quinta-feira, 11 de janeiro de 2024

Vermelhão: Caminho para o Jamor...

Benfica 3 - 2 Braga


Complicámos, aquilo que deveria ter sido mais fácil, mas ganhámos, estamos nos Quartos-de-final, após uma partida, algo estranha, onde sofremos dois golos de Canto (2.º bola...), que premiaram o Braga sem o merecerem... mas onde após o 2-2, ficámos nervosos, com o jogo e com o apitadeiro, e acabámos por chegar ao 3.º golo, quando estávamos mal na partida!

Sem o Tengstedt na equipa, parece que os nossos adversários 'acham' que não temos capacidade de aproveitar as bolas nas costas da linha defensiva, e assim hoje, o Braga deu muito espaço, mas ao contrário de Arouca, o Benfica parecia que não queria colocar a bola em profundidade! O espaço estava lá, o Rafa e o Cabral 'pediram' a bola, mas o passe nunca saiu... E este 'problema' facilitou a vida ao Braga, e se o golo inicial do Braga foi injusto... a verdade é que o Benfica não estava a conseguir construir com fluidez o nosso jogo ofensivo...


Um contra-ataque perfeito deu o empate, e pouco depois, ainda com embalo das celebrações, o Cabral teve fé, para enviar um balázio, para o 2-1!!!

Entrada no 2.º tempo, com outro golo do Braga, completamente caído do céu... mas agora, o Benfica ficou nervoso, e com as substituições, acabámos por perder a noção das marcações no meio-campo... Mesmo assim, o 'perigo' contra a nossa baliza, nasceu quase sempre de passes errados, totalmente evitáveis da nossa equipa: Di Maria em destaque neste aspecto, e o Kokçu com o já 'tradicional' passe disparatado por jogo!!!


Até que o calcanhar do Cabral descobriu o caminho para o nosso Viking, marcar o 3.º... Com a entrada imediata do Tino, a equipa ficou mais equilibrada defensivamente, e com o Kokçu na esquerda, conseguimos gerir muito melhor a posse de bola, 'queimando' tempo, com posse de bola...

Grande jogo do Cabral... inacreditável esta história de besta para bestial! Muito mais solto, mais confiante, mais entrosado com os companheiros, e a demonstrar que tem qualidade para jogar no Benfica... 
Neves (também teve algumas paragens cerebrais...!) a encher o campo; Aursnes cada vez melhor (sinceramente não sei se o Bah recuperado será titular!!!); Kokçu quer jogar na esquerda... no meio, demonstra algumas faltas de concentração... além disso, obriga o Neves a jogar mais recuado!
O Rafa está mesmo com a corda toda, hoje voltou a marcar, mas além disso, está a errar muito menos nas recepções orientadas entre-linhas... e hoje, mesmo no final da partida, ganhou bolas divididas, na garra!

Di Maria e o João Mário fizeram das piores exibições da época! Sendo que o Angel após a discussão com o Fiscal de linha e o árbitro, ficou tão irritado, que ganhou gás para defender com mais garra na parte final!!!
Trubin, com uma noite ingrata, com um auto-golo e um golão, mas voltou a ser fundamental, não só com duas grandes defesas, mas principalmente na segurança que oferece em todas as bolas que agarra!!!
Centrais com muito trabalho e quase sempre bem, com o Toni mal na construção... e o Morato, com uma missão muito ingrata, onde está a dar tudo, mas é evidente que não é a sua posição! Mas com todas as suas insuficiências, tem sido muito importante a 'defender' as costas do Otamendi, principalmente dentro da área...

Nojento, simplesmente nojenta a exibição da equipa de arbitragem! A não expulsão do Abel Ruiz foi o cumulo da roubalheira... ainda por cima, com falta marcada ao Neves! Mas as faltas assinaladas ao contrário, foram várias! Marcar faltas inexistentes, após mergulhos patéticos, ainda se pode 'perdoar', agora marcar faltas ao contrário, repetidamente, só pode ser premeditado!!! A não intervenção ao VAR Narciso no lance da expulsão, devia dar direito a irradiação (o mesmo VAR do Boavista-Benfica, na expulsão do Musa)!


