Sem dar hipótese a novelas


"1. Rafa ficou de fora do jogo em São Miguel. E vai continuar mais uns tempos ausente por força de uma lesão. Não ver jogar Rafa é uma pena porque a sua arte eleva o espectáculo. No entanto, no sábado passado, o Benfica jogou sem Rafa e ganhou o jogo - e como era importante vencer o Santa Clara - assinando um excelente espéctaculo nos primeiros quarenta e cinco minutos.

2. Provavelmente, por ser um artista reconhecido internacionalmente, Rafa é o jogador que mais pancada leva dos adversários nos campos de futebol do nosso país. E é um dos jogadores com mais cartões amarelos no nosso campeonato. Porquê? - é a pergunta que toda a gente faz. Porque há outros géneros de artistas, atrevo-me a sugerir a resposta.

3. Voltemos aos Açores onde terminou para o Benfica a primeira volta do campeonato nacional de futebol de 2022/23. Terminou com um triunfo claro, expressivo e incontestável. O futebol é um jogo, e num jogo nem sempre se vence e nem sempre - aos olhos do mundo - as vitórias são claras, expressivas e incontestáveis, mas calhou acontecer assim no sábado, pelo que se seguiu um dia de domingo relativamente sossegado, o que já merecíamos há algum tempo.

4. Nos dias que se seguiram imediatamente ao dérbi não terá havido benfiquista que não esperasse voltar aos triunfos no jogo seguinte. O que ninguém esperava era que um dos golos do triunfo Benfica fosse da autoria de... Gonçalo Guedes. De Gonçalo Ramos esperam-se sempre golos, e Ramos não desiludiu essas esperanças e apontou o segundo. Já de Aursnes, que não chegou à Luz propriamente com a reputação de um goleador, poucos esperariam aquela bela cabeçada na bola que inauguraria o marcador. Mas foi de Gonçalo Guedes o golo mais celebrado, porque o anúncio do seu retorno a casa foi uma surpresa e, entre chegar, assinar e marcar, não passaram mais de 48 horas.

5. Parabéns ao Gonçalo Guedes pelo seu regresso, pelo sorriso com que desembarcou em Lisboa e pelo sorriso com que festejou o seu golo em São Miguel.

6. Parabéns ao Benfica por recuperado Gonçalo Guedes para as nossas cores até ao final desta temporada numa operação-relâmpago que não deu qualquer hipóteses a 'novelas' daquelas que entediam e massacram o público durante as aberturas dos mercados de verão e de inverno. Este pormenor também tem muito valor.

7. No domingo houve dérbi feminino no palco principal do Estádio da Luz. Resultado? 5-0. Público nas bancadas? 15032 espectadores, novo recorde de assistência num jogo oficial em competições nacionais femininas. É obra."

Leonor Pinhão, in O Benfica

Notas soltas


"- Que bom é ver Gonçalo Guedes de regresso ao Benfica. É um dos mais notáveis protagonistas da geração BTV, aquela que acompanhámos, através do nosso canal de televisão, o crescimento nos diferentes escalões etários. Guedes, que sempre deu nas vistas pela irreverência e pelo enorme potencial, é daqueles em que mais se notou evolução, deixando paulatinamente de ser um muito entusiasmante jogador da bola para se tornar num formidável jogador de futebol. E a estreia após o regresso deu-se com um golo, um daqueles típicos dele que tantas vezes o vimos conseguir nas camadas jovens;
- A todos os que olham para os 15032 na Luz e desdenham o recorde de assistência nos jogos oficiais da vertente feminina do futebol, relembro que na jornada do Campeonato Nacional dos homens disputada no mesmo fim-de-semana houve somente duas partidas com mais espectadores;
- Diz o povo “quem não chora, não mama”; dirá Paulinho, avançado do Sporting, “quem não grita, não mama”. E pensará Taremi: “Tenho concorrência”;
- A Juventus foi castigada por sobrevalorizar transferências de jogadores para embelezar as contas. O que tem isto a ver com o futebol português? Absolutamente nada. Não há qualquer suspeita de ter enveredado por esta prática em conluio com FC Porto, Sporting ou V. Guimarães;
- Há uma vítima de julgamento público sem que se conheçam provas de quaisquer ilícitos, sofrendo com isso danos reputacionais e outros, até desportivos, que o condicionamento não acontece apenas com visitas ao centro de rendimento dos árbitros na Maia. Sabe-se que há uma investigação iniciada há já vários anos, ao ponto dessa vítima ter sido agora constituída arguida para que, de acordo com a comunicação social, não houvesse prescrição dos alegados, mas desconhecidos, ilícitos, observando-se a inexistência, ainda e passados tantos anos, de qualquer acusação. Essa vítima nem sequer sabe concretamente as razões para que tivesse sido constituída arguida, apesar de um representante de uma terceira parte, por coincidência aquela que teve um outro seu representante, na televisão, a deturpar o conteúdo de emails roubados para criar uma narrativa sobre o investigado, assumir que o seu representado conhece a investigação, contribuindo dessa forma, mesmo que eventualmente de forma inadvertida, para adensar o clima de suspeição generalizada. E o julgamento na praça pública, assente em coisa nenhuma, lá continua. Nada disto é original, o Kafka escreveu uma versão mais ou menos parecida e chamou-lhe “O processo”."

