domingo, 4 de setembro de 2022

Caro Roger, é isto o Tugão


"Roger Schmidt vai com 9 triunfos consecutivos em jogos oficiais desde que lidera o Benfica. Com este arranque, já ultrapassou vários treinadores históricos, tendo apenas à sua frente Sven Göran Eriksson que iniciou em 1982 a gloriosa passagem pelo clube da Luz, com um incrível percurso de 15 vitórias seguidas (até um surpreendente empate com o Alcobaça, no que seria apenas um acidente de percurso, já que o Benfica foi um brilhante campeão). O alemão trabalhou uma forma de jogar, um onze base e os elogios sucedem-se à forma pressionante como a equipa defende, à boa circulação de bola e à ligação entre os vários sectores.
E no entanto começam a surgir sinais de preocupação, e mais vale refletir sobre eles no ciclo de vitórias e não depois. Em três das cinco jornadas iniciais, o Benfica teve dificuldades em vencer. Se contra o Paços o problema terá estado na finalização, já com o Casa Pia e Vizela identificaram-se problemas diferentes. Roger Schmidt, que veio de um futebol aberto e até algo ingénuo como o holandês, está a bater de frente com o Tugão. O Tugão é nada mais nada menos que o futebol português que todos nós conhecemos, um jogo de manhas e chico-espertices, desde os dirigentes até aos jogadores, passando pelos árbitros. As equipas e treinadores que compõem o Tugão aprenderam ao longo de décadas a nivelar desta maneira uma luta que à partida (e à chegada) é totalmente desigual. Uma "evolução da espécie" que Charles Darwin também gostaria de dissecar, em que a presa percebeu a melhor forma de se proteger do predador, mesmo que esse mecanismo seja feio para quem o vê. No Tugão assistimos de forma recorrente a equipas a povoar o centro da defesa, muitas vezes com três centrais e ainda mais médios defensivos a recuar para perto dessa posição, a que se somam dois laterais que raramente atacam, sobrando dois extremos e um avançado velozes, para tentar explorar contra-ataques e transições rápidas, na procura de um golo nas duas ou três vezes que se acercam da área adversária. Pouca ideia ofensiva há ali, para além da tal velocidade e do aproveitar ao máximo todas as bolas paradas.
Mas o mais feio disto tudo é mesmo as perdas de tempo. Muitos Benfiquistas criticaram Sérgio Conceição (um tipo com imenso mau perder, que vai beneficiando da raridade desse momento e de uma imprensa que embrulha a sua má educação com um "ser genuíno e frontal") sobre as suas declarações após a derrota com o Rio Ave, mas a verdade é que o tempo de jogo útil no Tugão é miserável. Basta comparar com as outras ligas. Se defender em bloco baixo é um direito que assiste a equipas que jogam contra conjuntos com orçamentos 10 e 20 vezes superior, já é uma vergonha inaceitável que jogadores finjam lesões, se atirem para o chão em todas as oportunidades, tentem sacar faltas e penaltys com simulações e aproveitem todos os lançamentos, pontapés de baliza e bolas paradas para perder mais 5, 10, 15 segundos do que o que deviam. E infelizmente, os árbitros portugueses continuam a aceitar este jogo manhoso, assinalando faltas a todo o momento e não punindo com os minutos de desconto que efetivamente deviam. Estas equipas terão muita razão sobre o tecido estrutural do futebol português, dos três grandes que secam tudo à sua volta, mas não é assim que conquistarão adeptos nem farão evoluir o desporto nacional.
Da parte do Benfica é seguir com toda esta alma e qualidade, mas avaliando se não estará também na altura de rodar jogadores, pois sente-se já um cansaço acumulado. Veja-se como Enzo Fernandez e David Neres, por exemplo, baixaram a alta bitola com que iniciaram a época. São craques, mas não são máquinas. Gerindo isso, o Benfica tem tudo para seguir vitorioso. Nota-se um bom espírito de grupo no relvado e os adeptos fazem o resto. Lotações a rondar os 55.000 na Luz e um mar vermelho nos jogos fora empurram e muito esta equipa. E será que contra o Vizela já houve a chamada "estrelinha de..."? Nem termino a frase, o futuro o dirá.
Uma nota final para o fecho do mercado. Terá sido dos verões mais competentes que há memória na Luz. Conseguiu-se aliviar a folha salarial com a saída de Verthongen, Weigl, Meité e Taarabt, fez-se uma venda milionária com Darwin e reinvestiu-se o dinheiro com lógica num foco desportivo. Repare-se a contratação surpresa e estrondosa de Draxler, um campeão do mundo com a Alemanha: nunca em momento algum a anterior direção do Benfica faria uma operação destas, que poderá ter uma enorme valia desportiva, mas nenhuma valia financeira. Vieira nunca aprovaria isto, pois pensava sempre mais no segundo factor, que no primeiro. Mas este ano o Benfica não olhou apenas para o catálogo de Jorge Mendes, não olhou a negócios de ocasião, não procurou jogadores jovens para valorizar e vender, independentemente se o plantel estava necessitado deles ou não. Pelo contrário, houve critério e planeamento para um plantel equilibrado e adequado à ideia de jogo do treinador.
O Benfica 2022/23 segue forte, unido, vitorioso e com imensa crença dentro e fora do relvado. É fundamental ninguém entrar em euforias, pois o percurso é longo e está mais que visto extremamente espinhoso, se calhar bem mais do que Roger Schmidt imaginaria, por mais Enzos, Neres e Draxlers que se tragam. Mas caro Roger, é isto o Tugão..."