Temos que esperar pelo Sorteio, mas como tem sido habitual, não espero facilidades... Agora, o Jamor tem que ser prioridade! Mesmo que depois do Benfica se qualificar para Final, a FPF mude o local da Final!!!


Mas o mais importante, é o próximo jogo: Rio Ave no Domingo e Boavista na Sexta seguinte! Temos que manter a pressão, recuperando os lesionados, e integrando as contratações!

Vitória no Caniço...

Galomar 74 - 95 Benfica
18-22, 23-31, 17-19, 16-23

Jogo atrasado, da 2.ª jornada da Taça Hugo dos Santos, após a derrota com a Oliveirense na 1.ª jornada, com uma vitória normal, sem o Ivan...

Vantagem na eliminatória...

Benfica 4 - 1 Valadares


Vitória tranquila, contra um adversário que não se contenta em meter o 'autocarro'!

Confirma-se a lesão da Kika, com pelo menos 6 semanas de fora...

Merecíamos mais...

Benfica 1 - 3 Berlin
22-25, 22-25, 25-22, 24-26


Mais uma derrota, contra um adversário superior, mas onde o Benfica lutou, deu tudo, e merecia pelo menos ter jogado a negra!!!
Este sorteio, foi mesmo muito cruel...

Foco no triunfo


"Nesta edição da BNews, o destaque recai nos vários jogos do dia, em particular o embate com o Braga para a Taça de Portugal, na Luz, às 20h45.

1. Seguir em frente na Taça
O Benfica recebe o Braga nos oitavos de final da Taça de Portugal. Roger Schmidt antevê "um jogo difícil, especialmente por tratar-se de um duelo de Taça", e salienta: "Jogamos em casa, estamos em boa forma e temos confiança para fazer um jogo de topo e vencer."

2. Ambição e gratidão
"O Clube deu-me a oportunidade de poder mostrar o meu futebol, e é claro que o agradeço muito."
Veja, na íntegra no BPlay, a entrevista a Otamendi.

3. A subir nos rankings
O Benfica terminou 2023 no 7.º lugar do Ranking Mundial de Clubes Femininos elaborado pela IFFHS (Federação Internacional da História e Estatísticas do Futebol). Em 2022 ficara no 12.º lugar.

4. Em busca de mais um troféu
As Inspiradoras defrontam o Valadares Gaia, no Benfica Campus, às 17h00, a contar para as meias-finais da Taça da Liga. O treinador adjunto, André Vale, define o objetivo para a 1.ª mão: "Cabe-nos ser competentes e fazer o melhor resultado possível."

5. Servir para a vitória
O Benfica tem jogo europeu de voleibol na Luz, às 18h00, frente ao Berlin Recycling Volleys, líder do Campeonato alemão e heptacampeão em título. Marcel Matz garante: "Vamos trabalhar para tentar alcançar uma vitória. Temos de ser muito eficientes até ao fim do set."

6. Taça Hugo dos Santos
A equipa de basquetebol do Benfica visita hoje o Galomar, no Caniço, às 20h30, em jogo referente à 2.ª jornada da fase de grupos da Taça Hugo dos Santos. Diogo Gameiro refere: "Está tudo em aberto. Temos os mesmos objetivos em cima da mesa, que é chegar à final four e ganhá-la."

7. Título na marcha
A equipa feminina do Benfica sagrou-se campeã nacional de marcha. Vitória Oliveira ganhou a prova nos absolutos e Inês Mendes foi a primeira classificada nos Sub-23.

8. Entrar a ganhar
Já se disputa a fase de apuramento do campeão da Liga Revelação. Na 1.ª jornada, o Benfica bateu o Torreense, por 4-1.

9. Iniciativa solidária
O futebol de formação, o futsal e as Escolas de Futebol do Benfica juntaram-se para proporcionar um Natal mais feliz a crianças apoiadas pela Fundação Benfica."