João Tomaz, in O Benfica

Descubra as diferenças


"A Juventus FC é um clube do Norte de Itália, jogo com um equipamento às riscas verticais, tem uma rivalidade extremada com os adversários da capital e do Sul do país e um historial de suspeitas e condenações por corrupção. Já lhe foi tirado um título, foi rebaixada à segunda divisão e acaba de perder 15 pontos por falcatruas relacionadas com as mais-valias e sobrevalorizações de contratos e transferências de profissionais de futebol. Apesar de visibilidade internacionais e de algumas estrelas que por lá passaram, tem a curiosidade de não ser sequer a equipa mais popular da sua cidade, Turim.
Em 2021, o clube começou a ser investigado devido às transferências de jogadores. Falou-se de 'mais-valias fictícias' de 'manobras salariais', mas, numa primeira instância, os tribunais italianos absorveram os seus dirigentes e mais 11 clubes envolvidos nos diversos negócios suspeitos que levaram à ocultação de cerca de 60 milhões de euros. A Velha Senhora não escapou, no entanto, a uma multa de 800 mil euros. A investigação continuou, e, em outubro do ano passado, surgiram novas acusações, como lucros fictícios, notícias falsas sobre ordenados dos jogadores, contabilidade fraudulenta e manipulação do mercado. A direção do clube demitiu-se, o processo foi reaberto, e o clube, no passado dia 20, levou uma sanção de 15 pontos, a ser aplicada já nesta temporada. Estava em 3.º a 12 pontos do Nápoles, está agora em 10.º lugar, a 27.
Verão de 2021, Portugal. FC Porto falha as transferências de jogadores importantes, fica sem dinheiro em caixa e recorre a Sporting CP e Vitória SC para inflacionar o valor de transferência de seis jogadores praticamente desconhecidos. No papel, os seus direitos desportivos valiam, todos juntos, cerca de 2 milhões de euros. Os negócios chegaram aos 52 milhões, ajudando também as finanças do Campo Grande, que assim não tiveram de vender alguns dos activos mais bem cotados.
Descubra as diferenças."

Ricardo Santos, in O Benfica

Que saudades tuas, Nico


"No momento em que escrevo esta crónica, ainda não sei o resultado da visita do Benfica a Paços de Ferreira. Porém, tenho uma certeza absoluta: vou chegar ao fim do jogo com lágrimas nos olhos. E não será pela emoção da vitória nem pelo desalento de outro resultado. Nada disso. Será, isso, sim, pelas lembranças que se vão avivar cada vez que olhar para o número 10 da equipa da casa. Aos 34 anos, o Nico Gaitán ainda aí anda a espalhar magia pelos relvados da capital do móvelcom o mesmo sorriso de quando disputava finais europeias. Se o mundo fosse um lugar como deve ser, ainda jogaria outros 34, mas, ao contrário da nossa paixão pelo Benfica, o corpo do craque argentino tem limites. Já será uma sorte se o pudermos ver em acção por mais duas ou três temporadas.
Como estamos em janeiro, ainda guardo a secreta esperança de o ver entrar em campo na quinta-feira com o manto sagrado envergado. Nem que seja apenas durante o aquecimento. Não é que desgoste de o ver vestido de amarelo, até porque já nos apaixonou a todos com uma camisola dessa mesma cor numa bela noite lá para os lados de Manchester há mais de 10 anos. Porém, a verdade é que o vermelho é mesmo a cor que melhor assenta ao Nicolás, e nem sequer é preciso ser-se estilista para chegar a essa conclusão. Basta ter acesso ao YouTube ou um baú alojado numa cloud qualquer da memória de algum benfiquista para ter essa certeza.
Não será um momento inédito, mas ter o Nico Gaitán como adversário nunca nos poderia ser indiferente. Oxalá o cenário de altere rapidamente, mas, quando o árbitro apitar para o início do jogo, o nosso Nico será o atleta da ficha do jogo com mais títulos conquistados ao serviço do Benfica."

