domingo, 15 de maio de 2022

Fim da maldição de Béla Guttmann? | SL Benfica


"Será Que O Fim Da Maldição Chegou Com A Conquista Da Youth League?

Béla Guttmann. Nascido em Budapeste, em 1899, o húngaro passou por vários clubes durante os seus 40 anos de carreira como treinador. Destaca-se o FC Porto, AC Milan, CA Peñarol e SL Benfica. Já foi campeão húngaro, campeão paulista (pelo São Paulo) e campeão português, em duas das três passagens por Portugal. Mas não foi isso que o deixou perpetuado na história do clube.
Corria o ano de 1962, o SL Benfica, que já tinha ganho a Taça dos Clubes Campeões Europeus – atual Liga dos Campeões – no ano anterior, em que bateu o Barcelona por 3-2, em Wankdorf, acabara por vencer novamente este troféu. Desta feita enfrentou e venceu o poderoso Real Madrid de Di Stefano e Puskas, por expressivos 5-3.
Guttmann entendeu que ser a segunda equipa na Europa a conseguir conquistar a Taça dos Clubes Campeões Europeus e por duas vezes consecutivas, era motivo suficiente para pedir um aumento à direção presidida na altura por António Vital. E reza a lenda, que após a rejeição de tal aumento, Guttmann bateu com a porta e na saída alegou que o clube encarnado, sem a sua presença, não mais voltaria a ser campeão europeu.
Mesmo para quem não acredita nestas coisas, a verdade é que após a sua saída, o SL Benfica esteve em 8 finais europeias – cinco na Liga dos Campeões e três na Taça UEFA/Liga Europa – e saiu sempre derrotado. Eu vi algumas delas, e a sensação que fica é que, acreditando ou não em maldições, todos temos de admitir que coisas estranhas se passaram.
Dava a sensação de que de uma forma ou de outra, alguma coisa iria acontecer para que não levantássemos o troféu. Ou o cabeceamento de Ivanovic aos 90+2, ou a arbitragem malandra de Felix Brych na final contra o Sevilha, em que o alemão não quis ver os penaltis cometidos pela equipa espanhola, deixando também os cartões em casa, ou as várias derrotas em finais da Liga dos Campeões, pela margem mínima ou por pontapés da marca de grande penalidade.
Dito isto, por mais cético e realista que o adepto do SL Benfica queira ser, não há como dar a volta. O Benfica tem a pairar sobre si, uma má energia que não lhe permite levantar um troféu fora de portas.
Mas chegado o ano de 2022, a equipa de sub-19 do SL Benfica consegue vencer a UEFA Youth League, uma espécie de Liga dos Campeões para o futebol de formação. Após levar de vencida a equipa sub-19 do FC Salzburgo por 6-0, o título foi muito festejado pelas hostes encarnadas e amplamente divulgado nos meios de comunicação social, portugueses e não só, como o fim da maldição de Guttmann. De recordar que o SL Benfica já tinha estado em outras três finais desta competição, mas acabou por sair sempre derrotado.
Após este feito, nós, os adeptos deste clube glorioso, podemos escolher um de dois caminhos. Ou passamos a acreditar que a maldição chegou mesmo ao fim – mesmo que este título pertença ao futebol de formação e não à equipa principal – ou podemos não levar em conta tal proeza, porque as palavras de Béla Guttmann não tinham um alcance assim tão grande a ponto de influenciar a equipa juvenil das águias.
Seja qual for o caminho que se queira seguir, a verdade é que já lá vão seis décadas desde que o húngaro amaldiçoou o clube. E mais maldição ou menos maldição, é lugar-comum que é muito difícil para uma equipa portuguesa atingir a glória máxima na Liga dos Campeões atualmente, por causa dos caminhos que o futebol levou nos últimos anos.
Ficando a Liga Europa e a recém-criada Liga de Conferência, mais à mão das nossas equipas e mais plausíveis de ajudarem as águias a provarem que a praga caiu quando os jovens do SL Benfica levantaram o troféu. De referir, que a final foi ganha no dia 25 de abril. Será que o dia da Liberdade para Portugal, foi também o dia da liberdade para as águias?"

O eterno síndrome provinciano e complexo de inferioridade


"Ganham o campeonato, volta o discurso de ódio e do centralismo. No meio de tanta verborreia debitada, há que questionar a que "contra todas as circunstâncias" este idiota admoestado do FC Porto se refere:
• Terá sido por terem sido beneficiados em praticamente todos os jogos?
• Terá sido por terem vencido a liga com o recorde de expulsões adversárias?
• Terá sido por terem sido a equipa que mais minutos jogou em superioridade numérica?
• Terá sido por terem batido o recorde de penáltis a favor, em toda a Europa, nas últimas 2 épocas?
Esta gente não tem qualquer pingo de vergonha na cara e acham que este discurso ainda pega e que as pessoas continuam a comer gelados com a testa.
Condicionam e dominam a opinião pública, condicionam e dominam os ábitros, condicionam e dominam a Federação Portuguesa de Futebol, condicionam e dominam o desporto nacional, condicionam e dominam a justiça desportiva, condicionam e dominam a liga e os clubes, e ainda se acham no direito de lançar areia para a cara de todos, fazendo-se passar pelas eternas vítimas do Sistema que eles próprios criaram!
Isto é o cúmulo! Esta gente não vale e nunca valerá nada! Urge uma limpeza profunda no desporto português!"

