sábado, 6 de julho de 2024

Um dos nossos...!!!

Adeus a uma jogadora diferenciada


"MUITO OBRIGADO POR TUDO E BOA SORTE, KIKA NAZARETH!

1. Ninguém duvida que a Kika é uma enorme benfiquista.

2. Deu sempre tudo pelo seu clube do coração ao longo de todas estas épocas.

3. É uma jogadora absolutamente diferenciada e por isso já se sabia que iria despertar a cobiça de clubes mais endinheirados e com projetos mais ambiciosos.

4. Não devíamos ter deixado a renovação chegar à última época de contrato. Talvez só saísse pela cláusula...

5. A partir do momento em que passou a ser representada pelo Jorge Mendes este era um fim mais do que anunciado - quem não sabia.

6. Vai cumprir um sonho, ou seja, jogar na melhor equipa da Europa, e merece ser feliz. Vou torcer por ela, menos quando jogar contra nós.

7. Ao dizer que voltará um dia, que não demore tanto como outros que falam do regresso, é o que desejo.
OBRIGADO POR TUDO, KIKA NAZARETH!"

A bola já rola


"No segundo dia da preparação da nova temporada, o plantel às ordens de Roger Schmidt já esteve no relvado. Este é o tema em destaque na BNews.

1. Prossegue a preparação
Foram 30 os jogadores às ordens de Roger Schmidt, com uma maioria de formados no Benfica.

2. Contributo para as seleções
Acompanhe o desempenho de jogadores do Benfica no Campeonato da Europa e na Copa América.

3. Um até já
Francisca Nazareth, internacional portuguesa tetracampeã nacional, está de saída para o Barcelona. A jogadora formada no Benfica salienta que "é seguramente um 'até já' e não um 'adeus'" e refere o empenho benfiquista na sua continuidade de águia ao peito: "O Presidente fez de tudo para que eu continuasse a representar este clube e este símbolo. Fez mesmo tudo, mas acaba por ser mesmo uma proposta irrecusável por todas as condições."

4. Equipa B arranca
A equipa B do Benfica já começou os testes físicos e médicos.

5. Acervo mais rico

6. História
Veja a rubrica habitual das manhãs de quinta-feira na BTV.

7. No pré-olímpico
O basquetebolista do Benfica Eduardo Francisco representou Angola no pré-olímpico que apura os restantes quatro países para a competição."

Finalmente de regresso ao trabalho


"O SUCESSO DE ROGER SCHMIDT SERÁ O SUCESSO DE TODOS NÓS!

1. Pouco importam agora as polémicas que envolveram as escolhas, as substituições ou as afirmações de Roger Schmidt na época passada: se é ele o treinador do Benfica para esta época, independentemente de eu gostar mais ou gostar menos, é ele o meu treinador.

2. Acredito que Roger Schmidt tem capacidade para pôr a equipa a jogar como nos primeiros dois terços da época 2022-23. Não me venham com a questão do Enzo, porque em toda a carreira ele pôs todas as equipas a jogar daquela forma e não tinha o Enzo em nenhuma delas.

3. Importa que Rui Costa seja assertivo nas contratações e que o plantel para a longuíssima época de 2024-25 seja suficientemente rico e equilibrado em opções para que Schmidt não entre em adaptações de jogadores a posições que não são as suas, mais a mais quando fazem falta nas deles.

4. Espero que a comunicação do clube esteja à altura de sair em defesa e apoio ao treinador quando as coisas não correrem bem, porque não é possível que corram bem do princípio ao fim da época. Não podem voltar a cometer o mesmo erro de deixar o treinador sozinho perante os ataques que lhe forem dirigidos de fora ou de adeptos do próprio clube. A união não cai do céu, constrói-se.

5. Estou convencido de que toda a contestação a Schmidt que ainda se mantém latente num largo número de benfiquistas se resolve rapidamente com vitórias e boas exibições. Acontece que as vitórias e as boas exibições são mais fáceis de alcançar com o apoio da bancada.
APOIAR, APOIAR, APOIAR!"

