últimos anos, pelos preços dos bilhetes ou das camisolas dos ídolos que tiveram de deixar de comprar, ou pela experiência que lhes querem vender e que só está acessível a alguns. Não será um público fácil de convencer, portanto.
É bom que os jogadores falem e lutem por um futebol melhor. Mas quando vemos protagonistas do Man. City, onde quase tudo é dinheiro e atropelos que aumentam a desigualdade entre clubes e ligas, a expor os seus problemas, sem até agora terem estado muito preocupados com o que o tal negócio está a fazer aos adeptos, a revolução parece menos entusiasmante."
Triunfo justo
"Na jornada inaugural da fase de liga da Liga dos Campeões, o Benfica foi superior e venceu, por 1-2, na visita ao Estrela Vermelha. Este é o tema em destaque na BNews.
1. Importante começar com vitória
Bruno Lage evidencia a relevância do início vitorioso, agradece o apoio dos Benfiquistas e já pensa no próximo desafio: "A equipa entrou muito bem, com personalidade. São mais três pontos muito importantes a iniciar este novo formato da Liga dos Campeões e a dar continuidade ao que fizemos no último jogo. Os nossos 500 adeptos fizeram-se ouvir no momento em que a equipa mais precisou. O nosso foco já está em recuperar e preparar o jogo seguinte com o Boavista."
2. Vitória sólida
Di María, considerado o homem do jogo pela UEFA, refere que "o importante é a equipa e as pessoas que viajaram para estar connosco. Jogámos duas partidas positivas, ganhando".
Aktürkoglu considera que "foi um jogo complicado, num ambiente difícil para qualquer equipa, mas merecemos a vitória".
Carreras salienta que "viemos com a mentalidade de conquistar os três pontos, e cumprimos o objetivo. Seguimos com os nossos objetivos, agora, pensando na partida da Liga. Vamos jogo a jogo".
3. Nomeado para Golo do Dia
O golo apontado por Kökcü, de livre direto, está nomeado para Golo do Dia.
4. Bilhetes esgotados
Já não há bilhetes disponíveis para a partida entre Boavista e Benfica, segunda-feira, às 20h15, no estádio do Bessa.
5. Início com o pé direito
Na 1.ª jornada da fase da liga da UEFA Youth League, o Benfica venceu, por 1-2, no campo do Estrela Vermelha. Vítor Vinha afirma que "somos justos vencedores. Talvez o resultado até peque por escasso. Foi um excelente jogo da nossa parte".
6. Na final
Na meia-final da ronda de qualificação para a fase de grupos da Basketball Champions League, o Benfica venceu, por 89-88, frente ao Rilski Sportist, da Bulgária.
Norberto Alves considera que "o mais importante era ganhar, e conseguimo-lo fazer, mas, ofensiva e defensivamente, jogámos com muitos altos e baixos".
O jogo decisivo é no sábado, com o Fribourg Olympic.
7. Ambição
Em entrevista aos meios de comunicação do SL Benfica, Rui Moreira, treinador da equipa feminina de voleibol, faz o ponto de situação da pré-temporada, analisa os reforços e aborda os objetivos para a época.
8. Goleada
Frente ao Nafarros, o Benfica ganhou, por 4-13, na Taça Jesus Correia.
9. Agenda desportiva do fim de semana
Hoje, às 19h30, a equipa feminina de basquetebol do Benfica disputa, com o GDESSA, em Aveiro, os quartos de final da Taça Vítor Hugo.
Amanhã, os Sub-19 recebem o Académico de Viseu às 15h00. No voleibol é dia de meias-finais da Taça Ibérica: no masculino, em Matosinhos, o jogo com o Río Duero Soria é às 18h00; no feminino, o Benfica joga com o Club Voleibol JAV Olímpico, às 16h00, em Las Palmas. No basquetebol, o Benfica procura chegar à fase de grupos da Basketball Champions League e tem o desafio decisivo, às 17h00, na Turquia, frente ao campeão suíço Fribourg Olympic.