Diferenças...

"Não dá para esconde. É demasiado evidente o que estão a fazer ao SL Benfica. Na época passada optaram por prejudicar no que toca a penaltis. Esta época a opção passa claramente por usar os cartões como expediente para travar o rolo compressor.
🔴 SL Benfica: 1 amarelo por cada 2.94 faltas.
🟢 Sporting: 1 amarelo por cada 4.21 faltas.
🔵 FC Porto: 1 amarelo por cada 7.13 faltas."


A perspetiva sociológica


"O termo “sociologia” foi proposto em 1839, por Auguste Comte (1798-1857), considerado o promotor desta disciplina que ele define como sendo o estudo positivo do conjunto de leis fundamentais próprias aos fenómenos sociais e que funda no âmbito das opiniões e trabalhos saídos da filosofia. De facto, antes dele, vários filósofos pensaram e tentaram compreender as sociedades, como, por exemplo, Charles de Montesquieu (1689-1755) ou Saint-Simon (1675-1755). No entanto, estes autores não forneceram, realmente, uma explicação “social” sobre o seu funcionamento. Depois dos trabalhos de Comte, Émile Durkheim (1858-1917) é o primeiro a elaborar um método científico da sociologia. Na sua obra “Les règles de la méthode scientifique”, que surge em1895, ele avança que a sociedade não se pode reduzir à soma dos indivíduos que a compõem. Segundo ele, a sociedade possui modos de funcionamento que se distinguem dos indivíduos em particular. O seu contemporâneo, o alemão Max Weber (1864-1920), desenvolve uma sociologia compreensiva, procurando o sentido ou o significado das ações individuais. Para compreender as razões que levam os indivíduos a agir de determinada forma, Weber constrói os “tipos ideais”, que correspondem a modelos ou construções teóricas, acentuando certos traços julgados reveladores da situação observada, e que lhe servem de ferramenta de análise. Estes autores foram determinantes, dado que mostraram que o estudo do funcionamento da sociedade existe, como disciplina científica, com um objeto de estudo, uma metodologia e os modelos teóricos. A partir dos seus trabalhos, a sociologia vai desenvolver o seu próprio campo de análise e, progressivamente, especializa-se em diferentes domínios: o trabalho, a família, a escola, os jovens, o desporto, entre outros. Atualmente, podemos falar de uma sociologia plural, na medida em que é difícil conceber a existência de uma sociologia única e geral que, por si só, explique todas as especificidades do funcionamento de uma sociedade. Assim, se interessando a problemáticas cada vez mais precisas, o sociólogo desenvolve análises próprias relativamente ao objeto que ele estuda. E prova também as dificuldades de confrontar os seus resultados com os que saem de outros domínios científicos.
No caso da sociologia do desporto, ela interessa-se pelo funcionamento da realidade desportiva. Procura analisar as relações existentes entre o desporto ou, de maneira genérica, as atividades físicas e desportivas, e a sociedade. O seu objeto de estudo abrange uma realidade complexa. A sociologia do desporto procura descrever o desporto como um facto social, a explicar a realidade desportiva composta de ações, de práticas e de comportamentos heterogéneos e a compreender as interações que se estabelecem nesta pluralidade desportiva e as organizações ou estruturas sociais."

Campeão do Mundo Junior, outra vez... e outra vez!!!


Desta vez, nos 50m Livres, com uma 'grande' vantagem e nos 50m Mariposa, com o recorde do mundo Junior...!!! Grande Diogo...

PS: Na Canoagem, nos Mundiais Júnior e sub-23, o Pedro Casinha, conquistou a medalha de Prata, no K2 500m, partilhando a canoa com o Gustavo Gonçalves.

Primeira vitória...

