sábado, 27 de abril de 2024
Mensagem...
Benfica 7 - 1 Braga
Goleada, contra os nossos prováveis adversários nas Meias-finais do play-off, que hoje jogaram desfalcados, mas foi importante enviar a mensagem que o Benfica é o favorito!
Kutchy em grande... numa partida, onde andámos a fazer pontaria aos postes!!!
Para a semana temos a Champions, tudo pode acontecer...
Juniores - 10.ª jornada - Fase Final
Goleada diante o líder, reduzindo a desvantagem para 3 pontos, ficando agora o Benfica à espera dum deslize do Braga nas jornadas que faltam! Com esta goleada, ficámos com vantagem no confronto direto.
Após este jogo, fica difícil compreender como é que o Benfica está atrás do Braga na classificação! É verdade que 'baixámos' alguns jogadores dos sub-23, mas após a lesão do Neto, devíamos ter reagido de imediato, e esta 'substituição' atrasada pode nos ter custado o título...
Mais uma expulsão completamente absurda dum jogador do Benfica! Recordo-me duma expulsão igual, num jogo dos Iniciados! Parece que só os putos benfiquistas, são expulsos desta forma!
O sucessor de Schmidt já saberá ao que vem
"Rui Costa não tem de perceber de futebol para tomar as melhores decisões, o que não tem acontecido ao longo desta temporada, desde logo ao deixar Schmidt a ‘arder’ sozinho
Há uma ideia a que volto de tempos a tempos. Por mais assistências assinadas, golos marcados, jogos realizados, campeonatos em que tenha estado ou internacionalizações somadas, enfim, por melhor que tenha sido, um ex-jogador não será automaticamente um bom treinador ou sequer um razoável futuro dirigente. É para mim o paradigma e até que me apresentem um novo, indisputável, continuarei a acreditar neste.
Não é que não se assista, de vez em quando, ao nascimento de grandes técnicos a partir de verdadeiros craques, porém essa não é uma relação de causa-efeito. Diria que se um determinado futebolista já mostra essa apetência em campo, com uma inata capacidade de leitura e, ao mesmo tempo, uma curiosidade que depois terá de saciar com vários porquês junto dos seus treinadores e nos cursos existentes para o efeito, estará muito mais próximo de consegui-lo. Para os restantes, é como fazer jogging e achar que se está preparado para jogar futebol com os amigos. São músculos diferentes, constantes alterações da frequência cardíaca, por isso esqueçam se estiverem a pensar nisso.
Outra premissa importante é que não há ninguém omnisciente, alguém que preencha todos os requisitos. Isso é válido para todos no futebol, seja um jogador, um treinador ou um dirigente e, para fora deste, na nossa vida profissional. Todos somos compostos por várias camadas, com o registo de competências e lacunas, e felizmente percebemos a certa altura da nossa existência enquanto humanidade que funcionamos melhor em equipa. Mesmo que a última decisão seja de um líder.
Vejamos o caso do Benfica, de Rui Costa e Roger Schmidt. O alemão somou no último fim de semana mais três pontos, agora com uma exibição sólida num terreno que não tem sido fácil para ninguém, e foi premiado com nova onda de insatisfação e mais objetos atirados na sua direção - algo que da primeira vez já tinha sido vergonhoso o suficiente para que se pudesse sequer pensar numa segunda. O presidente das águias só reagiu ao início da noite do dia seguinte na televisão do clube e nem por uma única vez proferiu o nome do técnico. O que disse ou o tom usado teve zero impacto comunicacional. E emocional. Foi claramente insuficiente. Rui Costa voltou a não estar lá para Schmidt, da mesma forma que o seu antecessor não esteve para os técnicos anteriores.
Um clube funcionará sempre melhor quanto mais competente a sua organização for nas várias áreas, desde a liderança ao scouting, passando pela academia de formação e pelos nutricionistas, médicos, fisioterapeutas, tratadores de relva, técnicos de equipamentos, contabilistas, advogados e por aí fora. Esse, por exemplo, foi o paradigma que Ralf Rangnick, atual selecionador austríaco, hoje falado para o Bayern, trouxe para a Red Bull e que está certamente na origem do sucesso que a empresa tem tido no desporto. É, por isso, que quando se trata do futebol ou de qualquer outra modalidade, o sucesso será sempre mais facilmente atingível quando a visão e as práticas tiverem um objetivo comum.
A ideia mata o provincianismo instalado. Uma direção não deve ser um grupo de amigos, mas sim formada por profissionais competentes nas suas áreas e com valências complementares. Tal como uma equipa técnica não pode reunir apenas velhos conhecidos, todos têm de acrescentar algo.
