domingo, 10 de março de 2024
Entrada forte...
Turquel 1 - 5 Benfica
Pavilhão tradicionalmente complicado, mas este ano o Turquel está mais fraco...
Vitória...
Benfica 91 - 61 Galomar
23-16, 18-18, 28-10, 22-17
Superiores, mesmo com muita gestão...
Agora, temos a Final Four da Taça de Portugal.
Mais uma...
Benfica 3 - 0 Leixóes
25-17, 25-20, 25-19
O Leixões tem tido jogos muito bons este ano, contra equipas de topo, mas hoje o Benfica não deu qualquer hipóteses!
Vantagem...
19-17
Podiam ter sido mais, mas vamos para a 2.ª mão na Turquia, com 4 golos de vantagem!
O ano passado fomos eliminados na Turquia, com um jogo muito estranho, onde inclusive somaram 1 golo a mais, às nossas adversárias, mas este ano temos um plantel com mais opções, e parece-me que somos mesmo melhores...
Derrota...
Benfica 0 - 1 Santa Clara
Resultado algo ingrato, contra o principal candidato à subida, num jogo, onde não fomos inferiores, mas faltou ser mais agressivo nos últimos 15 metros!
Estreia do Prestianni, a jogar no meio, praticamente como 10, notou-se a falta de ritmo, depois de muito tempo parado, mas o toque de bola não engana. Demonstrou ainda boa capacidade de passe, algo que me surpreendeu, já que ele vinha rotulado de driblador...
Juniores - 5.ª jornada - Fase Final
Vitória escassa, numa partida onde demonstrámos muita superioridade, onde além do nosso desperdício, o apitadeiro tudo fez para nivelar o jogo!
Inacreditável como a agressão no final, só deu Amarelo ao aprendiz dos Corruptos! É assim, em todos os escalões, em todas as modalidades, que os Corruptos, 'equilibram' as coisas, terreno completamente inclinado, e depois usam o alibi da rassa! Hoje, podia e devia ter sido uma goleada...
Juvenis - 4.ª jornada - Fase Final
Braga 1 - 2 Benfica
Fernandes(2)
Remontada ainda na 1.ª parte, numa vitória importantíssima, mantendo assim a invencibilidade, abrindo 5 pontos de vantagem para o 2.º classificado.
Infantilidades para dormir!!!
"Paulo Sérgio arrasa jogadores do Portimonense: «Temos de erradicar as infantilidades. Isto não é os juniores».
E umas investigações em Portimão!?
Já está mais que na hora, não!?…"
Amigos são para as ocasiões...
"Talvez um dia alguém tenha coragem - e vontade - de investigar os jogos entre Portimonense e FC Porto.
Até lá teremos sempre um jogo entre amigos, em que um ganha e outro, coitado, mais não faz do que marcar presença.
Tantos defesas e nenhum conseguiu meter o pé à bola. Mais um passe mal medido entre os jogadores de Portimão.
São tantas as vezes e em tantos jogos entre eles que já se normalizaram situações destas. 🤔"
Sport Di Maria...
"Quando é que vai acabar de vez esta brincadeira do Sport Di Maria e Benfica? Já não há saco para levar com um reformado em campo, que mina a equipa em todos os seus processos. Podem meter o meio campo que quiserem que nenhuma equipa resiste a um gajo que manda a bola à merda 42 vezes num jogo. São 42 vezes que a equipa tem de recuperar novamente a bola a fazer piscinas para cima e para baixo. Não há equipa que aguente isto, nem uma equipa profissional de atletismo! Na Liga, atingiu já a absurda marca de 400 (!!!!) perdas de bola...verdadeiramente surreal!
Esta situação de meter este reformado em campo 90 sobre 90 minutos, sem nunca ser substituído sequer, já se está a tornar doentia. Não acreditamos sequer que o treinador o continue a fazer, vendo perfeitamente que ele é o maior responsável pela falta de um verdadeiro colectivo. Terá Rui Costa assinado uma clausula no contrato de Di Maria que obrigue a que ele jogue todos os jogos que está disponível?