Domingo, às 11h00, a equipa feminina de futebol tem embate, no Benfica Campus, com o Famalicão. À mesma hora, os sub-17 visitam o Torreense. Às 16h00 há dérbi de andebol no pavilhão João Rocha. Passada uma hora, a equipa feminina atua no reduto do ABC.
10. Mundiais de futsal e hóquei em patins
Siga a prestação dos vários atletas do Benfica nos Campeonatos do Mundo de futsal (masculino) e de hóquei em patins (masculino e feminino).
11. História agora
Veja a rubrica habitual das manhãs de quinta-feira na BTV.
12. Revisão dos Estatutos
Jaime Antunes, vice-presidente do SL Benfica, João Pinheiro, membro da Comissão de Revisão dos Estatutos, e Guilherme Fontes, membro da direção do Movimento Servir o Benfica, debateram, na BTV, a revisão estatutária do Clube.
E o vice-presidente da Mesa da Assembleia-Geral do Sport Lisboa e Benfica, José Pereira da Costa, esclarece os procedimentos da sessão."
Sport Türquia e Benfica
"Pela segunda vez em dois jogos com Bruno Lage, a dupla turca foi o grande destaque do triunfo das águias: Aktürkoğlu fez o primeiro e Kökçü apontou o segundo, construindo a vitória (2-1) em casa do Estrela Vermelha. No começo da participação na Liga dos Campeões, o adormecer na segunda parte foi a nota negativa nos lisboetas
De Lisboa a Belgrado passa-se por Istambul. Bem, não passa, mas, espiritualmente, foi esse o caminho da primeira vitória europeia do Benfica 2024/25. Um golo para cada uma das coqueluches turcas, um 2-1 mais eficaz que fantástico, mais umas doses de tranquilidade para um clube que precisa dela como de oxigénio para respirar.
Primeiro foi Kerem Aktürkoğlu. O irrequieto mágico nem tardou 90 segundos para ameaçar a baliza do Estrela Vermelha, confirmando o perigo aos 9', com o 1-0, o seu sétimo golo na época.
Depois foi Orkun Kökçü. O médio deu, há meses, uma polémica entrevista, acusando Roger Schmidt de não o usar da melhor forma. Se é para dar uma entrevista daquelas, que a resposta seja assim: elevando brutalmente o nível quando, efetivamente, lhe é dada a função que o ex-Feyenoord prefere. Um livre ao estilo do centrocampista dobrou a vantagem dos visitantes.
Antes da meia-hora de desafio, já os três pontos pareciam bem perto para o conjunto português. Perante um adversário escasso em arte ofensiva, a sensação confirmou-se, apesar da passividade do segundo tempo. O Estrela Vermelha reduziu aos 86' e ainda houve minutos de desnecessário sofrimento para o Benfica, mas a missão foi cumprida.
Dois jogos, duas vitórias para Bruno Lage. Era fundamental aproveitar este arranque com calendário acessível para ganhar algum embalo e é isso que está a acontecer, tudo à boleia da parelha turca que é o destaque máximo na Luz.
Para ajudar o Sport Türquia e Benfica a vencer, há ainda a arte de Di María. Da pausa do argentino começou a brotar o 1-0, que continuou num cruzamento de Bah, numa hesitação da defesa do Estrela Vermelha e na agressividade de Aktürkoğlu.
Um Estrela Vermelha-Benfica, disputado ao terceiro dia da nova era da Liga dos Campeões, é uma curiosa interceção entre passado e futuro. Ter estes dois campeões europeus em campo lembra-nos do tempo quando, em Lisboa ou em Belgrado, era legítimo acreditar que juntando uma grande geração de jogadores e um treinador de competência acima da média se podia lutar pelo trono continental. Desperta memórias de alturas em que dominar a Europa não era coisa repartida entre meia-dúzia — se tanto — de emblemas.
