quinta-feira, 28 de dezembro de 2023
Não passa nada!!!
"Dizem as más línguas, que vários jogadores do FC Porto foram a casa de David Carmo, mostrar a sua solidariedade para com o sucedido com o defesa central, que custou 20 milhões de euros.
Dizem, também, que grande parte dos jogadores menos utilizados quer sair dos azuis, já em Janeiro.
Estaremos perante a perda de balneário do mestre das ações de caridade da nossa Liga? 🤔
Para a nossa cs o que importa é o Schmidt não saber falar português... 😏
#obenficaestáemcrise"
40 M € !!!
"❎ David Carmo - 20 Milhões €
❎ Verón - 10,2 Milhões €
❎ Nico Gonzalez - 8 Milhões €
Três jogadores, 40 Milhões € de (um brutal) investimento, todos destratados em público pelo treinador mais disciplinador - e com mais ações de caridade realizadas - da Liga.
Mas o que importa é que o Benfica está em crise e o Schmidt não soube gerir o tema Odysseas.
Terá sido, Pinto da Costa, ultrapassado por Sérgio Conceição, na hierarquia do FC Porto?"
Casamentos!
"Afinal, parece que o Di María irá apresentar-se mais tarde no clube porque foi autorizado, e muitíssimo bem, a marcar presença no casamento da sua irmã.
Fim da polémica!
Vamos todos fazer um minuto de silêncio em memória daqueles que já estavam prontos para criar mais uma pseudo-polémica só para criticar o Benfica."
Aquilo que comunicação social não conta.
"Di Maria ausentou-se, devidamente autorizado, para poder estar presente no casamento da irmã.
Fim do tema..."
Falha jogo da Liga
"SERÃO AS MINI FÉRIAS DE DI MARÍA
UM CRIME DE LESA BENFICA?
10 apontamentos sobre um assunto muito discutido desde ontem.
1. Gosto do Di María, fui até dos que se deslocaram propositadamente à Luz para lhe dar as boas vindas quando foi publicamente apresentado. Penso que os grandes jogadores - e Di María faz inequivocamente parte desse pequeno grupo de craques - constituem mais-valias para qualquer equipa.
2. Muitos dos nossos jogadores gozaram períodos de mini férias nas paragens para as seleções, o que não aconteceu com Di María, que, sendo mais velho, teve ainda que suportar viagens e jet lags intercontinentais.
3. Di Maria atravessa um grande momento de forma e tem sido peça decisiva nos últimos bons jogos da equipa.
4. A dispensa de Di María é, portanto, um risco assumido por treinador e presidente: o jogador não é novo, realizou mais de 50 jogos em 2023 e vai ter muitos e exigentes compromissos pelo Benfica na segunda metade da época.
5. A ausência de Di María pode dar oportunidade a alguns jogadores - Gonçalo Guedes e, desejavelmente para mim, Tiago Gouveia -, que todos ambicionam ver com mais tempo de utilização.
6. Acredito que Rui Costa, presidente com vasta experiência de balneário, e Roger Schmidt saberão gerir o assunto junto do grupo de trabalho. Situações de exceção existem, aliás, em todas as equipas.
7. Esta dispensa pode passar a ideia de facilitismo para o jogo com o Famalicão. Há que saber combater interna, mas também externamente, essa ilusão.
8. Para os muitos que dizem que Di María está velho, que não defende, que deve sentar-se no banco, aí está mais uma oportunidade de verem o Benfica sem o seu melhor marcador.
9. Aprecio que o assunto tenha sido tratado com verdade. Outros teriam preferido inventar uma qualquer lesão impeditiva de utilização do jogador contra o Famalicão.
10. Se o Benfica ganhar na sexta-feira o assunto morrerá de imediato, mas se perder pontos com o Famalicão temos garantida a continuidade da discussão. Vale uma aposta?"
Fim de outra ditadura!
"FIFA e a UEFA têm de entender que o futebol não pode ser um ‘poder à parte’
É possível que nem todos tenham já compreendido a fundo o que pode vir a significar o recente acórdão do Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE), que considera contrária à legislação europeia, e por isso ilegal, a determinação da FIFA e UEFA de proibirem atletas e clubes de participarem em competições privadas. A verdade é que este acórdão pode vir a ter consequências tão profundas e revolucionárias como teve o célebre acórdão-Bosman, que em 1995 veio transformar por completo as regras do jogo do futebol mundial no que respeita às transferências.
