segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

Vermelhão: 2 pontos perdidos...

Moreirense 0 - 0 Benfica


Mais dois pontos perdidos, numa partida, onde voltámos a demonstrar muitos problemas: nos primeiros minutos na transição defensiva e no resto do jogo, na falta de dinâmica ofensiva, e a já habitual falta de objetividade no momento do remate!

O Moreirense está em 6.º. com 5 pontos de vantagem sobre o 7.º classificado! Tem jogado bastante bem, e hoje, soube aproveitar de início, as lacunas do Benfica... Com o Benfica mal posicionado na perda de bola, com saídas rápidas e simples, ao primeiro toque (muito difícil executar...), obrigaram o Trubin a muito trabalho! O Benfica levou algum tempo a adaptar-se: Centrais mais perto dos avançados; e 'matar' as jogadas imediatamente após a perda de bola... Mas quando 'acertámos', o Moreirense deixou de criar o perigo que criou inicialmente...

Mas ofensivamente, nunca conseguimos 'incomodar' o esquema adversário: Sem rapidez nas Laterais, sem Extremos desequilibradores (tanta falta fez o Neres hoje, principalmente no 2.º tempo...), o nosso jogo torna-se previsível...

Nos últimos dois jogos, contra o Sporting e o Inter, a equipa parecia querer melhorar, mas as dinâmicas dessas partidas foram completamente diferente. No Tugão, contra este tipo de equipas, é necessário outro tipo de 'jogo'! Contra adversários super-agressivos, que usam a falta recorrente, como o principal recurso defensivo, sem espaço entre a Linha defensiva e o guarda-redes, é necessário 'largura', velocidade, jogadores com boas decisões 'entre-linhas', homens de área, e desequilibradores nas Alas... e neste momento, não temos nada disso!

O ataque ao treinador vai continuar, sempre que os resultados forem negativos, mas neste momento, com o plantel mal construído desde início, e com jogadores fundamentais lesionados, nada mudará! Até poderemos ter a 'certeza absoluta' que os jogadores que estão no banco, fariam mais e melhor, do que os jogadores titulares, mas tudo isso não passa da habitual falácia dos treinadores de bancada (sofá ou teclado)! Bah e mais tarde Neres, fazem muita falta... Até porque com o Bah de volta, o Aursnes poderia ser uma opção para o meio-campo! E com o Neres, será mais fácil, 'abdicar' do Di Maria...!!!

Como não podia deixar de ser, mais um erro grave, com influência do resultado: Vermelho direto, aos 50' por mostrar ao Marcelo, Central do Moreirense! Nem sequer tenta jogar a bola, entrada de frente, com os pitõns sobre o Kokçu! Totalmente intencional... e só não lesionou, porque não acertou na perna de apoio! Incompreensível, como o Verdíssimo dá Amarelo e como o VAR ficou calado!

O facto de matematicamente ainda existir 'esperança' na qualificação para a Liga Europa, também não ajuda, na concentração dos jogos do campeonato! A partida da próxima Sexta, com o Farense na Luz, será extremamente importante e extremamente complicada! O Farense do Zé Mota, tem criado muitas dificuldades contra os ditos grandes, e o Benfica com todas as debilidades que actualmente tem, principalmente no ataque posicional, vai ter muitos problemas em ultrapassar o autocarro que virá de Faro!

É fundamental, mantermo-nos na liderança, ou muito perto (2 pontos no máximo), até Janeiro, onde alguns dos problemas básicos da formação deste plantel, podem ser retificados!

Barata: 2h 07m 35s !!!


Terceira melhor marca Portuguesa na Maratona, só atrás do António Pinto e do Carlos Lopes, e qualificação Olímpica!
Parabéns ao Samuel Barata...

Ganhar é o objetivo


"O Benfica visita o Moreirense e só pensa na vitória. A partida tem início marcado para as 18h00. Este é o tema em destaque na BNews..

1. Nota
Assinala-se, uma vez mais, que a unanimidade da crítica aponta para a existência de um penálti perdoado ao FC Porto. Uma vez mais, árbitro e VAR decidiram em sentido contrário. É já o terceiro penálti não assinalado neste Campeonato contra o FC Porto, com crítica unânime para a inação de árbitro e VAR. Fica o registo e a exigência de rigor para uma Liga que quer ser referência.

