sábado, 2 de março de 2024

De Bruyne e de todos nós


"Não há quem veja um jogo de futebol como o extraordinário médio internacional belga

Não há como não adorar Kevin de Bruyne. Há ali qualquer coisa de Kaká, talvez pitadas do Laudrup mais velho e até trejeitos do non-flying dutchman Bergkamp, que ainda mais força conferem à já de si impositiva expressão de que o cérebro é, sem dúvida, o músculo mais forte do corpo.
Bem exercitado, como sempre parece estar, carrega com facilidade um elevado quociente de inteligência. É por isso que vê com nitidez ultra HD o que o mais ninguém vislumbra e quando, por acaso, o quase impercetível movimento ao longe nos arbustos não passa despercebido a uma ou a outra alminha, não haverá neste mundo gente mais veloz a decidir. Ou o faça com tão apurada destreza de cirurgião.
Usar um bisturi com os pés não é para todos, não se iludam. Muito menos fazê-lo com tamanha naturalidade.
Kevin não é comparável a qualquer outro Pelé que não tenha nascido ruivo e mesmo que só a nível mental ocorra essa ginga capaz de descer slalons gigantes em drible reconhecida aos Zicos e Cruijffs da nossa idolatria, esses dignos sucessores do mais famoso filho de Três Corações, aquele cabelo cor de cenoura não escapa à associação que estes de bom grado aceitaram.
São 11 assistências em 12 jogos e um City que ganha clarividência, parece recuperar o rumo e se empolga novamente. Com ele, o Haaland exterminador volta a ser implacável e o I’ll be back resmungado é agora repetido após cada golo, como se ele próprio não fizesse ideia de como parar. A decisão sobre as suas ações deixou de ser sua, é o belga quem manda. E ele o robô indestrutível que obedece a punhos de marioneta.
Um passe de De Bruyne é uma inevitabilidade pronta a acontecer, um furacão num dia sem vento, que se levanta de debaixo dos pés de um Tsubasa de carne e osso, pronto a levar tudo à frente, o goleador incluído, até à linha de golo. É o punch line de uma boa história. A moral de uma lenda. Uma obra de arte digna do Louvre.
O corpo tem-no desiludido, cedendo em momentos que o poderiam ter elevado ainda mais, ao ponto de quase conseguir bater às portas do Olimpo. E em nenhuma vez foi o cérebro, mas sim os outros músculos a ceder, aliando-se aos deuses do azar ao jogo, ciumentos do papel que o primeiro ganhou na sua vida.
Exercitados como sempre, os seus neurónios chegaram rapidamente a um consenso sobre o não dito aos milhões de petrodólares que ameaçavam chover desde a Arábia Saudita, do Al Hilal de Jorge Jesus. Sabe que a Europa ainda não se cansou dele e que ele próprio ainda tem a descobrir inúmeros caminhos ainda não desbravados até o golo. Talvez venha mesmo a fazê-lo um dia no meio do deserto, tornando-se no maior descobridor de oásis da história, mas esperemos que não seja tão cedo, mesmo aos 32 anos e a um ano do final de contrato com os citizens.
Daqui a décadas, talvez o encontremos ao virar da esquina, já velho sábio, de barba branca e vestes de eremita, a dar conselhos às gentes sobre as grandes decisões da vida."

«Ensaio sobre a estupidez»


"«Vi jovens com braços e pernas amputadas, mas nada se compara à visão de mente amputada. Para isto não há próteses». Al Pacino em ‘Perfume de Mulher’

Trânsito parado junto à Ponte 25 de Abril. Um condutor com automóvel grande procura meter-se num espaço onde eu duvido que coubesse um Smart. Fiquei a apreciar o prato, esperando um qualquer ato de ilusionismo, mas a física foi mais forte que a magia e o atrevido chocou de lado com outro veículo que estava parado. Por sorte, a física a cinco quilómetros por hora não dá para grandes estragos.
O candidato a ilusionista, percebendo que estão duas mulheres de meia idade no outro veículo, sai do automóvel e insulta-as com a indignação do macho latino que ainda acredita que o lugar delas é na cozinha. Acreditou que as duas mulheres cairiam em si e pediriam desculpa pela ousadia de terem saído de casa, mas mediu mal os insultos à condição feminina e não contou que aquelas duas mulheres há muito tivessem posto no caixote do lixo o calendário do ano da graça de 1234. Saíram ambas do automóvel e brindaram-no com um belo par de estalos! E ficou a saber-se que o homem tinha mais jeito para os 100 metros fuga do que para o ilusionismo... Por momentos, naquele trânsito, deixei de ouvir buzinadelas e só ouvi gargalhadas. Não consegui agradecer às senhoras.