Vamos por partes:


"Otávio cantou N vezes.. isto. O gajo é convocado para a seleção.. e lol o Fabiobinho cardoso quero que te fodas, a ingratidão terá sempre consequências. Por falar em seleção e FPF , para além de terem e dão carta branca a membros dos SD , são cúmplices disto. Este ódio quem vêm de quem devia dar o exemplo. E depois querem que sejamos nós a dar o exemplo ? BENFICA OU MORTE !
A festa do título.. Vivem de nós e para nós, nunca vão passar de um clube regional. Ufa fico mais descansado, pensei que este ano iam abandonar esse tipo de cânticos."

8.º Campeonato Nacional

Benfica 27 - 23 Juve Lis
(13-9)

Em Leiria, numa jornada 'trocada', 29 anos depois, conquistámos o 8.º campeonato nacional feminino de Andebol!
O ano passado, ficámos no 'quase', mas este ano não falhámos, e nem a tremedeira de hoje, nos retirou a 'festa' do título...

Venha o próximo...

Póvoa 67 - 84 Benfica
14-19, 20-14, 17-28, 16-23

Obrigação cumprida, sem o Lewis, o Gameiro e o Hallman... além do Farr!
A perder ao intervalo, valeu a 2.ª parte, com o Betinho a ser decisivo nestes dois jogos!
0-7 em Triplos, por parte do Gaines!!!

Agora, vamos para as Meias-finais... provavelmente com a Oliveirense!

PS: Parabéns ao Leandro Ramos, por mais um recorde nacional no Lançamento do Dardo, no Metting de Doha, iniciando a época ao melhor nível, com 84,78m, rodeado de alguns dos melhores lançadores do Mundo!

A partir de agora, será a sério!!!

Benfica 6 - 4 Fundão

Jogo 'estranho' depois do 3-0, permitimos a remontada para 3-4, mas ainda fomos a tempo de retificar, num jogo que nada definia para o play-off...

Goleada...

Benfica 44 - 28 Belenenses
(19-13)

Mesmo com poupanças e alguma rotação, chegámos aos 44... e nem sempre jogámos bem!!!

Rumo ao título


"A possibilidade de conquista, hoje, 29 anos depois, do título nacional de andebol (feminino) e a vitória em Paços de Ferreira, com o contributo de vários jovens jogadores formados no Benfica, são os destaques nesta edição da News Benfica.

1
Estamos a um empate do regresso ao muito ambicionado título nacional no andebol feminino. Hoje, a partir das 17h30, em Leiria frente ao Juve Lis, temos a oportunidade de selar uma conquista que não celebramos há 29 anos.
O treinador João Alexandre Florêncio deu conta da mentalidade da equipa patenteada ao longo da época: "Esta equipa está com muita ambição e sente que chegou o momento de ganharmos e de darmos uma alegria aos nossos adeptos e Sócios. O Benfica é um clube que luta sempre por títulos, nós estivemos muito tempo sem ganhar, mas podemos ganhar agora."
Que seja já hoje que o Benfica volta ao topo do andebol feminino e que as nossas andebolistas se juntem às colegas do basquetebol e futebol na galeria das campeãs nacionais na presente temporada.

2
O Benfica despediu-se ontem da época futebolística ao disputar o jogo da última jornada do Campeonato, em Paços de Ferreira. O triunfo, por 0-2, refletiu a superioridade benfiquista ao longo dos 90 minutos, com a particularidade de Nélson Veríssimo ter dado oportunidade a vários jovens jogadores formados no Clube.
Veríssimo começou por referir que "vínhamos com objetivo de terminar a Liga com uma vitória" e manifestou-se satisfeito pelo desempenho da equipa: "O conjunto de jogadores que aqui esteve, alavancado pela ajuda dos jogadores mais experientes do plantel da equipa A, que tiveram um papel importante neste sucesso e exibição, deu uma boa resposta."
Henrique Araújo, melhor marcador da equipa B e autor de um hat-trick na final da UEFA Youth League, foi titular e bisou na partida. Tomás Araújo, Morato, Sandro Cruz e Tiago Gouveia (uma assistência) alinharam de início. Diogo Gonçalves e os dois estreantes, ainda juniores, Diego Moreira e Martim Neto foram os restantes atletas "made in Benfica" em ação, ontem, na Mata Real. Veja os bastidores aqui.

3
Ontem obtivemos mais duas vitórias.
A equipa B visitou o FC Porto B e venceu por 2-3, numa partida em que esteve duas vezes em desvantagem no marcador. Com este triunfo, a nossa equipa terminou a temporada com 57 pontos, estando ainda por definir a classificação final.
Com o 5.º posto assegurado, se o Feirense não vencer o Nacional (amanhã às 15h00), terminaremos no 4.º lugar, o que seria a melhor classificação de sempre. Mas, independentemente do desfecho do Campeonato, o desempenho foi muito positivo e mais importante do que os bons resultados é a constatação da notória evolução de muitos jovens jogadores, alguns deles já lançados na equipa A.
Nos Sub-19 vencemos o Rio Ave, por 4-0 e mantemo-nos na luta pelo título.

