sábado, 1 de junho de 2024
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Se alguém do benfica disse isto, o título é uma citação inventada tipo “o benfica está obrigado a vender”. Já no sporting, as palhaçadas mudam.
— Vermelhovzky (@Vermelhovzky_) May 31, 2024
Os “croissants” do Lumiar devem ser maravilhosos. pic.twitter.com/fZEJidC9Q9
Pentacampeão
"O destaque desta edição da BNews é a conquista do pentacampeonato nacional de polo aquático no feminino pelo Benfica e a restante atividade desportiva.
1. Quinto título consecutivo
A equipa feminina de polo aquático do Benfica ganhou, na negra, ao Fluvial Portuense e sagrou-se pentacampeã nacional. Sob a presença de muitos fervorosos Benfiquistas na piscina de Algés, o Benfica venceu a derradeira partida por 14-8. Madalena Lousa foi a melhor marcadora do Campeonato.
António Machado releva a mentalidade competitiva das jogadoras e aponta a mais títulos: "Queríamos muito ganhar, demos a volta ao jogo e fomos uns justíssimos campeões nacionais, contra tudo e contra todos. Agora, vamos tentar a tripleta." O treinador do Benfica enaltece o apoio prestado pelos adeptos: "A força deles fez-nos virar este jogo. Vamos continuar com toda a ambição."
2. Eliminatória empatada
No 2.º jogo das meias-finais do Campeonato Nacional de futsal, o Benfica venceu, por 3-6 após prolongamento, no reduto do Braga. Mário Silva explica a vitória: "Fomos rigorosos no capítulo da estratégia, nomeadamente na bola parada e no 5 para 4 defensivo, criámos perigo e construímos o resultado."
O jogo decisivo é em Braga na segunda-feira.
3. Desaire inicial
No primeiro jogo das meias-finais do Campeonato Nacional de hóquei em patins, disputadas à melhor de cinco, o Benfica foi derrotado pela Oliveirense após desempate por penáltis.
Nuno Resende elogia a atitude dos jogadores e refere aspetos a melhorar: "Acho que a equipa trabalhou bastante, todos estiveram ao nível alto do compromisso. Temos de melhorar algumas situações, ou no último passe, ou na tomada de decisão. Escolher melhor as ações em virtude daquilo que o jogo nos possa dar."
4. Chamada internacional
Bah está convocado para o Campeonato da Europa pela seleção dinamarquesa.
5. O adeus de um capitão
Paulo Moreno, o capitão do andebol benfiquista que ergueu o troféu da EHF European League, está de saída do Benfica. "Vou sentir falta de vestir o Manto Sagrado, e das pessoas. Pode ser que um dia venha fechar esta história linda de 19 anos", refere.
6. Em busca do pleno
A equipa feminina de andebol joga no sábado, às 11h30 em Santo Tirso, com o Colégio de Gaia a contar para as meias-finais da Taça de Portugal. Ana Silva dá a receita: "Entrar para vencer, respeitando o adversário."
7. Título em análise
A época dos Sub-18 de basquetebol foi um dos temas do programa da BTV SL Modalidades, que contou com a presença de Hugo Matos, coordenador da formação da modalidade. A equipa masculina terminou o Campeonato no 2.º lugar, enquanto a feminina sagrou-se, pela primeira vez, campeã nacional.
8. Acervo aumentado
O Museu Benfica – Cosme Damião recebeu mais 30 troféus referentes a recentes conquistas de diversos escalões de várias modalidades do Sport Lisboa e Benfica.
9. Ação de solidariedade
A Fundação Benfica e a associação AMINGA, criada pelo basquetebolista João "Betinho" Gomes e pela team manager da equipa feminina de basquetebol do Benfica, Sofia Ramalho, e que visa ajudar crianças desfavorecidas em Cabo Verde, voltaram a colaborar, com a primeira a promover um donativo à segunda."
Onde Flick, Kompany e Conceição se cruzam
"Um clube não pode nunca esquecer a sua identidade na altura em que toma decisões importantes. É verdade para Barcelona e Bayern, mas também para o FC Porto
Soa quase a traição, mas confesso que dei por mim a pensar se o Barcelona não se teria mesmo decidido a renegar a sua história, os momentos de maior glória, e escolhido um caminho contranatura, que segue em sentido oposto àquele por onde caminha com sucesso Pep Guardiola. Sempre pareceu impensável e, não acontecendo agora, continuaria a sê-lo durante muitos anos, porque essa estrada que abandona é a do ser Barça, já desbravada antes de Pep. O catalão apenas o tornou uma máquina demolidora.
Há uma caricatura aqui algures que reduz Hans-Dieter Flick a apenas uma das características do seu modelo: a da verticalidade feroz. Há mais no alemão que ganhou tudo, inclusive a Liga dos Campeões, em 2019/20. Sobretudo uma ideia de domínio e de ataque posicional, que tem de deixar alguma esperança aos culers.