Quando se aborda a questão do mercado de transferências, para mim essencial na avaliação de Schmidt nesta segunda temporada, há duas ideias que não podem entrar em conflito: a política do clube e a ideia de jogo. Se um emblema tem de contratar para maturar e vender, irá naturalmente à procura de talento rentável, que pode não ser aquele mais enquadrável no modelo. Se não o for, fica desde logo com menor potencial de rentabilização. Enzo Fernández funcionou porque tinha as características certas para o que o técnico pretendia. Ou seja, mais do que comprar por comprar, o Benfica terá sempre de ser mais seletivo para encontrar o melhor dos dois mundos.
Depois, um clube não pode ficar à deriva quando um alvo falha. Não se passa de Kerkez para Renan Lodi e se tropeça em Jurásek, para a seguir se adaptar Morato, emprestar o checo e ir buscar Carreras, quando, por fim, acaba aí a jogar Aursnes. Onde entra aqui o scouting, a estrutura do futebol e o próprio presidente?
Ao contrário do que os adeptos pensam e do que o próprio entende sobre o que estes devem pensar de si, Rui Costa não tem de perceber de futebol. Tem, sim, de tomar as decisões certas. Rodear-se de uma equipa que o ajude a fazê-lo, a fim de que dê sempre os tiros mais acertados. Se o treinador falhou, cabe-lhe perceber porquê. Se as contratações não resultaram também. Se há uma onda de ruído a crescer à volta da equipa meses depois da festa no Marquês necessita combatê-la, para que esta tenha a tranquilidade necessária para jogar na sua plenitude. Se não sabe o que dizer, deve procurar aconselhar-se. Hoje, a comunicação é tudo. Ou quase.
O que tem acontecido à volta de Schmidt esta época é intolerável, sejam ou não as críticas justas. E só atingiu este ponto porque nada tem sido feito. O incêndio continua ativo e não há quem pegue no extintor. E isso, para mim, é falta de liderança.
Rui Costa deixou que a sua grande aposta fosse ardendo sem ter ninguém óbvio para o substituir. E basta olhar para os nomes até aqui sussurrados para percebê-lo. Qualquer decisão que agora tomar, daqui a quatro jogos, como parece querer fazer, será sempre má. Tão má, que o mal menor será o alemão, em carne viva, continuar. Porque a multidão só se calará, talvez, com uma impensável nova renovação.
É que há algo que todos se parecem estar a esquecer na Luz. Roger Schmidt não só é um nome conhecido - basta olhar para o que pensam dele lá fora -, como quem vier para lhe suceder já naturalmente saberá também com o que pode contar por parte desta direção de Rui Costa."
A decisão mais difícil de Rui Costa
"Se Rui Costa for contra a corrente vai comprar uma guerra e enfrentará tarefa hercúlea
Em que berbicacho está metido Rui Costa! O presidente do Benfica enfrenta a decisão mais difícil do mandato: manter ou dispensar Roger Schmidt.
Se o líder escutar a voz da massa adepta, não a barulhenta e incivilizada minoria que se insurgiu em Faro, mas da que efetivamente conta e deve ser ouvida, e o próprio, como poucos na nação encarnada, saberá auscultar, então o treinador terminará a carreira no clube.
A maioria (arrisca-se) esmagadora dos benfiquistas não quer a continuidade de RS. Os fundamentos do fracasso, mais do que os resultados, esta época criaram aversão ao técnico, retirando-lhe benefício da dúvida, que justamente mereceria por contingências que contribuíram para o insucesso, mas não lhe devem ser exclusivamente imputadas. Desde logo, o inconcebível rol de reforços falhados, que se repercutiu em irremediável mau futebol.
Mas cometeu equívocos. O maior, ter teimado em equipa sem n.º 6, até que nela teve de repor Florentino. Mais do que a gestão (desequilibrada) do plantel, porque, convenhamos, no grupo há muita parra e pouca uva. Sem (bons) laterais e sem pontas de lança (que cumpram a principal função: marcar), por mais que se peça a médios criativos (Kokçu), extremos municiadores e gazuas (Neres, Rafa) ou ao talento puro que desequilibre (Di María) — e amiúde decidiu... —, não se pode pedir sequer sistema de jogo eficaz e muito menos resultados.
Se RC despedir RS, preconizará política de terra de queimada. Fim de ciclo. Um ano depois deste ser o treinador. Mais uma prospeção pelo perfil certo, outra carrada de dispensas e contratações. Ao invés, se RC for contra a corrente, vai comprar guerra, enfrentará tarefa hercúlea que lhe poderá custar o futuro no Benfica. E por isto, futuro é o que RS não deverá ter no clube."