É que nem sequer podemos rezar por uma eventual lesão muscular de Di Maria que o obrigue a ficar de fora, porque ele simplesmente não sobrecarrega os músculos a esse ponto, é jogging durante 90 minutos, até faz bem à saúde!
Antecipando os comentários dos adeptos mais imbecis à face da terra, os Benfiquistas que gostam tanto do clube que não aceitam que se critique as coisas que podem melhorar o Benfica, dizemos já que vamos continuar a denunciar todas as situações que prejudiquem o Benfica, doa a quem doer. Relembramos que fomos dos primeiros a denunciar Luis Filipe Vieira. Já denunciámos também o comportamento e o silêncio de Rui Costa perante tudo o que prejudica o Benfica. Cada dia com Rui Costa à frente do Benfica é um dia perdido para a existência do Benfica. Não vai ser bonito o estado em que o inapto Rui Costa vai deixar o Benfica."
Benfica e o caminho para sair da crise
"Alguém vai ter de dizer a Roger Schmidt que ele só poderá contar para a solução se deixar a teimosia de todos os dias aumentar o problema
Um pouco de lucidez, se faz favor. O Benfica vive um caos emocional. Quando a equipa joga, e mesmo quando mostra verdadeiro desejo de fazer mais e melhor, como aconteceu no jogo com o Rangers, percebe-se a ausência de alegria em jogar à bola e quando isso acontece tudo sai mal e as soluções da saída da crise, ou como dizia Otamendi na sua expressão mais popular e franca, da saída «desta situação de merda», escondem-se atrás de insensatez e do ruído.
É verdade que alguém tem de dizer muito claramente a Roger Schmidt que ele só contará para a solução se deixar de, todos os dias, contribuir para aumentar a dimensão do problema. Não é com uma superioridade virtual que o distancia do adepto comum, muito menos com a tentativa falhada do reconhecimento de uma realidade que ninguém vê, que se consegue fazer triunfar a ideia de que já se vê uma luz ao fundo da crise escura do túnel.
Sejamos claros. Para já, o que se pode constatar é que esse adepto comum, que incomoda e desconforta Schmidt, não acredita que haja solução com a continuidade do treinador alemão. Rui Costa também não terá dúvidas de que é isso que a maioria dos benfiquistas sente, mas ele é o presidente e a sua responsabilidade é de natureza bem mais complexa e não deve admitir a tomada de decisões mais emotivas do que racionais. É admissível e expectável que no momento atual da época um clube como o Benfica não se comporte, mesmo em tempos de profunda crise, como um velho clube de bairro, que ainda procura resolver tudo a chicotadas.
Até porque o problema deste Benfica não é, apenas, o desnorte do treinador. É muito mais do que isso, e a administração do clube tem de começar por fazer uma importante autocrítica e perceber como foi possível gastar tanto dinheiro e ter tão poucos resultados, em especial, na escolha atabalhoada de reforços que apenas se têm mostrado ótimos a reforçar o banco dos suplentes.
Mas é neste momento e com os meios de que dispõe que o Benfica tem de encontrar soluções e tem de dar a volta à profunda crise de qualidade do seu futebol, sim, mas, acima de tudo, de identidade.
Julgo que o trabalho mais urgente será o de voltar a unir a equipa e levar os líderes de balneário a encontrarem uma plataforma de entendimento, capaz de ajudar um treinador que em cada dia que passa se sente mais isolado e mais perdido num país que, antes, julgara encantador e dócil.
Admito que não seja fácil a tarefa desses líderes. O plantel será diverso na qualidade técnica, mas também na qualidade humana. Há demasiadas dúvidas sobre a equipa nuclear para haver estabilidade. Ninguém se conforma por não ser escolhido e, pior, ninguém entende bem por que razão foi escolhido e por que razão foi deixado de fora. E só a cabina saberá, ao certo, a dimensão da crítica a certas preferências de jogadores que têm, indisfarçavelmente, um estatuto diferente e aos quais se admite um nível mais baixo de trabalho e de comprometimento no jogo.
