sábado, 24 de fevereiro de 2024
Juniores - 3.ª jornada - Fase Final
Sofremos um golo no 1.º minuto, e depois mais dois de penalty!!! Conseguimos empatar por duas vezes, mas à 3.ª já não deu...
Primeiros pontos perdidos, num jogo que podia ter corrido melhor... contra um adversário, que em conjunto com o Sporting serão os nossos principais adversários, e que tem num ex-jogador do Benfica, o seu melhor jogador: Furtado!
‘Too loose’ para ser verdade, Herr Schmidt
"Roger Schmidt está a sentir dificuldades em perceber aquilo que é mérito seu e demérito dos outros, e em Toulouse contribuiu também ele para o desnorte da equipa
Aconteça o que acontecer, Toulouse será certamente um marco nas exibições mais estranhas de um Benfica já de sim extremamente errático esta temporada. O que pretendeu Roger Schmidt na segunda mão do play-off da Liga Europa é transparente ou deveria sê-lo para a maior parte das pessoas, porém não resultou.
É verdade que os encarnados foram bem-sucedidos no essencial, ou seja, na qualificação para os oitavos de final, todavia as suas decisões em nenhum momento pareceram suficientes, bem pelo contrário, para manter a eliminatória sob controlo, tivessem sido tomadas antes do pontapé de saída, ao intervalo ou no decorrer da partida.
Não sou, como sabem, daqueles que atiram pedras sem olhar ao trabalho do alemão na Luz, nem me sinto influenciado em nenhum momento pelo que dizem à minha volta, mesmo com toda a toxicidade que tem sido visível sempre que o seu nome vira tema de conversa, porém o que aconteceu esta quinta-feira desafia a lógica do que tem sido sido hábito por parte do técnico.
Schmidt partiu de uma decisão de gestão no embate com o Vizela, carimbado com um 6-1, em que revolucionou o 11 e fez descansar jogadores, como base para o ataque ao encontro europeu, protegido por uma ideia de superioridade que sempre foi real, mas nem por isso transportada para dentro de campo no Estádio da Luz.
Quis dar continuidade aos bons sinais dados por David Neres e, ao juntá-lo a Rafa e a Di María, embora contrabalançando-o com a ética de trabalho defensivo em que Tengstedt se distingue dos outros pontas de lança, recuperou aquela que parece ter sido a imagem com que partiu para esta temporada, a de uma equipa capaz de reunir os elementos mais criativos em campo ao mesmo tempo. Num jogo em que o controlo e a racionalidade poderiam expor um adversário obrigado a atacar para ganhar e seguir em frente, o treinador do Benfica não se preocupou com as fragilidades que a equipa tem vindo a demonstrar há meses, com um ou outro momento de maior equilíbrio, e qual lutador de sumo bateu com as pernas no chão, à vez, para um choque frontal. Fazendo ainda ouvidos de mercador à ideia de que a Europa, mesmo uma Liga Europa e não uma Liga dos Campeões, é sempre um nível de exigência acima de um jogo da Liga, à exceção talvez de dérbis ou clássicos, também por aí se explica a continuidade de João Mário, que tinha jogado bastante bem no jogo do campeonato, no duplo-pivot, com Neves ao seu lado. Nunca esteve confortável.
A diferença entre os dois conjuntos ficou bem patente no primeiro tempo, quando, mesmo sem jogar bem, os encarnados tiveram momentos para se chegar à frente no marcador. Iludido talvez com essas jogadas, ao intervalo Schmidt respondeu ao 0-0 ao pisar um pouco mais no acelerador, com as entradas de Carreras - Morato estava mal, o espanhol entrou pior e não se admirem se Aursnes voltar em breve a ser lateral-esquerdo - e Arthur Cabral, e o carro, que já se mostrava instável e de difícil controlo, fugiu-lhe definitivamente de frente.