Pedro Soares, in O Benfica

Recorde de 20 mil espectadores: a nova fasquia


"O sol de inverno tornou o evento ainda mais convidativo, desenhando-se uma sensacional tela humana no Estádio da Luz na tarde de 21 de janeiro. Esbelta, empolgante, mas também inaudita, histórica, porque o dérbi feminino de futebol disputado por Benfica e Sporting levou às bancadas da Catedral 15032 adeptos, um novo máximo de assistência nacional em jogos oficiais nesta vertente da modalidade.
Estes embates merecem ser acompanhados ao vivo por mais e mais pessoas, mas o duelo do passado sábado teve o mérito de derrubar um muro, fornecendo mais indicadores úteis sobre o crescimento do interesse em torno do futebol feminino no nosso país, facto importante para se continuar a perseguir o ritmo de evolução, de desenvolvimento e o patamar qualitativo dos mais fortes na Europa.
É necessário querer e fazer mais, começando, desde logo, pela Federação Portuguesa de Futebol, mas vale enfatizar que se quebrou, finalmente, a linha dos 15 mil espectadores em partidas oficiais. E isso verificou-se num encontro que decidia a passagem às meias-finais da Taça de Portugal, tinha o cariz de uma final, sim, mas o certo é que quando a árbitra apitasse pela última vez não haveria um troféu para erguer. Mesmo sem esse atrativo suplementar, o dérbi de 21 de janeiro congregou mais entusiastas na Catedral do que aquele que ali teve lugar em maio de 2022, numa tarde soalheira e muito agradável, quando o Benfica tinha e Bicampeoanto à distância de uma vitória, e foi muito bem-sucedido nessa quantidade.
O fenómeno está, justa e justificadamente, a mexer com as pessoas, e despertá-las para uma nova realidade em que, é inegável, o Benfica tem sido um potente motor também ao nível da publicação e da mobilização acima dos 15 mil espectadores, é tempo de pugnar e trabalhar por mais, e já nesta temporada, missão em que, novamente, caberá ao Benfica um papel determinante.
A equipa encarnada parte para a 2.ª volta da Liga BPI com oito pontos de vantagem sobre o segundo classificado e tem do seu lado a responsabilidade e ambição de manter a cadência vitoriosa para, na devida altura, poder celebrar a conquista do Campeonato, um momento que, confirmando-se, deverá merecer uma moldura humana de dimensão alinhada com o cometimento. Mas há mais: o Benfica está a uma eliminatória (jogada a duas mãos) da final da Taça de Portugal. Antes de tudo, obviamente, é preciso vencer. Chegando ao ponto capital em ambas as frentes, o sonho-propósito de ter no mínimo, assistências a rondar os 20 mil espectadores pode e deve ser assunto mediático - e este é dos bons, sem gritaria."