Benfica 2 - 1 Leixões
Pinto(10', 63')


Depois de 3 empates e uma derrota, finalmente uma vitória!
Bom jogo, com um resultado demasiado curto para o nosso domínio... o golo perto do fim do Leixões, foi totalmente injusto, e deixou alguma emoção para o final, que não mereciamos!

Muito bem, o Rodrigo Pinho a perceber que precisa de minutos, a demonstrar humildade e ambição em ter minutos na equipa principal.
O Moreira voltou a fazer uma exibição fraca... a única acção positiva foi a assistência para o 2.º golo! O Henrique Pereira, na minha opinião, deveria ser a 1.ª opção para Extremo na equipa A! Como Extremo, é melhor actualmente que o Moreira, que o Digi e que o Chiquinho!!!

Ao cair do pano...


"… e mais do que merecido. Vencemos o Vizela, por 2-1, num jogo emocionante e indelevelmente acertado quanto ao vencedor. O lance da grande penalidade sonegada ao Benfica, agravada pela expulsão caricata de Gonçalo Ramos, acabou por não ter influência no resultado, mas não pode nem deve ser ignorado. Este é o tema em destaque da News Benfica, a par de mais uma brilhante conquista do nosso nadador Diogo Ribeiro.

1
A vitória suada frente ao Vizela, mas inteiramente merecida, a nona consecutiva desde o início da temporada, "foi a mais bonita" na opinião de Roger Schmidt. "Tivemos de lutar até ao último minuto pela vitória. A equipa demonstrou muita alma, acreditando sempre no triunfo. Os jogadores mostraram uma grande atitude, mostraram a crença de que podiam ganhar o jogo", enalteceu.
Schmidt destacou ainda o papel preponderante dos Benfiquistas nas bancadas: "Tivemos de trabalhar muito. Os adeptos no fim empurraram a equipa para a frente e, em conjunto, conseguimos." Uma ideia corroborada por Gilberto: "Conseguimos este resultado importante com a ajuda do nosso público. Eles acreditaram em nós, nós também acreditámos no trabalho do míster e no nosso trabalho e conseguimos um resultado muito importante."

2
Não fosse a decisão incompreensível de Fábio Veríssimo e o aparente silêncio ensurdecedor de António Nobre, no videoárbitro, no lance de falta para grande penalidade sobre Gonçalo Ramos e a vantagem no marcador poderia ter sido alcançada mais cedo.
Roger Schmidt admite que ficou incrédulo com essa intervenção da equipa de arbitragem: "Houve uma decisão errada, inaceitável, do árbitro: o cartão vermelho para o Gonçalo [Ramos] num lance que foi uma grande penalidade a cem por cento. Não sei por que motivo o árbitro não foi verificar ao ecrã. Não consigo perceber. Nestes momentos, se temos VAR, temos de o usar. Se não se usa, não precisamos dele."
O VAR veio para melhorar o futebol, não para acrescentar polémica. Não se entende a inação do VAR num lance como este sobre Gonçalo Ramos, no qual é evidente para todos que se justificaria a intervenção pronta e imediata. Ao não fazê-lo, está a desvirtuar a sua própria identidade e existência. Erros grosseiros como este, em que um árbitro consegue transformar um penálti numa expulsão, não podem ser ignorados.

3
Diogo Ribeiro voltou a sagrar-se campeão do mundo júnior de natação. Depois dos 100 metros mariposa na véspera, foi agora a vez dos 50 metros livres. Recordamos que o nosso atleta já conquistara, no mês passado, o bronze nos 50 metros mariposa no Campeonato da Europa (seniores), e é às 00h48 que Diogo Ribeiro nada em nova final desta especialidade e distância.

4
A equipa B recebeu, nesta manhã, o Leixões e ganhou por 2-1. Rodrigo Pinho, ainda a ganhar ritmo após paragem prolongada devido a lesão, foi utilizado de início e bisou.

5
Entrámos a ganhar na temporada em hóquei em patins, com o 3-1 conseguido ante o Valongo nos quartos de final da Elite Cup, em Tomar. Veja o resumo, aqui. Às 14h00, o Benfica joga as meias-finais com a Oliveirense.
E nesta tarde, na Luz, há a partida das meias-finais do Torneio Internacional de Lisboa de basquetebol (16h30). O Benfica defronta o Bétis, da Liga ACB, o principal campeonato espanhol, considerado o melhor da Europa."

Qual é a melhor forma de sermos amigos do futebol?