É, pois, verdade que se tem de considerar inadmissível que Schmidt não tenha resolvido, na sua cabeça, nem o onze, nem, sequer, o sistema. E, no entanto, a prioridade que salta à vista é a de resolver a insegurança, a instabilidade, a identidade do grupo e escolher, sem hesitações e dúvidas existenciais, o caminho para acabar a época na melhor condição possível. Mais importante, é urgente reavaliar os objetivos a atingir. Por exemplo, o Sporting de Rúben Amorim só tem olhos para o campeonato. Alguém ainda acha que no Benfica o objetivo possa ser diferente?"
Benfica: ter de decidir
"Três jogos seguidos sem vencer, sinais preocupantes em todos eles. O Benfica vive o pior momento da temporada.
O jogo do Dragão foi embaraçoso. Pior ainda foi o modo como Sérgio Conceição expôs, depois do campo na sala de imprensa, as fraquezas futebolísticas do Benfica.
Aqueles que não viam passaram a ver e os que já viam sabem que o que sucedeu no Porto foi apenas a consequência de algo que podia muito bem ter acontecido noutro dia qualquer.
Recordo aqui que, numa das primeiras ocasiões em que preenchi este espaço, disse que o Benfica escapara a um tiroteio com o Rio Ave. Estávamos a meio de janeiro. Também me parecia que o Benfica não estava tão mal como diziam. O que é significativamente diferente de dizer que estava bem.
Um mês e meio depois, com um mercado de inverno de investimento, e por aquilo que tinha no calendário era expectável e exigido ao Benfica que evoluísse.
A reação dentro do dérbi disfarçou fraquezas – talvez se tenha de analisar do lado do Sporting, também, pois não foi a primeira vez que a equipa de Amorim permitiu nova vida a adversários (sucedeu logo depois com o Farense, recorda-se?)-, e quando o Dragão foi implacável colocou tudo em causa.
A reação dos jogadores frente ao Rangers, o que é diferente da equipa, foi positiva. Na vontade, no que se chama atitude, quem entrou em campo colocou esforço e suor.
A questão prende-se nas dinâmicas, nos defeitos que persistem e que volta e meia, perante alguns adversários, ficam à mostra.
Da assunção de Otamendi à publicação de Di María – ainda que esta com uma análise que muitos discordarão – são notas de que os jogadores sabem que têm de reagir, pois nada – e mesmo nada – está perdido em termos de objetivos. Fosse o contrário e o problema de Roger Schmidt seria muito maior. E obrigatoriamente passaria para a presidência: não há treinador que resista à perda de fé de um balneário na liderança. E isso, interpretando sinais, parece-me que não sucede neste momento.
Jogadores descontentes há em todos os plantéis do mundo e é por isso que muitas vezes digo «um futebolista desagradado não faz a Primavera», se é que me entendem.
Os adeptos são muito rápidos a julgar e a decidir, são irracionais porque o podem ser, mas os dirigentes devem estar impedidos dessa «paixão».
Posto isto, Roger Schmidt deve estar ciente de que até na Suíça, onde quem toma decisões é conhecido por as fazer com racional e lógica, o líder do campeonato despediu o treinador.
O Benfica pode nem ser campeão, isso faz parte de competir. Mas é o modo como se luta, muito mais que o resultado, que devia ditar a continuidade do líder técnico e o cumprimento de um contrato que foi renovado ainda nem uma temporada o germânico tinha cumprido.
Essa sim, uma racionalidade que nunca fez sentido..."
Futebol total…
"O Presidente não presta, os jogadores desiludem e o Mister está na corda bamba. Mas afinal não! Afinal, o que é que verdadeiramente mudou? A bola bateu no poste mas desta vez… entrou!