Jurásek?!

O Euro 2024 antes dos quartos de final


"A Espanha é um original difícil de copiar e agora voltou a mudar, modernizou-se, o que lhe acrescenta argumentos enquanto candidata. Palmas ainda para uma Suíça bem trabalhada

Se começássemos a ver os grandes torneios apenas a partir dos quartos de final, quando, em teoria, as melhores equipas são colocadas em xeque e começam a mostrar tudo o que têm, perderíamos certamente muito da competição. Por isso, apesar de a probabilidade de a Suíça ser campeã da Europa ainda ser baixa, não há melhor altura do que esta para isolá-la das demais seleções enquanto aquela talvez mais bem trabalhada do ponto de vista tático e organizacional.
Murat Yakin, que transporta apenas dois títulos de campeão helvético com o Basileia e leva já quase três anos a ouvir nas costas o Hop Suisse! em três línguas diferentes, depois de ter substituído Vladimir Petkovic após um Euro 2020 em que os rossocrociati eliminaram a França nos oitavos e foram logo depois afastados pela Espanha, levantou o edifício do seu jogo por cima dos alicerces Yann Sommer (36 anos), Akanji (28), Ricardo Rodríguez (31), Schar (32), Granit Xhaka (31) e Remo Freuler (32), garantias de enorme solidez e experiência extrema.
Daí para a frente, aproveitou a versatilidade de Aebischer, capaz de operar tanto na ala como no corredor interior, consoante o momento fosse defensivo ou ofensivo, e assim criar superioridades e assimetrias difíceis de anular, e juntou-lhe a irreverência de nomes como Rieder, Ndoye e Duah no apoio a Embolo. Tranquila com a bola nos pés, a Suíça mostrou saber atrair para ferir, revelando um QI futebolístico superior à maioria, o que não deixa de ser um óbvio sintoma do que as grandes equipas não estão a conseguir colocar no relvado.
É evidente que a Inglaterra tem melhores jogadores e uma melhor liga, ou seja, estará sempre mais bem preparada do ponto de vista dos argumentos necessários para ganhar qualquer discussão com o próximo rival, mesmo que as assimetrias britânicas pareçam mais handicap do que qualidade, e que o fio de jogo não se tenha mostrado em praticamente nenhum momento na Alemanha. O lado esquerdo está atrofiado e não se entende, o direito parece demasiado linear e previsível, a defesa raramente comunica com o meio-campo e é Bellingham a aparecer no último momento a marcar de pontapé de bicicleta ao mesmo tempo que carrega um piano ainda muito desafinado às costas.
A Espanha tem sido a seleção mais entusiasmante e é normal que a Mannschaft esteja logo a seguir nas preferências de quem tem andado atento ao torneio. É uma Roja diferente, ainda dominadora através da posse, porém, ao mesmo tempo, rapidamente capaz de verticalizar, na ligação direta entre verdadeiros senhores do passe, como Fabián Ruiz, e velocistas escorregadios, casos de Nico Williams e Lamine Yamal. Também os de Nagelsmann são parecidos na abordagem, já que Kroos lança e Musiala e Sané aceleram, o que torna natural o rótulo de final antecipada na partida de Estugarda.