Manifesto por meias-finais da Taça de Portugal a uma só mão


"Em semana de eliminatória, factos e ideias sobre a Prova Rainha do futebol português.

Ouve dizer-se com frequência que a Taça de Portugal é a prova mais democrática do futebol português, pela oportunidade que clubes de escalões inferiores vislumbram, ano após ano, de pisar palcos com que apenas sonham ou receber visitas de luxo nas suas localidades. De há nove épocas a esta parte uma alteração regulamentar garantiu à partida a pelo menos 18 clubes, na 3.ª eliminatória, o privilégio destas visitas, dado que as equipas da Primeira Liga são todas sorteadas como visitantes, o mesmo sucedendo com as da Liga 2 na ronda anterior. Um bom passo na direção da democratização.
Há, porém, outro dado regulamentar que parece ir contra a essência da festa do povo, mais parecendo servir apenas os interesses de operadores televisivos e, em ligeira medida, os das tesourarias dos clubes.
Desde a época 2008/2009 as meias-finais da Taça de Portugal são disputadas a duas mãos.
Se é verdade que, das 15 edições desde então disputadas, 13 tiveram na final uma equipa extra-grandes - chamemos-lhes assim pelo respeito merecido e incluamos nelas o SC Braga, por questões de representatividade entre os adeptos portugueses -, não o é menos que nestas 13 ocasiões apenas uma vez essa equipa chegou ao Jamor eliminando um grande: justamente os bracarenses, em 2020/21, quando deixaram o FC Porto para trás nas meias-finais (e já eram muito menos extra-grandes). Parece claro que as possibilidades, já de si curtas, de os extra-grandes ultrapassarem Benfica, FC Porto ou Sporting ficam radicalmente diminuídas em eliminatórias de 180 ou 210 minutos, em comparação com a possibilidade de tudo se resolver apenas num encontro e, com sorte do extra-grande, em casa deste.
Nas mesmas últimas 15 edições da Taça, só por três vezes as duas mãos das meias-finais se disputaram com intervalo de duas semanas ou menos. A média do tempo de espera (conceito em voga por estes dias) entre a primeira e a segunda mão é de cinco semanas, sendo que se chegou a intervalos de sete, oito, nove e onze semanas. Parece-me difícil que estejamos a falar da mesma eliminatória quando se joga com um hiato de dois meses, e há até exemplos de equipas que disputaram a primeira mão com um treinador e a segunda com outro (claro que quando há uma troca de técnicos a meio da temporada isto é algo que ocorre no espaço de dias, mas convenhamos que a probabilidade aumenta no caso da Taça).
A abolição do sistema de duas mãos nas meias-finais traria vantagens, portanto, na competitividade (maiores probabilidades para extra-grandes) e até na verdade (muito figurada, note-se) da competição, dada a enorme flutuação de forma e contextos que pode ocorrer em tantas semanas de diferença entre um jogo e outro.
Mas traria outra, se calhar não tão pouco despicienda assim num ano em que a discussão sobre calendários competitivos vai subir de tom: libertaria uma data.
Já agora: será mesmo impossível encontrar fins de semana para os jogos da Taça?"

Poupanças absurdas!!!