2. Com o fito nos três pontos
Na opinião de Roger Schmidt, a visita ao Moreirense é "muito difícil" frente a um adversário que tem feito "uma excelente temporada". E acrescenta: "Compete-nos ter um bom desempenho, porque precisamos disso para vencer o jogo."
Com o Benfica na liderança da prova, Roger Schmidt defende que "o importante é acabar em 1.º lugar, não precisamos de ser o primeiro durante toda a temporada. Mas em cada jornada há uma oportunidade para continuar em 1.º lugar. Toda a gente vê que estamos a melhorar enquanto equipa, a forma dos jogadores em termos individuais também está a melhorar. Quanto à classificação, isso é uma consequência do que fizermos."

3. Golo do mês
É de João Neves, frente ao Sporting, o Golo do Mês de novembro escolhido pelos adeptos.

4. Resultados
Em andebol, o Benfica bateu o Póvoa AC por 29-23. No basquetebol, triunfo benfiquista frente ao Lusitânia (94-51). No futsal, Ronda de Elite terminada com pleno de vitórias (na última jornada, 1-10 ante o Prishtina). Em hóquei em patins, vitória em Sesimbra a contar para a Taça de Portugal (3-12). No voleibol, o Benfica ganhou, 2-3, no reduto do Castêlo da Maia. A equipa B perdeu, por 1-0, na deslocação ao AVS. No andebol feminino, 37-18, na receção ao ACD Monte. Em râguebi, vitória benfiquista no campo do CDUP (28-36) e liderança isolada na prova ao fim de 7 jornadas.

5. Agenda
Além da partida em Moreira de Cónegos, hoje há os seguintes jogos de equipas femininas do Benfica: em andebol, deslocação ao Juve Lis (16h00); em futsal, visita ao Águias Santa Marta (13h00); em voleibol, embate no pavilhão do Castêlo da Maia (16h00).

6. Protagonista
Diana Durães, nadadora do Benfica, é a protagonista da semana. Uma entrevista para ver na íntegra na BTV ou ler no jornal O Benfica.

7. Dia repleto de benfiquismo
Veja a reportagem da BTV sobre a inauguração da primeira Casa Benfica 2.0.."

Inqualificável...


"Inqualificável o que se está a passar no futebol português. Bem sabemos que a Liga Portugal não pode deixar cair o FC Porto devido à calamitosa situação financeira, mas isto extravasa todos os limites. Isto é corrupção pura e dura aos olhos de todos. Isto são os anos 90 ao vivo e a cores.
E toda a roubalheira em direto e com o selo de aprovação de Luís Freitas Lobo e da Sport TV, que insiste em dar palco a este adepto fanático portista travestido de comentador imparcial.
Até quando as pessoas que gostam de futebol vão tolerar isto?
Para que serve, afinal, o VAR em Portugal?"

Até o Leirós!

O péssimo exemplo de Cristiano Ronaldo


"Inaceitável o gesto de Cristiano Ronaldo acusando o árbitro de estar ‘comprado’