Sim, é verdade que houve a Áustria das altas octanas, no entanto, todavia talvez apenas os mais românticos não soubessem que só até certo ponto se consegue substituir talento por organização e pressão a todo o campo. Mesmo que a maior injustiça do Euro não tivesse acontecido, naquela derrota com os turcos, dificilmente o conjunto de Rangnick poderia ter alguma hipótese de ser considerada uma segunda Wunderteam, tal a discrepância de capacidade individual entre a sua maior referência e a atual. Além disso, o seu contributo, apesar do gozo que deu a todos que viram, só é propriamente novidade em seleções.
De resto, o torneio tem primado pela normalização das ideias. A maior parte das candidatas são Espanhas em potência, mas com décadas de atraso para a original, incluindo a portuguesa. Turquia e Países Baixos apresentam igualmente hibridez interessante, embora com fragilidades defensivas que podem ser fatais. A França ainda sente a necessidade histórica de estabilizar à volta do vigor físico para poder saltar em transição e será sempre assim enquanto Didier Deschamps estiver ao comando. Depois, houve inúmeros blocos baixos e coesos. Onze jogadores de faca nos dentes a dar tudo. Mesmo que, por vezes, se potenciem autogolos.
Fabián Ruiz é, até aqui, o nome maior deste Europeu. A sua capacidade de distribuição alia-se à forma como rapidamente lança uma transição cirúrgica ou se aproxima do local certo para, ele mesmo, finalizar. Na formação de Luis de la Fuente, há ainda uma âncora chamada Rodri, a fiabilidade de Morata em praticamente todos os momentos de definição e dois miúdos, velozes, inconscientes e tremendamente talentosos: Nico Williams e Lamal. Como se não bastasse, quando Olmo entra, a criatividade dispara.
Olhar para a Alemanha e não ficar já com saudades de Kroos é praticamente impossível, mesmo que o brilho tenha vindo sobretudo dos da frente, por intermédio de Musiala, Wirtz e, agora, Sané, já que Nagelsmann sentiu necessidade de maior cilindrada no ataque. Portugal tem sido pouco mais do que Vitinha e Diogo Costa, com Cancelo, Nuno Mendes e Leão finalmente a quererem entrar na rotação certa, e em França ainda está tudo tão opaco que dificilmente ficaremos assim até final. Mas se ficarmos, nenhum mal virá ao mundo.
Nos Países Baixos, Gapko e Reijnders têm estado a grande nível, com Malen a parecer querer ganhar preponderância, e na Turquia se Arda Guler não é grande surpresa pelo que sempre mostrou, Ferdi Kadioglu até me faz esquecer que destros a alinhar à esquerda não é nada século XXI. Inglaterra é uma França com Bellingham, mas isso pouco quer dizer para daqui a frente. Pior do que está não fica. E, na Suíça, Aebischer tem sido o mais disruptivo taticamente.
Os artistas dribladores Kvaratskhelia e Mikautadze, e o estabilizador Kochorashvili fizeram que gostássemos um pouco da Geórgia, e foi mais uma vez um defesa, um tal de Calafiori, a fazer os italianos sonhar e a lembrar-nos a nós de Maldini. Já o meu amigo De Bruyne esteve demasiado só na Bélgica ainda mais porque Lukaku nunca apareceu. O Euro não está tremendo, mas também não está péssimo. E, já agora, que acabe com um bang!"