"Mais um dia negro no Futebol Português. Um Futebol que continua abandonado e manobrado pelos interesses da Santa Aliança do Altis e ninguém parece preocupado, tirando o Presidente do Benfica que continua a acreditar romanticamente que há um interesse comum de todos os clubes em promover a "indústria" do futebol Português.
O que se passou ontem foi talvez o dia mais negro da história da Taça de Portugal. Dois clubes que nuns Oitavos de Final abdicaram de discutir o acesso aos Quartos de Final da competição, em troca ninguém sabe bem de quê.
Chegámos ao ponto de ver declarações completamente aberrantes e inaceitáveis de um treinador de um clube de futebol que chega ao fim do jogo e diz que o objectivo era que ninguém se aleijasse, como se tivéssemos a falar de um jogo impossível de disputar. E assim justificou a apresentação de uma equipa cheia de suplentes para disputar uma eliminatória desta importância. Talvez isto também explique o porquê do Tondela estar enterrado numa Liga 2 e daí não sair tão cedo com um profissional desta estirpe aos comandos da equipa de futebol.
E do Estoril e de Vasco Seabra, que dizer? A jogar em casa, a receber um clube em crise profunda e altamente pressionado, depois de duas vitórias recentes sobre esse mesmo clube, o que decide fazer? Sete alterações em relação ao último jogo que disputou para a Liga, com Dani Figueira, Wagner Pina e Mangala (lolololololololol) no onze titular. Vasco, brincadeira tem hora limite. Não penses que não sabemos o que fizeste ontem. Já não foi a primeira vez e curiosamente ao mesmo clube. O que vale é que vamos ter em breve uma meia-final de uma Taça da Liga contra o Benfica e o Vasco vai fazer também 7 alterações em relação ao jogo anterior para que a equipa se apresente muito fresquinha! Ah, e com Mangala, Wagner Pina e Dani Figueira no 11, ok Vasco? Ou o 11 que apresentaste ontem não era o mais forte para disputar uma eliminatória daquela importância, hein?...
Nota final para a curiosa ausência de reacção das televisões relativamente a este atentado à verdade desportiva que aconteceu nos dois campos. Acontecesse uma situação destas com o Benfica e abriam telejornais. Revoltante o estado em que se encontra o futebol em Portugal e a Comunicação Social."

Memórias!


"Ainda se lembram daqueles jogadores que acusaram o Benfica de os ter subornado para perderam um jogo?
Hoje, há quem queira fazer uma reciclagem de notícias e volta a usar o tema para fazer ruído.
Não aprenderam nada com o passado...🤦🏽"