1
O futebol é uma movimentação tumultuosa, cheia de vigor e ardileza na qual dois grupos mais ou menos organizados, designados por Equipas, travam uma batalha incansável pela captura de um objecto esférico que se designa por Bola. O objectivo de cada equipa é concretizar o tão desejado Golo, ou seja, introduzir a bola dentro de uma Baliza, e evitar que a equipa adversária faça o mesmo. O Golo é então o momento alto do jogo e é efusivamente festejado, e analisado ao detalhe, por jogadores, treinadores, adeptos, jornalistas, comentadores, artistas, pescadores, apicultores, armadores de ferro, e outros… A equipa que conseguir concretizar mais golos é a equipa considerada vencedora. O que dizer ainda do surpreendente mundo do futebol? O futebol é total; o futebol é irracional, é ritual e territorial. O futebol é um facto social total! Tal e qual! A festa na bancada vai ficando animada; cheira a pancadaria, cheira a goleada! E o adepto? O adepto é acidental, parcial e contextual; o adepto é um seguidor zelador, incondicional; ele clama, grita, ri e sorri; ele salta, pula e dança, na esperança… quer a liderança. Ele oscila e vacila… mas no fim, abraça e enlaça, a massa. Quer a taça! E o Jogador? O jogador até tem talento, mas é lento… não tem andamento! Que correria e que energia; é craque! É pura magia! Ele corre e acorre, salta; ele sai, entra, não entra, abanca, desbanca, na retranca; ele fica e vai, ele tropeça, simula e cai! E agora, senhor juiz! Foi homem? Foi bola? O que é que me diz? Sanção, punição… é penalty! Toma lá cartão! O quê, penalty!? Mas foi pura simulação! Que raiva, que frustração, que desilusão! E que golão! Aguenta coração!
Ó juiz, de ti fazem um vilão de ocasião; serás tu um fraco, puxa saco, que não aguenta a pressão!? E tu Presidente!? Tu até és um fiel crente, experiente e inteligente mas, infelizmente, és de muitas coisas dependente… és excessivamente sorridente, e és até inocente, eventualmente… mas às vezes, presidente, és mesmo, mesmo… lamento! Obviamente!
E tu até gostas da gente, mas não tens orçamento. Francamente!
E tu Empresário!? Tu és um incendiário, intermediário diário, és um proprietário desnecessário! És um agente impaciente, assente integralmente na tua vertente. Evidentemente! E tu Secretário!? Tu és importante e determinante, tu és um chato diário, mas és necessário! São procedimentos, regulamentos, planos e orçamentos; acumula-se a papelada, o papelório e a papelocracia… e quem é que vai resolver? Tu, com a tua sabedoria! E tu, camarada Roupeiro? Tu és o maior e és matreiro, mas és amigo e companheiro! E à bela da rouparia é vê-los, jogadores e treinadores, em romaria! E tu, guarda guardador do campo? Tu és da relva o tratador, mas és, também, o adivinha e o sabedor… de quem é o próximo treinador! Tem mas é cuidado com o relvado empapado, encharcado, e ensopado! Não vês o treinador a perguntar, os jogadores a reclamar e o presidente a assobiar? E toda a gente pisa, repisa, agita e palpita…. áh relva maldita! Não há relvado, não há treino! Vamos pró sintético! Patético! Ficaste aleijado, estás lesionado? Vai ao posto médico, paramédico e ortopédico; vai à clínica, que é mais seguro que inseguro. E será que em dia, tens, o seguro? O quê, tens peso a mais? Excesso de gordura? Toma lá essa dura! O futebol é total, é genial… tal e qual!
2
Sem equipas organizadas, competitivas, (e financiadas…) não há futebol! Por isso, jogador, presta atenção! Não és tu o central! Não vês que estás mal!? Então ganha no ar, não deixa bater, não deixa virar! Vai com tudo, miúdo! Combate, e rebate… bate! Atenção lateral, encaixa… não baixa! Vai para cima, sobe, dá largura… segura! Dentro, por dentro, por fora… vai-te embora! Concentra lá ó lateral, olha a diagonal! E o Ala!? O ala é lento, sem temperamento, sem argumento. Lamento, mas não tem andamento! Não dá amplitude, não ilude… não tem atitude! Olha-me o médio… que tédio! Que macio, que tardio, que arrepio… ai o calafrio! Não permuta, não disputa, não labuta. Não é a batuta! E olha-me o redes, é tão fraquiiiiinho! Bem tenta, tenta… mas não vai, não sai, não cai, não pula, não salta e não voa! Só faz fita, falta e a bola entra, entra… ó redes, concentra!!! Será que tem culpa? Multa! Não tem presença, não tem imprensa, não faz a diferença… dispensa! E olhem o trinco! É um tronco, um tonto… é um bronco! Já não tem idade, não tem habilidade… falta-lhe intensidade! Ó trinco, atenção! Olha a cobertura, olha a contenção… olha a transição! E tu matador!? Não és lança, não és ponta? Não és o ponta de lança!? Então avança! Por dentro ou por fora… tu és a experiência, tu és a referência! Tens um olfato que nem gato, craque! E com tato, ainda assinas o contrato!Embora lá, pessoal, pressão alta! Chega, aperta, salta, ressalta, mata, faz falta! Com tudo, malta !!!!