Na verdade, Guardiola só há um e mesmo esse teve de se adaptar. No seu tempo em Barcelona, havia uma lei não escrita que abolia contra-ataques e cruzamentos. Eram encarados como pura heresia. Hoje, há Haaland no centro de decisão do seu City, que já não renega a objetividade na chegada à baliza, mesmo que continue a privilegiar a segurança dos 15 passes do juego de posición.
Por outro lado, tirando Tito Vilanova, adjunto e sucessor, e talvez o ainda mais purista Quique Setién, quem se sentou posteriormente no banco criou a sua própria versão, mais ou menos afastada, da que elevou a equipa ao Olimpo e lhe colou o rótulo de melhor da história. Foi assim com Tata Martino, Luis Enrique, Ernesto Valverde, Ronald Koeman e, até, com Xavi.
Se o atual técnico do PSG foi o mais bem-sucedido até pela conquista da Champions e ao do Athletic tenha faltado precisamente esse domínio continental, já o antigo pupilo parecia estar pronto a começar de onde aqueles dois tinham chegado, finalmente decalcando as ideias bem-sucedidas do mestre. Só que Xavi apanhou um clube em grave crise financeira e em fase de navegação à vista, que impedia planeamentos a médio e longo prazo, e um regime presidencialista errático até na política desportiva assumida.
Ainda reabriu as portas de La Masia, porém levou sempre demasiado a peito as críticas, tantas injustas, quando até o aconchego de Camp Nou lhe tiraram, em virtude da remodelação do estádio, e se mudaram de armas e bagagem para o alto do frio planalto de Montjuic. Ter-lhe-á também faltado estabilidade, a todos os níveis, para dar continuidade ao título de campeão e à supertaça conquistados no primeiro ano.
Chega agora Flick depois de uma experiência desastrosa e frustrante na seleção alemã. Não só em termos geracionais a Mannschaft apresentava lacunas, como algumas escolhas terão lembrado as críticas que lhe atiravam na direção da Sabener Strasse, sobretudo após uma ou outra aposta no mercado de transferências. É óbvio que o sucesso fez diluir os problemas em Munique, porém há quem não esqueça algumas decisões mais bizarras, bem como a tentativa de garantir poder de veto nas contratações, perante a direção dos bávaros. Algo que certamente também contrariaria o regime presidencialista que Laporta impôs na capital da Catalunha.
Ao mesmo tempo, em Munique, e depois de Hansi ter sido um dos muitos a dizer não à sucessão de Thomas Tuchel, confia-se no conselho de Guardiola para colocar todas as fichas, depois de um ano falhado a todos os níveis, em Vincent Kompany, que também teve a sua quota de fracasso, com a descida do Burnley ao Championship. Parece, perdoem-me, o mundo virado do avesso. Primeiro, por nenhum dos convidados querer treinar o Bayern – terão ligado a Mourinho, que certamente arranha o alemão e assim evitaria anúncios deprimentes para quem tanto festejou as suas conquistas? –, depois a escolha de Kompany, que até pode ter boas ideias, todavia, sentiu inúmeras dificuldades em aplicá-las.
Guardiola está obviamente ligado tanto ao Barcelona como aos bávaros e não deixa de ser curioso que seja o seu clube de sempre a desistir primeiro da sua filosofia – embora para Laporta tudo seja entendível tendo em conta o perfil populista e pouco estruturado – e aquele que representou durante três épocas, sem consagração continental, o que a pretenda recuperar. Pelo menos, em parte. Não seria mais lógico o oposto? Mesmo que ambos acabem, contra todas as expetativas, por eventualmente ter sucesso.
Claro que isto acontece ao mesmo tempo que, por cá, chega ao fim um ciclo de sete anos, que começou naquele «eu não vim aqui para aprender, mas para ensinar, eu sou treinador do FC Porto». Deixa o banco o técnico que, para o bem e para o mal, em muitos, muitos anos, mais ligava as bancadas ao relvado, como se fosse uma extensão destas. Além de todo o talento para a estratégia, sobretudo de um ponto de partida da anulação do adversário e do aproveitamento das suas fragilidades, mais do que da elaboração de um ataque posicional realmente impositivo perante qualquer adversário, era o primeiro a exigir o máximo aos seus atletas, um nível de compromisso que seria sempre mais elevado por ele próprio o ter vivido e sentido na pele enquanto jogador.
Virá um outro técnico e a manutenção do ADN da equipa, que é ainda o do clube, será fundamental. Os adeptos não vão querer ver ópera, se isso significar que a resiliência baixou, que não haverá faca nos dentes na recuperação de cada bola e que a equipa não sabe lutar contra as adversidades. Ainda mais, Sérgio Conceição acabou de ganhar a Taça, seriam poucos os que não prefeririam a sua continuidade, nem que fosse pela forma como manteve o grupo competitivo durante o desinvestimento.
Foram anos a fio em que todos sabiam com o que podiam contar. Hoje, não o sabem. Por isso, será para Villas-Boas importante escolher bem, a fim de que o grupo não perca o que tinha e lhe seja acrescentada ainda mais qualidade, sobretudo com bola."