"Desbaratar a palavra “amigo” causa-me comichão, entramos no táxi e somos amigados, pedimos um café ao balcão e rotulam-nos de amigo, quando quem nunca vimos mais gordo nos quer pedir algo o passo mais dado é amigar-nos logo à primeira frase. A noção de “amigo” é maltratada, esvaziada de significado, banalizada com pedidos de amizade enviados em ecrãs táteis sem que as pessoas se conheçam, confesso que me faz confusão, mesmo que Nélson Rodrigues escancarasse muitas das suas crónicas de jogo com “Amigos,” e assim arrancava a prosa que embelezava o futebol até aos píncaros.
Que a paz o tenha e nós desfrutamos de livros como os seus, que são a antítese das pessoas, letras botadas em folhas não têm prazos e tão pouco sabem de efemeridade, na Feira do Livro de Lisboa estão exemplares do “Brasil no Campo” a preceito, do livro que reúne tantas crónicas escritas por aqueles dedos cheios de dramaturgia em jornais que arrancam com “Amigos,” ele endereçava-se a gentes desconhecidas tratando-as com a palavra que pressupõe proximidade e se calhar era um isco, é provável, um engodo de quem se fez extremamente amigo do futebol para cativar as pessoas a maravilharem-se pelo bonito e não sucumbirem à feiura daninha.
Os exemplos de fealdade são semanais, às vezes diários. A bola rola em relvados enquanto manhas ou truques a tentam quadrangular, a sua repetição exaustiva por vezes fá-los parecerem parte do jogo, eis o “faz parte” a ser vulgarizado como o “amigo” e daí termos de nos agarrar a quem, de vez em quando, surge como amicíssimo do futebol não por o declarar, mas porque é impossível escondê-lo. E a amizade de Francisca Nazareth com a bola é absoluta.
Não era preciso demonstrá-lo, mais uma vez, na final da Supertaça de Portugal que a teve sentada no banco durante uma hora, só uma mazela física pode justificar esse atentado à futebolidade, quando ela entrou em campo viu-se a faceta mais admirável que pode haver do talento. É a naturalidade, a desfaçatez de quem passeia uma relação com a bola distintamente superior à das restantes mulheres em campo. Pode não ser a melhor a dado momento, nem a mais prática, mas, como a abreviadamente apelidada de Kika o tem evidenciado, o tempo tende a limar-lhe as intervenções num jogo ao ponto de serem as que veem luz onde outras se perdem na escuridão.
Aos 19 anos, joga com resquícios de futebóis passados, dos tempos em que pediam a Nélson Rodrigues para o prosar, a sola da chuteira com que pisa a bola, o descaramento de ficar parada e à espera que a tentem roubar só para se evadir elegantemente; a ginga ágil de corpo para eludir essas tentativas e dar um recado à bola para ser entregue à corrida de outra jogadora. Kika Nazareth tem essa rara qualidade: a de fazer ver a quem joga com ela os melhores caminhos até quando as outras jogadoras não arrancam logo, não fazem a corrida certa ou reagem tarde.
O quão já joga, com esta idade, faz Portugal ser literalmente pequeno para o seu não quantificável talento e a jogadora que é ser ainda mais imensurável devido à forma como Kika existe no futebol. Como ela se amiga do jogo: é quem se diverte a dar toques e a manter a bola no ar com uma apanha-bolas no estádio, durante o intervalo; é a craque do Benfica que foi à Academia do Sporting ver o jogo das rivais nas meias-finais da Supertaça; é quem passa férias com adversárias e partilha fotos; quem as abraça a torto e a direito em campo e sem pudores, constatando a amizade que têm (felizmente, está longe de ser a única). Simples atos que fariam muitos ‘adeptos’ espumar de raiva infundada e idiota caso fosse um jogador de um desses clubes a mimicá-la.
Francisca é o despretensiosismo em formato de jogadora. Não era preciso constatá-lo há dois meses, quando, pouco antes de a seleção viajar para o Europeu, fui atrelado ao Pedro Barata (que as viu de perto no torneio) ver num treino a forma como Kika era genuína alegria por estar a viver o que a transcende sobre as outras jogadoras e, em simultâneo, ter a simplicidade de quem quer lá saber se é melhor ou pior do que quem seja no “futebol jogado por mulheres”. É assim que lhe chama, sem o dividir por géneros. Mas elas jogam-no e vivem-no e valorizam-no como os homens já raramente o fazem. Umas amigam-se do jogo enquanto outros de desamigam dele.
É no futebol jogado por homens que se trocam insultos sem trela, mais se vê jogadores a levarem as mãos à cara após um toque no ombro, se avistam desrespeitos de deixar pessoas de mão estendida, se presenciam ameaças, se eleva este jogo despropositadamente na escala das coisas importantes na vida e se fomentam guerrilhas de umbigo quando algo não corre como fulano ou beltrano desejaria. Este fim de semana foi mais um a mostrá-lo. O floreado da visão de Nélson Rodrigues sofreria se lhe pedissem palavras acerca do cinzentismo do futebol português, a não ser que visse o sorriso estampado na cara de Kika Nazareth, uma das melhores amigas, de verdade, que a bola já tem."