Mas o que vem aí afasta-nos cada vez mais desse paradigma, fechando, progressivamente, o lote de candidatos ao título, cavando o fosso entre mais e menos ricos. Já não se sonha em Belgrado.
Estando do lado perdedor desta história — também por graves erros próprios —, o futebol sérvio vive em depressão. A seleção está num péssimo momento, os clubes têm feito paupérrimas campanhas. Nos últimos 11 encontros na Liga dos Campeões, o Crvena Zvezda (Estrela Vermelha) perdeu 10 e empatou um.
Entre o golo madrugador de Kerem Aktürkoğlu e o grande livre de Kökçü, os locais tiveram um raro momento em que entusiasmaram o público que não encheu o estádio que, noutra vida, foi apelidado de Marakanã, nome dado pelo tamanho colossal e pelo requinte técnico dos conjuntos da Jugoslávia. Krunic atirou para defesa segura de Trubin, Bruno Duarte, goleador com passado em Faro e Guimarães, disparou para intervenção mais apertada do guardião ucraniano.
Aos 29', Kökçü cimentaria a margem de vantagem do Benfica, num livre em que beneficiou da imperfeita coordenação da barreira do Estrela Vermelha.
Já com 2-0 no marcador, veio a única notícia negativa do primeiro tempo para Bruno Lage. Bah, lesionado, teve de sair, promovendo a estreia de Issa Kaboré com a camisola do Benfica.
O lateral do Burquina Faso teve um encontro difícil, com algumas dificuldades defensivas, também acentuadas pela escassa colaboração defensiva de Di María. Para tentar mitigar essa situação, Lage trocou Aktürkoğlu de lado em certa altura depois do descanso, com o turco a ajudar mais o debutante.
O segundo tempo trouxe um Benfica mais passivo. A equipa recuou o bloco, pressionou menos e foi o Estrela Vermelha a ter bem mais bola, ainda que sem criatividade para criar verdadeiras oportunidades de golo.
Nos 20 minutos depois do intervalo, o Benfica não fez qualquer remate, enquanto os locais dispararam seis vezes. No entanto, nenhum desses tiros foi enquadrado com a baliza de Trubin, um dado que ajuda a entender a escassez de ameaça ofensiva dos heptacampeões da Sérvia.
Ainda assim, o adormecer dos visitantes deu motivos de crença para os locais. Aos 86', Milson, que em 27 jogos pelo Marítimo na I Liga só marcou uma vez, apontou o 2-1. O Estrela tentou carregar a área do Benfica com cruzamentos, mas nunca se aproximou do empate, acabando por ser Amdouni a confirmar a especial atração pelos ferros que o seu início na Luz está a ter, acertando no poste após excelente jogada.
Após o apito final, Bruno Lage aproximou-se da zona onde estavam os adeptos do Benfica e festejou vigorosamente. O técnico continua a tentar reaproximar o banco da bancada, restabelecendo relações danificadas. Fazê-lo à boleia da inspiração turca é mais fácil."
Vitória Com Final Sofrido Sem Qualquer Necessidade
"Estrela Vermelha 1 - 2 Benfica
ANTES DO JOGO
> Regresso à Champions, de longe a melhor competição de clubes do mundo. Não há aqui jogos fáceis.
> Fala-se muito do ambiente terrível do estádio, que é uma verdade, e se nós achamos que o apoio dos nossos adeptos é importante, então também temos que saber valorizar esta questão. Mas mal será que uma equipa que quer andar na Champions se amedronte perante os ambientes que vai encontrar.
> O Benfica tem um plantel seis vezes superior ao do Estrela Vermelha, segundo o Transfermarkt. Se quer fazer carreira nesta nova Champions, e dado que vai ter que defrontar adversários da valia de Bayern, Barcelona, Atlético de Madrid e Juventus - pkp o sorteio! -, é importante que saia de Belgrado com os três pontos.