João Sanches, in O Benfica 

Aposta desportiva


"Desde que assumiu funções, Rui Costa foi sempre bastante claro quanto à sua prioridade para o Benfica: a conquista de títulos.
Sabemos que o futebol se tornou bastante mercantilizado (demasiado, diria eu), que faz cricular milhões por todo o mundo, e que, neste contexto, as equipas portuguesas - num país periférico e com uma liga pouco apelativa - não só não conseguem resistir aos avanços dos colossos das chamadas 'Big Five' como até precisam deles para se financiar.
Imaginemos o que seria um Benfica que tivesse mantido os principais talentos que por cá passaram: com Ederson, Cancelo, Rúben, Renato, Bernardo, Félix, Darwin e Di Maria, seríamos sérios candidatos a vencer a Champions. Ora, isto é apenas fantasia, pois não há em Portugal receitas suficientes para suportar salários desse nível.
O que significa então, hoje, apostar na vertente desportiva? Não é deixar de vender - infelizmente, isso é impossível. Trata-se, sim, de condicionar os timings negociais aos interesses da equipa.
Num momento em que o Benfica comanda isolado o Campeonato e está nos oitavos-de-final da Liga dos Campeões, com legítimas esperanças de chegar mais longe (e, de caminho, valorizar ainda mais alguns atletas), é de saudar o esforço que tem sido feito por manter a equipa intacta, e até reforça-la. Tal revela-se particularmente difícil com um Mundial pelo meio, e com a pressão de mercado daí decorrente.
Agora só rezamos para que o dia 31 chegue depressa, e toda a energia se concentre nas vitórias. No fim da temporada, já com troféus nas mãos, haverá tempo para ouvir as propostas pelos nossos jogadores."

Luís Fialho, in O Benfica

Uma questão de talento


"Os jovens do projeto 'Para ti Se não faltares' somam e seguem cada vez com melhores resultados. Com o nome que o projeto tem, poderia pensar-se quem estes jovens eram grandes absentistas ou que, sobretudo por causa disso, seriam incapazes de atingir resultados positivos nos estudos. A questão é que neste projeto em que se trabalham valores a atitudes, na verdade, é de talento que se trata, e esses jovens têm-no em abundância, só que muitas vezes nestas idades há dificuldade em manter o foco e a concentração, porque é uma fase da vida de forte crescimento e mudanças sucessivas que importa assimilar em pouco tempo, o que às vezes não é de todo fácil.
Mas a escola está lá sempre pronta para acolher e ensinar os jovens com o máximo empenho dos seus professores, por isso, tudo o que nós temos de fazer é treiná-los com as boas práticas do futsal a nível individual e de equipa e depois ajudá-los a transpor tudo isto para a sua vida escolar. A tudo isto soma-se, evidentemente, o incentivo permanente e a premiação da evolução e dos sucessos alcançados. Depois é ver o resultado aparecer, porque, em educação, assiduidade e comportamento estão do lado das atitudes e são a base do sucesso, mas alcançar resultados é sempre, acima de tudo, uma questão de talento!"

Jorge Miranda, in O Benfica

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"1
Os juniores do Benfica asseguraram a primeira posição na zona sul do Campeonato, à semelhança do que já haviam conseguido os sub23, os juvenis e os iniciados nas séries B, C e D, respetivamente, dos seus campeonatos;

9
Troféus nacionais consecutivos para o Benfica no basquetebol feminino com a conquista da Taça Federação. A saber: 2 Campeonatos Nacionais; 2 Taças de Portugal; 2 Supertaças; 2 Taças Federação; 1 Taça Vítor Hugo;

10
Com o contributo de Gonçalo Guedes frente ao Santa Clara, são 10 os jogadores formados no Benfica utilizados por Roger Schmidt em competições oficiais, de um total de 33 em campo na presente época. Foram 6 ante o Santa Clara;

24
O Benfica foi o 24º clube, o único português no top30 e o líder excluindo Big5, que mais faturou em 2021/22 (excluindo transferências) de acordo com o Delloite Football Money League;

27
É a 6ª vez que o Benfica soma pelo menos 27 vitórias em competições oficiais (regionais, nacionais e internacionais) nos primeiros 33 jogos. A última vez foi em 1972/73. E é apenas a 2ª vez que chega ao 33º jogo somente com uma derrota (a anterior foi em 1959/60);

110
A secção de ginástica do Benfica completou 110 anos;

221
Incluindo particulares, Vlachodimos leva 221 jogos de águia ao peito, o que o coloca no top75 dos futebolistas que mais vezes representaram o clube pela equipa de honra. Na posição de guarda-redes, é o 8º. É o 9º estrangeiro;

15032
Novo recorde nacional de espectadores num jogo oficial de futebol feminino. Uma tarde perfeita no estádio da Luz com uma grande exibição do Benfica, 5-0 ao Sporting e passagem às meias-finais da Taça de Portugal.

*Não inclui o Paços de Ferreira – Benfica."