O labirinto do irreconhecível FC Porto de Sérgio Conceição


"Comecemos pela grande questão: como é possível que, quando estamos na sétima temporada de Sérgio Conceição no banco do FC Porto, o plantel pareça cada vez menos do agrado do treinador, menos à sua imagem? O que aconteceu para que, apesar de todo o peso e importância que o técnico ganhou no clube, fiquemos com a ideia de que cada vez menos jogadores lhe enchem verdadeiramente as medidas, que os futebolistas à disposição são uma espécie de mal menor com o qual o antigo internacional tem de trabalhar?
A cada janela de transferências, o FC Porto de Sérgio Conceição vai-se tornando menos num FC Porto de Sérgio Conceição. Vai-se dando um paradoxo: à medida que o treinador se tornou cada vez mais central no clube, ao mesmo tempo que o projeto desportivo se foi reduzindo ao que o dono do banco poderia fazer, o plantel foi fugindo do gosto e das pretensões de Sérgio Conceição. O FC Porto em que Sérgio Conceição ganha peso — como figura máxima na comunicação, como imagem desportiva, como grande argumento competitivo — é um FC Porto ao qual vai chegando gente que, claramente, não satisfaz os desejos de Sérgio Conceição.
Neste labirinto em que os dragões estão, faltam as bússolas do passado recente, os pilares da era Conceição. Otávio e Uribe saíram no verão, Marcano está lesionado, Marega, Herrera ou Telles são assunto de outrora. Taremi está mas, entre um contrato a acabar e a escassez de rendimento, parece ausente. Pepe cumpre 41 anos em fevereiro e, como se viu em Alvalade, o tempo também passa pelo eterno defesa.
Em sentido inverso, o próprio treinador convidou-nos, na conferência de antevisão do dérbi do Porto, a ir ao Transfermakt. E, por muito que Conceição fale em tempo de vacas magras, o portal mostra que tem havido investimento azul e branco: esta época foram Iván Jaime (€10 milhões), Nico González (€8,4 milhões), Alan Varela (€8 milhões) ou Fran Navarro (€7 milhões). Estes €33,4 milhões valeram, até ao momento, dois golos — um deles de Navarro, que já foi cedido ao Olympiacos — e zero assistências na temporada. Varela é o único que foi titular em mais do que cinco dos 27 encontros dos dragões na temporada.
Vamos à temporada anterior. Chegaram David Carmo (€20 milhões, a mais cara transferência da história entre emblemas nacionais), Gabriel Veron (€10,34 milhões), Marko Grujic (€9 milhões), Stephen Eustáquio (€4,21 milhões), André Franco (€4 milhões) e Samuel Portugal (€2,5 milhões). Época e meia depois destes €50,4 milhões terem sido investidos, Carmo está na equipa B, Veron foi cedido ao Cruzeiro, Grujic só foi titular em duas das 16 rondas do campeonato, Samuel Portugal nem se estreou pelo FC Porto, André Franco tem uma utilização intermitente. Resta Eustáquio, o único dos 12 futebolistas que chegaram ao Dragão nos últimos 18 meses — há ainda os cedidos Francisco Conceição e Jorge Sánchez — com o estatuto de titular.
O desconforto com a matéria-prima à disposição parece ter chegado ao espírito da equipa, que hoje atua como um conjunto descrente, perdido, sem chama ou golpe de asa. Este é, estatisticamente, o pior FC Porto de Conceição à 16.ª jornada, o que somou menos pontos (35, abaixo dos 36 da época passada), marcou menos (23 golos, quando o anterior mínimo com o técnico eram 34) e perdeu mais (três derrotas, nunca passaram das duas), mas talvez o pior nem sejam os números. O mais grave é a sensação de falta de soluções, é a desvalorização que o técnico faz do próprio plantel, escudando-se nas tais “vacas magras” e numa falta de experiência ou traquejo. O mais grave é pensar que o FC Porto tem 35 pontos, mas não seria difícil que tivesse menos, bastando recordar os triunfos cheios de sofrimento contra Farense e Rio Ave, frente a Desportivo de Chaves ou Vitória SC e Gil Vicente.
Em busca da identidade perdida, Sérgio Conceição diz que tem de recorrer mais aos jovens da formação. Mas, paradoxo dos paradoxos, quem tem sido aposta não é da formação nem pode ser propriamente considerado jovem. Zé Pedro tem 26 anos (faz 27 em junho) e chegou ao clube já com 24, após ter atuado nas equipas principais de Fafe ou Estrela da Amadora; João Mendes faz 24 anos em abril e chegou aos 21 ao FC Porto, já depois de ter realizado duas épocas como sénior no Vitória SC.
Fora as contradições com o plantel, o 2023/24 azul e branco é um caminho de equívocos e dúvidas, um estado de espírito inquieto, intranquilo, sem certezas. A pressão alta e agressividade parecem ter-se ido embora, a solidez defensiva também, até a força nos grandes jogos desapareceu, ou não houvesse já duas derrotas contra o Benfica e uma frente ao Sporting.
Sérgio Conceição, treinador de competência mais que comprovada, está longe de ser o único culpado do momento do FC Porto. Na verdade, ele é o grande pára-choques do clube nesta altura, quem leva com toda a instabilidade que surgiu, surge e surgirá, à espera do que tragam as eleições que se avizinham. Mas é inegável que este FC Porto, em que Sérgio Conceição ganha relevância como figura central à medida que referências do campo ou dos gabinetes se apagam, se parece cada vez menos um FC Porto de Sérgio Conceição.
Há um ano, em janeiro de 2023, os dragões venceram a Taça da Liga. Com aquele triunfo, tornaram-se detentores de todos os troféus nacionais, juntando aquela competição ao campeonato, Taça e Supertaça. Passados 12 meses, a Supertaça foi perdida e a Taça da Liga também. Amanhã (20h45, RTP1/Sport TV2) há duelo contra o Estoril, a besta negra dos últimos tempos, para a Taça de Portugal. Os dragões chegam à Amoreira sem margem de erro."

