sábado, 3 de dezembro de 2022

Fim de assunto...


"✅ Eusébio no Mundial: 1 Mundial/9golos (9 golos média);
✅ Ronaldo no Mundial: 5 mundiais/8 golos (1,6 golos média);
✅ Ronaldo na Champions: 193 jogos/118 golos (0,61 média);
✅ Eusébio na T.Campeoes: 65 jogos/46 golos (0,70 média);
Fim de assunto..."

King...


"Por mais que a comunicação social queira fazer nascer um novo 'Deus' da Seleção, Eusébio será sempre o MAIOR de todos.
É sabido por todos que o 'Pantera Negra' não jogava para records. Jogava pelo amor a Portugal.
Numa época em que era extremamente difícil uma Seleção qualificar-se para a competição - devido ao número limitado de participantes -, o jogador do Benfica marcou 9 golos na única vez que marcou presença (sabemos o quanto dói reconhecer isso). Hoje em dia qualquer Seleção consegue participar. As vagas são mais do dobro.
Cristiano Ronaldo, sem tirar mérito ao grandioso jogador que foi, necessitou de 5 participações para atingir os mesmo 9 golos - vamos assumir que até é dele aquele golo - (já para não falar do número de jogos).
Podem querer vender o que quiserem mas o 'Rei' Eusébio será sempre o melhor jogador da Seleção de Portugal. Só mesmo um Fernando das Farturas para dar cobertura a um ultraje destes.
Eusébio da Silva Ferreira está no Panteão Nacional, que é a última morada dos maiores Embaixadores de Portugal no mundo.
Esta Seleção atual, se fizesse a campanha de qualificação que fez, e estivéssemos em 66', nem sequer estava no Campeonato do Mundo.
#King #Eusébio #PanteraNegra #Portugal"

Obrigado, Vélez! | SL Benfica


"MAS QUE GOLAÇO ENZO! Já não é a primeira vez que esta frase surge, seja na forma visual, seja na forma auditiva. Não é um jogador com muitos golos – tem apenas quatro -, mas é um jogador com uma grande tendência para o espetáculo. Espetáculo esse que temos visto bastantes vezes, ao serviço do SL Benfica.
Seja no coletivo ou pela soma das suas individualidades, o Benfica tem sido sinónimo de vigor, brilhantismo e superioridade ao longo desta época. Em 23 vitórias, 14 foram por mais da margem mínima e a equipa de Roger Schmidt não conhece sequer o sabor da derrota, tendo demonstrado até contra adversários com outro poderio que é uma equipa que não olha a nomes, com uma identidade bem vincada. Destemida.
Ao longo desta época, já jogaram contra águias equipas tão distintas como Paris SG, Juventus FC e FC Porto e o saldo foi francamente positivo: três vitórias e dois empates. Os dois empates contra o “galáctico” PSG e vitórias contra Juventus e Porto, duas dessas fora de casa. É incontestável este início da época dos encarnados, no entanto, também é fácil esquecer todas as circunstâncias e os pontos-chave que nos levam a esta altura. Ou melhor, ‘O’ ponto-chave.
E se não fosse assim? E se em vez das 23 vitórias em 27 jogos tivéssemos algo como 18 vitórias, quatro derrotas e cinco empates? E se o panorama fosse completamente diferente e a realidade completamente distinta da que vemos perante nós? E se…o CA não tivesse eliminado o CA River Plate?
É difícil imaginar toda esta conjuntura, mas o facto é que a época do Benfica poderia ser drasticamente diferente – para pior claramente -, se naquela noite em Buenos Aires o River tivesse conseguido marcar os golos que precisava para passar à próxima ronda da Copa Libertadores. Para os mais esquecidos, o acordo do Benfica com o River implicava a contratação de Enzo, que só chegaria depois da participação da equipa na competição mais prestigiante do futebol sul-americano.
Ora, se a formação, na altura, de Marcelo Gallardo conseguisse chegar à fase seguinte, ainda demoraria mais um tempo até ao médio que deslumbra meia europa chegasse apto para jogar. Travados nos quartos de final, daria Enzo ainda em meados de agosto, mas já com a época em andamento e com jogos de qualificação da Liga dos Campeões pelo meio. Cair depois dessa fase implicaria…Enzo apenas em janeiro.
O Benfica de Roger Schmidt é uma equipa forte, competente e até por vezes avassaladora. As contratações foram praticamente todas acertadas – algo que não é muito comum seja em que equipa for – e todos os jogadores encaixaram que nem uma luva. Ainda assim, o verdadeiro gamechanger é Enzo Fernández.
Aursnes também veio, é certo, se calhar a sua contratação teria sido antecipada – chegou em fins de agosto -, mas mesmo com toda a qualidade que o norueguês apresenta, este não é Enzo Fernández. O médio argentino pega no jogo atrás, constrói, controla os tempos do jogo, varia-o e acrescenta-lhe dinamismo, é um poço de energia e de alegria no seu futebol, aparece bastantes vezes em zonas de finalização e ainda é um monstro na recuperação de bola.
Como Enzo, não há. Sem ele, o Benfica teria feito este período com Aursnes, Paulo Bernardo e Chiquinho como opções primárias na posição. São jogadores com qualidade, uns mais maturada que outros, mas não são Enzo. O número 13 das águias é ‘one of one’ e trouxe ao Benfica o 8 por qual tanto desesperavam. Sem ele, poderíamos não estar a falar do Benfica como primeiro classificado da liga portuguesa, um dos presentes nos oitavos da Liga dos Campeões e como uma de duas equipas que ainda não perderam nas grandes ligas europeias.
E por isso, só há realmente que agradecer a quem tornou isto tudo possível e o verdadeiro obreiro deste grande início de época encarnado. Obrigado, Vélez!"