Acredito que mesmo o mais fiel admirador de Cristiano Ronaldo se perguntará, com alguma perplexidade, como pode a maior figura do desporto mundial perder ainda a cabeça, aos 38 anos, com a desfaçatez com que Cristiano a perdeu, no feriado desta sexta-feira, durante o clássico Al Hilal-Al Nassr, jogo maior da jornada da Liga da Arábia Saudita que opôs, também, os treinadores portugueses Jorge Jesus e Luís Castro.
O péssimo exemplo dado pelo capitão da seleção portuguesa fica seguramente registado como um dos mais inaceitáveis que se viram esta temporada nos palcos dos principais jogos das melhores ligas mundiais, e creio que apenas nos resta esperar, desejar e acreditar que Cristiano Ronaldo se sinta, a esta hora, verdadeiramente arrependido dos gestos que teve no decorrer do grande jogo que opôs a sua equipa ao líder do campeonato saudita, treinado por Jesus.
A grandeza de Cristiano Ronaldo (que em momentos como este é inevitavelmente atingida) devia torná-lo incapaz, sobretudo aos 38 anos e com o notável percurso profissional que tem, de expor em campo atitude tão inqualificável como a de acusar o árbitro de estar comprado pelo adversário, à boa maneira de um certo faroeste muito próprio de décadas como as de 80 e 90, em campeonatos profissionais de dimensão terceiro-mundista.
O gesto de Cristiano Ronaldo, insinuando claramente o recebimento por parte do árbitro de dinheiro do adversário para prejudicar o Al Nassr e beneficiar o Al Hilal, não é um pormenor sem importância nem uma daquelas reações mais admissíveis sempre que se trata de um jogo com temperatura inevitavelmente mais escaldante como era o caso do jogo entre os principais candidatos ao título da Arábia Saudita.
Naturalmente escrutinado pela dimensão e impacto mundial que tem, Cristiano Ronaldo sabe muito bem o que deve ou não deve fazer num campo de futebol e não precisa que lho digam. A competir, não é a primeira vez, aliás, que Cristiano tem publicamente um gesto feio, para não lhe chamar outra coisa, mas creio (correndo o risco de estar errado) que nunca o víramos ser protagonista de uma atitude tão desprestigiante como a que assumiu no jogo de sexta-feira. Fê-lo com um permanente e indisfarçável sorriso irónico e por mais de uma vez exibiu, com as mãos, claro sinal de dinheiro alegadamente pago ao colombiano Wilmar Roldán Pérez, de 43 anos, o árbitro escolhido para o jogo grande da jornada, na linha da opção tomada pela federação saudita de recorrer a árbitros estrangeiros, com as insígnias da FIFA, para dirigir as partidas da Liga do país.
Mesmo admitindo que o juiz da partida possa ter cometido erros, e erros suficientemente grosseiros, porventura até com eventual influência no resultado, o que Cristiano Ronaldo fez não pode aceitar-se vindo de qualquer que seja o atleta profissional, e muito menos, como parece mais do que evidente, de um dos maiores desportistas mundiais de sempre. É profundamente imaturo, muito irresponsável e abre perigosamente caminho a exemplos que atentam contra a mais básica dignidade do jogo e contra a mais simples ética de comportamento que se exige aos profissionais e a figuras com tamanha responsabilidade pública.
No passado, já se viu o árbitro colombiano Roldán Pérez envolvido em semelhantes situações controversas, muito semelhantes, aliás, às que motivaram agora fortes críticas dos responsáveis do Al Nassr, nomeadamente do treinador português Luís Castro.
Mas ao mais alto nível do desporto profissional, nenhum erro de arbitragem, ou qualquer outro, pode justificar o tipo de acusações e de gestos de Cristiano Ronaldo, feitos à vista de toda a gente e aos olhos de todo o mundo.
Na luxuosa bolha em que vive, talvez lhe seja indiferente o julgamento feito. É pena. A grandeza não vem da arrogância ou da obsessão pelo sucesso. Vem da humildade e do respeito. E Cristiano saberá que o seu lugar na história do desporto não merece ser diminuído."

Pôr o dedo na ferida


"A mensagem que [André Villas-Boas] quis passar foi que a administração está no FC Porto a servir-se da instituição e não a servi-la

A classificação dos clubes portugueses nas competições europeias diz-nos muito sobre o estado atual do futebol nacional. Uma coisa é obvia, estamos a afastar-nos dos lugares cimeiros do ranking da UEFA. Temos várias formas de analisar este facto: podemos encontrar um problema naquilo que não controlamos, como a forma como as competições são organizadas e contabilizadas, ou, se quisermos evoluir, podemos perceber que este não é o caminho…