A Super League da alarmante incompetência


"À medida que Florentino Pérez discorria os seus argumentos num programa amigo da TV espanhola, na segunda-feira à noite, os sinais acumulavam-se. O presidente do Real Madrid não só falhava a nomeação de um dos seis clubes ingleses envolvido na criação da Super Liga como decidia referir que um United – City não se compara com um Madrid – Barça. Para uns, dois pormenores, para mim dois sinais de uma iniciativa que, mesmo que pensada durante muitos anos, avançou em cima do joelho, sem coesão e sem convicção. E ainda bem que assim foi.
Mais ou menos à mesma hora o capitão do Liverpool, James Milner, partilhava a sua opinião de forma pública contra a Super Liga que o seu clube tinha co-fundado, emitindo mais um sinal. Logo depois um Jürgen Klopp claramente perdido confirmava os indícios de algo que viria a formalizar-se durante o dia de ontem. A Super Liga foi, mais do que qualquer outra coisa, um exercício de “super incompetência”, algo que nos deve preocupar a todos, mesmo havendo razões para surpreender poucos.
Na digestão do inevitável fracasso da iniciativa, alguns comentadores procuravam contextualizar o erro cometido pelos dirigentes e proprietários dos mais poderosos clubes do mundo, afirmando que ignoraram as consequências da sua opção, centrando-se apenas numa “business decision”. Discordo desta compartimentalização. Uma decisão de gestão que ignora ou desvaloriza, de forma tão grosseira, o contexto em que se insere é apenas uma decisão incompetente. Foi isso mesmo que o projecto da Super Liga revelou ou, se quisermos, confirmou: que a maioria dos clubes mais poderosos do mundo estão perigosamente na mão de incompetentes, ignorantes do fenómeno em que se inserem, ao ponto de hipotecarem, em pouco mais de 48 horas, toda a sua credibilidade.
O caso justifica ainda maior perplexidade pelo facto de a criação da Super Liga não ter envolvido apenas “proprietários”, mais ou menos recém-chegados ao negócio do Futebol. A iniciativa falhada foi, aliás, liderada por homens com obrigação de respeitar ou, pelo menos, conhecer os princípios associativos do Futebol europeu e a sua força. A Florentino Perez, Joan Laporta e até Andrea Agnelli não assiste sequer a desculpa da ignorância ou incompetência, sobrando apenas a total arrogância de se acharem capazes de obliterar, em 48 horas, uma cultura centenária altamente enraizada em factores emocionais, arrastando os demais ignorantes e incompetentes no seu despotismo alienado.
Este colossal exercício de incompetência não nos deve espantar, apenas preocupar. O estado financeiro em que se encontra a maioria dos “gigantes” e do Futebol de clubes em geral já era indicador suficiente da incapacidade transversal, dos dirigentes e proprietários de emblemas europeus, em conduzir um negócio saudável e equilibrado. O endividamento que as suas más decisões provocaram (e não o COVID, ao contrário do que afirmam) foi, aliás, a motivação de curto-prazo e provavelmente a mais forte, em toda esta loucura.
Florentino Pérez, quando questionado na televisão sobre o porquê de o G12 não optado por discutir sim formas de racionalizar a espiral inflacionista que os próprios alimentam, encolheu os ombros e disse: “sabe, os custos sobem…”. O prognóstico é tão caricatural como preocupante. O nosso Futebol é um negócio entregue a arrogantes incapazes, disfarçados de aclamados gestores. Estes “businessmen” consideraram que fazia mais sentido encetar uma deriva que resultasse em ainda maior endividamento, ao invés de aproveitarem o seu poder, influência e suposto “know-how” para reflectirem se faz sentido económico continuar a investir centenas de milhões de Euros, em progressão ascendente e sem tecto, em aquisições, salários, comissões e indemnizações por despedimento.
Os clubes mais poderosos do mundo concentram, mais cedo ou mais tarde, os melhores jogadores e técnicos. Não deveriam ser liderados e geridos também pelos homens mais capazes e que por isso entendam o falhanço do modelo que os próprios desequilibraram? O retumbante fracasso desta elite faz-nos sorrir, à primeira vista, mas é forte razão para preocupação, pois se esta é a melhor gestão que podemos ter, ao leme do Futebol, dificilmente o edifício escapará à ruína, no seu tudo.
A ameaça da Super Liga aparentemente acabou, por agora. Mas os riscos da loucura incompetente permanecem, caso o momento não seja aproveitado pelos “vencedores”, UEFA e FIFA (também eles tudo menos inocentes) para realmente racionalizar e repensar a paixão de todos nós. Será a oportunidade aproveitada? Veremos."