4
Além do jogo, em Leiria, que poderá dar o título ao Benfica no andebol (feminino), hoje há três jogos na Luz.
Às 14h30, jogamos em andebol com o Belenenses. Às 17h00, desafio com o Fundão em futsal (masculino); e, às 18h00, receção ao Arneiros, em futsal (feminino). Recordamos que a entrada é livre para Sócios do Sport Lisboa e Benfica nos jogos das equipas masculinas e para o público em geral nos femininos.
Esta tarde, às 15h00, temos ainda o segundo jogo dos quartos de final dos play-offs de basquetebol, na Póvoa de Varzim, frente ao CD Póvoa. O triunfo garante o apuramento para as meias-finais.
Amanhã há dérbi no hóquei em patins (feminino) entre Sporting e Benfica. O jogo tem início marcado para as 12h00 e realiza-se no Pavilhão João Rocha. Uma hora antes, em Braga, temos jogo dos Sub-15. E as bicampeãs nacionais jogam em Famalicão, às 15h00.

5
A Finals Men da EHF European League de andebol é em Lisboa, na Altice Arena, dias 28 e 29 de maio. O calendário está definido e os bilhetes já estão à venda. Nas meias-finais o Benfica defronta o Orlen Wisla Plock, da Polónia, dia 28 às 17h00. É muito importante estarmos junto da nossa equipa nesta presença inédita na final four da competição!

6
E amanhã, domingo, às 11h30, há a inauguração oficial do novo espaço de decoração exterior das modalidades junto dos pavilhões. Este evento conta com as presenças do Presidente Rui Costa e de treinadores e atletas das modalidades.
Participe!"

Henrique Araújo foi o killer e ainda recebeu a bênção de Gaitán


"Na derradeira jornada do campeonato, o Benfica bateu o Paços de Ferreira, na Mata Real, por 2-0, com dois golos do menino que tinha feito um hat-trick na final da Youth League. Nélson Veríssimo apostou em muitos jovens e o Paços Ferreira devolveu a gentileza com bom futebol

Já depois do 2-0, que lhe roubou poucas curvaturas felizes nos lábios, Henrique Araújo, impaciente enquanto aguardava o retomar do jogo no meio-campo, ouviu algo de Nicolás Gaitán. Finalmente, o sorriso, a serena gratidão, era a inocência na cara do miúdo. Ali, naquele metro quadrado, o futuro e o passado do Benfica trocaram cumplicidades e um pouco de verdade. Esta noite foi muito sobre isso…
Nélson Veríssimo, no derradeiro jogo como treinador do Benfica, inventou uma revolução na Mata Real. Na baliza estava Helton Leite, o futebolista que levou a braçadeira de capitão. À frente, Gilberto, Tomás Araújo, Morato e Sandro Cruz, o jovem que recentemente foi vítima de miseráveis injúrias racistas. Depois, o desafinado Soualiho Meite, João Mário e Paulo Bernardo, no meio, e Tiago Gouveia e Gil Dias nos corredores. Como 9, Henrique Araújo.
Já César Peixoto, que ainda podia sonhar com o 7.º lugar, magicou uma equipa a defender com uma linha de 5, que depois se desdobrava com o central pela esquerda Fernando Fonseca a abrir no corredor, libertando depois o lateral Lucas Silva para o papel de extremo. Os rapazes de amarelo têm qualidade com bola, sabem descobrir os espaços e os caminhos para sair de pressão. Butzke era a referência, aqui e ali com alguns pormenores de qualidade, que espirravam a cada toque na bola da bota de Gaitán, aplaudido por todos quando foi substituído aos 88’.
O primeiro golo da noite chegou logo aos 5’: Juan Delgado perdeu a bola para Tiago Gouveia, um destro na esquerda e com uma fome de anteontem para 1x1, que lançou Araújo na área, pela esquerda. À saída de André Ferreira, o avançado bateu com a canhota para a baliza, com um controlo de quem sabe o que está a fazer.
O Paços começou então a massacrar os visitantes pelo lado direito, com Hélder Ferreira em evidência, embora pecando um pouco na definição dos cruzamentos. Mas a rapaziada da capital do móvel ia deixando o Benfica muito desconfortável, chegando até ao intervalo com mais bola. Helton Leite ia sendo gigante (e assim continuaria, com a baliza por chorar, até ao fim). Os pacenses são uma equipa que privilegia o bom jogo e que tornou esta noite realmente agradável. Foi, aliás, essa a toada durante os 90 minutos, nunca foi duro ou defensivo, havia antes preocupação de jogar futebol. Aquela angústia que chega com a pressão competitiva parecia inexistente. Do outro lado, dos que estavam fardados de vermelho, já se sabe, há lugares por agarrar e os olhos de Roger Schmidt para convencer.
No meio-campo iam pontificando as sabedorias e discrições de João Mário e Luiz Carlos, de 29 e 36 anos, gloriosamente experientes perante a juventude no relvado. Antes do intervalo, após uma jogada ou outra de insistência, um cruzamento de Gil Dias com o pé direito encontrou o afinadinho Henrique Araújo, que voltou a usar o pé esquerdo, ao segundo poste, para encostar para a baliza. O enfado quando a bola não lhe chega é de killer.
No regresso do descanso, num ambiente pacato, os 5.635 testemunharam mais um momento terno com André Almeida a bater umas bolas com Gaitán, que admitiria no final do jogo que vai continuar mais uma temporada no clube. Jogaram juntos, no Estádio da Luz, entre 2011 e 2016. O jogo perderia algum interesse, menos fluidez quem sabe, fruto também das muitas substituições efetuadas pelos treinadores, com destaque para as entradas de Martim Neto e Diego Moreira, dois rapazes que estiveram em destaque na Youth League e na final do torneio, em que Tomás Araújo era o capitão e Henrique Araújo fez três golos.
Helton Leite voltou a negar um golo do Paços, a seguir foi André Moreira que tapou a baliza para uma estreia bonita de Diego Moreira, filho de Almani Moreira. E o marcador nunca mais bailaria.
Está feito, acabou-se mais um campeonato, desta vez com muitos miúdos em campo do lado do Benfica, o que não é sinónimo de aposta na formação. Já o sério madeirense Henrique Araújo transformou-se num rapaz simpático na flash interview, onde, para além de brincar que chutou com o pé que tinha mais à mão, lamentou não ter feito o terceiro golo, demonstrando ainda uma maturidade interessante. Estão ali para agarrar as oportunidades, explicou. O que vem aí? “Vou continuar a fazer o que tenho feito”.
Não tem corrido mal."