Ninguém consegue calar Gigi Becali?
Lembrei-me deste incidente que testemunhei há alguns anos ao ler a notícia de mais um destempero de Gigi Becali, o presidente do FCSB — antigo Steaua de Bucareste, da Roménia —, cujo único favor que nos presta é lembrar-nos que em matéria civilizacional temos ainda um longo caminho a percorrer. A prova de que todo o ser humano é útil, se não servir para mais nada pode servir para mau exemplo…
Gigi Becali não gostou do trabalho do VAR no jogo com o Botosani, do campeonato romeno. O FCSB até o venceu, mas terminou o jogo com nove jogadores devido a duas expulsões. E culpou o VAR, no caso Cristina Trandafir.
«Quando colocas uma mulher no VAR e é ela quem diz que é cartão vermelho… Como pode uma mulher aproximar-se de um homem para tomar decisões? Está tudo maluco?», atirou Gigi Becali. Eu aqui tenho de concordar… O mundo só pode estar maluco por ainda termos de lidar com personagens como Gigo Becali! A prova que só dois tipos de homem lidam mal com decisões tomadas por mulheres: os misóginos e os incompetentes.
[Pena não ter ficado com o contacto das duas senhoras da ponte 25 de Abril...]
Se tivesse ficado por aqui, Gigi Becali já teria feito de si má figura o suficiente, mas como o homem há muito perdeu a noção do que é o ridículo — hoje estou a usar muitos eufemismos — decidiu dizer mais: «O jogo é arbitrado por homens. E ela, coitada, não percebe. Se ela tivesse inteligência… mas é mulher. Como pode uma mulher dizer a um homem que ele é burro e ela é que é inteligente?».
Uma boa pergunta… E como até um relógio parado tem razão duas vezes por dia, de facto uma mulher não pode dizer a um homem que é um burro. Está provado cientificamente que o burro é um animal inteligente e, acima de tudo, de grande caráter.
Gigi Becali gastou imenso latim para resumir tudo numa frase: «Se é mulher… fique em casa.» Para completar o ramalhete, só faltou mesmo acrescentar que a mulher só deve dirigir-se a um homem em três situações: perguntar se quer uma cerveja; informar que o almoço está pronto; reiterar que… não lhe dói a cabeça!
Mas atenção, Gigi Becali garante que ama as mulheres. Que daria a vida pela esposa e filhas. Perdoem-me o humor negro, mas então porque é que não dá?

E se o VAR fosse negro?
Vasculhando um pouco, percebo que Gigi Becali é o cardápio completo da ementa dos horrores. Misógino, homofóbico, racista, xenófobo, intolerante.
Sabendo isto, vamos só fazer um pequeno exercício: em vez de uma mulher no VAR estava um árbitro negro. Peguem em tudo o que disse Gigi Becali e substituam a palavra mulher pela palavra negro e troquem a conclusão «se é mulher, fique em casa» por «se é negro, que fique na cubata…». A reação das pessoas seria a mesma?
No segundo caso até a FIFA já se teria metido ao barulho e as sanções seriam tão duras quanto justas. Ouviríamos muitos discursos, justos, contra o racismo. Mas no caso de Cristina Trandafir sinto tudo muito calmo.
O meu ponto é que, em matéria de civilização, não há valores de primeira e de segunda. Não podemos deixar a nossa capacidade de indignação depender da moda ou da capacidade dos discriminados fazerem ouvir o justo protesto contra a discriminação. Todas as formas de discriminação merecem igual nível de indignação.
Se o Gigi Becali acredita que o lugar da mulher é em casa; que lugar do negro é numa cubata em África; ou que o lugar do homossexual é num hospital psiquiátrico até se converter; eu tenho de gritar bem alto que o lugar do Gigi Becali pode ser em muitos sítios, menos o de convívio em sociedade… Se pensarmos bem, o mal da sociedade está menos nos energúmenos que dizem barbaridades e mais no silêncio dos homens justos.

'Homem Lendo Uma Carta a Uma Mulher'
Tal como não gosto de me deitar sem antes tentar resolver mal entendidos ou situações desagradáveis, não gosto de terminar uma conversa com notas tristes e negativas. Por isso, volto a olhar para uma obra prima do pintor Pieter de Hooch, que entre 1663 e 1665 pintou Homem Lendo Uma Carta A Uma Mulher. Como em qualquer forma de arte, cada um interpreta à sua maneira.
Eu vejo um homem submisso, gentil, cuidadoso, lendo mensagens de amor ou contando novidades… Mas o que me impressiona mais é o semblante da mulher. Sereno, embevecido, maternal, poderoso. Mas também algo condescendente. Porque a mulher mede-nos bem à distância. A a nossa sorte é a mulher ser generosa o suficiente para aceitar pagar por nós bem mais do que aquilo que realmente valemos."

Inimigos de ocasião


"Se a equipa está em crise, que se desvalorize, é fantasia do inimigo. Se alguém sente o ‘status quo’ ameaçado, que se valorize, é o inimigo

A propósito do aniversário dos 120 anos do Benfica e de um mergulho em edições antigas de A BOLA, um regresso a um passado ainda recente na longa linha do tempo mas, provavelmente, já esquecido pela larga maioria de nós suscitou reflexão que partilho.
Já vai a caminho dos 70 anos a inauguração do Estádio do Sport Lisboa e Benfica, numa celebração para a qual contribuíram mais de três mil atletas de 54 clubes.
Portugal era um país atrasado, nesse ano de 1954 morreram 5.338 pessoas de tuberculose, das quais 656 crianças com menos de cinco anos, 29.943 portugueses (isto só números oficiais) emigraram para o Brasil, país que mais acolheu aqueles que deixaram Portugal em busca de uma vida melhor, havia 6.275 médicos e 3.095 enfermeiros no País e 34.942 beneficiários da Caixa Geral de Aposentações.
Estamos longe, aí concordamos todos, de sermos um país na linha de desenvolvimento humano, social, cultural e económico, mas o caminho do progresso foi-se fazendo.
Em 2021 ainda morreram 151 pessoas por tuberculose, ainda emigraram cerca de 12 mil pessoas para o Reino Unido (então o país que mais portugueses acolheu), em 2022 havia 60.390 médicos e 81.799 enfermeiros e 648.357 beneficiários da Caixa Geral de Aposentações.
Em 1954, o FC Porto foi o convidado de honra do Benfica para a inauguração do Estádio do Sport Lisboa e Benfica, retribuindo a gentileza aos encarnados, que estiveram na inauguração, dois anos antes, do Estádio das Antas.
«O FC Porto prometera que viria à inauguração do Estádio do Benfica - e a gente do Norte não falta à palavra. Ei-lo em verdadeira massa, a desfilar perante milhares de benfiquistas agradecidos pela deferência. Foram 100 os atletas que desceram à capital», lia-se em A BOLA do dia 2 de dezembro de 1954.
O Sporting teve «a representação mais numerosa» e os leões «foram recebidos com vibrantes ovações e sinceros vivas». A Direção dos leões, presidida por Góis Mota, desfilou no estádio novinho em folha para «cumular a gentileza».
Se desapareceram alguns dos males de um país agrilhoado pela ditadura, também desapareceu, nalguns casos, o melhor do espírito desportivo.
O processo civilizacional, nos nossos dias, parece ameaçado, terá mesmo retrocedido, não apenas no Desporto mas também na política. Mas, voltando ao Desporto, que é disso que falamos, figuras que por cá andam há tanto tempo continuam a alimentar e reforçar práticas e mentalidades que casam pouco ou nada com os nossos dias.
Se há agressões e medo em assembleias gerais, que se desvalorize, até parece que se andou aos tiros, se a equipa de futebol está mal, que se desvalorize, são fantasias inventadas pelos inimigos, se alguém se sente ameaçado no status quo, então que se valorize, são coisas de inimigos.
São, no fundo, coisas de outros tempos. Há 70 anos talvez ninguém pensasse nelas. Veremos se demorarão muito a desaparecer. Já não teremos de esperar assim tanto para saber."