Superliga: toque de génio ou drible desastroso?


"Parecem ser inúmeras as desvantagens da Superliga, mas ela é um excelente pretexto para repensar a organização do futebol.

O mais recente parecer da União Europeia sobre a Superliga (que, de uma forma resumida, impediu a FIFA de vetar a criação da competição) desencadeou um debate acalorado que promete não ficar por aqui. Representou, igualmente, uma chapada de luva branca à FIFA e à UEFA, desafiando as suas posições mais enraizadas. A questão que se impõe é se a Superliga, neste cenário, desempenha o papel de Herói ou Vilão no cenário do futebol europeu. A verdade é que esta decisão traz à tona um espaço de debate e reflexão sobre a necessidade de inovação no futebol (com ou sem Superliga).
Embora não seja fã da Superliga, admito assumir, momentaneamente o papel de advogado do Diabo. A crítica às práticas da FIFA e da UEFA destaca a necessidade de repensarmos o modelo atual das estruturas existentes. Aqui, e pegando nas palavras de Florentino Pérez, não esquecendo que é uma figura parcial nesta questão, existe um ponto muito interessante. Este parecer é uma oportunidade para inovarmos, repensarmos e sairmos fora da caixa, permitir aos clubes e adeptos expressarem as suas convicções e ideias.
Quanto à própria Superliga, a proposta apresentada pela A22 Sports Management parece-me bastante dúbia. A estratégia do streaming gratuito dos jogos parece-me ideal para mascarar a ideia da inclusão, numa competição “sem membros permanentes” que sugere uma rutura com o sistema tradicional. Porém, as ligas Star, Gold e Blue, com as suas características, levantam muitas questões sobre a verdadeira inclusão e meritocracia dos clubes.
Vamos por partes, peguemos no exemplo do Leicester: um clube que faça um campeonato interno surpreendente e que conquiste o título, nunca poderia, sob este formato, alcançar a primeira divisão e jogar com os “melhores clubes”, sem passar obrigatoriamente pelas divisões inferiores. A par deste facto, a disparidade entre os clubes mais poderosos e os menos privilegiados seria cada vez maior, o que impossibilitava a existência de projetos como o Schalke, em 2011, o Ajax, em 2019, ou Villarreal, em 2022.
A longo prazo, as desvantagens parecem inúmeras, acima de tudo se falarmos da verdadeira essência do futebol. O mundo pára quando existe um duelo entre Real Madrid e Liverpool, por exemplo. A banalização deste tipo de jogos, todas as semanas, iria retirar-lhes todo o seu cariz diferenciador e único.
A Superliga Europeia, neste formato, apresenta inúmeras limitações. Porém, não deve ser vista como uma ameaça ao futebol, até porque o último parecer será sempre o dos clubes, mas sim como uma oportunidade de repensar o futebol. É uma oportunidade para inovarmos os modelos que atualmente existem, cativando cada vez mais pessoas."

‘Gentlemen, here we speak English!’ – um clube de elite até nos lavabos!


"No início de 1900, Paris fervilhava de paixão pelo futebol: e o The White Rovers dava nas vistas.