FC Paços de Ferreira 0-2 SL Benfica: Os miúdos brincaram na mata


"A Crónica: Benfica De Futuro, Paços Precisa De Um Novo Olhar

Começava o pôr do sol e o início do cair do pano do campeonato. Para o SL Benfica, cumpria-se calendário e jogava-se pela honra. Para o FC Paços de Ferreira, a vitória e um combinar de outros resultados de adversários diretos podia dar em subida de lugares na tabela. Não deixava de ser um duelo importantíssimo para ambas as formações e, por falar em formação, foi nisso que Veríssimo apostou.
E foi essa mesma formação que começou por fazer a diferença. Um roubo de bola de Tiago Gouveia a Juan Delgado no meio-campo, serviu para assistir Henrique Araújo e o madeirense fazer o gosto ao pé. Estava aberto o marcador na Mata Real apenas aos cinco minutos, com a formação caseira algo desligada do encontro.
Depois do golo encarnado, o jogo equilibrou. Os castores começaram a cheirar a área de Helton e a confusão quase deu golo. Acabou uma multidão em cima do guarda-redes benfiquista que, como se diz na gíria, sem saber ler nem escrever, conseguiu fazer uma grande defesa. Ao lançar o contra-ataque, Gil Dias quase aumentou a vantagem, mas a trajetória da bola foi previsível para André Ferreira.
De não saber ler nem escrever, Helton Leite passou a professor de português e lecionou um módulo chamado “como atrasar um empate quase anunciado”. O jogo corria e o FC Paços de Ferreira ia conseguindo criar problemas à defesa do SL Benfica, com Hélder Ferreira e Butzke a conseguir desestabilizar.
Butzke brilhou. Conseguiu levar de avanço a defesa dos encarnados, tabelou pelo meio e fez o mais difícil. Foi estrela, mas faltou a consagração, pois não conseguiu bater Helton Leite. E, como quem não marca sofre, Henrique Araújo bisou na partida. No seguimento de um cruzamento de Gil Dias, o jovem avançado madeirense fechou o resultado da primeira metade.
A história que fica para contar da segunda parte é o jogo partido entre as equipas. Apesar da vantagem benfiquista, o FC Paços de Ferreira de César Peixoto nunca desistiu de, pelo menos, diminuir a vantagem. Só o parava Helton Leite e um bom mento da defesa da turma da Luz.
Os comandados de Nélson Veríssimo iam fazendo o que consideravam como a sua parte – jogavam para e pelo resultado. Como a vantagem já ia de dois golos e os miúdos aparentavam estar em boa forma, mais dois saltaram para a “pista” para se mostrar pela equipa A.
E bastou. O SL Benfica foi cumprir calendário para a capital do móvel e levou os três pontos da mala de volta para a Luz.

A Figura
Henrique Araújo A inteligência nas movimentações, os golos e a diferença. Foi isto que Henrique Araújo fez num SL Benfica “a cumprir calendário” na Mata Real.

O Fora de Jogo
Pedro GanchasPareceu, o jogo todo, a jogar no limite. Pedro Ganchas dá mais do que demonstrou no relvado frente ao SL Benfica, com uma exibição esmorecida.

Análise Tática – FC Paços de Ferreira
César Peixoto fez cinco alterações em relação ao último onze. André Ferreira, Delgado, Gaitán, Hélder Ferreira e Adrian Butzke ocupam os lugares de Vekic, Bastos, Nuno Santos, Uilton e Deni Jr. O Paços de Ferreira alinhou num 4-2-3-1, laterais bem abertos e Nico Gaitan atrás de Butzke.