O coletivo e o individual no dérbi (e a afirmação incompleta do leão)


"Um balão para Gyokeres é um contra-ataque letal e uma bola na ‘canhota’ de Di María vale meio golo. O processo leonino continua sólido, mas podia ter dado empate

Um dérbi é um jogo à parte, todos o sabemos. Há quem mesmo diga que um dérbi é um dérbi e vice-versa, fechando o conceito como uma serpente que engole a própria cauda pela eternidade. Ouvimo-lo desde crianças e, por mais velhos que sejamos, nunca conseguiremos encontrar qualquer prova em contrário. Mais: quanto maior a grandeza das equipas que se defrontam mais se isola o dérbi que as opõe dos demais, mesmo que nesses haja rivalidade mais profunda e tenha deixado sedimentos resistentes nas ampulhetas da História.
Os onze jogadores que estão simultaneamente em campo formam um tecido coletivo, que quanto mais coeso mais impenetrável se torna ao que o rodeia. Só que existe sempre um contexto. O futebol é muito mais do que dois conjuntos em choque frontal. São 90 longos minutos, há níveis divergentes de confiança e de qualidade de atletas e técnicos, estratégias aproximativas ou disruptivas, bolas paradas e erros inesperados, incidentes e acidentes, dias bons e menos bons - todos os intervenientes são humanos - e ainda, claro, o fator sorte.
Por norma, a equação que melhor explica um jogo é aquela que lembra que os melhores definem melhor, logo estão mais perto de marcar, e a equipa que está mais perto de marcar também o estará de vencer. Ou seja, quando se tem melhores jogadores dificilmente o tecido coletivo lhes resiste. Curiosamente, o que se passou em Alvalade, não foi a equipa que todos reconhecem como a que mais talento possui a impor-se e sim a que parece ter o seu processo mais bem definido e consolidado, mesmo que por vezes este assente muito na capacidade de explosão de uma única unidade, Gyokeres, capaz só por si só de transformar um alívio para a frente numa transição de aspeto letal.
A explicação não é tão simples assim. Os encarnados reequilibraram na última meia-hora assentes nos seus mecanismos de pressão e contrapressão, que só resultam se forem coletivos, embora tenham tido a natural ajuda da definição de Di María, que assistiu para o 2-1 e, por pouco, não empatou a partida, numa jogada anulada por fora de jogo posicional de Tengstedt. E se o Benfica tem esse reconhecimento público de reunir melhores jogadores, o que dizer dos erros não forçados que se viram um pouco por todo o campo, com passes de risco que serviram de catalisadores para inúmeros contra-ataques leoninos, e péssimas abordagens que encaminharam o jogo para perto da baliza de Trubin?
Não é claro para mim que o Benfica tenha um onze muito melhor do que o do Sporting - ao contrário do plantel, em que aí sim a profundidade é evidente - e algumas unidades estão claramente abaixo do nível exigido para o estatuto da equipa que representam. Falo de Otamendi e a falta de noção na contenção de alguém tão físico como Gyokeres, ou de Rafa, que se virava sempre com a expetativa de ter um espaço que nunca lhe iriam dar, perdendo a bola, e até da descompensação de um grupo ao nível do lateral-esquerdo, que obriga Aursnes a fazer a posição apenas de forma sofrível quando a exigência naturalmente dispara e tem um adversário focado no espaço nas suas costas.
Parece-me, portanto, redutor que se ache que este Sporting seja apenas resultado do processo coletivo - e basta comparar esta equipa agora com Gyokeres com a do ano passado que não o tinha - e que o Benfica conte apenas com individualidades.
O Benfica até entrou melhor no encontro, embora por pouco tempo. Nesse período de 10 minutos, saiu sempre de forma limpa da pressão leonina e, por outro lado, manteve os leões em alerta na sua primeira fase de construção. No entanto, bastou um primeiro esticão para as costas de Aursnes para que a partida virasse. A partir daí, o Sporting foi melhor, muitas vezes muito melhor, e esticou esse controlo até à hora de jogo. O golo de Gyokeres teve essa consequência, depois de as águias entrarem com ideias mais firmes após o intervalo.
O conjunto de Rúben Amorim falhou, no entanto, o knockout e ficará por se saber o que teria acontecido se o 2-2 tivesse sido válido, numa altura em que chegou a parecer, tal como o rival antes disso, um castelo de cartas a desmoronar-se. É um grande se, todavia o momentum tinha mudado de lado.
A entrada de Morato não resolveu os problemas defensivos, porém ajudou a que Aursnes ganhasse influência no ataque pelo lado contrário. O mesmo aconteceu com Di María na esquerda, onde não estão os seus terrenos preferidos porque daí não consegue atirar à baliza, mesmo que tenham sido esses os canais por onde desbaratou a defesa francesa na final do Campeonato do Mundo e também por ali se aproxime mais da zona de decisão. A partida começou a virar com o argentino a dar largura e a apontar os cruzamentos para o vazio entre Israel e a sua defesa. E podia ter chegado.
Coube a António Silva contrapor o posicionamento mais agressivo por parte do Benfica com uma vigilância tremenda a Gyokeres. O jovem central português escreveu um tratado sobre como conter o melhor avançado do campeonato. Um exemplo que deveria ter sido copiado e aplicado logo a começar pelo colega do lado.
Atrás, mas como menos um jogo realizado e ainda com uma receção ao Benfica na luta pelo título, o leão perdeu uma oportunidade de afirmação que o 2-1 não lhe garante. Primeiro, porque na meia-final, as águias saem vivas de Alvalade. Depois, não é resultado que pareça abalar animicamente o rival para o clássico do Dragão, no qual o Sporting também é particular interessado. E, por fim, os da Luz até podem alegar a sensação, porque é sempre a última que fica, que poderiam ter ferido o conjunto de Amorim nesta primeira mão.
Havia muito mais do que um simples jogo a disputar esta noite. Pelo domínio que teve, o Sporting falhou a totalidade da mensagem, mesmo ganhando. Já o Benfica volta a resistir, mantém-se na luta e pode agora pensar no Dragão."