Catarses 1️⃣7️⃣ Pepe, o nome de um monstro


"O senhor Anael Ferreira podia ter escolhido para o filho o seu nome hebraico de arcanjo, vulgar de Lineu, o sueco que inventou o método de baptizar os grupos biológicos, mas não. Quis ir ainda um pouco mais longe para distinguir o primogénito, nascido na recôndita Maceió, dos confins do Nordeste brasileiro, povoado de gerações de luso-descendentes únicos e diferenciados.
O senhor Anael obteve autorização de Dona Rosilene para chamarem o menino de Kepler Laveran, no longínquo ano de 1983, quando ainda não havia internet e as enciclopédias eram privilégio de curiosos ávidos de conhecimento. Um nome único no mundo, acredito, porque juntar o de um astrónomo e matemático alemão do século XVII ao de um francês Prémio Nobel da Medicina de 1907, é tão rebuscado e original que muito cedo a família se terá cansado de dar explicações a familiares, vizinhos e amigos.
E foi assim que o senhor Anael, arrependido, optou por resolver a intricada equação nominal com um singelo Pepe, nada mais nada menos que a alcunha de José Macia, ídolo futebolístico da sua infância, parceiro dileto de Pelé no Santos e na seleção do Brasil, campeão do Mundo, em 1958 e 1962, seguramente menos importante para a humanidade do que a definição matemática do movimento e da velocidade orbital dos planetas ou do que o estudo e tratamento das doenças causadas por protozoários, como a terrível malária. Mas muito mais simples de explicar e entender.
Este assunto do nome de Pepe será tão árido e desinteressante que não encontrei evidência de que algum jornalista, ao longo da sua preenchida carreira profissional de 21 anos, lhe tenha pedido explicação, nem que fosse um clássico “como se sentiu?” quando tomou consciência de que se chamava Kleper Laveran. Endosso ao SAPO Desporto, criação de um “Pepe” do jornalismo chamado José Rocha Vieira, a única referência a este assunto, em 2012, e agradeço.
Pepe de Portugal, de origens alagoanas, luso-descendente da enésima geração, como Pepe do Brasil, um José de origens galegas. Talvez os únicos Pepes a serem campeões do Mundo e que só coincidem na alcunha, pois não podiam ser mais diferenciados em personalidade, perfil atlético, estilo de jogo ou currículo - que quem lê nomes, não vê temperamentos.
O “canhão da Vila”, jogador de um emblema só, foi um avançado “monstruoso”, canhoto e de estatura meã, tecnicista, segundo goleador da história do Santos. O portista é um defesa central, atlético e duro, rei do choque e do chutão de alívio, com marca indelével em vários clubes, a quem ultimamente também muitos chamam de “monstro”. O mesmo qualificativo, mas com significados bem diversos. Disputar mais de 700 jogos, pelo Santos e pelo Brasil, sem uma única expulsão é uma monstruosidade. Mas um dos jogadores do século XXI mais vezes expulso, 11 delas por conduta violenta, incluindo a estigmatizante agressão bárbara a um adversário caído à sua frente, há mais de 15 anos, não o será menos.