DURANTE O JOGO (EM DIRETO)
00' Lage escalou a mesma equipa de sábado, muito ofensiva, faz sentido, é para ganhar.
09' Ak-tur-ko-glu! Entrámos bem no jogo e estamos na frente.
15' Não estou a gostar disto. Estamos encurralados lá trás desde o golo. Então? Vamos lá por travão na reação dos sérvios.
29' Kökcü lá para dentro, belo livre direto, bola muito colocada no lado aberto do guarda redes, com o Florentino a tapar-lhe a vista. Bem trabalhado! Mais um de bola parada, depois de dois no sábado.
35' Estes sérvios não são nada meigos, agora foi o Bah a pagar as favas das entradas duras e fora de tempo deles. E o árbitro inglês a deixar jogar, mas a deixar também dar pau. Estreia para o Kaboré!
40' Eles têm dificuldades em sair a jogar desde trás, mas sempre que se aproximam da nossa área causam problemas.
50' Entrámos mal na segunda parte. Vamos lá, Benfica.
56' Boa substituição do Lage. Rollheiser não estava a render. Precisamos melhorar o meio campo. Bem regressado, grande Aursnes!
65' Estamos a por-nos a jeito. Se eles fazem o 1-2 isto vai-se complicar desnecessariamente.
75' Segunda parte fraquinha... mal jogada pelas duas equipas.
83' Finalmente alguma emoção: Di María saca um remate que criou perigo.
85' Golo deles com buraco aberto na nossa defesa, agora serão uns tantos minutos de sofrimento desnecessário.
90' Amdouni e a atração pelos ferros. Mais uma, arrumava com isto.
90+4' Acabou!!! Valeram os 3 pontos e o dinheirinho correspondente.
Próxima paragem: Bessa!"
Vitória...
Este amigo está a lutar por várias coisas:
— BenficabyGB_NGB (@benficabygb) September 19, 2024
- corrigir o que fez mal antes
- beneficiar de já n haver “agenda Vieira” a assombrar
- dar a volta ao momento actual
- recuperar algo que nem os adeptos mais novos entendem: viver o clube com paixão positiva
Ao teu lado, Bruno! https://t.co/flAkfjIovq
Cadomblé do Vata
1. Kokçu marcou ao Estrela da Amadora e ao Estrela Vermelha... já podemos homenagear o Vitor Baptista com um jogo contra o Estrelas do Faralhão sem termos medo de ser surpreendidos.
— A Mão de Vata (@A_Mao_de_Vata) September 19, 2024
‘Il Sorpasso’ – dois escoceses num filme italiano
"As desastrosas aventuras de Denis Law e de Joe Baker na sua passagem por Turim.
Em 1961 Denis Law estava em Turim. Vendo bem não havia grande justificação para que um escocês natural de Aberdeen, que acabara de fazer uma época de exceção pelo Manchester City, rumasse a Itália. Mas John Charles, um calmeirão galês que marcava golos em barda, abrira a porta dos clubes italianos para aqueles que jogavam para lá da Mancha e o preço que o Torino pagou por Law tinha muito que se lhe dissesse: 110 mil Libras. Assim, quando desembarcou no aeroporto de Turim abriu a boca de espanto: milhares e milhares de adeptos estavam à sua espera e os fotógrafos disparavam flashes como se fossem metralhadoras. A seu lado, Joe Baker, um garoto de 21 anos que fora contratado ao Hibernian, passava despercebido. Melhor para ele.