Vota...

Eliminatória em aberto


"Nesta edição da BNews, o destaque recai na 1.ª mão das meias-finais da Taça de Portugal disputada entre Benfica e Sporting. A desvantagem mínima na eliminatória (2-1) remete a decisão para a Luz. E também o lucro de 18 milhões de euros apresentado pela Benfica, SAD relativo ao 1.º semestre da presente temporada.

1. Decisão remetida para a Luz
Na opinião de Roger Schmidt, houve duas partes distintas e as meias-finais estão por decidir: "Na primeira metade, na frente não estivemos dentro do jogo. Na segunda parte, com o 2-0, estivemos bem, ganhámos duelos decisivos e foi assim que nos mantivemos em jogo. Marcámos o primeiro golo, depois o segundo, com dois bons momentos de ataque, mas, infelizmente, o árbitro invalidou. Mostrámos uma boa mentalidade e estamos em jogo."

2. O caminho para a final passa pela Catedral
João Mário considera que "está tudo em aberto" e revela o estado de espírito do grupo de trabalho em relação à contenda: "Temos um jogo em casa para tentar reverter a situação, para conseguir chegar à final da Taça de Portugal. Estamos confiantes."
O autor do golo validado do Benfica, Aursnes, considera que "foi um jogo duro entre duas boas equipas" e refere que "a primeira parte [da eliminatória] está terminada, e agora falta mais um jogo".

3. Lucro de 18 milhões de euros
Nos resultados apresentados pela Benfica SAD relativamente ao 1.º semestre de 2023/24, sobressai o lucro de 18 milhões de euros registado, os 106,4 milhões de euros de rendimentos operacionais (excluindo transações de atletas), o que corresponde ao segundo melhor desempenho de sempre nos primeiros seis meses, os 180,4 milhões de euros de rendimentos totais, o crescimento do ativo em 2,8% acompanhado de uma redução do passivo de 0,6% e o reforço dos capitais próprios para cerca de 131 milhões de euros, um incremento perto dos 16% relativamente ao final do exercício anterior.

4. Triunfo em Espanha
Já apurado para os quartos de final da WSE Champions League de hóquei em patins, o Benfica ganhou na última jornada da fase de grupos, por 0-3, no rinque do CP Calafell.

5. Jogo do dia
Há dérbi de voleibol no feminino com o Sporting, às 19h30, no Pavilhão João Rocha.

6. Agenda de sábado
A equipa B de futebol visita o Feirense às 14h00. Em basquetebol, o Benfica joga no reduto do Imortal (15h00) e a equipa feminina recebe, à mesma hora, o Galitos. Em voleibol, os encarnados têm encontro marcado em casa do Castêlo da Maia (17h30). No andebol, deslocações ao ABC com início marcado para as 15h00 no masculino e ao Gil Eanes às 18h00, no feminino. A equipa feminina de futsal atua no pavilhão do Tebosa (18h00).

7. Momento de história
Veja a rubrica habitual das manhãs de quinta-feira na BTV."

Ainda o Circo...


"🚨 A APAF anunciou que vai fazer uma participação contra Di María ao CD da FPF. Em causa está a publicação do avançado nas redes sociais após o dérbi.
🗣️ “Ficou à vista de todos o que se passou. Continuaremos a trabalhar para atingir o nossos objetivos. Sozinhos contra todos”.
Após o clássico com o FC Porto, o capitão dos azuis e brancos e Internacional pela Seleção de Fernando das Faturas, fez uma publicação que ainda hoje a APAF não conseguiu entender o significado e, por conseguinte, não anunciou nem fez qualquer participação ao CD da FPF.
Alguém pode dar uma ajuda a estes pobres coitados a entenderem a publicação de Pepe?"

MVP!

Praga!!!