Carreras é jovem, porém a exibição de Toulouse, em que sucumbiu à pressão com várias péssimas decisões e abordagens, vai de certeza marcá-lo e reacender o debate sobre mercado do Benfica no que diz respeito ao pós-Grimaldo. Morato parece ter chegado ao seu limite, depois de ter sido importante na estabilização defensiva, e o espanhol, percebe-se, ainda não está preparado para este nível. Já Arthur Cabral, que sem se perceber bem porquê, agora tem entrado e não começado de início, não parecia bem a solução para um jogo que a equipa não tinha controlado. Valia às águias um João Neves, que se compreenderia sempre se não se sentisse preparado para jogar, a carregar a equipa às costas. E o mesmo se pode dizer de António Silva.
Aursnes e Florentino estavam no banco no momento do pontapé de saída. Não faz sentido. Os maiores equilibradores do conjunto deveriam estar no relvado numa partida em que o equilíbrio é fundamental. O norueguês ainda foi a jogo, o português nem por isso, mesmo quando o momento o reclamava. É incompreensível como uma unidade tão importante na conquista de um título seja agora apenas alguém acessório para o projeto, mesmo quando todos os caminhos para o sucesso do conjunto pareçam passar por ele.
Schmidt, aparementemente, está iludido por uma imagem de ataque avassalador que dificilmente será possível, mesmo com toda a gente disponível. E aparenta sim deixar-se influenciar pelos resultados ou exibições sem as conseguir contextualizar. O alemão tem de perceber o que é mérito seu e demérito dos outros rapidamente. Se não, arrisca-se a falhar. Em França, assinou também ele uma exibição muito pouco segura. Too loose, mesmo.
Faltou o «bom» a um bom SC Braga
Escrevi aqui ontem que um bom SC Braga conseguiria recuperar a desvantagem na eliminatória com o Qarabag. A equipa de Artur Jorge conseguiu-o por duas vezes, uma nos 90 minutos e outra no prolongamento. No entanto, um bom SC Braga não se deixaria morrer na praia depois de uma caminhada tão difícil até aí. Não contra dez elementos e nunca da forma como aconteceu, numa altura em que a concentração deveria ser máxima com o aproximar do final do tempo-extra. Há muito a refletir na Pedreira.
Empate não coloca em causa solidez do leão
O Sporting fez o seu papel e não comprometeu, depois de uma boa vantagem conquistada em terras suíças. O objetivo maior era a qualificação e, embora o leão quisesse obviamente vencer uma segunda vez o Young Boys, o empate justifica-se sobretudo pelo desperdício que de vez em quando ataca a equipa, incluindo um penálti desperdiçado por Gyokeres. Nada que coloque em causa a solidez e a consolidação do leão, que parece ser de longe a equipa portuguesa mais consistente da atualidade."
Eu vi a bola
"A propósito do adeus d’A BOLA à Travessa da Queimada, e a 27 anos da minha história
Domingo passado fechei a porta do número 23 da Travessa da Queimada, no Bairro Alto, em Lisboa, provavelmente pela última vez. No dia seguinte, o jornal A BOLA foi feito em São Domingos de Benfica, 78 anos depois de ter chegado ao que era então o bairro dos jornais e onde era o último resistente há alguns anos. A BOLA TV ainda ficará no Bairro Alto mais algumas semanas, e talvez lá apareça para comentar a atualidade, mas o jornal de domingo foi o último para o qual escrevi no lugar de sempre.
A primeira vez que me lembro de ir ao Bairro Alto foi numa visita de estudo a um jornal, A Capital, nos anos 80. Se calhar foi aí que ganhei o bichinho. Entrei no 23 da Travessa da Queimada, pela primeira vez, a 4 de julho de 1997. Tinha 20 anos, e queria ver a bola e o mundo e escrever sobre eles. Hoje tenho 47. Passei mais de metade da minha vida a subir e descer aquelas escadas, a entrar e sair de salas dum palácio que, construído no século XVII, nunca pensou (nem tinha particular jeito para isso...) ser uma redação.
Fiz amigos, alguns para a vida, alguns que perdi no caminho, entre aquelas quatro paredes e os bares e restaurantes à volta, do Clandestino, onde eu o Nuno gostávamos de passar ao fim do dia (da noite...) de trabalho, no século passado, ao Caçador de Oliveira, onde jantei quase todas as noites durante mais de 15 anos e onde passei a ser parte da família — os dois já de portas fechadas.