Garantia de Pedro Proença
De uma forma surpreendente, na última quinta-feira, numa entrevista ao programa CNN Em Jogo da CNN Portugal, Pedro Proença garantiu que vai ficar na Liga de Clubes até ao fim do mandato. Foi o próprio que o afirmou, dizendo: «O Presidente da Liga tem o compromisso que, à data de hoje, vai cumprir o seu mandato.»
Como todos sabemos, as eleições da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) serão em setembro de 2024. Quem se quiser candidatar, já deverá estar a preparar a sua equipa. Ora, se Pedro Proença referiu a frase acima transcrita, é sinal de que não está a preparar a sua candidatura à FPF, até porque, se no passado dia 30 de novembro assumiu o compromisso de levar o mandato até ao fim, não será certamente em 10 meses que irá preparar uma candidatura à FPF… contrariando o que garantiu publicamente! Numa altura em que se pretende dar um rumo diferente ao futebol português e em que a transparência é um dos motores da mudança, seria inconcebível que um dos seus mais altos representantes, Pedro Proença, enganasse as pessoas, os adeptos e os agentes económicos publicamente. Seria também muito negativo que o presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) abandonasse o projeto, a meio do seu mandato, num momento em que está em causa o futuro do futebol português. Pior ainda por ser alguém que vem do terreno, que esteve dentro dos relvados e que percebe a importância do compromisso que se deve ter em cada momento. Se abandonasse o mandato a meio estaria a demonstrar que, muito mais do que se preocupar com o futuro do futebol português, estaria sobretudo a olhar para a sua carreira e para o seu ego. Estas questões deixam de se colocar depois da garantia dada no passado dia 30 de novembro. Ao longo da breve entrevista, Pedro Proença puxou dos galões ao falar dos seus três mandatos, denominando-os da seguinte forma: 2015-2019: recuperação económica; 2019-2023: consolidação; 2023-2027: afirmação da Liga Portugal no espetro nacional e internacional.
Quem ouviu Pedro Proença ficou, claramente, convencido que a nossa maior competição nacional de clubes teve uma evolução incrível em todos os sentidos, o que me leva a formular as seguintes questões: se a nossa liga evoluiu tanto nos mandatos de Pedro Proença, como o próprio referiu, por que motivo Inglaterra, França ou Brasil desistiram dos direitos de televisão da nossa liga em 2023/2024? Por que motivo a grande fatia das receitas da maior parte dos clubes portugueses são, apenas, as transmissões de TV? Por que motivo continuamos a perder espaço no ranking da UEFA? Será por causa da Conference League, como referiu Pedro Proença?
Relativamente a esta questão vale a pena relembrar um ponto importante: até hoje, nenhuma equipa portuguesa conseguiu amealhar pontos para o ranking UEFA na Conference League: Arouca, Vitória, Gil Vicente, P. Ferreira ou Santa Clara ficaram-se pelos play-off. Para aqueles que dizem que a Conference League não deveria valer os mesmos pontos que as restantes competições, realço apenas um facto: em 2020/2021 o Feyenoord ficou em quinto no campeonato neerlandês e, no ano seguinte, chegou à final da Conference League; em Portugal essa posição (5.º) foi ocupada pelo Paços de Ferreira, que em 2021/2022 ficou de fora no play-off de apuramento para a mesma competição. Podemos continuar a dizer que a culpa de perdermos lugares no ranking é da UEFA… enquanto não assumirmos que a nossa liga não é competitiva, não é interessante, não tem regras que a valorizem, permitindo aos clubes fazer o que bem lhes apetece, e que não é gerida numa lógica coletiva, mas sim individual, vamos continuar a perder espaço face a outros países que apresentam uma visão e compromisso muito maior que o nosso. Ao contrário do que Pedro Proença nos tem querido passar, em oito anos a evolução da LPFP não acompanhou a evolução e desenvolvimento dos jogadores, treinadores e das receitas que a indústria gera. Como tal, esperamos que nestes últimos anos que lhe restam à frente da LPFP, Pedro Proença tenha a capacidade de voltar a recuperar o interesse de mercados internacionais na Liga Portugal. Tal só será possível se a qualidade do nosso produto melhorar substancialmente, não nas palavras porque essas leva-as o vento, mas sim no terreno.

A sensatez de Villas-Boas
O discurso de André Villas-Boas na última Assembleia Geral do FC Porto demonstrou aquilo que temos vindo a referir: alguém bem preparado, que apresenta factos e que pretende imprimir um novo rumo ao seu clube. Abordou de uma forma pragmática a degradação do património do FC Porto clube e SAD. Tocou em dois pontos sensíveis e que ninguém respondeu: questionou se esta administração também hipoteca o seu património familiar à proporção e velocidade com que hipoteca o futuro do FC Porto. Aqui, indiretamente, a mensagem que quis passar foi que a administração está no FC Porto a servir-se da instituição e não a servi-la. Quem serve, gere os recursos como se fossem seus, com eficiência e rigor.
O segundo ponto foi a forma como marcou a sua posição na aprovação ou recusa das contas. Afirmou que aprovava as contas se a administração devolvesse o prémio que recebeu (€1.600M). Foi interessante verificar que ninguém ligado à administração tocou nestes dois pontos. Aliás, o discurso tanto de Pinto da Costa como o de Fernando Gomes foram no sentido de encontrar algo pessoal que pudessem expor de Villas-Boas. Este pode ter sido o primeiro round de vários que ainda irão existir. Estrategicamente, temos duas abordagens diferentes: uma com visão, que aborda o FC Porto e se preocupa em apontar um caminho e um projeto; outra que vive do populismo e que se foca em abordagens pessoais, em vez de explicar os problemas e as soluções que têm para o clube.