11 Inicial e Pontuações
André Ferreira (6)
Fernando Fonseca (6)
Pedro Ganchas (5)
Marco Baixinho (6)
Delgado (5)
Rui Pires (6)
Luiz Carlos (6)
Nico Gaitan (6)
Hélder (6)
Lucas Silva (6)
Adrian Butzke (6)
Subs Utilizados
Denilson Jr. (6)
Nuno Lima (6)
Luis Bastos (6)
Matchoi (5)
Edmilson Mendes (6)

Análise Tática – SL Benfica
Foram nove alterações feitas por Nélson Veríssimo na despedida do comando técnico do Benfica e alinhou o onze inicial num 4-3-3, com Meite na primeira linha do meio-campo.
A jogar num bloco mais compacto, com segunda linha do meio-campo (João Mário e Paulo Bernardo) muito perto das costas de Henrique Araújo, o SL Benfica entrou neste encontro com vista e investida na formação.

11 Inicial e Pontuações
Helton Leite (8)
Gilberto (7)
Tomás Araújo (7)
Morato (6)
Sandro Cruz (6)
João Mário (6)
Meite (6)
Paulo Bernardo (6)
Tiago Gouveia (7)
Gil Dias (6)
Henrique Araújo (9)
Subs Utilizados
Diego Moreira (6)
Martim Neto (6)
Diogo Gonçalves (6)
Roman Yaremchuk (6)
Adel Taarabt (6)"

As dúvidas!


"Depois do Tribunal Unânime do jornal do Calor da Noite, está parida mais uma "rubrica" de arbitragem isentíssima de nome Juízo Final na televisão IMPARCIAL de nome SPORTTV. Já nos tinham alertado para isso mas nunca ligámos muito. Hoje, como era a feijões, perdemos o nosso tempo a assistir à dita rubrica. Fica a prova dos 4 lances que os senhores isentos da SPORTTV resolveram apontar ao jogo de hoje. Acho que se esqueceram de um lance: "Minuto 1: Os lampiões do caralho deviam entrar em campo?".
(...)"

Sabia que é um técnico de imagem a medir a linha de fora de jogo no VAR e que o áudio das conversas entre a equipa de arbitragem é gravado?


"No passado sábado, o país 'parou' por causa de um fora de jogo de 2 cm. O que não é normal é que quase ninguém saiba como é que um videoárbitro analisa um fora de jogo. Saberão as pessoas que o árbitro que desempenha a função de VAR nunca toca na "ferramenta" que define a linha e quem faz essa medição é um técnico de imagem? Provavelmente não, (...) , porque falta maior divulgação de informação a uma classe que "sempre defendeu que a melhor entrevista é aquela que não se dá"