25 de Abril e maus exemplos
"Em Espanha são muitos os clubes que utilizam os seus estádios principais nos jogos da Liga F
Celebra-se hoje o 25 de Abril. Há exatos 50 anos, Portugal libertou-se das amarras e a Democracia, que pode até ter demorado a dar os seus frutos, entrou pujante na sociedade portuguesa, em todas as vertentes. Também no desporto e em particular no feminino, sendo evidente e notória a afirmação da mulher no desporto no pós-25 de Abril… não querendo com isto dizer que o fosso entre homens e mulheres no desporto e concretamente no futebol não seja ainda grande, muito grande.
É fácil olhar para o lado e dizer palavras bonitas, do género «há muito para fazer» ou que «existe um longo caminho a percorrer». Sim, mas acima de tudo é necessária vontade para colocar mãos à obra. E na verdade, essa vontade nem sempre existe onde ela seria mais expectável.
Exemplo? Só esta época, de novembro para cá mais concretamente, disputaram-se quatro dérbis no futebol feminino, dois para o campeonato e dois para a Taça de Portugal. Sabem quantos se disputaram nos estádios principais? Se responderam nenhum, acertaram. Mesmo havendo disponibilidade, ou seja, desencontro de datas no calendário masculino e feminino, para tal.
Verdade que o Benfica jogou no Estádio da Luz esta época, para a Liga dos Campeões feminina, mas nesta fase da prova (quartos-de-final em diante) a UEFA a isso obriga.
Para o último Sporting-Benfica, para a Taça, mal se deu conta que havia um dérbi; a promoção foi residual, os bilhetes, só estiveram disponíveis para sócios do Sporting… quem não é sócio, não pode ir à bola? A responsabilidade não é só dos clubes naturalmente, mas na fase em que estamos de envolvimento entre todos os promotores do feminino, não faz sentido este tipo de abordagem.
Neste aspeto «ainda temos muito que aprender» com os exemplos que chegam do país vizinho. Em Espanha são muitos os clubes que utilizam os seus estádios principais nos jogos da Liga F, todas as partidas têm transmissão em direto nos principais canais. E se quisermos ir mais longe, até Inglaterra, aí já temos estádios cheios todas as jornadas com o futebol feminino. Havemos de lá chegar.
Bom 25 de Abril!"
Limites...
""Compreendo a critica contra nós, mas há limites. Quando se começa a atirar coisas e a cuspir nos jogadores... Esperamos o mínimo de respeito. Os valores no Mundo estão a baixar. Respeito, verdade, honestidade são coisas básicas na vida que temos de esperar de todos. Não estamos a ganhar o suficiente esta época mas os jogadores estão a fazer tudo. Estamos a dar o nosso melhor. Aceitamos a crítica mas não ao nível que vimos na Segunda-feira."
Roger Schmidt"
Cabeça
"Não foi de cabeça que o Benfica marcou nenhum dos três golos de uma vitória justa e clara frente ao Farense, mas é com “cabeça” e do que está “dentro da cabeça” que o Benfica mais precisa neste momento.
A derrota em Marselha deixou feridas profundas, difíceis de sarar, e não seria uma vitória (mesmo que com uma boa exibição, como foi…) frente ao Farense que as iria curar, mas a forma como alguns, e sublinho alguns, dos adeptos presentes quiseram demonstrar o seu desencanto com esta época, que mais do que compreensível é justificado, é tudo o que não pode acontecer.
Toda e qualquer crítica é legítima e respeitável, mais ainda quando essa crítica baseia-se em factos inegáveis - a má época do futebol masculino do Benfica -, mas “atirar” objetos, numa triste moda que parece ter vindo para ficar, ou insultar com cânticos ofensivos quem exerce funções no Benfica, não só é cobarde e grosseiro, como faz perder toda e qualquer razão que pudessem ter.
O que alguns, repito e sublinho alguns, adeptos benfiquistas fizeram no final do jogo de anteontem não só não resolveu um único problema dos que temos para resolver, como constituiu um belo “pratinho” para os nossos adversários, mesmo aqueles que estão a 11 pontos na classificação, ficarem felizes.
Todos sabemos, e sentimos, que o desporto é paixão e que o amor ao nosso clube nos faz ter atitudes irracionais e que não nos orgulhamos, mas essa paixão, essa “chama imensa”, não pode resultar em atos como aqueles que vimos em Faro.
“Cabeça”, muita “cabeça”, pensar não duas, mas vinte vezes, antes de fazer ou falar, é o que se pede a todos. Pelo Benfica!"
O homem que tentou que Pelé trocasse os pés pelas mãos
"O Tite ensinou Pelé a ter coragem quando este ainda se chamava Gasolina. Foi um goleador implacável.