Quando Dona Celeste Olímpica levou uma facada pelas costas
"Cesáreo Onzari, com o pé esquerdo, num canto do lado esquerdo, fez a bola voar direita ao golo.
Entre argentinos e uruguaios não há derrota sem vingança. E cada duelo merece resposta adequada o mais depressa possível. Foi assim em 1924, quando o Uruguai venceu o torneio de futebol dos Jogos Olímpicos no Estádio de Colombes, em Paris, batendo a Suíça por 3-0. Dia 9 de Junho. A Celeste Olímpica orgulhosa das suas medalhas de ouro, regressou a casa no meio de uma festa vibrante. Os jogadores da Albi-Celeste (que não foi olímpica porque os seus dirigentes decidiram não entrar na competição que, na realidade, na altura era o verdadeiro Campeonato do Mundo) alimentavam intimamente a revolta contra os seus vizinhos. E assim, no dia 28 de setembro, ambos estavam frente a frente, para que os argentinos pudessem provar que não havia na América do_Sul ninguém que pudesse ser melhor do que eles. A desforra está no sangue daqueles que vivem nas margens do Rio de La Plata. Como dois cowboys num duelo ao anoitecer (de preferência com música de fundo de Ennio Morricone), sacaram das armas de que dispunham no velho Estádio de Sportivo Barracas, entretanto vítima do camartelo para dar lugar a uma larga praça arborizada na Avenida Vélez Sársfield, em Buenos Aires. A raiva contida argentina chocava com a sensação de superioridade uruguaia. Talvez por isso não seja de admirar que o tremendo encontro de ‘revancha’ tenha durado apenas quatro minutos. Horacio Martínez Seeber, um radioaficcionado, e Atilio Casime, chefe da secção desportiva do mítico diário Crítica, estavam prontos para chegar aos ouvidos de milhares de argentinos com a primeira transmissão em direto de um jogo de futebol realizada no país. O momento parecia solene, mas os espetadores fanatizados até aos interstícios dos seus cérebros drogados pela ideia da vindita estiveram-se simplesmente borrifando para a solenidade. Numa mole humana impulsionada apenas pelo ódio aos vizinhos platenses invadiram o campo e obrigaram os jogadores das duas equipas a esconderem-se como puderam. A carga de cavalaria veio depois. Dispersou a maralha mas não apaziguou as hostes. A refrega estava para durar.
O bom senso não teve lugar nesse tempo, cem anos agora decorridos. Teimosos, os argentinos não abandonaram a ideia da desforra e o jogo foi remarcado para o dia 2 de Outubro, apenas quatro dias mais tarde. Era brincar com o fogo, mas há lá fogo que arda mais do que a fogueira do orgulho ferido. Horacio e Atílio regressaram ao Sportivo_Barracas com os seus microfones – três, um para cada um e o último para recolher o som do ambiente – com a secreta esperança de que, finalmente, e à sua maneira, iriam fazer parte da história do futebol da Argentina. E fizeram.
Agora, por ordem abstrata, entra em cena Cesáreo Onzari, um canhoto que fez carreira no Sportivo Boedo no Mitre e no Huracán. Era precisamente aqui que eu queria chegar. Estavam dois pares de 52 mil olhos (se excetuarmos os amblíopes) fixados nele no minuto 15 desse jogo extraordinário. Cesáreo pegou na bola para marcar um pontapé de canto do lado esquerdo. Nesse tempo ainda se chamavam aos pontapés de canto livres de canto. Era um castigo para aqueles que despachassem a bola para fora da sua linha de baliza. Pela novas regras da FIFA, livre era livre, e neste caso direto. E Cesáreo foi mais direto do que alguém poderia ter sido – aplicou um pontapé em arco, perfeito e glorioso como um arco-íris, e a bola voou sobre toda a defesa do Uruguai e entrou na baliza no canto mais distante, mesmo naquele ângulo de noventa graus que é formado pela junção da trave e do poste. Nunca se vira nada assim. Os ‘hinchas’ bradaram aos céus e ameaçaram voltar a invadir o campo, desta vez para celebrar a alegria. A cavalaria estava atenta e o jogo pôde prosseguir apesar da fúria à solta. A Argentina venceu por 2-1 e excitou um país inteiro com o convencimento de que, afinal, era superior ao inimigo que lhe fica frente a frente, logo do lado de lá da imensidade do estuário de La Plata. O golo de Cesáreo Onzari passou a ter um nome: golo olímpico. Não vale a pena explicar porquê, pois não? Passaram-se cem anos e por qualquer motivo bacoco há alguém que grita na rádio ou na televisão: «Estivemos à beira de um golo olímpico!» Não, não estiveram. Um golo olímpico é um golo de canto (livre) direto como o daquele inesquecível dia de princípios de Outubro de 1924. Perguntassem, se fossem a tempo, a Horacio Martínez Seeber que o relatou num berro quando percebeu que a sua Argentina estava na estrada de uma vitória emérita. Ou a Atilio Casime que o comentou serenamente perante uma turba ululante que não desistia de invadir o campo. Dona Celeste Olímpica acabara por levar uma facada pelas costas…"