"Quase que me canso de repetir sempre o mesmo: independentemente de jogarmos bem ou mal, não temos que andar sempre a levar com arbitragens de merda!
Foram anos a levar com o Hugo "macron" Miguel. Agora temos que levar com o Fábio Verdíssimo em todos os jogos com a lagartagem?
Puta que pariu este conselho de arbitragem, filhos de 3 homens. São tão burros que... Nem vou dizer porque as eleições são a 10 de Março e não quero ser acusado de fazer campanha..."

Borrados!

Premeditação...


"A dois metros de distância assinalou penalti neste lance!! Nem precisou recorrer ao VAR.
Que dizer de uma arbitragem destas!?"

Inovações!!!


"Senhoras e senhores, mais uma vez o Futebol Português a inovar e a anular o primeiro golo de sempre por uma infração em que o sujeito que sofre a infração não reclama de absolutamente nada. Zero. Já agora, não só o sujeito que sofre a infração, como toda a equipa do sujeito que sofre a infração, ninguém levanta um braço, ninguém esboça uma reacção, nada. Zerinho.
Mas bem, vamos todos ser obrigados pelos corporativistas da arbitragem e opinion makers (cujo critério único de recrutamento para as TV´s parece ser o de não serem afectos ao Benfica) a meterem-nos pelos ouvidos e cérebros adentro que o golo é bem anulado. O sujeito que, segundo estes senhores, é estorvado, influenciado e sofre interferência do Tengsted, não se levanta depois do voo e começa a reclamar que alguém na sua frente lhe afectou a visão do lance. Curioso, não é? Não, não é. Não o faz porque o seu comportamento não foi minimamente influenciado por quem quer que seja. É um lance que só ao Benfica poderia ser julgado de outra forma. Porque o Benfica sem jogar nada ia empatar contra a melhor equipa do Universo, que conta com o melhor jogador da Galáxia, e ia ser uma chatice explicar a situação.
Uma palavra para o Pedro Henriques, o senhor que a televisão pública recrutou para comentar a arbitragem dos jogos de futebol, o senhor que em tempos viu Miguel Victor tocar uma bola com a mão que bateu no peito e com isso roubar um campeonato ao Benfica em pleno Estádio da Luza, o senhor que recebia uma avença do Sporting durante o reinado de Bruno de Carvalho para analisar as arbitragens nos meios de comunicação social onde estava inserido, o senhor que sofre pelas mesmas cores do Fábio Verdíssimo: não precisa de berrar para dizer que o golo foi bem anulado! Não precisa de dizer que é um lance que está tipificado. A única coisa que está tipificada e toda a gente sabe, é que você recebia dinheiro para debitar opiniões a favor do Sporting. O porquê da televisão pública, paga por todos nós, escolher ter um senhor com este carácter a debitar opiniões de arbitragem para todo o País é que nós não percebemos. Ou se calhar até percebemos…
Para terminar, pelo segundo ano consecutivo, Fábio Melo como VAR retira o Benfica da Taça de Portugal. Este ano com esta visão de Lince, a detectar algo que passou até despercebido aos que sofreram a infração detectada. No ano passado em Braga, onde fez vista grossa a um penalti sofrido por Gonçalo Guedes, mas curiosamente não deixou passar um pisão de Bah que recomendou como expulsão a Tiago Martins e que este não hesitou em concordar (“diz o guloso para o desejoso”!). Pisões esses que continuam a dar direito a expulsões apenas a jogadores do Benfica, em mais uma curiosidade do Futebol Português. Taarabt, Bah e Musa são os únicos bandidos do Futebol Português, com botas e pitons diferentes certamente, o que justifica serem os únicos 3 futebolistas a serem expulsos com vermelho directo por pisões. Em relação a Fábio Melo, nem vamos agora meter ao barulho os outros lances que já roubou deliberadamente e sem qualquer pudor ao Benfica. Já o fizemos e está aí no histórico de posts desta página. É um Super Fábio. Um Super Dragão. Um Super bandido que só falta fazer os jogos como VAR na Cidade do Futebol de cachecol azul e branco. Continua impunemente a passear na arbitragem e a espoliar o Benfica em todos os jogos para os quais é nomeado. Porque é que o Benfica ainda não fez nada em relação a este senhor? Também não percebemos, mas há-de haver um motivo…talvez Rui Costa possa explicar a todos os sócios o porquê de nunca se ter indignado publicamente contra este individuo, tantas são as vezes que nos tem prejudicado.

P.S. – Em relação ao lagarto fanático Fábio Verdíssimo, já não há mais nada a dizer. Nomear um lagarto anti-benfiquista para um Sporting-Benfica só podia mesmo dar no que deu, o objectivo era claro e foi conseguido. Até penaltis com a perna adversária a passar a 3 metros do piscineiro Edwards este doente fanático lagarto apitou. Verdadeiramente surreal. Salvou-o da vergonha total um fora de jogo de 1.15 metros que o VAR teve de intervir. Uma palavra também para o fiscal de linha desse lance: ou você anda a ver mal ou também tem Game Box como o Verdíssimo. Em ambos os casos, grave, muito grave! Mas pronto, também no caso de Fábio Verdíssimo, a posição oficial do Benfica é o silêncio. Anos e anos de roubos históricos que o mesmo já nos infringiu também e nunca uma palavra sequer. Zero! Quem somos nós para nos chatearmos? O último que feche a porta!"

Alguma vez!!!


"O fora-de-jogo posicional é só mais uma das artimanhas utilizadas pelos árbitros portugueses para fazerem o que querem.
O único critério continua a ser a cor das camisolas.
Nesta época passou-se isto no Dragão. Golo anulado? Alguma vez."

Critérios...


"Benfica - Moreirense, 2021/2022
Mais um fora-de-jogo posicional.
Anulado? Alguma vez? Só ao Benfica."