Era de antes de Pelé mas também de durante Pelé. Tite, quero dizer. Ou de nome completo, se preferirem, Augusto Vieira de Oliveira. No Santos, onde jogou vindo Goytacaz Futebol Clube, uma organização desportiva da cidade de Campos dos Goytacazes, no estado do Rio de Janeiro, e com passagem breve pelo Fluminense, ainda teve a alcunha de Rei do Futebol. Não durou muito, como imaginam. Augusto, o Tite, tinha como passatempo ir ver os jogos da garotada do Santos. Num deles, a final do campeonato paulista juvenil de 1956, o Santos defrontou o Jabaquara, e do lado santista atuou um menininho de 15 anos que levava a alcunha de Gasolina mas se chamava, na verdade, Edson Arantes do Nascimento. Nada de Pelé. Pelé foi a seguir. Nesse tempo era Gasolina e era um pau. O Jabaquara tomou a dianteira do marcador e tinha tudo para ser campeão quando, à beirinha do fim, o árbitro, Ramualdo Arppi Filho assinalou grande penalidade a favor do Santos. Gasolina podia ainda não ser Pelé mas era, de caras, melhor do que os outros todos juntos. Por isso, agarrou na bola e foi com ela debaixo do braço até à marca de penalti. Os adeptos do Jabaquara – conhecidos pelos Leões do Macuco – fizeram um estardalhaço daqueles, mas Ramualdo afirmou que o marcado marcado estava e não voltou com a palavra atrás. O guarda-redes não dava confiança por aí além: era magrinho, quase parecia tísico, com perninhas de codorniz. O nome batia-lhe certo, à medida: Fininho. Mas, finguelinhas ou não, lançou-se com valentia para a bola chutada por Gasolina e defendeu de forma tão segura que nem deu direito a recarga. Aquele que viria a ser Pelé mas ainda não era chorou baixinho, só para ele, caminhando devagar através do relvado, quando um mamífero imponente lhe colocou a mão no ombro e disse: «Calma garoto. Fique tranquilo. Você ainda vai ter mais de mil chances de golo para marcar». Era o Tite. E tinha razão.
Claro que adivinhar um futuro brilhante para o pequeno Gasolina não exigia dotes de vidente, de bruxo, de pai de santo ou de o diabo que o carregue. O garoto abafava. E o público saltava dos seus lugares como se tivesse molas no rabo de cada vez que ele assinava um lance inimitável.
Já Tite, o Tite, não teve a vida fácil. Nasceu lá nos Campos dos Goytacazes em Junho de 1930, marcava golos à velocidade que os coelhos esburacam luras, mas no Fluminense o assunto complicou-se. Como jogava sobretudo sobre as pontas, esbarrou com dois daqueles donos exclusivos dos lugares, Telê Santana, na direita, e Quincas, na esquerda. Começou a ver a carreira muito mal parada até que se lhe abriram as portas do tal Santos Futebol Clube que tinha um rapazinho chamado Gasolina e que viria a ser Edson Arantes do Nascimento, ou melhor, como dizia Nelson Rodrigues, por extenso Pelé. Apesar de ser, geralmente, um extremo, o Tite era daqueles Pé-Quentes inolvidáveis e irrepetíveis: marcava golos atrás de golos atrás de golos. Jogou na seleção brasileira o lado do fedelho a quem dava conselho e que, pelo caminho, já era Pelé. E com outros como Del Vecchio, Zito e Mazzola. No dia 17 de outubro de 1974 decidiu que já chegava de jogar com os pés e começou a jogar com as mãos. Tinha uma habilidade inata para fazer tinir o violão. Foi fazendo canções que alegravam os companheiros quando estes estavam fechados nos estágios. Aparecia de surpresa, pegava nas seis cordas, desembrulhava uma marchinha ou um sambinha, bebia o seu copo de cachaça e voltava a dizer a todos o mesmo que dissera a Gasolina antes de este ser Pelé: «Rapaziada, vão lá para o gramado que ainda têm mais de mil golos para marcar!». A sua Canção do Infinito fazia com que os companheiros pedissem bis até ele se cansar e regressar a casa. Ia feliz. Passara um ano no Corinthians mas o Santos foi sempre a sua casa. O médico deu-lhe a notícia definitiva: cancro no pulmão. Fugiu da morte enquanto pôde, num bar de chorinho, em Gohayó, SãoVicente, a primeira vila portuguesa inaugurada na América do Sul. Ainda ensinou Pelé, já Pelé, a tocar violão. Puxa! Como tocava mal o crioulo. Ainda bem que não trocou os pés pelas mãos."