João Tomaz, in O Benfica

Para vencer


"Terceira deslocação consecutiva no Campeonato Nacional, de novo o fito na vitória. É às 21h15 que a bola começa a rolar em Arouca. Pela frente temos o 6.º classificado à entrada da jornada e só a conquista dos três pontos nos interessa.

1
Roger Schmidt espera "um jogo difícil" na visita ao Arouca e explica porquê: "Sobretudo em casa, são uma boa equipa, jogam rápido, são bons em transições. Estão em 6.º lugar na Liga, isso diz tudo. É uma equipa que acredita em si própria, muito disciplinada e lutadora."
Na opinião do nosso treinador, "temos de estar concentrados e começar bem para lutar pelos três pontos", e garante que "vamos respeitar o Arouca".
Dar continuidade ao bom momento da equipa é o objetivo: "Nos últimos jogos já demonstrámos que estamos num bom nível, com um futebol muito tático e os jogadores tiveram uma boa mentalidade, começaram bem os jogos, muito atentos e disciplinados taticamente, a assumirem a responsabilidade do que é necessário fazer em campo. A equipa está em boa condição e, agora, temos de estar preparados para jogar de três em três dias, em três competições diferentes. Fizemos isso na primeira parte da temporada, demonstrámos que somos capazes de o fazer e vamos voltar a fazê-lo."
Veja, na íntegra, a antevisão de Roger Schmidt ao jogo com o Arouca.

2
O fim de semana caracterizou-se por muitas vitórias benfiquistas, incluindo a conquista da Taça da Liga de futsal pelas equipas masculina e feminina e o dérbi com o Sporting em hóquei em patins, cimentando a liderança no Campeonato Nacional. Fique a par de todos os resultados no Site Oficial, onde tem ligações para as reportagens e resumos de cada partida de futebol e modalidades de pavilhão.

3
Hoje há mais dois jogos. Em basquetebol, recebemos o Sangalhos às 19h00. A equipa B de futebol desloca-se a Viseu para defrontar o Académico (18h00).

4
Catarina Amado, Carole Costa, Pauleta e Francisca Nazareth vão estar presentes, desde as 18h00, na loja Espaço Casa, no centro comercial UBBO, na Amadora, para uma sessão de autógrafos. O evento assinala o início da parceria do Clube com o Espaço Casa, main sponsor da equipa feminina de futebol.

5
Conforme expresso em comunicado oficial, o Sport Lisboa e Benfica informa que foi apresentada uma queixa-crime contra Ângelo Girão, hoquista do Sporting, por agressão a Lucas Ordoñez.

6
O jantar de encerramento das comemorações do centésimo aniversário do Sport Tortosendo e Benfica, filial n.º 4 do Sport Lisboa e Benfica, contou com a presença do presidente da Mesa da Assembleia Geral, Fernando Seara, do vice-presidente da Direção, Domingos Almeida Lima, vários elementos de Casas situadas na Beira Baixa e cerca de duzentos Benfiquistas. Veja as melhores imagens, aqui."