A do 23, d’A BOLA, também se fechou para o jornal, e fá-lo-á de vez daqui a umas semanas. Algo novo nascerá por lá daqui a uns anos, para criar novas memórias para outros deslumbrados de 20 anos de idade. Por mim, achei que iria custar-me mais sair da casa de sempre, mas por muito que os sítios ajudem a construir personalidades, o que as faz realmente são as pessoas."
Benfica FM, excerto: Gouveia!
Sobre o impacto do Tiago Gouveia no Benfica x Vizela pic.twitter.com/aGhM6DwXVb
— Benfica FM (@benfica_fm) February 22, 2024
Os exigentes!
A absoluta vergonha destas últimas 24h, com os “benfiquistas exigentes” a insultar e rasgar o Carreras, um puto que ainda agora chegou e apenas tem 200 minutos jogados, diz muito do que se passa na massa associativa do clube.
— Polvo das Antas - Em Defesa do SL Benfica (@moluscodasantas) February 23, 2024
Vocês não são exigentes. Vocês são pura escumalha.
Azares...
"“Oh sô juiz…pensei que estava falando do Porto sabe…é que houve uns jogos que pronto…eu tive uns azares sabe…só não acontece a quem não está lá dentro como o Lionn que o Boaventura tentou subornar como nós combinamos dizer graças ao pagamento do grande líder verde que foi visitar o Rui Pinto a Budapeste…sabe…o feijão com arroz não se paga sozinho e nem todos nós fomos encher chouriços com contratos milionários para o Sporting onde nunca jogamos…”"
Afinal...
"Afinal o empresário era outro!!! E o jogo também era outro!!! O Cássio fez confusão com a época. São tantas vezes em que o tentam subornar que ele até se confunde - o que nem deixa de ser natural.
Agora sim! Agora isto tem tudo para ser verdade!!
Estou mesmo a imaginar:
- "Sr. Dr. Juiz, eu disse Rui Vitória? Ah desculpe lá, não foi nesse ano.
Nesse ano era outro treinador, outro empresário e outro jogo.
Enganei-me. Acontece!!"
Às tantas, o melhor será investigar o Cássio!
Fica a dica..."
O Sindicato de Jogadores faz 52 anos. Viva o Sindicato!
"O Sindicato dos Jogadores é feito dos rostos que, desde a sua fundação, ajudaram a dignificar a classe dos futebolistas em Portugal.
Permitam-me que num ano particularmente difícil comece por duas homenagens a quem perdemos. O nosso companheiro João Oliveira Pinto deixa a saudade do seu lado humano, solidário e afetivo que era tão importante para cumprir a missão de representar e defender os interesses dos jogadores. Quis o destino que na véspera deste aniversário perdêssemos também Artur Jorge, fundador do sindicato, homem do desporto e da cultura e um dos maiores exemplos da capacidade que um futebolista pode ter ao longo da sua vida para a transformação da sociedade.
Apesar desta valiosa herança de uma geração ímpar, na sociedade atual cresce o individualismo e alheamento dos valores comuns. Muitos já se esqueceram que os direitos dados por adquiridos custaram muito a conquistar e que no futebol, como na vida, é preciso que cada um seja protagonista do seu próprio destino, defensor da sua profissão e ativo no exercício da sua cidadania.
Artur Jorge foi esse homem que deu a cara e encabeçou o ambicioso projeto de uma estrutura sindical para futebolistas, em plena ditadura, com a bandeira de acabar com a chamada 'lei de opção' e rodeado de nomes ímpares como Eusébio, António Simões, Manuel Pedro Gomes, Fernando Peres, Rolando e João Barnabé, entre outros.
Desde então o sindicato afirmou-se, esteve sempre lá nos momentos decisivos, desde a revolução nacional com 'Saltillo' à revolução mundial do 'caso Bosman' e integração da FIFPro.