Conhecem aquele cliché que diz que metade dos problemas da humanidade resolviam-se com diálogo e a outra metade também?
Hoje em dia, as pessoas conversam pouco e escutam ainda menos. Parece que estão sempre com pressa. Acordam impacientes e poucas vezes se predispõem a tentar perceber o que acontece à sua volta. Às vezes até parece que estão a ouvir, mas ou não estão, ou aguardam, em silêncio, a sua vez de falar.
Mas esse não é o único erro que cometem. Há também a tendência para opinarem sobre tudo o que as rodeia, embora sem conhecimento de causa. São céleres a dar pareceres sobre factos que desconhecem. Fazem-no porque podem (têm os meios) e porque algo as impele nesse sentido.
Elas são assim, eu também sou, todos nós já o fomos aqui ou ali.
E há universo em que essa tendência é maior é no da arbitragem. Há, em cada adepto (e não só), um árbitro em potencial, que sabe mais de regras do que qualquer um que o seja de verdade.
Um dos maiores responsáveis por essa moda agora em voga acaba por ser o próprio setor da arbitragem, que desde sempre manteve bem trancadas as portas de sua casa. É que, regra geral, as pessoas tendem a desconfiar mais do que não conhecem. Às vezes, um pequeno esclarecimento ou explicação técnica seriam suficientes para evitar um chorrilho de asneiras ou, pelo menos, semanas de ruído mediático. Mas a opção de comunicar abertamente nunca foi modus operandi numa classe que sempre defendeu que a melhor entrevista é aquela que não se dá. Já foi chão que deu, que agora os tempos são outros.
Vejam, por exemplo, o que acontece em relação ao VAR.
No passado sábado, o país "parou" por causa de um fora de jogo de dois centímetros. Curiosamente, um dia depois, o mesmo país nem percebeu que uma equipa viu validado um golo contra pela mesma medida, num jogo em que disputava a sua permanência.
Sejamos sinceros: é compreensível que em jogos importantes qualquer decisão seja contestada e interpretada à maneira de cada um.
O que não é normal é que quase ninguém saiba como é que um videoárbitro analisa um fora de jogo. Qual o procedimento que segue, quais os passos que tem que dar, quem está encarregado de fazer isto, quem tem que fazer aquilo. E a pergunta é: porquê? Porque é que um processo que origina tanta controvérsia não é do conhecimento público?
Saberão as pessoas que o árbitro que desempenha a função de VAR nunca toca na "ferramenta" que define a linha do fora de jogo? Saberão as pessoas que quem faz essa medição — após indicação do vídeoárbitro — é o técnico de imagem, que está presente em todos os jogos da primeira liga?
Saberão as pessoas que é esse profissional, totalmente independente e neutral em relação ao jogo/intervenientes, quem coloca os três pontos de referência (os que definem o momento do passe e a última parte dos corpos de defesa e atacante, exceto braços) após o VAR analisar, com rigor e imagens bem ampliadas, onde devem ser colocados cada um deles?
Saberão as pessoas que, quando a análise do fora de jogo indica uma situação-limite, as tais de margem curta, o processo é repetido duas ou três vezes (daí a demora) para garantir que a indicação dada ao árbitro corresponde à mais correta que a tecnologia permite apurar?
Saberão as pessoas que, apesar de não serem públicos, os áudios das conversas entre toda a equipa de arbitragem são gravados e utilizados para fins formativos e pedagógicos? Todos ouvem, todos sabem o que foi dito e analisado, todos percebem o que terá corrido bem e menos bem?
Alguém de bom senso, mais afastado do calor do jogo, achará que há uma única pessoa naquela sala que tente deliberadamente prejudicar uma equipa ou beneficiar outra? Não respondam, mas pensem nisso com a distância que a razão encontrar.
Vamos ter a capacidade de olhar para esta questão de forma racional e construtiva:
— A atual linha tecnológica do fora de jogo é falível? É.
Parte da sua calibração depende de mão humana e isso diz tudo. Além disso, há distâncias tão difíceis de medir a olho nu (onde começa o passe ou, por exemplo, onde termina o ombro do defesa ou a ponta do pé do atacante) que é quase impossível assegurar, para lá de qualquer dúvida, que um jogador está adiantado "uma azeitona" em relação ao seu adversário.
— Esta ferramenta é usada noutras ligas? Sim, não em todas mas em várias e com os mesmos "danos colaterais". Basta que estejam atentos às notícias para perceberem que o ruído é idêntico, embora pronunciado em línguas diferentes.
— Seria melhor para o futebol haver um instrumento tecnológico que não dependesse de intervenção humana? Num mundo ideal, não. Confiar em quem lá está devia chegar, mas uma vez que a tendência generalizada é para a suspeição, sim, seria melhor. O problema é que isso requer um investimento significativo, que as nossas estruturas e clubes dificilmente poderiam suportar.
Além disso, só há pouco tempo é que a FIFA encontrou um sistema (vai levá-lo ao Catar) fidedigno, que assenta em Inteligência Artificial. A indicação do "está ou não está adiantado" chegará ao VAR em menos de dois segundos e será factual.
Mas, meus amigos, esta coisa de contestarmos decisões dos árbitros dificilmente se perderá, por muito que se comunique melhor ou se evolua noutras direções.
Recordo-vos que há uns anos "impuseram" a designação de árbitros através de sorteio, porque não confiavam nas pessoas que os nomeavam. Quando a tômbola girou e as bolinhas começaram a sair, houve quem especulasse que umas estariam mais quentes do que outras e que o melhor seria regressar ao sistema anterior.
Com a linha do fora de jogo foi parecido, lembram-se? Ela só surgiu porque a contestação à competência e integridade dos árbitros assistentes ganhou contornos épicos. Agora é a linha que não presta (ou é manobrada maliciosamente).
E ainda há o VAR, que só apareceu quando as pessoas entenderam que os árbitros de campo eram tão maus que precisavam de apoio para decidirem melhor. Agora eles até fazem o que podem. O malandro é o que está na sala de videoarbitragem.
Nunca haverá fim para uma discussão que serve a muitos, mas não tenham dúvidas: a divulgação de mais informação, a transparência de processos e o acesso a algumas situações que geram mais celeuma poderão contribuir claramente para credibilizar uma classe que nada tem a esconder. Como dizia um amigo:
— "Chamem-me incompetente, não me chamem desonesto".
Não nos esqueçamos, já não é apenas a realidade que importa. É também a sua percepção."


PS: Inacreditável como o corporativismo militante desta gente, continua a sobrepor-se, à isenção...!!!

Futebol sem VAR


"Por mais que a decisão de um árbitro de futebol seja soberana, não pode haver, uma legalização de uma ação praticada contra as regras estabelecidas...