Tempo útil de jogo

"Cantona retirou-se aos 30; Bale aos 33; Ronaldinho Gaúcho aos 35; Eusébio e Maradona aos 37; Beckham aos 38; Messi, Ronaldo e Ibrahimovic, um rapaz (quase) da minha idade, para lá caminham, a prova de que, mesmo que os 40 sejam os novos 30, a partir de certa altura torna-se impossível ignorar o passaporte biológico e não fazer contas de subtrair.
Nisso, o jogador de fim-de-semana é um privilegiado e pode jogar, ou pelo menos tentar, a vida toda — Chico Buarque, que antes de ser O Chico sonhou ser Garrincha ou Pelé, foi fotografado a driblar com os amigos no Rio de Janeiro, aos 75 anos — ainda assim, porventura empurrado pelo emotivo adeus de Roger Federer e a mão amiga de Nadal, dei por mim a fazer contas ao pouco tempo de jogo que me resta.
Não são contas novas, na verdade. Começou durante a pandemia, o período mais longo em que estive sem entrar em campo. «Será que voltaremos a jogar?», perguntava-me, e perguntava também ao Jorge, amigo maior com quem jogo há duas décadas, receoso de que muitos dos meus colegas aproveitassem o confinamento para ceder aos caprichos da meia idade e de um desporto fisicamente mais violento do que parece, mesmo quando praticado uma vez por semana. Sobretudo, quando praticado uma vez por semana. Quanto mais dias passavam mais vezes me respondia «não sei, João, não sei, acho que para mim acabou».
Os piores cenários não se confirmaram. Não só voltámos a jogar, como voltámos a fazê-lo juntos. Se bem que, de tempos a tempos (quase todos os jogos), perante a persistência de uma lesão ou a possibilidade do grupo se desmoronar devido à odisseia semanal que é reunir dez elementos, faça questão de relembrar-me de que estes poderão ser os seus últimos minutos. Ele que, ao contrário de mim, foi bem mais do que um mero jogador de fim-de-semana tendo, inclusive, partilhado o pelado com o Luís Figo, nas camadas jovens.
Digo-lhe que não, que exagero, que parvoíce. Que, no mínimo, vai jogar mais uma década, até aos 62 anos, o que significa que jogarei mais 20, pelo menos. Para lhe provar que ainda estamos longe do fim, fui mesmo à procura de uma plataforma online espanhola, ‘El tiempo que nos queda’ de que ouvira falar há uns anos. Uma espécie de Bimby para filósofos de pacotilha em que, juntando dados como a idade, esperança média de vida e a frequência com que nos encontramos com determinadas pessoas, é capaz de calcular o tempo que poderemos vir a passar com elas. O tempo que nos resta, numa tradução mais literal e dramática.
Como a ferramenta já não está disponível, fiz as contas à mão — corrijam-me por isso se estiver errado. Um jogo por semana durante dez meses ao longo dos próximos 20 anos (os dois meses em falta reflectem um mês de férias, Agosto, eventuais lesões e uma ou outra semana em que não há jogadores suficientes), dá 800 jogos. Cerca de 40 por época. Nada mau, convenhamos. Quem dera à maioria dos jogadores profissionais fazer 40 jogos por temporada ou 800 em toda a carreira. Desses, 400 serão com o meu velho amigo, partindo do princípio de que continuaremos a jogar juntos todas as semanas ao longo dos próximos dez anos. Calculei também, por curiosidade e sentimento de culpa, o número de vezes que estarei com os meus pais, caso eles vivam durante mais 20 anos, até aos 90. Cem. Cem vezes!
São contas de merceeiro, naturalmente, pois contabilizam apenas o número e não a duração e a qualidade dos encontros, mas não deixa de ser um choque. Ainda assim, se me fizessem uma daquelas perguntas parvas do tipo ‘Isto ou Aquilo’, que costumo jogar com a minha enteada; se ela me perguntasse «preferias jogar com o Jorge, todas as semanas, durante dez anos ou sem ele, todos os dias, até aos 75 anos?»; se me perguntasse se preferia estar mais vezes com os meus pais ou jogar mais vezes à bola, não sei se seria capaz de dar uma resposta definitiva. Pelo menos, imediata.
O amor por algumas pessoas é eterno e incondicional, à prova de longas ausências semanais e exibições menos felizes. A condição física não."

Comunicado


"O Sport Lisboa e Benfica comunica que foi apresentada queixa-crime contra Ângelo Girão, atleta do Sporting.
Em causa uma inaceitável e cobarde agressão perpetrada por Ângelo Girão ao atleta do Benfica, Lucas Ordoñez, momentos antes do início do jogo de domingo no Pavilhão João Rocha.
À saída da equipa do Benfica para o período de aquecimento, o guarda-redes do Sporting, Ângelo Girão, dirigiu-se ao balneário do Benfica e agrediu premeditadamente Lucas Ordoñez com duas stickadas, uma no pescoço e outra no braço. Só a intervenção de um terceiro elemento da equipa técnica do Sport Lisboa e Benfica permitiu evitar males maiores.
A situação de emboscada chegou mesmo a colocar em causa a participação do internacional argentino na partida. No final do encontro, a Polícia de Segurança Pública identificou Ângelo Girão, Lucas Ordoñez e um terceiro elemento da equipa técnica do SL Benfica como testemunha do sucedido.
Devido à gravidade da situação, o Sport Lisboa e Benfica vai ainda apresentar queixa ao Conselho de Disciplina da Federação de Patinagem de Portugal e requerer as imagens de vídeo do Pavilhão João Rocha."