Com o primeiro contrato coletivo de trabalho para o setor, na luta constante para acabar com o incumprimento salarial e exigir o licenciamento e controlo salarial dos clubes que hoje existe, na aposta na educação apoio à transição de carreira, na defesa do emprego com iniciativas como o estágio do jogador, ou na promoção do futebol feminino e emancipação das nossas jogadoras, com a proposta de Acordo Coletivo de Trabalho a constituir a grande prioridade para afirmação de melhores condições laborais na modalidade.
Granjeámos a credibilidade necessária para não apenas reivindicar, mas apresentar propostas e soluções em sede própria. Na relação com a FPF, enquanto sócio ordinário, no Conselho Nacional do Desporto, em representação dos praticantes, ou na negociação coletiva com a Liga, crescemos sustentadamente para afirmar o respeito pelos futebolistas.
Combatemos o tráfico de seres humanos todos os dias e apoiamos as vítimas destes esquemas fraudulentos, damos suporte aos jogadores na área da saúde mental com um sistema de apoio integrado em todo o território nacional. Combatemos o racismo e discriminação e defendemos a tolerância zero ao match-fixing e ao doping, tendo sempre a integridade e os valores éticos associados ao desporto como referência.
Um crescimento sustentado a que somamos pequenas grandes conquistas pela obra feira. O Campus do Jogador, a nossa casa, é espaço que permitirá desenvolver muitos projetos inovadores para o futuro.
O sindicato são as suas pessoas, os seus jogadores e jogadoras que diariamente dignificam o futebol português. A todos eles, sem exceção, deixo o meu agradecimento.
Parabéns SJPF."
Nos oitavos de final da Liga Europa
"O empate em Toulouse e a subsequente qualificação para os oitavos de final da Liga Europa é o destaque nesta edição da BNews.
1. Adversário conhecido
O Rangers é o próximo adversário do Benfica na Liga Europa. Os oitavos de final da prova disputam-se em 7 e 14 de março.
Simão Sabrosa, diretor para as relações internacionais do Benfica, salienta que "é muito importante estarmos nesta fase" e refere o "máximo respeito pelo Rangers".
2. Apuramento garantido
Roger Schmidt afirma: "Estamos felizes pelo apuramento para a próxima ronda, perante um oponente duro, que esteve muito bem." E elogia a atitude da equipa: "Por vezes, é preciso lutar no futebol, mostrar espírito e, no final, ser bem-sucedido. Foi isso que fizemos hoje."
O treinador do Benfica faz ainda questão de destacar António Silva e João Neves: "Grande respeito por ambos. Todos os colegas deram tudo para apoiá-los."
3. Objetivo cumprido
Carreras salienta a passagem à eliminatória seguinte e enaltece os Benfiquistas: "O objetivo era passar e conseguimos. Estamos superagradecidos pelas pessoas que viajam para nos apoiar."
Neres refere o enfoque da equipa no apuramento: "Sabíamos que teríamos de lutar até ao final. Foi isso que fizemos."
E Bah lembra o mais relevante: "Estamos apurados para a próxima ronda e claro que estamos felizes."
4. Dia especial
A cerimónia anual de entrega dos Anéis de Platina e Emblemas de Dedicação é no sábado, desde as 9h30, no Pavilhão Fidelidade.
5. Agenda
Nesta manhã, os Juniores do Benfica visitaram o Braga e perderam por 3-2.
Amanhã, às 18h00, a equipa B recebe o Länk Vilaverdense no Benfica Campus.
Na Luz há os seguintes jogos: às 15h00, receção à AA Espinho em voleibol; em andebol, com a Águas Santas (19h00).
Às 15h00, no Estádio Universitário, o Benfica defronta o Belenenses em râguebi, a contar para os quartos de final da Taça de Portugal.
Há ainda uma partida de hóquei em patins em Murches (16h00) e, no feminino, de andebol, futsal e hóquei em patins nos redutos de Academia São Pedro do Sul (16h00), Nun’Álvares (17h00) e CP Vila-Sana (18h00), respetivamente.
6. Protagonista
Arlete Gonçalves, capitã da equipa feminina de râguebi do Benfica que já se sagrou campeã nacional na presente temporada, em entrevista.
7. História Agora
Veja a rubrica habitual das manhãs de quinta-feira na BTV."