Um penálti desempatou a bondade do pé de Kiko e a arte de Neres


"Nos últimos segundos do jogo, já depois do empate com um golaço de Neres, João Mário bateu o penálti que deu a vitória ao Benfica, que sofreu muito para contrariar o mecanismo defensivo do Vizela, uma equipa que teve nos pés de Kiko Bondoso a felicidade. Ou quase

E novamente ele chegou com inspiração
Com muito amor, com emoção, com explosão em gol
Sacudindo a torcida aos 33 minutos do segundo tempo
Depois de fazer uma jogada celestial em gol

O “Fio Maravilha” cantarolado por Jorge Ben Jor era sobre João Batista de Sales e um golo marcado precisamente ao Benfica, mas esta noite pode ser sobre David Neres. O canhoto é especial. Teimam em bater na tecla da incerteza, que talvez não seja consistente, que talvez se confunda, que talvez. Esta noite, depois de bailar à frente de um defesa do Vizela, resgatou o apagado Benfica de um buraco com um golaço. Após o empate, o competente Vizela manteve-se certinho, mas um penálti nos últimos segundos ditou a quinta vitória para o líder do campeonato (2-1).
O poste da baliza do Vizela tilintou logo aos 10’, depois de um cruzamento de David Neres encontrar a cabeça de Gonçalo Ramos. Nessa jogada, Gilberto, que cumpriu esta noite o jogo 50 com a camisola encarnada, estava colado ao avançado, na área. Ou seja, a fluidez e o entusiasmo mantinham-se. Mas cedo se percebeu que o Benfica ia ter um problema. Os visitantes, orientados pelo carismático Álvaro Pacheco, tapavam bem os buracos pelo corredor central.
Os da casa iam mantendo aquela frescura clássica na tentativa da recuperação de bola, mas talvez fosse faltando alguma para encontrar espaços por dentro. É que são necessárias pernas e cabeças frescas para a criatividade surgir. Rafa, quando encontrado, ia perdendo muitas bolas, não estava fino tecnicamente, muito menos nas decisões. Enzo Fernández e Florentino Luís mantinham aquele papel protocolar de começar as jogadas e fazer coberturas, salpicadas por inúmeras recuperações depois. David Neres estava mexido, João Mário continuava a maravilhar com aqueles pés de veludo.
O Vizela vivia organizado, não demasiado atrás no terreno, confiando no acerto dos defesas Tomás Silva, Bruno Wilson (neto de Mário Wilson e substituído ao intervalo por Ivanildo Fernandes), Anderson e Kiki Afonso. Não estava muito desconfortável, apesar de alguns momentos mais fortes do Benfica. Guzzo e Kiko Bondoso iam exibindo muito valor no interior daquelas botas. Milutin Osmajic começou de início para ser a referência do ataque. E foi mesmo este avançado montenegrino que calou o Estádio da Luz, aos 20’. Depois de mais um ataque estéril do Benfica, a bola encontrou a felicidade nos pés bondosos de Kiko e este, com um passe excelente entre Otamendi e António Silva, isolou Osmajic, que bateu na bola para o lado de Odysseas Vlachodimos. Normalmente diz-se que a bola não pode entrar por ali…
O Benfica tinha mais de 70% de posse de bola naquela altura, mas apenas dois remates. Não conseguia criar, imaginar jogadas, apesar do jogo com alguma qualidade. Mas o Vizela ia controlando, empurrando o adversário para as linhas. A Luz reagia, tentava passar a mão pela cabeça dos futebolistas e convencê-los de que estava tudo bem. O poste voltou a estalar, após bola parada de João Mário, valeu a sacudidela de Buntic.
O segundo tempo não trouxe um Benfica particularmente mais afinado, muito menos sabedor das melhores rotas para a baliza alheia. Os cantos, sim, continuaram. E surgiram os remates de longe e os cruzamentos de qualquer maneira. O Vizela, que sabe sair em contra-ataque com uma qualidade admirável, até criou mais perigo do que na primeira parte, por Osmajic, em dose dupla. Também Buntic fechou a porta a Gonçalo Ramos, que voltou a ficar perto do golo.
À passagem do minuto 67, quando a desinspiração coletiva era uma forma de viver perigosamente, Roger Schmidt apontou para a frente. Fredrik Aursnes entrou por Enzo Fernández e Florentino deu lugar a Petar Musa. Mas os cruzamentos, lá está a tal ratoeira criada por Álvaro Pacheco e companhia, a única forma de ameaça, saíam desafinados, tortos, transpiravam desilusão.
Mas os craques existem para resolver problemas: caro leitor, pode saltar para o primeiro parágrafo e regressar. Bem-vindo de volta. Como algum sábio disse, o golo é o melhor preparador físico que existe, então o Benfica voltou a crescer depois do golaço de Neres e estava mais leve, embora nem por isso super fino. Mas a Luz acreditava. Em vão… quase.
É que, depois de Gonçalo Ramos ser expulso por simulação de grande penalidade, um remate de Rafa encontrou o braço de um defesa do Vizela e o árbitro marcou penálti. O lance, que parecia duvidoso, não foi questionado pelo VAR e o Vizela estava prestes a sofrer um golpe que não merecia. João Mário assumiu mais uma vez e enganou o guarda-redes, oferecendo a quinta vitória em cinco jornadas para o Benfica. Na festa, com os adeptos a uivar de alegria, o médio tirou a camisola e viu o segundo amarelo."