Denis e Joe tornaram-se bons amigos. E formaram uma dupla eficaz na frente de ataque do Torino. Logo na estreia, contra o Vicenza, o primeiro fez um golo e o segundo dois. Ah! As bancadas estremeciam a patadas. Pena que fosse sol de pouca dura. O cattenacio estava na moda nesse tempo. Sobretudo por causa de dois tipos embirrentos e desprovidos de escrúpulos chamados Nereo Rocco e Helenio Herrera. Com eles valia tudo, arrancar olhos inclusive. Law e Baker passaram a sua primeira grande provação no dia em que defrontaram o Inter de Herrera. O argentino, que passou por _Portugal e pelo_Belenenses, dera ordens firmes aos seus defesas: batam-lhes com força em tudo o que fique abaixo das amígdalas. Os dois britânicos terminaram a partida negrinhos de nódoas e aliviados por não terem ossos esfrangalhados. Muita sorte também por perceberem vagamente a língua italiana: ambas as famílias foram insultadas do pior, desde as mãezinhas às mulheres a dias. As coisas começavam a correr contra a maré para os dois escoceses, ainda por cima depois de uma estrondosa vitória face à grande rival Juventus. Os Agnelli não eram apenas donos da Juve e da FIAT, mas também de jornais como o La Repubblica e La Stampa. O pai Giovanni e o filho Gianni resolveram, então, jogar um jogo ainda mais sujo do que o do detestável Herrera: atiçaram os cães sarnentos, os mais infames repórteres que tinham ao seu serviço, contra_Denis e Joe. As suas vidas foram dizimadas, eram seguidos para toda a parte, levantaram sobre eles os mais diversos escândalos.
Denis Law foi o primeiro a quebrar. Sinceramente não estava para aturar tal tipo de comportamentos e aproveitava todas as folgas para regressar a Manchester. Joe aguentou-se. Mas o azar iria bater-lhe à porta coma violência do Destino. Numa noite de Janeiro de 1962, na véspera de um jogo contra o_Veneza, Denis e Joe foram apanhados pelos paparazzi num restaurante da cidade. Foram massacrantemente fotografados durante horas. Então, Joe Baker explodiu com toda a sua fúria bem escocesa e disparou um murro violento nos queixos de um tal de Celio Scarpin. O fotógrafo cambaleou mas não caiu. Joe voltou à carga e atirou-o para dentro do_Grande Canal. O gesto teve consequências imediatas e Benjamín Santos, o treinador argentino do Torino, retirou-o da equipa.
Passou-se um mês. No dia 7 de fevereiro, Baker recebeu a sua nova máquina, um Alfa Romeo Giulietta Sprint, e saiu disparado pela estrada fora levando consigo Denis e o irmão deste, Joseph. Eram três escoceses felizes, de cabelos ao vento, gozando o sol italiano, inconscientes de que o futuro estava para mudar com brusquidão. A farra prolongou-se durante horas. Iam parando nas esplanadas, escorropichando copos de Barolo de Valpolicella, na expectativa de darem de caras com alguma Sophia Loren ou Gina Lollobrigida. Ninguém sabe dizer qual dos três insistiu prolongar a manhã pela tarde, a tarde pela noite e a noite pela madrugada. Facto: já nascia o sol quando Joe entrou a mais de 140 km/hora na faixa contrária e quase esbarrou de frente contra um infeliz que ia a caminho do emprego. O_Alfa raspou numa estátua de Giuseppe Garibaldi e capotou. Os três pândegos foram atirados para fora da viatura.
As manchetes berraram: Pauroso incidente d’auto ai granata Baker e Law._Os jornalistas invadiram o hospital para saberem que Joe Baker tinha partido vários ossos da face. Não voltaria a jogar pelo_Torino. Na época seguinte alinhou pelo Arsenal. Denis teve mais sorte, mas o La Stampa tratou de arrasar com a sua experiência italiana: «Baker e Law, jogadores do Torino, arriscaram perder suas vidas em um acidente de carro, na manhã de ontem. Os dois jogadores já vinham provocando graves preocupações ao clube Granata, com seu comportamento indisciplinado». O_Torino abriu-lhe a porta da rua. O Manchester United a da entrada. Dino Risi poderia ter realizado este filme. Chamar-lhe-ia Il Sorpasso. Tal como o que assinou no ano seguinte."