sexta-feira, 30 de dezembro de 2022
Profundo pesar por Pelé
"O Sport Lisboa e Benfica lamenta profundamente a morte de Pelé, um dos maiores vultos da história do futebol mundial que nos deixou nesta quinta-feira, 29 de dezembro, aos 82 anos.
Para a eternidade ficarão as memórias dos cometimentos do genial Pelé no desporto-rei, tal como a lembrança da fortíssima relação de amizade, de admiração e de respeito mútuo que manteve com o nosso Eusébio.
Neste momento de tristeza e de dor, o Sport Lisboa e Benfica endereça as mais sentidas condolências à família, aos amigos e aos fãs de Pelé, e envia também um fraterno abraço ao Santos FC, o único clube que o astro representou no Brasil."
Esclarecimento
"O Sport Lisboa e Benfica esclarece que em nenhum momento o Presidente do Clube, Rui Costa, proferiu as palavras que estão a ser divulgadas em Itália pela DAZN.
O Sport Lisboa e Benfica reitera a intenção de contar com o jogador Enzo Fernández até ao final da temporada."
Comunicado 🔴⚪
"“O Sport Lisboa e Benfica esclarece que em nenhum momento o Presidente do Clube, Rui Costa, proferiu as palavras que estão a ser divulgadas em Itália pela DAZN.
O Sport Lisboa e Benfica reitera a intenção de contar com o jogador Enzo Fernández até ao final da temporada”.
É desta forma que, no site oficial do SL Benfica fica desmentido a informação de que Enzo Fernandez estaria de saída do clube. O comunicado do SL Benfica obrigou já a um desmentido por parte da DAZN Itália."
𝗔 𝗺𝗶𝘀𝘀𝗮̃𝗼 𝗱𝗼 𝗕𝗲𝗻𝗳𝗶𝗰𝗮 𝗲́ 𝘃𝗲𝗻𝗰𝗲𝗿.
"Quando, no verão, o Benfica pagou 10 milhões de euros ao River Plate por Enzo Fernández, mais oito em variáveis, correndo o risco de apenas poder contar com o jogador quando a sua equipa fosse eliminada da Taça Libertadores, houve quem questionasse a sua contratação.
A resposta do jogador foi imediata, assumindo uma preponderância gigantesca na dinâmica de jogo da equipa de Roger Schmidt. Volvidos apenas 5 meses, Enzo Fernández ganhou créditos pela Europa fora - e com o título de Campeão do Mundo pela Argentina e com o prémio Melhor Jogador Jovem do Campeonato do Mundo no bolso, já ninguém questiona a sua contratação nem duvida das mais-valias, desportiva e financeira, que o jogador irá proporcionar ao Benfica. Comprar por 18 milhões e, passados 6 ou 12 meses, ter a oportunidade de alienar o passe do jogador pelos valores astronómicos que têm vindo a ser veiculados na imprensa, que ascendem os 100 milhões de euros, só está ao alcance de um clube bem estruturado e com uma excelente gestão financeira, como é o Benfica.
Ainda assim, a intenção esbarrou na intransigência da direção liderada por Rui Costa, que só admite saídas em janeiro pelo valor da cláusula de rescisão. Uma decisão arrojada, apenas possível devido à forte solidez económica e financeira da Benfica SAD, que está empenhada numa gestão criteriosa dos seus ativos com o propósito de garantir títulos e vitórias desportivas.
A missão do Benfica é vencer. E Rui Costa mantém-se firme com a promessa feita aos sócios no início da época: «Este é o projeto desportivo, não financeiro». Se o Enzo Fernández sair do Benfica - e tudo indica que isso irá acontecer -, os responsáveis do Clube saberão colmatar convenientemente a sua saída. Confiança total e absoluta nesta Direção e equipa técnica.
𝗣𝗼𝘀𝘁 𝗦𝗰𝗿𝗶𝗽𝘁𝘂𝗺 - Relembramos que outros, a quem se elogia sobremaneira quaisquer atos de gestão, vendem os melhores ativos à pressa, por 45 milhões de euros, entre os quartos e as meias finais da Liga dos Campeões, porque o dinheiro faz falta para pagar o ordenado aos Taremis da vida. É assim. Cada um vive como pode."
Futebolês - A*
"“Assistência” deixou de ser público
Sou do tempo em que “Assistência” era o número de pessoas que assistiam ao jogo. Em 1986, na 3.ª Edição do “Dicionário do Futebol” da Revista Placar, esta palavra ainda não constava com o sentido actual.
No final das crónicas de imprensa, que incorporavam o que a inovadora ‘Gazeta dos Desportos’ veio a destacar como “ficha”, havia um pequeno parágrafo que rezava assim:
- Assistência: Numerosa. Ou Assistência: Regular. Ou Assistência: Fraca.
Até aos anos 80, o rigor das informações da imprensa desportiva era muito baixo e absolutamente avesso a quantificações, medições ou comparações. Tudo era feito a olhómetro e dava-se muito mais importância à qualidade da escrita do que à exactidão dos factos.
Durante anos tentei refazer as estatísticas possíveis do futebol português “antes de mim” e esbarrei sempre nessa inexactidão das descrições. Ora falta um jogador no onze, ora os nomes surgem alterados, ora as incongruências são gritantes e deixam os investigadores na ignorância para sempre.
Portanto, até aos anos 90 do século passado, ninguém em seu perfeito juízo usaria o termo “assistência” para se referir a um passe para golo. Até Bobby Robson, que era inglês, o invocava como “pass precise”, porque o “assist” não existia no seu vocabulário de ex-jogador e treinador sexagenário.
Até que a linguagem do basquetebol norte-americano entrou nas nossas vidas com as transmissões da NBA e, em particular, nas dos estudantes de educação física e do treino que, literalmente, vieram a dar a volta ao texto futebolístico tradicional já no século XXI.
“Assist” no inglês americano é o último passe antes do cesto, embora com uma enorme carga subjectiva, sendo contabilizadas, nessas décadas do século passado, conforme a atenção e a vontade das mesas de juízes em diferentes pavilhões, porque ela era creditada ao jogador que tivesse tocado a bola antes do “shot”, independentemente de ter sido intencional ou não.
Quando entrou no futebol, nos anos da expansão televisiva nacional e europeia, houve quem lhe resistisse durante algum tempo, mas realmente a redução do complexo “passe para golo” para uma palavra única acabou passando de estranhado a entranhado. Porém, idêntica carga subjectiva também foi adiando durante anos a sua adopção pelos regulamentos dos “Fantasy Games”, antes de universalmente reconhecida e com chancela oficial.
No último Mundial, já ouvi falar em “pré-assistência”, o que nos leva para uma dimensão histriónica do linguajar futebolístico, completamente anacrónico para um jogo de erros, ressaltos, desvios e simulações sem bola, como é o futebol. A tal ponto, que nos primeiros vinte anos os números variavam consoante os meios de comunicação, obrigando as Ligas e Federações a chamarem a elas a responsabilidade final, por vezes em incompreensível choque com o que os nossos olhos viam.
Em todo o caso, o número de “assistências” veio valorizar estatisticamente uma classe de jogadores cuja actividade determinante em campo passava ao lado dos alfanuméricos da análise futebolística: deixou de haver os que se mediam apenas pelos comentários dos analistas, os construtores de jogo, e os que se valorizavam pelos números concretos dos golos marcados.
* Inicio aqui um A a Z sobre a linguagem e semântica do Futebol, palavras e expressões que caíram em desuso e novos vocábulos e significados do léxico futebolístico.
Amanhã: B de Basculação"