E num Porto - Benfica, como seria?

"Contra o Benifica, claro.
O jogador do Porto baixa-se, impedindo Odysseas de ver a bola desde o início.…"

À vontadinha...!!!


"O futebol português tem destas coisas.
Num determinado estádio há certos golos que contam! Noutros estádios, não...!
Arbitragem vergonha da tendenciosa!!…"

Esta imagem é elucidativa

Fábios a resolver!!!


"A dupla de Fábios a resolver um jogo complicado.
Visão limpa, golo limpo, zero protestos.
Apareceram os artistas de sempre."

Tapados!!!


"Não percebo como o Franco Israel não se mandou para o outro lado tal a forma como a sua visão estava tapada…
Na segunda volta ajustamos a contas sem o Verdíssimo de serviço!"

Lances semelhantes, critérios diferentes.


"FC Porto a marcar = golo limpo. 🔵
Benfica a marcar = golo anulado. 🔴
Arbitragem vergonhosa.
Ganhar na Luz."

Da noite de ontem


"Ficou uma lição de bem defender dada pelo António

Do que correu mal em Alvalade já muito foi dito e escrito, já todos os desabafos - uns justos, outros injustos - foram explicitados. Para mim, desculpem-me os mais radicais, é hora de chamar a atenção para qualquer coisa de positivo.

1. Gyökeres é, para a totalidade dos especialistas, a grande arma atacante do Sporting, aquele que destrói sozinho as defesas adversárias, que é letal no um-para-um, eu sei lá, jamais se viu um avançado tão poderoso: até Manuel Fernandes, a maior referência viva do Sporting, veio, esmagado com a produção do sueco, reconhecer que Gyökeres é melhor do que ele foi nos seus tempos áureos.

2. Schmidt incumbiu António Silva de travar o fenómeno. E o nosso jovem defesa central fê-lo de forma absolutamente exemplar: soube temporizar para não ser comido nas terríveis mudanças de velocidade do sueco, soube meter o pé no momento certo, não lhe concedeu espaços, jogou na antecipação quando foi necessário, ganhou todo os duelos, incluindo os de um-para-um dentro da área, nos quais, dizem, o sueco não perdoa. Deu, enfim, uma grande lição de bem defender.

3. Para a Bola, nota 7 em 10, o António "descobriu uma forma para lidar com Gyökeres". O Record, nota 4 em 5, considerou que "no período em que o Sporting encostou o Benfica à sua área, deu o peito às balas, ora cortando, ora bloqueando". No Jogo, nota 7 em 10, pode ler-se que "anulou quase por completo a ação de Gyökeres, cortando uma série de jogadas de perigo e obrigando o sueco a procurar outros espaços".

4. Sou grande fã do António - e sabem o que mais me preocupa? Com tantos observadores de grandes clubes em Alvalade, estou certo de que a cotação dele, que já era alta, subiu mais uns furos. Para mim, que não faço a gestão financeira da SAD e quero é vitórias e títulos, essa cotação cada vez mais alta é, paradoxalmente, um problema: dificilmente estará entre nós na próxima época."

Do mal ao menos: isto é para se decidir na Catedral


"Sporting 2 - 1 Benfica

Antes do jogo
> Não é meu costume fazer referências a árbitros antes dos jogos, mas hoje tenho que abrir uma exceção: Fábio Veríssimo - há quem lhe chame "Verdíssimo" - é um dos piores árbitros da 1ª categoria. Desejo que faça uma arbitragem exemplar, mas não entendo esta nomeação nem a proteção de que este árbitro é beneficiário por parte do Conselho de Arbitragem.
> É exatamente o mesmo onze de domingo que vai a jogo. O meu receio maior: a falta de intensidade de João Mário se for ele, como no domingo, a fazer o duplo pivot com o João Neves.

Durante o jogo (hoje no sofá!)
> 8 min. Vão lá uma vez e fazem o primeiro. Dois homens soltos ao segundo poste? O Pote de cabeça? Trubin também não me pareceu bem batido.
> 25 min. As nossas posses de bola não criam perigo algum.
> 35 min. Os craques, que os especialistas dizem que são eles que resolvem os jogos, a definirem sempre mal.
> 45 min. Primeira parte para esquecer. Nem uma transição, uma jogada de perigo para amostra, uma bola parada que seja, estar lá o Adan ou o Israel foi igual ao litro.
> Nota para António Silva, que esteve impecável na marcação a Gyökeres.
> Segunda parte. Entra Morato e sai Bah. Não me parece que o problema estivesse no Bah.
> 47 min. Como é que o Veríssimo marca penálti àquela simulação do Edwards? Uma igualzinha deu-lhes a vitória em Faro...
> 53 min. Isto não é entrada para um central campeão do mundo, porra, Otamendi.
> 60 min. Tengstedt para o lugar do Neres. Que, diga-se, não "esteve" em Alvalade.
> 66 min. Isto cheira mais a 3-0 do que a 2-1.
> 68 min. Gooooooooolo!!! Assiste Di María para um defesa direito, Aursnes, aparecer à ponta de lança! Vamos, crl!
> 71 min. Gooooooooolo!!! Grande Di María! Fdx, anulado??? Tengstedt tira visibilidade ao Israel? Ele nem sequer reclamou! E atirou-se tardíssimo. Reparem nas fotos do lance como ele vê bem a bola e está já em contra pé em relação à direção que a bola tomou.

> 80 min. O golo do Aursnes fez bem ao Benfica. Estamos a atacar mais e com mais perigo. Eles a defender a vantagem.
> 90 min. Ó Trubin, que golpe se vista foi este? Vá que foi anulado! Seria desastroso.
> Acabou. É para decidir na Luz. Menos mal."