Temos para nós que, no século XXI, devemos aproveitar todas a invenções que ajudem os Humanos a terem um sistema social e político, mais justo, mais igual para todos, e que diminua, o mais possível, todas as fraudes que se enquadrem no capítulo da corrupção e que tanto prejudicam todos aqueles que prezam a honestidade. Vem esta reflexão a propósito de um jogo de futebol entre a Seleção de Portugal e outro país, em que por ausência do VAR, ou seja, verificação posterior das imagens, não foi validado um golo limpo, do CR7. Ficámos sempre com a certeza de que o “Direito” não é para “empinar”, o que é importante é entender o seu espírito e perceber que a lei tem que estar subordinada à moral e ao Direito. O Direito só pode ser entendido numa perspetiva de justiça entre os Homens, para através da lei ser possível regular as relações entre os Homens, de forma pacífica e civilizada. Uma sociedade sem lei, é uma anarquia, é a lei do mais forte que impera, é a lei da selva. Imaginemos que alguém foi condenado por ter assassinado uma pessoa, e que, passado algum tempo, há um filme que prova que afinal foi outra pessoa o assassino, que não o que foi preso. E agora o que faz a Justiça? Perante as provas existentes, consistentes, manda repetir o julgamento, e condena o verdadeiro autor do crime, libertando o inocente que, por vezes, tem direito a uma indemnização. Também temos para nós que a Justiça que nos interessa é aquela que é promovida pelo Estado e as suas instâncias oficiais. A dita “Justiça desportiva”, leia-se futebol, quanto a nós, não tem primazia sobre a Justiça do Estado. Assim não se pode compreender, à luz do Direito, que depois de se verificar, que uma situação julgada, em determinada altura, de uma maneira, afinal foi de outra que aconteceu, não se pode compreender, dizíamos, que o resultado não seja alterado, ou retificado, em nome da Justiça e da Verdade. Por mais que a decisão de um árbitro de futebol seja soberana, não pode haver, uma legalização de uma ação praticada contra as regras estabelecidas, depois de vir a público uma fotografia a demonstrar exatamente o contrário, e ainda por cima, quando esse “juiz”, vem publicamente, pedir desculpa pelo erro cometido. Isso não é Justiça, isso é, sob o ponto de vista jurídico, uma aberração, diríamos mesmo, uma enormidade jurídica. Certo Ministério Público tem afirmado, algumas vezes depois de investigar alguns casos, que existe alguma corrupção no futebol profissional. É do domínio público. Sempre o afirmámos e continuamos a afirmar, que é incompreensível que o espetáculo profissional desportivo, que é o futebol profissional, esteja dependente do Ministério da Educação e do seu ministro, quando deveria depender da Inspeção dos Espetáculos, como a tauromaquia e o circo, que são atividades congéneres. Não perceber isso é já uma prova de impreparação para o cargo, que terá, e deverá, expurgar, o mais depressa possível, o futebol profissional, da tutela do Ministério da Educação."

As claques de futebol


"O que sei é que o futebol é cada vez mais dominado por um bando de delinquentes que se aproveitam da paixão do grande público para extorquir, dominar e desenvolver espaços obscuros de poder e criminalidade, afastando cada vez mais as famílias dos estádios e desiludindo quem gosta de ver um bom jogo apenas pelo gosto do espetáculo do desporto.

Esta semana assistimos a mais um triste e trágico episódio do futebol português. Mais um entre muitos que têm manchado a reputação do desporto rei ao longo dos anos. Num dia que era suposto ser de festa para os adeptos portistas, voltámos a assistir a um espetáculo deplorável de agressões desta vez entre pessoas do mesmo clube, supostamente pertencentes a “gangues” rivais de diferentes bairros da cidade. Aquilo que os telemóveis puderam filmar, escalou depois para os festejos nas proximidades do estádio do Dragão, resultando numa morte brutal, visível em imagens a que infelizmente a grande maioria dos portugueses teve acesso, pela partilha em grupos de WhatsApp.
A mim sinceramente pouco me interessa saber o que tinham eles para resolver ou o que levou àquela situação. O que sei é que o futebol é cada vez mais dominado por um bando de delinquentes que se aproveitam da paixão do grande público para extorquir, dominar e desenvolver espaços obscuros de poder e criminalidade, afastando cada vez mais as famílias dos estádios e desiludindo quem gosta de ver um bom jogo apenas pelo gosto do espetáculo do desporto. Não são só as claques, são os agentes desportivos, os intermediários, os dirigentes e tantos outros que gravitam à volta de estruturas cada vez mais densas. Um autêntico parque recreativo para quem faz da corrupção, das ameaças e das jogadas de bastidores ilícitas o seu dia a dia.
Especificamente falando das claques, tenho muitos amigos que fazem parte delas. Seja na Madeira, em Lisboa, no Porto ou em Guimarães. A grande maioria deles em condições normais não faz mal a uma mosca, são pessoas boas e de bem. O problema é que muitas vezes uma pessoa isolada age de forma diferente do que quando integrada num bando. Alteram-se, viram bichos, tornam-se agressivos e ameaçadores. Não sei se é um culto lá deles ou representação para impressionar os outros. Dir-me-ão que por meia dúzia de jagunços não é justo pagarem os outros todos. Eu acho que é. Veja-se o que aconteceu em Inglaterra com os hooligans, as medidas duras que foram (e continuam a ser) tomadas e como o espetáculo passou a ser mais agradável e seguro. Ao contrário do que muitos diziam, os jogos não perderam magia nem os clubes perderam apoio. Mas o exemplo começa dentro das instituições que regem o futebol, que apadrinham e se escondem atrás destas organizações apoiando-as mesmo que indiretamente e dando-lhes força.
Enquanto outros desportos vão dando passos para que se possa aprimorar o espetáculo de quem paga um bilhete, no futebol vai-se continuando a fechar os olhos e a assobiar para o lado. E não é um problema do Porto. É do Sporting, do Benfica, do Vitória e de tantos outros. Enquanto não existir quem tenha a capacidade de fazer frente a estas hordas do crime organizado nunca teremos a evolução tão aguardada, a justiça desportiva e a leveza de praticar desporto. E não se pense nem por um minuto que sem claques o futebol perde apoio e parte da sua magia. O futebol é do povo, das multidões anónimas e das famílias, é festa, é convívio e emoção. São abraços e sorrisos. É sofrimento e explosão de alegria. É por isso que as claques não se enquadram no modelo atual. Porque representam a antítese de tudo o que é salutar."