Apesar disso, se Pepe tivesse nascido em Alguidares de Cima, não fosse uma figura do FC Porto e não protagonizasse tantas cenas kung-fu com bola, estou convencido de que seria um ídolo da maioria dos portugueses, acima de figuras gradas e respeitadas que o precederam, com idêntico perfil, excepto o berço - e, vá lá, o nome próprio -, como Jorge Costa, Fernando Couto ou Bruno Alves.
O que faz em campo já teria rendido a Kepler Laveran parangonas tão laudatórias como as “Leis de Pepe”, associando os seus movimentos distintos dentro das quatro linhas dos relvados às três Leis do seu padrinho setecentista sobre o posicionamento (dos planetas) no espaço e em função do tempo. Ou o “Tratamento de Pepe” em referência ao rigor e eficácia das investigações de Laveran sobre o paludismo.
39 anos, 28 títulos importantes, 130 jogos pela seleção do país adotivo e inúmeras provas de superação e dedicação à profissão e às camisolas não bastam para alcançar a unanimidade, mas o seu lugar no quadro de honra da FPF está mais do que garantido.
Para mim, apesar do cadastro, ele é o verdadeiro Pepe Legal, completamente oposto do velho herói dos desenhos animados, xerife do Oeste com cara de cavalo e desastrado com a pistola, cujas caricatas desventuras, distrações e lapsos de inteligência só se salvavam pela lealdade do parceiro Babalu. O xerife da seleção também tem sido, ao longo da carreira, um parceiro leal, despachado e inteligente, estando agora pronto para apadrinhar a estreia no Mundial de um "babalu" de nome bem vulgar, António Silva, ainda não outro Pepe mas uma pepita por lapidar e que não era nascido quando ele começou ao Marítimo.
Mas para muitos detractores empedernidos, o português mais velho a jogar num campeonato do Mundo permanece no limbo da rejeição, pela origem e pela personalidade controversa, simpático à paisana mas detestável quando no exercício do dever, jovial no trato fora das quatro linhas, mas reconhecido como um dos defesas mais intratáveis do futebol mundial - alguém que preferimos ter ao nosso lado do que como adversário, embora lhe recusemos a alforria do estigma da maledicência.
Português quando ganhamos, brasileiro quando perdemos.
Dele disse esta semana o seleccionador sócio-gerente da FEMACOSA que “é um monstro”, pronto para disputar todas as partidas aos quase 40 anos de idade e tornar-se o segundo Pepe a inscrever o nome entre os raros campeões da história dos Mundiais, sem cuidar de salvaguardar que essa categoria, no futebol e na selecção, só se atribui a jogadores de dimensão universal, acima de qualquer clube e com nome diferenciado e único, como Eusébio ou Coluna, os “monstros sagrados”.
Sim, este Pepe imperial, segundo do Brasil, primeiro de Portugal, também é um “monstro”, um bom monstro."