3
Nem sempre as melhores equipas têm os melhores jogadores; por vezes, a magia, o talento do craque faz toda a diferença. O jogador é um corredor nato. O folclore diz que o jogador tem de correr, o fado…
Vai então numa correria cantada e arrebatada, o jogador; o seu jeito é arte e dom, é vocação e comunhão. Ele corre, ataca e simula, a vida, a morte… e a sorte! Ele chora, implora, chega ao fim e sorri… a alegria, a fantasia. O jogador é uma mistura de coisas acesas, inflamadas; ele é portador do engenho e sedução. O jogador é um ser variante, versátil, alterável; ele tem o ofício do jeito, do engano e da paixão. O jogador aparenta o espanto, mas é um simulador fingidor… brilhante! É esse o seu engodo, o seu encanto e atracção, e as gentes celebram e aplaudem a proeza da destreza, a glória, e a vitória. As gentes ansiosas e solitárias, aclamam, ovacionam; as gentes precisam de um herói e de um campeão; precisam do sonho, do devaneio e da ilusão! E o jogador eleva os braços e abraça, a massa; a sua fisionomia esplendorosa é um disfarce, uma máscara temporária. Mas a sua vida é efémera e passageira, fugaz e derradeira, e a multidão anónima, inquieta, turva… agita-se como pode, e ri, chora, vibra e grita, extasiada. Ela sabe bem, mas prefere tudo isso… a nada! Mas o jogador também é um sonhador… na vitória é amado e aclamado; na vitória é bem-aventurado, criador e goleador; é até, embaixador. Vem a derrota e logo passa a anedota; ninguém quer saber do seu valor. Na derrota, não passa de um mísero número, de uma quantidade, de um equívoco inequívoco; na derrota, é o caso da jornada, é a revolta da bancada; na derrota, é jogada inacabada, é contratação falhada. Ó jogador sonhador, na derrota ninguém quer saber da tua dor.
4
Para completar o triângulo mágico da equipa de futebol temos a figura incontornável do Mister. Ó Mister! O que é que se passa!? Não queres a taça!? A equipa não cria, não tem alegria, não anda, desanda, não corre, não sobe… morre! Está presa, à defesa, confusa, difusa, sem pressa, com pressa, sem calma, sem corpo nem alma! Não tem coletivo, não tem objetivo ou assunto… não tem conjunto! Cuidado ó Mister, com o treinador… adjunto! Então, não ouves o crítico analista, comentador comentarista? Não ouves o político gravítico e analítico, jornaleiro e jornalista editor, a falar no televisor? Não ouves o artista trabalhador, eletricista e cantor, carteiro, engenheiro e doutor a opinar, a criticar, a achar e a avaliar, a considerar, a alvitrar, a julgar, a insultar e a gritar, com fervor? E não ouves, ó mister, o repto do adepto? Mas afinal, que equipa é esta… que não houve a palestra!? Ó Mister! Risca, rabisca, bisca e faísca… mas ao menos tenta e inventa! Arrisca! E depois do risco… venha de lá o petisco! Mas cuidado, ó mister, com o menisco! E com o fisco… Põe o ala por dentro e o defesa na frente; põe a defesa a sair, o meio-campo a subir e o ataque a marcar! Ó Mister! Põe a equipa a jogar, o ponta a faturar e a claque a vibrar! E não vacila! Abre o olho, mete gelo e… desconfia! Não foste apurado? Qual o resultado? O quê!? Perdeste? Com este? Desapareceste! Já eras, já foste, estás morto, morreste! Pede a demissão, pede uma reunião, um acordo, um desacordo, o contrato e o pacto, e depois se necessário, queixa-te ao sindicato! A vida por um fio, ai que arrepio! É doentio. A bola é fantasia, sabedoria… a bola é filosofia! A bola é favor, fervor, bom e mau humor. Ó Mister… andor! A bola é mágica! A bola é trágica!