SL Benfica 2-1 FC Vizela: Uma Luz ao “topo” do túnel


"A Crónica: A Bonança Depois Da Tempestade

Nove vitórias em nove jogos. Roger Schmidt tinha ganho o prémio de treinador do mês e o Benfica estava numa série incrível de vitórias. No meio de uma tempestade, tudo parecia indicar que esta noite seria o fim do sucesso, mas a bonança acabou por chegar. Não foi nada fácil.
O Benfica tinha o caldeirão pronto, mas o lume estava apagado. Era uma ilusão. Tinha mais bola, mas estava com dificuldades em criar ocasiões claras de golo face à organização defensiva muito compacta do Vizela. Para culminar, ao minuto 20, a equipa de Álvaro Pacheco arrefece o Estádio da Luz na sequência de uma sublime transição ofensiva. Grande assistência de Kiko Bondoso a rasgar e remate de Osmajic à gaveta inferior de Vlachodimos.
Aos poucos, os caseiros iam acendendo o lume futebolístico, mas ainda assim, na primeira parte, estiveram muito aquém do expectável: apenas dois remates enquadrados. As dificuldades eram evidentes e a estratégia de Álvaro Pacheco levava a melhor. A perguntava pairava no ar: conseguiria o Benfica perfurar a muralha azul e ainda vencer?
Fosse qual fosse a estratégia implementada ao intervalo, tudo parecia igual: grandes dificuldades do Benfica em construir situações flagrantes de golo e superioridade defensiva do Vizela. As águias lá iam tentando, mas nada resultava. David Neres foi a resposta. Um remate fortíssimo de fora de área colocou o Benfica empatado na partida. Seriam capazes de virar o resultado?
Apesar da expulsão polémica de Gonçalo Ramos aos 92 minutos num lance possível penálti, o Benfica seria feliz mesmo no último minuto! De grande penalidade, João Mário teve uma decisão complicadíssima nos pés, mas não vacila e entrega os três pontos às águias. O Estádio da Luz explodiu. Sim, o lume estava bem aceso e a vitória cozinhada. Que filme foi este!

A Figura
João Mário (SL Benfica): À primeira vista, pode-se pensar que está aqui pela grande penalidade. A razão principal é claramente essa. Deu a vitória ao Benfica num momento muito importante. Contudo, ainda brilhou durantes os 90 minutos com seis passes-chave, sete cruzamentos, cinco passes longos, oito duelos terrestres e um aéreo com sucesso e quatro desarmes. Irrepreensível!

O Fora de Jogo
Samu (FC Vizela): Defensivamente, ainda ajudou um pouco, mas teve níveis abaixo do habitual. Perdeu a bola 13 vezes, foi driblado em três ocasiões e apenas ganhou um duelo terrestre em seis. Ofensivamente, não acrescentou praticamente nada.

Análise Tática – SL Benfica
O sistema tático não foi surpresa para ninguém: 4-2-3-1. Gilberto voltou à titularidade no flanco direito. A pressão alta na primeira fase de construção começa a ser uma rotina e uma das marcas do Benfica de Roger Schmidt. A formação da casa possuía mais bola e instalava a maioria da equipa no meio-campo adversário, mas depararam-se de adversidades de construção no último terço devido a um Vizela organizado e compacto no momento defensivo.