Nota de pesar
"Faleceu Rui Rodrigues, antigo jogador do Sport Lisboa e Benfica.
O Sport Lisboa e Benfica endereça sentidas condolências e associa-se à dor da família de Rui Rodrigues, antigo jogador, falecido hoje com 80 anos.
Rui Rodrigues deixa a memória de um atleta distinto, elegante e de classe superior, em campo, e íntegro, estudioso e solidário, fora dele.
Ao serviço do Benfica, Rui Rodrigues cumpriu 96 jogos, e conta com três golos marcados, distribuídos por três épocas consecutivas, entre 1971 e 1974, sendo contemporâneo de jogadores como Eusébio, Simões, Humberto Coelho, Toni, Jordão ou Nené, entre vários outros de um nível excecional.
Nessas três épocas que realizou com o Manto Sagrado, Rui Rodrigues venceu dois Campeonatos e três Taças de Honra, e participou num memorável percurso na Taça dos Clubes Campeões Europeus, que apenas terminou na meia-final da competição, frente ao Ajax de Johan Cruijff.
Nascido em Moçambique, foi em Portugal e particularmente na Académica de Coimbra que cumpriu a maior parte da sua carreira, tendo sido internacional por Portugal em 13 ocasiões, marcando três golos.
A morte de Rui Rodrigues deixa o desporto mais pobre e deixa, também, um rasto de saudade e um lugar na história do Benfica e do futebol português."
Para ir longe na Liga Europa é preciso jogar mais, muito mais
"Toulouse 0 - 0 Benfica
Antes do jogo
> Consigo entrar faltam 25 min para o início do jogo. Não cabe nem mais uma ervilha na zona destinada aos adeptos visitantes. Furo e arranjo um lugar em pé - sem problema, adoro ver futebol em pé - nas escadas, no meio de uma confusão de gente. O Paulo Parreira, aqui perto, avisa-me: "Não fiques aí que quando for golo vai tudo por aí a baixo." Se não fico aqui, fico onde, crl? Que venham é muitos golos do Benfica. Siga!!!
Durante o jogo
> Entrámos a gerir a vantagem da Luz, como se a vantagem fosse de três ou quatro. Só Neres tem iniciativas para nos levar para a frente.
> 40 min e nada quase a assinalar.
> Ui, era tão bonito o António Silva fechar a primeira parte com um golo quando apareceu isolado...
> Schmidt apresentou uma equipa ofensiva que não atacou muito. Mesmo assim, no Sofascore 1.42 golos esperados para nós e 0.30 para eles.
> Venha a segunda parte. Com dois laterais de raiz como há muito lhe exigiam.
> 60 min e eles já lá foram várias vezes com perigo. O Benfica está a pôr-se a jeito.
> O jogo corre todo no nosso meio campo. O estádio ao rubro. Eles acreditam e vão criando lances de perigo. Fdx, mais 4 minutos.
> Acabou: para ir longe na Liga Europa vai ser preciso muito mais do que fizemos nestes dois jogos com o Toulouse.
> Grandes adeptos com cânticos de incentivo a João Neves e António Silva. Bonito."
Voltou a não haver balizas no estádio de Toulouse onde fomos felizes no râguebi e o Benfica agradeceu
"Após um sofrido nulo, o Benfica está nos oitavos de final da Liga Europa, mas não há como dourar a informação: os encarnados poderiam ter saído de Toulouse com uma goleada às costas, num dos piores jogos da era Roger Schmidt
Aqui há uns meses, em Toulouse, não haver balizas foi um gáudio para quinze-mais-uns-quantos garbosos rapazes portugueses, que à mão e ao pé fizeram ensaios e história, com a oval pela linha final fora, para agarrarem a primeira vitória da seleção nacional de râguebi num Mundial, frente a Fiji. E esta quinta-feira, não haver balizas foi um alívio para o Benfica, que frente ao modesto 13.º classificado da liga francesa, no mesmo sítio em que outubro fomos tão felizes, sofreu o que não se esperava que sofresse para segurar o 2-1 levado de Lisboa e qualifica-se sem brilho ou mérito ou merecimento para os oitavos de final da Liga Europa.