O Sporting é um nós, o Benfica um Di María


"Leões vão em vantagem para a 2.ª mão da Taça de Portugal depois da vitória por 2-1 frente aos encarnados em Alvalade. A equipa de Rúben Amorim dominou coletivamente na primeira hora de jogo, mas o talento individual de Di María quase igualava a eliminatória, que vai viva para a Luz

Ficará para os adeptos do Sporting um travozinho alcalino a desapontamento mesmo que os leões, a meio das meias-finais da Taça de Portugal, estejam em vantagem frente ao Benfica, depois de um triunfo por 2-1 em Alvalade. Desilusão talvez seja palavra forte depois de uma vitória, mas quem domina coletivamente um adversário perdido de ideias durante toda uma hora e acaba a tremer terá de se sentir inacabado, truncado de qualquer coisa que não permitiu que, quiçá, este jogo tivesse acabado com outros números.
Com Roger Schmidt a apostar novamente num sistema sem um avançado fixo, o Benfica foi de uma total inexistência na 1.ª parte. Mérito também do Sporting, que rapidamente conseguiu ler a pressão alta do Benfica para a conseguir ultrapassar e foi ganhando duelo atrás de duelo. Nos primeiros 20 minutos, os encarnados não remataram nem uma vez à baliza, mal a viam, na verdade, tal a capacidade leonina de recuperar bolas e partir para a frente.
Pote era aqui o jogador chave, a aparecer em todo o lado: na área, nos flancos, na recuperação defensiva. E é dele o primeiro golo do Sporting, logo aos 9’, num lance em que Hjulmand deixou para Geny, a criar o desequilíbrio na direita, e recebeu novamente do moçambicano para o espaço livre, onde pode armar um cruzamento perfeito para o segundo poste. Estava lá Pote sozinho para marcar, mas se não fosse ele seria Matheus Reis. Di María chegou atrasado, atrasadíssimo, novamente absorto do momento defensivo, e Bah, de repente, viu-se com três homens para defender.
A primeira parte foi toda ela feita de um Sporting dominador, com facilidade a sair da pressão, a assustar na transição um Benfica que não conseguia ter bola e via o jogo a passar só com os olhos, minorizado também pela fisicalidade dos jogadores leoninos, sempre mais preparados para as segundas bolas. Hjulmand e Morita lideram com bola, cobriam o campo sem ela. Mas faltaram sempre as melhores decisões no último terço: para o caudal ofensivo que teve, o Sporting criou poucas oportunidades flagrantes. Para lá do golo, só aos 44’ houve frisson na área encarnada, num lance que Otamendi não resolveu, apesar do vistoso corte acrobático, o que terá apanhado Edwards de surpresa. O inglês perdeu tempo e quando rematou já tinha defesas do Benfica em cima. António Silva ia ganhando no 1x1 a Gyokeres, limpando um ror de cruzamentos, segurando o possível da sua equipa.
E isso seria decisivo na 2.ª parte, que começou com o Sporting a chamar a pressão do Benfica, colocando bolas longas para a correria do sueco e de Edwards. Logo no primeiro lance, Edwards caiu na área num lance de superioridade do Sporting, mas havia fora de jogo de Gyokeres na jogada. O aviso foi alerta para o Benfica chegar ao jogo, acertando a pressão, conseguindo um par de recuperações em zonas altas.
Só que, mesmo com o Benfica melhor, aos 54’ Gyokeres, quais carro de assalto em campo aberto, recebeu na transição um passe perfeito de trivela de Geny Catamo e fez o que quis de Otamendi, seguindo para a baliza para bater Trubin. No primeiro lance em que não se viu acossado ou atrapalhado por António Silva, Gyokeres marcou.
Parecia lançado o momento. Poderia o Sporting, acertando as transições e tomando decisões mais interessantes no último terço, em campo aberto, golear? Talvez. Só que do outro lado há um jogador especial. Ángel Di María é esse jogador, que exasperará os adeptos do Benfica quando a equipa necessita de dobras, de apoio no momento defensivo, mas que é depois capaz dos maiores feitos individuais no ataque. Cantavam alguns adeptos do Sporting olés injustificados quando o argentino, com um cruzamento perfeito, encontrou Aursnes solto de marcações, com o norueguês a fazer o 2-1.
Estávamos ao minuto 68’ e três minutos depois aqueles olés, como sempre (as pessoas não aprendem), transformaram-se em obras de karma, com Di María de novo, num momento de brilhantismo, a empatar o dérbi: combinou com Kökçü a partir da esquerda, vai buscar ao meio e remata subtilmente com o pé esquerdo, bem encostadinho ao poste. O bonito desenho não valeria, já que o VAR considerou que, no momento do remate de Di María, Casper Tengstedt estava em fora de jogo posicional, atrapalhando a visão do guarda-redes leonino.
Mesmo antes do segundo golo-que-não-seria-segundo-golo, Rúben Amorim já preparava a entrada de Esgaio. A entrada de Tengstedt e a varinha mágica de Di María iam massacrando o lado direito da defesa do Sporting, onde o cansaço de Geny era mais que notório. O ala português deu a consistência defensiva necessária, mas ofensivamente pouco ajudou os leões, numa altura em que os espaços assim o convidavam.
O jogo acabou então com as duas equipas balançadas para a frente, a tentarem o golo. Já nos descontos, Nuno Santos teve durante dois segundos mais uma nomeação ao prémio Puskas na mão, com um remate extraordinário de fora da área, mas Paulinho (cuja entrada se pedia para mais cedo) estava adiantado no início da jogada.
Coletivamente, o Sporting foi mais equipa, mas o aparecimento do talento ofensivo de Di María gelou, por momentos, a organização leonina, que na 2.ª parte também se viu sem a energia dos primeiros minutos. A não existência dos encarnados na 1.ª parte não se coaduna com a qualidade que Schmidt tem à disposição. No final, feitas as contas, com 2-1 a eliminatória está viva, bem viva e tudo será decidido na Luz."