Um histórico favorável contra belgas | SL Benfica


"À mesa dos grandes na última reunião uefeira, abanavam-se as cabeças de série em concordância predatória de que os belgas do Club Brugge KV eram a sobremesa mais chamativa naquela montra do sorteio dos Oitavos da maior competição de clubes.
Chocolate, bolacha, e uma série recente de resultados menos efusivos tornaram os inocentes estreantes no alvo dos olhares mais sedentos da elite: Real Madrid CF, FC Bayern, Cityzens, SSC Nápoles, Chelsea FC, Tottenham HFC, FC Porto e SL Benfica esfregavam a pança em ânsia de lhes calhar a fava belga daquele imenso bolo rei com fatias à Liverpool e frutas Parisiens. Sortudo foi o Benfica, ele próprio uma das favas daquele lote de bonacheirões – e assim se consumou a sorte portuguesa, merecida pela participação impecável no grupo da morte.
E a acrescer à beneficência do destino, tendo em conta as circunstâncias actuais pelas quais atravessa o Brugge, as benevolentes benesses do registo histórico dos encarnados – nunca uma equipa belga ganhou na Luz (apesar de lá terem consumado uma Taça UEFA…) e das dez eliminatórias, só em três o Benfica ficou pelo caminho. A última vez em 2004-05, na 3ª pré-eliminatória da Liga dos Campeões, quando Trapattoni não operou resistência suficiente no Constant Vanden Stock para suportar a vantagem mínima da primeira mão sobre um Anderlecht que acabaria por perder todos os seis jogos da fase de grupos…
Todavia, demorou o Benfica a travar conhecimentos com o arrojado futebol da Flandres. Enquanto Sporting (2.ª eliminatória da Taça dos Campeões 58/59, Standard Liège) e FC Porto (2.ª eliminatória da Taça UEFA 72/73, Club Brugge) descobriram cedo as dificuldades impostas pela ousadia técnica reminiscente dos grandes mestres da Renascença nórdica, ao Benfica foi preciso esperar quase trinta anos de competições europeias para conhecer esse futebol. Em 1982-83, no mesmo ano em que se perde a final da UEFA para um sensacional Anderlecht – que repetiria presença no jogo decisivo na época seguinte – o Benfica defronta o Lokeren pelo caminho, despachando-o por 4-1 no agregado: e o termo pode não ser o melhor que, depois do 2-0 em Lisboa, foram os belgas a inaugurar o marcador na 2ª mão, pondo Eriksson em sentido, obrigando-o a arregaçar mangas para manter o controlo. Um aviso para o que viria depois, é tentador assim interpretar…
A mágoa sofrida aos pés do Anderlecht e à cabeçada de Lozano (o craque espanhol que logo a seguir assinaria pelo Real Madrid) foi a primeira ocasião duma história repleta de peripécias que criaríamos com os de Bruxelas – depois de 83, 87/88 para a Taça dos Campeões (que vencemos 2-1 no agregado), obstáculo dificil no trajecto para a final, onde deixámos fugir a glória para o PSV; 94/95, com Benfica e Anderlecht como favoritos do Grupo C – na Luz deu 3-1, na primeiríssima vez que João Vieira Pinto e Cannigia actuaram juntos no ataque, e 1-1 na última jornada, quando portugueses estavam já qualificados e belgas eliminados – o treinador Johan Boskam comentaria, num tom fascinado, que «empatar com o grande Benfica é muito bom»; E, depois do já falado 2004-05, 2013-14, novamente nos grupos da prova milionária, quando vencemos 2-0 e 3-2, vitórias que nos garantiram o terceiro lugar e a excitante possibilidade de disputar a Liga Europa.
De outros emblemas não se pode contar tanto ponto. Houve o triste confronto com o Liége ( Taça UEFA 88-89, 2-3 no agregado), aquele com o Lierse SK (Taça UEFA 95/96, 5-2 ag), La Louviére (UEFA 2003-04, 2-1 ag), ou um único, muito divertido por sinal, com o Beveren, na UEFA 04-05, quando ainda se jogava em grupos de 5 –a grande procura de bilhetes por parte dos emigrantes portugueses obrigou aos responsáveis belgas a montar… bancada amovível! Só de Bruxelas foram dez autocarros carregadinhos de boa gente e foi com essa multidão em polvorosa que o Benfica se desembaraçou por 3-0 e garantiu a passagem à fase seguinte.
Mais recentemente, o Standard Liège passou pelo caminho encarnado na Liga Europa 2020-21, saldando-se vitória em Lisboa e empate na viagem.
Contas feitas e é bastante positivo o desempenho benfiquista: 21 jogos, 12 vitórias e apenas quatro derrotas, a última em 2005. Golos marcados 34, sofridos 19 – e não fosse a derrota de 83, poderíamos classificar como dominante e esclarecedora a relação do Benfica com equipas daquele país. O mesmo se continua aplicar se metermos o Club Brugge na equação, que nunca defrontou benfiquistas de forma oficial mas em amigáveis leva lição a toda a linha – cinco jogos, cinco derrotas!
O Brugges teve o seu período áureo na década de 70, mas isso não foi impeditivo para os encarnados atormentarem as hostes belgas – em Agosto de ’73, um 2-3 a nosso favor; e em ’78, no Torneio de Roterdão, o Benfica despachava os belgas, finalistas da UEFA em ’76 e da Taça dos Campeões uns meses antes, por esclarecedores… 6-0. Na década de 80 mais dois confrontos: um em ’82, como forma de comemoração dos 78º aniversário encarnado, que deu em 4-1; e em ’86, no Torneio Internacional de Lisboa, de novo com impiedoso placard – 3-0. A última vez que apertaram mãos foi durante 98/99, numa Taça da Amizade jogada em Paris que resultou em novo 3-2 encarnado."