5
O momento alto do futebol é o campeonato, a competição, a partida, o jogo. Por isso, quando a equipa perde instala-se o silêncio, a depressão e o desespero; os jogadores culpam o árbitro e o estado da relva, o treinador culpa o anti jogo e o árbitro, por nada fazer para o impedir, os adeptos culpam o treinador, a polícia culpa os adeptos, os adeptos queixam-se da carga policial, o empresário acha que o treinador “mexeu” mal, o presidente acha que o treinador “mexeu” tarde, o filho do presidente acha que o presidente devia “mexer” no treinador, a mulher do presidente não sabe quem é o treinador, os suplentes acham que deviam ter entrado, os não convocados acham que deviam tê-lo sido, o treinador desempregado, sentado ao lado do presidente, na bancada, acha a equipa algo confusa, sem ideias… Os bombeiros queixam-se dos acessos, o massagista queixa-se do departamento médico, o motorista queixa-se do roupeiro, o roupeiro queixa-se do excesso de trabalho e da lavandaria, a lavandaria diz que a culpa é dos roupeiros, o director de campo queixa-se do treinador de guarda-redes, o treinador de guarda-redes queixa-se do analista e do tratador da relva, o tratador da relva queixa-se do vendedor de sementes, o delegado culpa os “apanha bolas”, os “apanha bolas” queixam-se das sandes, o treinador principal queixa-se dos adjuntos, os adjuntos queixam-se do intercomunicador, o director de comunicação queixa-se da falta de comunicação, o financeiro queixa-se de todos; e a bola!? A bola, a bola… até chora!
6
E quando a equipa ganha? Qual o real valor da vitória?
Vitória é triunfo, sedução e é glória; é fama justa, efémera e transitória. A vitória pode mudar a história, e avivar a memória; pode mudar a oratória, pode até mudar a mão à palmatória. Após a vitória, lá vêm os cumprimentos, abraços e embaraços; lá vêm as comemorações, felicitações e contradições. Mas afinal o que é que mudou? A bola bateu no poste e… entrou! E o Presidente? O Presidente está contente, o vice ausente, e os sócios? Os sócios, alternadamente. E a Direcção? A Direcção está expressivamente reluzente e de pé, aplaudem… intermitentemente! E agora, após a vitória? Após a vitória, até a relva é decente, o Roupeiro condescendente, o Director sorridente, a água corrente, e as sandes de pão quente! Alguns alegres ficam, mas exteriormente, outros ficam, verdadeiramente; já outros, temporariamente. E para os da casa, residentes? É mais ou menos indiferente. Para outros, finalmente, o adversário era fraquinho, fraquinho, fraquinho, evidentemente! E o árbitro? O árbitro foi um habilidoso, conveniente, foi um artista inteligente. E o mister? O mister, fazedor de prantos e sonhos, estará sempre, sempre na corda bamba dependente! Mas afinal, o que é que verdadeiramente mudou? A bola bateu no poste mas desta vez… entrou!
Nota: No clube da minha terra, 99,9 % da massa adepta percebe de futebol. Para estes não há quaisquer segredos. Logo por azar, nos restantes 0,1%, aqueles que nada entendem do fenómeno futebol, estão aqueles que estão à frente dos destinos da equipa. A saber: são os treinadores, os técnicos e fisioterapeutas, os analistas, psicólogos, fisiologistas, e outros colaboradores. Logo nestes… por azar!!!!
O futebol é isto!"