Não há como dourar a informação: os encarnados poderiam ter saído de Toulouse com um saco cheio de golos, com uma derrota histórica, um escândalo quase inaudito, depois de uma exibição a roçar o indigno e em que a equipa da casa desperdiçou um sem número de oportunidades claras. E quando a bola chegou enquadrada, estava lá Trubin, o único inocente numa das piores noites da era Roger Schmidt.
O alemão sabia ao que ia, pelo que nem sequer se pode dizer que o Benfica tenha ido ao engano. Na antevisão, previu uns gauleses a arriscar, à procura do golo para empatar a eliminatória. E foi a pressionar que o Toulouse entrou, aproximando-se com perigo quanto baste da baliza de Trubin, reivindicando para si a bola, com o Benfica na expectativa, à espera de uma recuperação ou uma transição onde pudesse matar a eliminatória. O tal “futebol de ataque” que Schmidt sempre promete, como ponto de honra inegociável, era apenas fogo de vista.
Ainda assim, as melhores oportunidades da 1.ª parte foram todas para os encarnados. Aos 24’, Neres esgravatou pela esquerda, cruzou atrasado para Rafa, que rematou por cima. No râguebi, seria um bom pontapé de ressalto, no futebol não conta. À passagem da meia-hora, já com o Toulouse com duas substituições feitas por lesão, o que também acalmou o ímpeto francês, Di María precisava de mais uns quantos centímetros para emendar uma tentativa de desvio de calcanhar de Tengstedt que correu mal e já nos descontos, um afoito António Silva aventurou-se rasgando a área, mas rematou ao corpo do guarda-redes Restes.
Equilibrando a tendência do jogo a meio da 1.ª parte, o Benfica não era uma equipa brilhante, mas aparentemente em controlo da situação. Aparentemente.
Porque a 2.ª parte dos encarnados foi desastrosa. Uma total inexistência de atividade na frente e lá atrás abriram-se espaços e oportunidades para o Toulouse, que até aos 68 minutos, quando Schmidt acedeu finalmente a lançar a calma de Aursnes para dentro do campo, bombardeou sem misericórdia a baliza encarnada, com o Benfica absolutamente incapaz de chamar o jogo para si, de controlar o meio-campo, de impôr-se como o claro favorito que deveria ser.
Os lances sucederam-se. Aos 47’, Sierro rematou após jogada pelo lado esquerdo da defesa do Benfica, onde Carreras conseguiu fazer pior que Morato - o que é obra. Trubin defendeu. Aos 55’, Spierings entrou de rompante pela área após uma bela jogada de Donnum, que deixou Otamendi e Rafa nas covas, cabeceando a rasar o poste. Cinco minutos depois foi Nicolaisen, de cabeça, a ficar muito perto do golo após canto e aos 65’, o avançado Dallinga rematou ao poste. Aos 66’, estava lá Trubin num primeiro remate à queima de Spierings, com Nicolaisen, na sequência, a rematar novamente muito perto do golo.
Da parte do Benfica, nada. Em meia hora de bombardeamento contínuo não houve uma solução, uma mudança, uma atitude vinda do banco. A entrada de Aursnes, não mudando a história do jogo, permitiu ao Benfica, pelo menos, respirar um pouco na defesa, antes de nova ofensiva dos franceses nos últimos minutos, com Sierro a voltar a ter nos pés o golo que empataria - justamente - a eliminatória, com Trubin mais uma vez atento, que nem soldado sozinho e desamparado, mas ainda assim heróico, não deixando a sua equipa cair.
O que não teria sido uma surpresa, tal o nível abismal apresentado pelo Benfica ao longo de boa parte do encontro, sem coesão, perdido no meio-campo. A saída de Tengstedt e entrada de Arthur Cabral acabou com qualquer ideia de pressão na primeira fase de ataque do Toulouse, uma equipa modesta e sem recursos abundantes, mas que com pouco conseguiu vulgarizar um Benfica que, aparentemente, ficou em Lisboa. Na sexta-feira estará no sorteio para os oitavos de final da Liga Europa, de olhos no chão."