O filme tem, na realidade, muito de semelhante. E também em 1995, os poderes instituídos no futebol pela FIFA e UEFA, pareciam não acreditar na revolução que se seguiu ao caso levantado por um modesto jogador belga de futebol, que responde pelo nome de Jean-Marc Bosman, e está hoje a caminho dos 60 anos.
Creio que vale a pena lembrar como, em 1990, Jean-Marc Bosman, ao recusar renovar, então, contrato com o FC Liège, da Bélgica, teve a coragem de seguir com um processo judicial contra o clube que o impedia de se transferir livremente. A regra da FIFA era clara: mesmo em fim de contrato, qualquer jogador tinha de comprar a sua liberdade para assinar por outro clube.
Bosman lutou. O processo demorou cinco anos, mas o jogador venceu no Tribunal de Justiça da União Europeia e provocou, no futebol mundial, verdadeira revolução na estrutura de transferências dos jogadores. Ganhou o espírito da liberdade de circulação e nunca mais os clubes puderam exigir contrapartidas financeiras por jogadores em fim de contrato.
O tribunal europeu considerou a lei das transferências, como os senhores da FIFA e da UEFA lhe chamavam, incompatível com o direito fundamental de livre circulação de qualquer trabalhador assegurado pelo Tratado da União Europeia. Os jogadores em fim de contrato passaram a ser livres de mudar de clube sem quaisquer restrições, e apesar da medida vincular então o espaço da União Europeia, não teve, evidentemente, a FIFA outro remédio se não integrá-la em toda a organização do futebol mundial.
O acórdão-Bosman teve ainda efeito sobre os limites então impostos ao número de jogadores estrangeiros por plantel. Decidiu o tribunal que o limite máximo de jogadores estrangeiros no plantel de um clube impedia a liberdade de circulação dos jogadores, que se viam impossibilitados de assinar por um clube que já tivesse atingido o referido limite. Sabe-se o que isso provocou e, hoje, já poucos se lembram de como era o futebol antes dessa revolução.
Agora, com este recente acórdão do Tribunal de Justiça da União Europeia sobre as ideias monopolistas da FIFA e da UEFA, o mais popular espetáculo desportivo do mundo pode voltar a conhecer surpreendentes e profundas mudanças.
A partir de agora, no espaço da União Europeia, clubes e atletas deixam de estar obrigados a competir apenas sob a bandeira da organização da FIFA, em geral, ou da UEFA, em particular. Está, na papel, ganha a batalha a favor de uma privada Superliga europeia, por exemplo, como recentemente a desejava um grupo com 12 dos mais poderosos clubes europeus, no qual apenas permanecem, como sabemos, Real Madrid, Barcelona e Juventus, e creio que nem o novo modelo da Liga dos Campeões (já para 2024/25), nem o futuro Campeonato do Mundo de Clubes (a jogar-se a partir de 2025), pensados para dar mais dinheiro aos clubes e assim satisfazer-lhes algumas das pretensões, serão suficientes para impedir, num futuro relativamente próximo, nova revolução no futebol.
É uma questão de tempo e de dinheiro. Ou, no mínimo, de se compreender no interior da FIFA e da UEFA que o poder, mesmo no futebol, não pode continuar a ser exercido em regime de ditadura. Já será uma vitória!"
Ninguém como Amadeo, o gigante de Santa Fé!!!
"Era um guarda-redes enorme e tranquilo que provocava os adversários deixando a baliza vazia
Confesso que não sei explicar esta sensação que conservo de que, no futebol, a função de guarda-redes é a que fica mais próxima da morte. Lembro-me de Barbosa, o homem que defendeu a baliza do Brasil na dramática final do Mundial de 1950, num Maracanã a rebentar pelas costuras, 200 mil ou mais, vitória do Uruguai. Passados vinte anos contou que, certa vez, ia sentado sossegadamente num autocarro quando uma senhora que levava o neto pela mão o reconheceu e disse para o menino: “Olha! Aquele foi o homem que matou o Brasil!”. Barbosa saiu na paragem seguinte, sentou-se na berma do passeio e chorou. Depois confessou: “Só queria morrer”.