É insultante e ultrajantemente insultuoso dizer e escrever, como muitos por aí, que Paris não é uma cidade de futebol. Só gastrópodes de respiração cutânea podem afirmá-lo sem pingo de vergonha. Estudassem. Fossem ao ano de 1900, por exemplo, quando a França foi vice-campeã Olímpica – o que equivalia a ser vice-campeã do mundo – com os seus medalhados Alfred Bloch, Eugène Fraysse, Virgile Gaillard, Georges Garnier, René Grandjean e companheiros. Uma grande seleção precisa de ser, por vezes, aspergida com o regador da rivalidade. Vários clubes parisienses trataram de fazer inchar como um repolho do Entroncamento a chamada ‘passion partisane’, ou seja, o inglesíssimo‘football association’. O mais nobre dos três foi, muito provavelmente, o Racing Club de France, fundado em 1882, e em cujas instalações, Croix-Catelan Stadium, em Colombes, se desenrolou o tal Torneio Olímpico de Futebol que serviu de início a esta crónica. Outros disputavam essa convicção – Paris foi uma cidade de futebol, mas os parisienses não passaram a arrastar-se de humildade nos ‘trottoirs’ por causa disso, homessa! Nessa altura havia clubes em barda na Cidade Luz: Standard Athletic Club; Club Français; US Suisse Paris; Olympique de Paris; CA Paris-Charenton; Gallia Club Paris; US Parisienne; Red Star F.C.; «and the last but not definitively the least», The White Rovers!
Ok, de acordo, não batam mais no ceguinho, que culpa tenho eu que uns mamíferos gémeos chamados John e Thomas Bertram Wood, nascidos em Tottenham em 1872, se tenham mudado de malas e baús para a Rue Pasquier e ali, nas horas em que faziam gazeta aos estudos, resolveram embebedar-se com os amigos no Café Français – a cerveja era, por sinal, muito pouco tépida para o seu gosto – e da ressaca consequente haja brotado um clube de futebol chamado precisamente The White Rovers? Poupem-me! Convenhamos que os manos Wood criaram um certo burburinho na capital de França que, até então, ainda não aceitara de boa catadura o jogo inventado pelos ingleses numa pura exibição de incoerência à francesa já que haviam tomado gosto pelo rugby, também ele indiscutivelmente britânico. Uma questão lá entre eles que não vou alimentar, era o que me faltava. A fundação do clube foi anunciada com uma pompa e uma circunstância de fazer chorar qualquer Elgar – no Les Sports Athlétiques, uma publicação da responsabilidade de uma entidade gigantesca como era a Union des Sociétés Françaises de Sports Athlétiques, uma reportagem anunciava-se que os The White Rovers estavam longe, mas mesmo muito longe, de serem uma agremiação redutora e que, como prova da sua vontade de se imbuir nos costumes locais, apesar de ser fundada, presidida e financiada pela comunidade inglesa de Paris, estava disposta a aceitar como sócios e atletas gente que não tivesse nascido para lá da Mancha. Numa pequena alínea, no entanto, referia que nas instalações do clube e durante o tempo em que as modalidades durassem os desportistas deviam comportar-se sob as regras dessa magnífica instituição que é o fair-play e que deviam falar uns com os outros exclusivamente em inglês. «By Jove!».
Talvez tenha sido por causa dessas picuinhices tão próprias da idiossincrasia do povo inglês, que é muito capaz de se entusiasmar ao ser surpreendido pelo facto de, durante a sua juventude, o Rei Carlos VI ter tido aulas particulares de The Art of Knitting em_Balmoral, que The White Rovers tenha limitado a sua existência até somente 1898. Na verdade, os ingleses haviam começado a abandonar Paris aos magotes. Como sempre queixavam-se da cozinha e do excesso de alho no tempero e de a quase totalidade dos franceses serem incapazes de falar inglês sem um ‘dreadful accent’. E sem ingleses, um clube cujas regras obrigavam a que se falasse inglês até nos lavabos («I must say my dear, I know that’s looks preposterous but I can’t find my way to the loo», já imaginaram?!) não podia ter grande futuro em França. Como não teve. Ainda por cima num altura em que um tipo de nome William Henry Sleator, gendarmes andavam furiosamente à caça de alguma exibindo mensagens políticas. «Bof! Vraiment des cons, ces mecs lá bas!»."