11 Inicial e Pontuações
Vlachodimos (6)
Grimaldo (7)
Otamendi (7)
António Silva (7)
Gilberto (6)
Florentino (7)
Enzo Fernández (8)
Rafa Silva (7)
João Mário (9)
David Neres (8)
Gonçalo Ramos (6)
Subs Utilizados
Petar Musa (6)
Fredrik Aursnes (6)
Alexander Bah (7)
Diogo Gonçalves (-)

Análise Tática – FC Vizela
Durante a partida, os pupilos de Álvaro Pacheco variaram entre o 4-4-2 e o 4-3-3, consoante a localização do esférico e o seu dono. Quando o Benfica estava mais perto da grande área, observava-se uma mudança tática para o 4-4-2, no qual as linhas defensiva e média se revelavam muito próximas, além do recuo (por vezes) dos avançados. Através de um grupo compacto, não queriam dar espaço à frente dos centrais ao Benfica, condicionando a construção do adversário. Neste mesmo espectro em zonas menos recuadas, verificou-se muitas vezes uma grande proximidade dos médios do Vizela para encurtar combinações ofensivas, sobretudo entre-linhas.
Ainda no panorama defensivo, face aos cruzamentos do Benfica, o Vizela instalava muitos homens dentro de área. Entretanto, apesar das dificuldades em manter bola devido à pressão alta encarnada, procuravam atacar a baliza oposta por intermédio de transições rápidas (assim nasceu o golo do Vizela).

11 Inicial e Pontuações
Buntic (6)
Kiki (6)
Anderson (7)
Wilson Valdez (7)
Tomás Silva (6)
Samu (5)
Mendez (6)
Guzzo (6)
Moreira (6)
Osmajic (7)
Kiko Bondoso (7)
Subs Utilizados
Ivanildo Fernandes (5)
Diego Rosa (5)
Alejandro Alvarado Jr (5)
Claudemir (5)
Kevin Zohi (6)

BnR na Conferência de Imprensa
SL Benfica
BnR: Boa noite, míster. Antes de mais, parabéns pela vitória. Durante a partida, o Benfica teve algumas dificuldades na construção de situações claras de golo. Acredita que terão sido muito pelo adversário fechar a zona central com um grupo muito compacto e fechado e como procurou contrariar as dificuldades ao intervalo?
Roger Schmidt: Falámos ao intervalo o que tínhamos de mudar, mas não era fácil. Nos primeiros 60 metros, tivemos de jogar mais rápido com menos toques e de nos deslocar mais sem bola. Nos últimos 30 metros, podemos correr riscos e ir no 1v1, mas também tínhamos de ter paciência. Mostrámos isso na segunda parte. Hoje não foi um jogo que poderíamos criar muitas oportunidades claras de golo, mas marcámos dois golos nos momentos certos. Situações de 1v1 e remates bons eram o que precisávamos para abrir o jogo de novo.

FC Vizela
BnR: Boa noite, míster. Durante a partida, o Vizela partiu num 4-3-3, mas sempre que o Benfica se aproximava da sua área mudavam para um 4-4-2 com as linhas média e defensiva muito próximas e ainda se observava por vezes o recuo dos avançados para ajudar. Pergunto-lhe se o sucesso defensivo do Vizela passou pela estratégia de fechar o espaço frontal para limitar a construção do Benfica?
Álvaro Pacheco: Sim, somos uma equipa que temos de reajustar em relação à tomada de decisão e à forma como fazemos a pressão. A nossa estratégia passava por retirar as ligações do duplo pivot do Benfica com os jogadores da frente. Queríamos manter também as linhas juntas para quando a bola entrava termos capacidade de pressionar e de nos ajustarmos. Fizemos uma exibição fantástica defensivamente e também penso que ofensivamente. Faltava-nos mais audácia e não ter medo de ter bola."

Didático!

Cadomblé do Vata


"1. Admito, sou um romântico incorrigível do Benfica... talvez por isso, haja poucas coisas que me dêem tanto gozo como ver um gajo chamado Pacheco sair da Luz a espumar de azia.

2. Deixem-se de histerismos, Ramos foi bem expulso por simulação... simulou tão bem o remate que deixou o central com vontade de lhe beijar aquela perna direita.

3. Tenho receio que a UEFA levante uma investigação à equipa de juniores do SLB da época passada e nos retire a vitória na Youth League... temos de ser realistas, não há qualquer hipótese do António Silva só ter 18 anos.

4. Afinal os jornalistas da CNN tinham razão quando diziam que o Verissimo não ia estar em condições de participar em jogos do SLB em Setembro... a mulher do Lucas é que estava errada, porque pensava que eles estavam a falar do marido dela.

5. O banco de suplentes do Vizela passou 98 minutos a protestar com toda a gente no estádio que até achei estranho não terem reclamado do golo do Neres... foi pena porque sonho com o dia em que seja utilizado na I Liga o argumento "não vale bujas"."

Carteiros...