Espírito de grupo, qualidade de jogadores e identidade tática
"Uma equipa constrói-se sobre três elementos fundamentais: espírito de grupo, qualidade de jogadores e identidade tática. O primeiro, que não desvalorizo de todo, é de ordem genérica e aplica-se a qualquer ramo de atividade onde pessoas têm de trabalhar em equipa. Numa equipa de futebol até pode ser a primeira preocupação de quem lidera, mas não durará muito sem uma boa soma dos dois restantes, os que respeitam a competências específicas deste jogo. Na identidade tática cruzam-se, como elementos fundamentais, um modelo de jogo – que define como se pretende atacar, defender e transitar – e a estratégia – o plano para cada partida em concreto. Uma equipa sem identidade definida, seja com ou sem bola, e incapaz de analisar o adversário de modo proficiente, para o surpreender ou não ser surpreendida, é, pelo menos a prazo, uma equipa à deriva. É quando a qualidade dos jogadores não basta e o espírito coletivo fica em causa. É o Benfica hoje.
Além das conclusões óbvias e já aqui abordadas sobre o crescimento indiscutível da equipa do FC Porto e os méritos estratégicos de Sérgio Conceição, há outra a retirar dos últimos jogos felizes no Dragão: afinal há ovos para as omeletas. Desde que Sérgio passou a aproveitar Nico Gonzalez e o filho Francisco, libertou Pepê e pôde acrescentar Otávio, o rendimento subiu. Foi quando juntou à identidade tática (com qualidade estratégica) e ao espírito de grupo, os melhores jogadores de que dispunha. O treinador não pode ser ilibado quando as coisas correm mal para ser, ainda que muito justamente, elogiado quando correm bem. O FC Porto que goleou o Benfica e bateu o Arsenal está decerto no melhor momento da época e Sérgio Conceição tem imenso mérito nisso. Mas tem também a maior quota de responsabilidade no que até agora correu mal e colocou o título nacional como uma missão (quase) impossível.
Rúben Amorim definiu-se diante da Atalanta: por muito que a liga Europa lhe pudesse reforçar o prestígio continental, que já é grande, é com o título nacional que pretende concluir a obra feita, e que pode ser perfeita, em Alvalade. Se for campeão este ano – é, ao dia de hoje, o grande favorito - Amorim ficará como o melhor treinador que passou por Alvalade em muitas décadas, seguramente o melhor desde Malcom Allison, mas mais constante e longevo, gerindo com mestria todos os momentos e fatores adversos. Soube manter o espírito de grupo mesmo na derrota, acrescentar qualidade ao plantel sempre que possível (apesar das vendas) e melhorar a oferta tática que entrega a cada ano. Não há muitos assim, e não é só em Portugal.
Sem abandonar a trilogia que é mote desta crónica, há um Liverpool-Manchester City que vale duas boas horas de sofá neste sábado, um jogo decisivo no melhor campeonato que existe e o grande clássico mundial nestes dias em que os maiores de Espanha estão abaixo da década anterior. É para aproveitar o perfume que ainda resta em homens como Salah e De Bruyne, mas sobretudo para nos curvarmos - até porque estes duelos vão ser interrompidos num futuro próximo - perante os homens que mais bem souberam criar grupos com espírito conquistador em épocas sucessivas, mesmo se repletos de egos insuflados por talento raro. E fizeram-no com propostas de jogo distintas mas qualquer delas muito eficaz e com nítida impressão digital. Klopp e Guardiola deram-nos tanto: E ainda mais os exemplos repetidos de elegância e desportivismo, que em tantos outros, bem menores, são coisa rara.
PS: Portugal está no topo da Europa futebolística, no topo mesmo e nas duas ligas profissionais, num único índice: o do número de cartões mostrados, sejam vermelhos ou amarelos. Nada mais justo. Os árbitros apitam por tudo e por nada, o VAR mete-se onde não devia e os dirigentes acreditam que agora é que vão explicar aos adeptos as decisões de campo que eles não querem (e por isso nunca vão) entender. Só falta mesmo aparecerem os inacreditáveis cartões azuis, para sermos líderes numa outra trilogia."