Na Luz assobia-se até antes do jogo!


"Quererão os benfiquistas que assobiam na Luz o seu treinador despedi-lo na fase crucial da temporada? Parece. Talvez não. Se calhar, apenas contestar as suas opções, vaiando, e desde logo desestabilizando

NA Luz assobia-se a Roger Schmidt antes sequer do jogo começar. Apupa-se das bancadas ao conhecer-se o onze. Basta para um estádio que deveria ser a casa, o refúgio e uma arma inalienável do anfitrião, tornar-se-lhe hostil.
O treinador que devolveu o Benfica aos títulos na Liga após três temporadas de jejum, que convenceu pelo mérito de ter sabido construir uma equipa, coesa, solidária, na época seguinte não serve. Está a mais.
Quererão os benfiquistas (perdão, às dezenas de milhares que assobiam no estádio e a incontáveis que apupam nas redes sociais, nas ruas, por aí…) despedir o seu treinador na fase crucial da temporada? Parece. Talvez não. Se calhar, apenas contestar as suas opções, vaiando, e desde logo desestabilizando. Não se sabe se a Schmidt, mas com certeza aos jogadores. Isso é certo. Logo, muito pouco sensato dos benfiquistas. Aqueles que acham que percebem o que veem, de futebol. Não percebem. Só querem saber se a equipa ganha, não apreciam o espetáculo não o tentam perceber. É o mal do adepto português do desporto-rei, mas também do desporto em geral.
Aguarde-se pelo final da época para avaliar o mérito ou o demérito das equipas e dos seus treinadores, em último caso dos dirigentes. Porque nenhum está acima da crítica. Bem fundamentada. No caso do Benfica, que fique registado: se perder Liga e Taça, porque ninguém acreditará que poderá almejar a Liga Europa, a jogar assim, sem que seja uma equipa, será uma época fracassada.
A equipa que Schmidt soube criar em 2022/23, e este ano, devido a estratégia de contratações (de supressões dos transferidos) falhada, ainda não existiu. Porque os quem chegaram no início não são jogadores à Schmidt, que é treinador de equipa sem estrelas, mas de jogadores de equipa. Mas daí ao treinador (e a equipa, que não escapará) ser vaiado no seu próprio estádio…"

A pressão do dérbi


"Duelo entre Benfica e Sporting faz lembrar 2015/2016. Com dérbi decisivo a 5 de março...

O dérbi desta noite não é decisivo, mas pode ter uma grande influência no resto da temporada. Desde logo porque se trata do… dérbi. Sabe-se a importância que tem para os adeptos vencer o eterno rival. Este é daqueles jogos que por vezes salva uma época, nem que seja apenas por impossibilitar que o adversário festeje… E para os próprios jogadores também é igualmente um jogo diferente. Ganhá-lo é sempre, em qualquer circunstância, uma injeção de confiança.
O dérbi de Alvalade não decide nada, como bem frisou ontem Roger Schmidt, fundamentalmente porque se trata apenas da primeira mão das meias-finais da Taça de Portugal e só um resultado anormal, daqueles no qual ninguém acredita que possa acontecer, pode deixar uma das equipas com um pé na final do Jamor. Contudo, este dérbi pode muito bem marcar muito do resto da época, principalmente pela negativa, pois uma das equipas sujeita-se a ficar já sob pressão, mesmo faltando três meses para o final da longa caminhada.
O Sporting vem de dois empates consecutivos. O europeu, com o Young Boys, só ganhou importância após a igualdade frente ao Rio Ave, em Vila do Conde, e um novo desaire pode abalar a grande confiança que os leões foram conquistando com as muitas vitórias somadas. Já o Benfica, que teima em raramente traduzir nas exibições a superior qualidade do plantel, voltou a isolar-se na liderança do campeonato, embora com mais um jogo realizado que os leões, e quer capitalizar esse acréscimo de confiança. Isto numa fase em que o calendário está cada vez mais sobrecarregado e quando se segue, já na noite de domingo, a visita ao… Dragão. Dois jogos grandes no espaço de quatro dias têm, inevitavelmente, um peso suplementar. Quer os resultados sejam positivos ou negativos.
Tudo isto a propósito do grande objetivo das duas equipas, o campeonato, obviamente. Com o FC Porto cada vez mais atrasado na luta pelo título, já poucos têm dúvidas de que se trata de uma corrida a dois. Uma disputa a fazer lembrar a época 2015/2016. A tal que ficou eternizada como a do falhanço de Bryan Ruiz. O Benfica ganhou em Alvalade na 25.ª jornada e saltou para a liderança. Faltavam nove partidas para o fim e poucos consideraram o dérbi como decisivo. Mas foi. Seguiram-se mais oito jogos e Benfica e Sporting ganharam-nos todos! A vantagem de dois pontos que o golo de Mitroglou em Alvalade deu às águias acabou mesmo por ser fundamental. E estava-se apenas no dia 5 de março…
Oito anos depois, vislumbra-se um cenário idêntico. Dérbi na casa do Sporting na 27.ª jornada, com a curiosidade de para quatro dias antes, no início de abril, os eternos rivais voltarem a encontrar-se, na segunda mão das meias-finais da prova rainha, na Luz. Nesse jogo, sim, tudo terá de ficar resolvido. Mas as decisões podem começar bem mais cedo, já esta noite…"