"5 jogos para o campeonato:
44 faltas
23 cartões (20 amarelos, 3 vermelhos)

4 jogos europeus:
42 faltas
5 cartões (todos cartões amarelos)

Penalti escandaloso por marcar sobre Gonçalo Ramos (sim, os defesas ainda não se podem atirar para a frente dos avançados a barrar-lhes a progressão). Penalti bem assinalado por mão do jogador daquele clube de Andrades disfarçados de Vizelenses. Honestamente, ainda estamos para perceber como e porquê Fábio Verdíssimo o assinalou. Terá tido um laivo de honestidade momentâneo? Gonçalo Ramos é expulso por dois lances em que é o próprio a sofrer a falta. Não é coincidência. Otamendi leva um amarelo devido à perseguição nojenta que lhe anda a ser feita pela trupe do Fontelas. Amarelo a Enzo e João Mário só porque sim.
Estamos a falar de um árbitro que devia ter sido proibido de apitar mais jogos em Portugal depois daquela célebre e triste meia final da Taça da Liga em Braga onde actuou como VAR e onde até Carlos Xistra (o árbitro do encontro) mostrou a sua repugnância pelo que Verdíssimo ali estava a fazer. O Benfica nada fez, tinha um lagarto à frente do clube onde as suas preocupações eram outras. Mas depois do que se passou ontem, e juntando à festa essa videoarbitragem de Verdíssimo, o penalti que assinala em Braga este ano a favor do seu clube e que teve de ser revertido pelo VAR (para não irmos a mais jogos passados onde por exemplo expulsa Lema num jogo contra o Calor da Noite por não tocar em ninguém) o Benfica só não expõe este fanático lagarto a todo o Mundo se não quiser. Ao Mundo e à FIFA e Uefa. Estamos a falar de um árbitro internacional. Está feita a piada.
É aguardar para ver quando o carteiro Verdíssimo vai ser nomeado para entregar nova encomenda. Vergonha máxima ter um indivíduo destes como árbitro dos quadros da Liga Proença e Fontelas. E internacional! O cúmulo dos cúmulos!"

2 minutos!


Dois minutos de pura magia e Benfiquismo.
A comunhão entre jogadores, equipa técnica, Direção e os adeptos.
Muito crer, muita raça e muita ambição.
A Luz veio a baixo... Carrega Benfica 🔴⚪🦅"

À Benfica...


"✅ Roubo de igreja.
✅ SL Benfica marca.
✅ O Estádio vem abaixo.
A equipa lutou até a exaustão e as bancadas retribuíram. Esta foi à Benfica!"

Mistério!


"E foi aqui que começou uma expulsão insólita.
Lance normal, 2 jogadores disputam a bola, sem falta. Gonçalo Ramos até chega 1º à bola, mas leva amarelo.
Porquê? Perguntem ao Fábio Veríssimo."

Beneficiados?!!!!!!!


"Este vídeo vai direitinho para os ignóbeis cartilheiros da Aliança Altis, com maior preponderância para a escumalha azul e branca que passa a vida no Twitter e Facebook a debitar verborreia a mando do clube da fruta.
É preciso ser-se muito desonesto para dizer que o Benfica foi beneficiado."

Revolta...


"TENTARAM TUDO PARA NOS DERRUBAR, ARBITRAGEM MISERÁVEL, EXPULSÃO DO GONÇALO RAMOS ANEDÓTICA, MISSÃO ENCOMENDADA, VIZELA VASSALO DO CLUBE DAS P*TAS, MAS CONSEGUIMOS!
O SL Benfica fez 9 faltas neste jogo. Levámos 7 amarelos e 2 vermelhos.
9 FALTAS.
7 AMARELOS.
2 VERMELHOS.
1 PENÁLTI ESCANDALOSO ROUBADO.
ESTE É O RESUMO DESTE JOGO E OS CARTILHEIROS DO ALTIS AINDA TÊM O DESCARAMENTO DE VIR DIZER QUE FOMOS BENEFICIADOS?!
SÃO UNS CANALHAS!"

Penalti clarissimo transformado em falta por simulação e expulsão de Gonçalo Ramos


"«Decisão inaceitável e errada do árbitro [...] , tinha que ir ver ao monitor (VAR)».
Roger Schmidt

O SL Benfica fez 9 faltas neste jogo e daí resultaram 7 amarelos e 2 vermelhos.
➡️9 FALTAS.
➡️7 AMARELOS.
➡️2 VERMELHOS.
➡️1 PENÁLTI ESCANDALOSO FICOU POR MARCAR
O VAR não alertou Fábio Veríssimo e agora dividem o bolo em casa... Os adeptos que esperem por ele."