A rebeldia dos pés-descalços


"Em 1948, nos Jogos Olímpicos de Londres, os indianos deram nas vistas por jogarem descalços. Dois anos depois desistiram do Mundial.

A qualificação para a fase final do Campeonato do Mundo de 1950, no Brasil, foi uma confusão digna de um bazar de Damasco, no tempo em que podia lá ir à vontade. Outra coisa não seria de esperar se tivermos em conta que foi a primeira depois do final da II_Grande Guerra e que ninguém organizava um Mundial desde 1938. Nesse tempo, o futebol ainda estava entupido de cavalheiros cheios de ‘nove-horas’, mas já tinha também a sua inevitável dose de canalhas de pai e mãe. Turquia e Áustria, por exemplo, discutiram entre si um dos lugares de finalistas. A Áustria, ainda abalada pelo recente domínio nazi, resolveu desistir. A Turquia garantiu o apuramento mas, depois de alguma reflexão, os seus dirigentes sentiram que não era justo, pelo que desistiram também. Então, a FIFA ofereceu o lugar a Portugal, por uma questão política, já que tínhamos sido sido eliminados pela Espanha. Os escrúpulos levaram a melhor e os portugueses declinaram o convite._Tal como os escoceses. Mas estes com requintes de orgulho. Instalados no grupo das Ilhas Britânicas, com Inglaterra, País de Gales e Irlanda, sabiam que o segundo lugar dava direito ao apuramento. Justificaram a não presença no Brasil com a indignidade de participar numa prova de tal importância depois de não terem conseguido atingir o primeiro lugar. «For God’s sake!». Mas assim foi.
Porque estou na Índia, perco o meu tempo a debruçar-me sobre a incrível qualificação da Índia para esse Mundial. Num grupo com a Birmânia, a Indonésia e as Filipinas, viu todos os três adversários simplesmente desistirem de competir. Ou seja, iria ao Brasil sem precisar de jogar um minuto que fosse. Mas a verdade é que não foi. Uma das explicações avançada por certos teóricos, simplesmente porque os indianos não conseguiram obter uma verba suficiente para custear a deslocação. Mas terá sido mesmo isso? A doutrina divide-se e ainda hoje o episódio ganhou contornos de uma lenda.
Dois anos antes, no Torneio de Futebol dos Jogos Olímpicos de 1948, disputado em Londres, a seleção indiana, finalmente independente do Império Britânico, espantou o público pela sua competitividade: apesar de afastada logo na primeira eliminatória, bateu-se de igual para igual com a forte França e só seria derrotada por 1-2 em Lynn Road, um campo de futebol da zona de Newbury Park, em Ilford, nos subúrbios da capital. A grande figura da partida chamou-se Sarangapani Raman, um fulano que atuava no Mysore State Police Football Team e que ficou para a história como o primeiro marcador de um golo pela Índia livre. Mas os indianos seriam alvo do interesse de toda a imprensa por outra razão: jogaram descalços. Ou, quanto muito, com os pés amarrados por pedaços de pano. E a tinta começou a correr enquanto os repórteres iam metendo folhas em branco nas máquinas de escrever. Parecia um som de metralhadoras ecoando na Fleet Street.
Que a Índia nunca esteve no Mundial do Brasil, e já agora em nenhum outro Mundial, é um facto indesmentível. Pelos vistos, a FIFA, depois dos Jogos de Londres, resolveu embirrar com os homens dos pés descalços e terá feito chegar à Federação de Futebol Indiana um aviso oficioso: se queriam disputar a fase final do Campeonato do Mundo, sujeitavam-se às regras do poder e calçavam-se. Entretanto, a All India Football Federation veio a público declarar que a questão não se prendia com motivos económicos já que o governo brasileiro decidira dar todo o apoio que fosse necessário nesse campo. Num comunicado muito vago, ficou a pairar o essencial. «The team would not attend the World Cup because of disagreements over team selection, and insufficient practice time». Seja lá o que isso queria dizer e não parecia querer dizer grande coisa. Os indianos têm sempre um certo receio de serem absolutamente diretos. Acham que isso pode magoar os sentimentos alheios.
Sailendra Nath Manna é uma personagem ainda hoje muito respeitada em toda a Índia. Foi defesa-central de equipas como o Howrah Union e o Mohun Bagan e era o selecionador em 1948. Licenciado pelo Surendranath College, um dos departamentos da Universidade de Calcutá, acabaria por se tornar num dos maiores especialistas da geologia do país. Como entra pelos olhos dentro, não era um labrego qualquer. Depois da decisão da Federação Indiana de não comparecer no Mundial, foi muito duro com os seus dirigentes: «Ao contrário do que aconteceu com os Jogos Olímpicos, os nossos dirigentes descuraram por completo a participação no Mundial. Participar nos Jogos, ainda por cima em Londres, era para eles a oportunidade única de esfregarem, na cara dos britânicos, o seu orgulho pela recente independência. Mas não deviam ter ficado por aí». Apesar de a historieta continuar, até hoje, a ser alvo de muitas interpretações, Seilen juraria a pés juntos que nunca foi uma questão de pés: «É verdade que os nossos jogadores preferiam jogar descalços, mas não iríamos desistir de um Mundial por isso!» Ficaram à espera. Até hoje..."