Vasily Ivanovich Lebedev-Kumach, poeta russo, um rapaz satírico, compositor de canções, escreveu a banda sonora para o filme soviético Bpatapb, O Guarda-redes. Alguém, ao fundo canta, ao mesmo tempo que imagens de golos e de defesas vão percorrendo o ecrã:
“Guarda-redes prepara-te para a batalha
És uma sentinela perante a tua baliza
Imagina que é a fronteira do Estado
Que está traçada atrás de ti”.
Convenhamos que mais soviético e mais belicoso era difícil. E que não deixa de sugerir, para mais cedo ou mais tarde, uma morte heroica de quem se recusa firmemente a abandonar o seu posto. Há guarda-redes assim: nunca abandonam o seu posto.
Amadeo Raúl Carrizo Larretape, que o mundo do futebol conheceu sempre como Amadeo Carrizo, tinha um metro e noventa e a baliza parecia pequena quando ele, sobre a linha fundamental, abria os braços e ocupava todo aquele espaço enorme em seu redor. Nasceu em Rufino, província de Santa Fé, na Argentina.
“Llegará, tangamente, mi muerte enamorada
Yo estaré muerto, en punto, cuando sean las seis
Hoy que Dios me deja de soñar, a mi olvido iré por Santa Fe
Sé que en nuestra esquina vos ya estás
¡Todo de tristeza hasta los pies!”, cantava a voz lavada a whiskies de Amelita Baltar a música de Piazzola. “Amadeo!”, gritavam os hinchas, fascinados com a sua serena categoria quando saída da grande área com a bola colada ao pé direito, fazendo gestos com aqueles braços que pareciam asas às quais Deus se esqueceu de acrescentar penas para que os companheiros avançassem para o ataque. Era uma declaração de confiança, de invencibilidade: “Ide! Ide todos! Cá estarei, sozinho, para defender a fronteira do Estado que fica atrás de mim!”. E chamavam-lhe também Tarzan porque gritava como se estivesse na selva do jogo.
Amadeo tinha tanta confiança em si próprio que não temia jogar sempre o maior tempo possível junto à meia-lua. Era aí que a sua imagem, geralmente azul porque envergava quase sempre camisolas azuis, mais brilhava ao sol da tarde. Os mais velhos lembravam-se dele como avançado. Foi nessa posição que começou a jogar em clubes como o El Fortín e o Buenos Aires Pacífico, quando recuou não foi capaz de recuar tanto como queria, vendo bem, havia um chamado, por assim dizer, uma provocação. Carrizo provocava os adversários mostrando-lhes uma baliza vazia que não tardaria, num instante, a encher com o seu físico de gigante. No River Plate, onde passou treze anos, fez parte de uma equipa mágica que tinha José Manuel Moreno, Félix Loustau, Adolfo Pedernera, Ángel Labruna e o jovem Alfredo Di Stéfano. Era LaMaquina! E o keeper de La Maquina tinha resina nas mãos, as bolas ficavam coladas nas suas luvas, porque foi dos primeiros guarda-redes a nunca dispensar luvas, e ele chamava a isso “encerrar a jogada”, dali não saíam mais, ou pelo contrário, saíam, mas obedecendo à sua vontade, conseguia tranquilamente fazer lançamentos com os braços muito para lá do meio-campo ao mesmo tempo que os adeptos doRiver soltavam “Ohs!” de admiração e depois olhavam uns para os outros sorridentes, sem precisarem de falar, só trocando sorrisos que queriam dizer: “Ninguém como Amadeo, o homem de Santa Fé!”. Jogou no Peru, na Colômbia, foi mantendo-se novo à medida que ficava velho. Ouvia Amelita:
“Moriré en Buenos Aires
Será de madrugada, que es la hora en que mueren los que saben morir
Flotará en mi silencio la mufa perfumada de aquel verso que nunca yo te pude decir
Andaré tantas cuadras y allá en la Plaza Francia
Como sobras fugadas de un cansado ballet
Repitiendo tu nombre por una calle blanca se me irán los recuerdos en puntitas de pie”. Morreu em Buenos Aires num dia redondo, 20 de março de 2020. Sempre atento, sempre cavalheiro. Quando lhe perguntavam a que se devia a sua longevidade, não respondia como Bernard Shaw (“Ter nascido há muito tempo”), mas simplesmente: “Bebendo todos os dias uns copos de vinho”. Depois partiu sem mágoas o gigante que nunca abandonava o seu posto…"