Lesões desportivas: testemunho pessoal de um ex-futebolista
"Como ex-profissional de futebol, praticante desde os meus 5 anos de idade, e profissional desde os 17 anos, tive a oportunidade de experienciar, na primeira pessoa, muitos dos achados enunciados pelo Dr. Rui Garrido. Desde muito cedo que me vi enquadrado num meio no qual a demanda constante por uma performance desportiva ótima, em muitos contextos, num enquadramento até mais 'resultadista' do que formador, nem coexistindo um equilíbrio entre a preparação física e recuperação, e as necessidades desportivas a que estava sujeito.
Tive a oportunidade de representar clubes com capacidade de implementação e gestão de uma estrutura profissional em torno do futebol de formação, nas mais diferentes áreas, desde o acondicionamento físico até à área da suplementação e nutrição, mas acredito que (ainda) não seja uma realidade partilhada pela grande maioria dos jovens praticantes da modalidade no contexto nacional, mesmo numa perspetiva de futebol jovem de elite.
Desde os meus 17 anos, altura em que o regime de treino e de jogo se tornou mais exigente, que tive de lidar, diariamente, com uma patologia que condicionou bastante a minha progressão enquanto atleta profissional e o meu dia-a-dia enquanto jovem – Tendinopatia do Tendão Rotuliano. Trata-se de uma causa bastante comum de gonalgia (dor no joelho) em atletas, caracterizando-se essencialmente por um quadro de dor anterior do joelho, edema e limitação funcional. Adquire comummente a designação de ‘jumper’s knee’ (‘joelho do saltador’), uma vez que ocorre frequentemente em praticantes de desportos que implicam cargas repetitivas sobre o aparelho extensor. No panorama nacional, cerca de 14% dos atletas recreacionais e 45% de atletas de elite padecem de tal patologia. A Tendinopatia Rotuliana tem causa multifatorial, admitindo-se à luz da evidência atual que o processo patológico tem início quando a carga a que o tendão é sujeito ultrapassa a sua capacidade de adaptacão ¸ estrutural à demanda mecânica, desenvolvendo-se uma tendinopatia reativa inflamatória aguda, com possibilidade de evolução para um processo degenerativo e para a cronicidade.
É certo que fatores intrínsecos aos próprios atletas podem predispor ao desenvolvimento de determinadas lesões do aparelho musculo-esquelético, nomeadamente fatores anatómicos, flexibilidade, força muscular, arcos de mobilidade articular, grau de pronação do pé, coordenação articular e propriocepção, peso, entre outros. Interessa, neste contexto, colocar a tónica nos fatores extrínsecos, nomeadamente a prática em pisos sintéticos em idades cada vez mais precoces (que comprovadamente aumentam o risco de lesões desportivas), tipo e intensidade de treino, características do próprio piso, calçado desportivo, entre outros. São fatores que, na maior parte dos casos, não são devidamente acautelados pelas entidades formadoras, e que condicionam, inevitavelmente, um risco acrescido de lesão em contexto da prática desportiva. A título pessoal, uma lesão que aparentemente se revelava inócua condicionou profundamente os meus últimos anos de atividade profissional, tendo eu sido forçado a colocar um ponto final da minha carreira.
Várias foram as formas de abordagem tentadas, desde um reforço muscular dirigido, a um trabalho de alongamento e flexibilidade específico, suplementação e gestão farmacológica da dor. Mas em momento algum senti melhoria sintomatológica e recuperação funcional que me permitisse o retorno à prática ao nível que me era exigido por parte dos responsáveis da instituição que representava. Psicologicamente, momentos de lesão são também difíceis de serem geridos e creio que, a esse nível, ainda existe muita margem de progressão. Agora, como estudante de medicina na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, e compreendendo determinados aspetos fisiopatológicos e de gestão terapêutica deste tipo de lesão, fica a sensação de que talvez, num passado não muito distante, uma abordagem mais holística e que integrasse as várias dimensões englobadas pela Medicina Desportiva de uma forma constante e profissional, pudesse condicionar um desfecho diferente. Cabe-me a mim, agora do ‘outro lado do campo’, promover uma atitude proativa e preventiva em relação às lesões desportivas e reforçar a necessidade de uma abordagem multidimensional na preparação dos jovens atletas de elite para o seu futuro profissional desportivo."