O caso de Gonçalo Guedes e a política de saída de jogadores da formação do SL Benfica


"Tal como Gonçalo Guedes, que regressou recentemente ao SL Benfica, o seu clube de formação, são inúmeros os jogadores que saem dos encarnados após se formarem no Seixal e jogarem relativamente pouco tempo na equipa principal, muitas vezes prejudicando a própria carreira, por não estarem completamente preparados para a saída, e em algumas ocasiões, o clube também.
Será que o sucesso financeiro na venda de jovens jogadores se sobrepõe ao sucesso desportivo que os mesmos podem trazer?
Na época de 2015/2016, quando Gonçalo Guedes se vinha a afirmar como um titular dos encarnados, o avançado acabou por ser vendido aos Paris Saint Germain FC, a meio da temporada, num negócio avaliado em 30 milhões de euros. Deste negócio resultou o estagnamento do jogador em Paris, pois como já se previa, o português não teve o espaço nem o tempo necessários para evoluir e continuar aquilo que tinha vindo a fazer em Lisboa.
Com apenas 13 jogos realizados na capital francesa, Guedes viu-se de certa forma obrigado a procurar outra opção para proceder com a sua carreira e nesse momento mudou-se para o Valência CF. Numa primeira instância por empréstimo, e posteriormente a título definitivo.
Foi em Valência que acabou por conseguir encontrar o seu melhor futebol, evoluir e valorizar-se de forma significativa, ainda que num clube de uma dimensão inferior aos anteriores, mas numa liga definitivamente mais competitiva.
A questão que se coloca com a análise de todo este processo é a seguinte: Será que a venda de Gonçalo Guedes naquela altura foi a melhor decisão? O português, com tempo de jogo em Espanha, foi capaz de colocar o seu valor de mercado na ordem dos 40 milhões de euros sendo que na altura que foi transferido por 30 milhões para o PSG valia apenas nove.
Ou seja, o Benfica na altura aproveitou apenas o sucesso financeiro imediato que Guedes foi capaz de trazer aos cofres encarnados, mas a verdade é que se o jovem formado no Seixal continuasse mais tempo ao serviço das águias poderia trazer não só um retorno financeiro muito maior como também todo o rendimento desportivo associado à sua figura. De certa forma, tanto o jogador como o clube saíram prejudicados com o negócio.
Neste momento Gonçalo está de novo ao serviço do Benfica, o seu clube, mas este não é um caso isolado.
Jogadores como Bernardo Silva, João Cancelo, Renato Sanches e até mesmo Jota demonstram muitas vezes a vontade de regressar ao Benfica no futuro não só por ser o seu clube de formação, mas também por perdurar o sentimento que poderiam ter dado mais às aguias nas suas primeiras passagens pela equipa principal, e não foram capazes de o fazer por conta de decisões da direção, que olhou para os mesmos com outra perspetiva."