Roger Schmidt - desnorte?
Depois de uma boa primeira parte frente ao Inter na qual a equipa, a espaços, fez lembrar o Benfica da última época, os segundos 45 minutos voltaram a demonstrar um Benfica receoso, que desconfia de si mesmo e que não tem no banco um treinador com capacidade para ajudar a equipa quando esta mais precisa. Roger Schmidt não só não teve a capacidade de analisar o que estava a acontecer em campo na segunda parte, como, no final do jogo, não soube comunicar da melhor forma. É verdade que o Benfica acabou por empatar um jogo que esteve a ganhar por 3-0. Também é verdade que a equipa encarnada marcou três golos a um Inter que na Liga dos Campeões só tinha sofrido dois. Na primeira parte conseguiu condicionar a construção do adversário através de uma pressão e reação à perda eficaz, como foi exemplo o segundo golo encarnado. Estes foram apenas alguns dos pontos que o treinador encarnado poderia ter abordado e valorizado. Ao invés, preferiu focar-se no árbitro. Aqui surgem diferentes interpretações: será que Schmidt falou do árbitro para desviar as atenções e não ter de falar da falta de equilíbrio tático nas transições defensivas (problema que está identificado há muito tempo, mas que nunca foi corrigido) e também mental que a equipa demonstrou na segunda parte? Ou acredita mesmo que o empate foi culpa do árbitro e não consegue ver os defeitos da sua equipa?
Uma coisa é certa: neste momento, Roger Schmidt não só está nervoso como parece perdido. A forma como mexeu na equipa aos 90+9’ é mais um facto que suporta o desnorte que o treinador encarnado tem vindo a demonstrar dentro e fora dos relvados."

Jurásek, Kokçu e... Vlachodimos?


"O sorteio para a fase final do Euro 2024 arrancou sorrisos aos adeptos portugueses – e não foi só por aquele inusitado momento dos estranhos e intrusos gemidos…
Turquia, Chéquia e alguém que venha do play-off teoricamente mais fraco. Nada mau!
Agora que já esfregámos as mãos de contentamento, convém parar e olhar para trás, antes de pensar no que está pela frente.
Sempre disse que tenho medo é dos grupos ‘fáceis’ ou ‘acessíveis’. As favas contadas, para Portugal, foram sempre difíceis de contar.
É verdade que, no atual modelo, a fase de grupos do Europeu serve mais para encontrar as oito piores equipas do que apurar as melhores. Mas é bom não facilitar. Afinal, mesmo quando fomos campeões estivemos tão perto de ser eliminados.
A Turquia tem uma boa equipa. Talvez muitos adeptos portugueses só conheçam o benfiquista Kokçu, mas há muito mais.
Vincenzo Montella só pegou na seleção em setembro, a tempo de vencer o grupo de apuramento.
Tem guarda-redes fiáveis, defesas rijos (Soyuncu, Demiral ou Çelik) talento num meio-campo liderado por Çalhanoglu – e à espera que Arda Guler jogue no Real Madrid - e avançados competentes (Yazici, Karaman, ainda Under e os jovens talentos Yildirim ou Yildiz). Acima de tudo, os turcos têm um conjunto coeso e equilibrado, que pode ser forte.
A Chéquia não tem selecionador. Deverá ser um checo (nunca teve um estrangeiro) mas até poderá ser um alemão ou um português – porque não?
Seja como for, os checos, liderados pelo ‘farol’ Soucek, podem ser difíceis de bater. É certo que já não têm o talento de 1996 ou 2008 (em 2012 já em fim de linha) mas podem ser guerreiros incómodos.
A escola de Praga exporta facilmente talentos para Alemanha, Itália, Países Baixos – e Portugal. Há uma nova geração ansiosa por brilhar nos grandes palcos. Convém não subestimar.
Depois, o play-off. Uma incógnita, claro. Serão Grécia e Geórgia mais fortes do que Cazaquistão e Luxemburgo? Março dirá. E haverá tempo de preparar o adversário que daí sair.
Seria interessante reencontrar os gregos (ai 2004…) já que vamos tropeçar na história de outros europeus, como 2008, quando tivemos República Checa e Turquia no caminho – e vencemos ambos.
Pela terceira vez consecutiva, Portugal fica no Grupo F, o tal que dá mais tempo para preparar o primeiro jogo, como recordou Roberto Martínez.
As semelhanças podem terminar por aí. Preferimos passar em primeiro. Nas últimas duas edições fomos terceiros no grupo. E como estivemos perto de fazer as malas em 2016…"