O efeito Ronaldo


"A Seleção portuguesa tem ótimos jogadores mas não rende aquilo que estaria teoricamente ao seu alcance. Olhemos para a equipa espanhola e vejamos o abismo que, em futebol jogado, a separa da nossa

Nunca fui um fã incondicional de Cristiano Ronaldo. A idolatria sempre me incomodou, e com Ronaldo ultrapassou todas as marcas. Hoje já não é bem assim, mas quando ele tocava na bola os relatores subiam o tom de voz e gritavam: «Bola em Ronaldo, Ronaldo, Ronaldo, Ronaldo…» – e a voz só esmorecia quando a jogada se perdia. Às vezes era golo – e aí os homens atingiam o êxtase.
Ao longo do tempo, a forma de jogar de Ronaldo foi-se alterando – o que mostra a sua inteligência ou a inteligência dos treinadores que o acompanharam, em especial Alex Ferguson. Quando foi para Manchester, saído do Sporting, Ronaldo era sobretudo um driblador. Um jogador muito habilidoso, quase um malabarista, que frequentemente se perdia nas tentativas individuais.
Mas Ferguson meteu na cabeça (na sua e na dele) que Ronaldo havia de ser um goleador. Logo à partida disse-lhe que iria marcar x golos por ano (um número muito apreciável). E Ronaldo marcou.
Mas não só a sua forma de jogar mudou. Mesmo o seu aspeto transformou-se: arranjou os dentes, mudou de penteado, e sobretudo ganhou arcaboiço: alargou o peito, endureceu os músculos e engrossou as pernas. O menino relativamente franzino que tinha vindo da Madeira para o continente já dificilmente se reconhecia naquele atleta robusto.
E à medida que a capacidade física e goleadora aumentava, a habilidade decrescia. A partir de certa altura, Ronaldo deixou de tentar fintar. Atirava a bola para a frente e corria. O malabarista cedeu o lugar ao concretizador, sempre de olhos postos na baliza. E foi o número crescente de golos marcados, batendo sucessivos recordes, que fez dele o melhor jogador do mundo. Messi sempre teve mais habilidade, mas também sempre marcou menos golos – e o objetivo do futebol não é fintar, é marcar.
Hoje, com quase 39 anos, Ronaldo ainda é um ótimo jogador. Talvez seja o melhor avançado português. Possivelmente tem lugar na Seleção por direito próprio. Mas o seu efeito na equipa é já muitas vezes pernicioso.
Porquê?
Por várias razões, todas concorrentes.
Em primeiro lugar, porque não admite ser substituído. Quando Fernando Santos não lhe deu a titularidade, no último Mundial, ele fez uma cena, despediu-se da Seleção, os dois travaram-se de razões – e quem acabou por sair não foi Ronaldo mas Fernando Santos. Ora um jogador que não admite ser substituído é um problema para o selecionador, que perde a autoridade perante os outros jogadores.
Em segundo lugar, o endeusamento de Ronaldo menoriza os companheiros, que se sentem pequenos ao lado da vedeta e perdem alguma motivação. A Seleção é Ronaldo e mais dez. A verdade é que, quando Ronaldo não está presente, os outros parecem jogar com mais alegria.
Em terceiro lugar, porque só quer a bola para ele. É certo que no jogo contra a Turquia até ofereceu um golo a marcar a um colega, quando se encontrava em boa posição – mas essa não é a regra. Nos livres nas imediações da área adversária agarra a bola com as duas mãos e não a cede a ninguém, mesmo havendo outros jogadores que rematam bem. E confesso que já não me recordo de ver um livre marcado por Ronaldo dar golo.
Em quarto lugar, porque, estando Ronaldo em campo, os companheiros tendem a jogar para ele, afunilando o jogo.
Tudo isto se tem observado neste Europeu.
Embora a Seleção portuguesa já esteja apurada para a fase seguinte, não fez nenhuma grande exibição, longe disso, e foi bafejada pela estrelinha da sorte. No primeiro jogo, não perdeu com a Chéquia porque não calhou: um jogador adversário resolveu marcar um golo na própria baliza, que nos deu o empate, e o golo da vitória resultou de outra oferta monumental de um defesa checo, que parecia uma galinha a pôr um ovo e, de cócoras, deixou a bola mesmo à frente de um nosso jogador, que só teve de a empurrar para a baliza. Um bambúrrio, já acontecido nos descontos.
E contra a Turquia, Deus voltou a ser português: quando os turcos buscavam com perigo o empate, também um autogolo os deitou por terra. Enfim, em momentos críticos, os adversários marcam por nós na sua baliza.
Aos 40 anos, Ronaldo ainda é um bom jogador e – repito – se calhar ainda tem lugar na Seleção. E seria muito útil se fosse um jogador como os outros: se se deixasse substituir, se permitisse que outros marcassem livres, se não concentrasse tanto as atenções sobre si próprio. Mas a realidade é o que é. E, assim, talvez Ronaldo seja hoje mais prejudicial do que benéfico a uma Seleção que tem ótimos jogadores mas não rende aquilo que estaria teoricamente ao seu alcance.
Olhemos para a seleção espanhola: e vejamos o abismo que, em futebol jogado, a separa da nossa."