terça-feira, 8 de março de 2022

Futebol depois da Covid


"Acabou a Covid. É a frase mais ouvida no café por estes dias enquanto a televisão dá monotematicamente notícias da guerra. Mas, nestes tempos em o medo regressou à Europa, podemos até saudar o abrandamento da pandemia, mas sabemos – ou, pelo menos, deveríamos saber – que os seus efeitos estão para durar.
O futebol português, que já não esbanjava saúde, está hoje a braços com uma crise ainda maior, com muitos clubes a atravessarem dificuldades financeiras, com a perda de patrocínios e assistências. A Liga reuniu, mas, à parte os abraços e beijinhos trocados e que até há até bem pouco tempo a DGS e o bom senso desaconselhariam, não se deu, à saída, por uma única ideia sobre como enfrentar a situação.
É pôr os olhos nas recentes prestações internacionais dos nossos ditos "grandes". O futebol nacional está a perder competitividade – e vai continuar a perder se não avançarmos, depressa, com uma agenda para a recuperação pós-Covid. Propostas palpáveis, quero eu dizer. E deixo aqui a primeira: o Benfica propor à FPF e à Liga apresentarem ao Governo a criação de um regime fiscal excecional para os futebolistas sub-23 de qualidade acima da média. Em concreto: descer a taxa de IRS para 20% a todos os que tenham sido internacionais A nos últimos 12 meses pelas respetivas seleções.
Porque é que esta medida é interessante? Por múltiplas razões. O que temos hoje é um regime fiscal que favorece os atletas em fim de carreira. Otamendi, Pepe ou Slimani beneficiam de uma benesse nos impostos ao abrigo de um estatuto especial criado para atrair ex-residentes para o país, após pelo menos cinco anos de ausência.
Mas o que todos pretendemos enquanto adeptos é algo mais: é atrair talento em geral – e não apenas numa determinada faixa etária – e reter talento, o dos nossos atletas que, tantas vezes, lamentamos ver sair cedo de mais.
Uma taxa única de 20% para internacionais abrange tanto jogadores estrangeiros como portugueses e representa uma descida de 33% em relação àquela que é hoje a taxa máxima praticada. Numa liga em que não temos como competir em matéria de orçamentos, visibilidade ou competitividade, a via fiscal pode ser o caminho mais rápido, seguro e eficaz de inverter o cenário e colocar o futebol português no início de um círculo virtuoso.
Menos impostos significa capacidade para reter e atrair melhores jogadores, melhores jogadores significam melhores equipas e melhores equipas significam melhores resultados desportivos e financeiros. Para já não falar do interesse que a vinda de X, Y ou Z sempre despertam nos seus países de origem, abrindo o futebol português a novos mercados para as transmissões televisivas.
Se o futebol é tantas vezes usado por responsáveis políticos e sociedade em geral enquanto bandeira do país, então é necessário que esse mesmo país também seja capaz de o proteger e – para usar um termo da moda – incubar. Já criámos regimes fiscais especiais; porque não para os desportistas de exceção? Começando pelo futebol, mas abrindo o caminho para as demais modalidades.
De resto, menos impostos não significa sequer menos receita fiscal. Quando o Rúben Dias vai para Inglaterra, é receita fiscal que o Estado português perde. De cada vez que perdemos talento, são também menos impostos que arrecadamos. Mais os contribuintes estrangeiros que podemos ter cá ou continuar a ver "contribuir" para os emblemas e cofres espanhóis, ingleses, russos, turcos, árabes, etc.
Finalmente, e não despiciendo: um regime fiscal destes também evitaria, ou pelo menos haveria de reduzir, a quantidade de engenharias e acrobacias financeiras com salários, prémios, direitos de imagem e afins em que somos pródigos e que só desprestigiam ainda mais o futebol português.
Só por si isto não chega, claro. Precisamos de um plano de recuperação a 10 ou 20 anos. Mas é um pontapé de saída para o debate. Venham mais ideias. E, sobretudo, mais ação."

Dia internacional da mulher


"Hoje celebram-se as conquistas sociais, políticas e económicas das mulheres, visíveis também no desporto, um processo ainda incompleto e com vincadas assimetrias a nível global que importa eliminar. Damos conta também de como decorre a ação de solidariedade, promovida pela Fundação Benfica, em prol do povo ucraniano, e pomos em dia a agenda desportiva benfiquista.

1
O Sport Lisboa e Benfica tem assumido a sua responsabilidade social na promoção da vertente feminina do desporto com empenho e investimento consideráveis. Na última década, o Clube apresentou, pela primeira vez na história, uma equipa feminina de futebol, e retomou a atividade em modalidades como o andebol, o basquetebol e o voleibol, entre outras.
Mas assim como o Benfica assume, sem reservas, o seu papel de promotor do desporto, nunca perde de vista também a missão de ganhar, sempre.

2
Na época em curso, somos campeões em título de futebol, basquetebol, futsal, hóquei em patins e polo aquático. Em todas estas modalidades estamos presentemente com possibilidades de revalidação do principal título nacional, liderando cada um destes campeonatos femininos. A estas junta-se a equipa de andebol, igualmente líder da prova. E a equipa de voleibol, neste momento segunda classificada, persiste num caminho evolutivo ascendente.
Muito está ainda por disputar e há adversários fortes que partilham os nossos objetivos, mas os índices competitivos apresentados pelas nossas equipas permitem-nos encarar com otimismo o desfecho da temporada. Cá estaremos para apoiá-las, pois elas merecem!

3
Continuam em curso as operações logísticas relacionadas com a ação de solidariedade, promovida pela Fundação Benfica e SIC Esperança, em prol do povo ucraniano. A recolha de bens essenciais atingiu níveis impressionantes, podendo chegar às 100 toneladas. O parque de estacionamento do Estádio da Luz tem sido o palco das operações, numa ação que envolveu 120 pontos de recolha espalhados pelo país (75 Casas do Benfica; 20 Escolas de Futebol do Benfica; 5 lojas oficiais e 20 IPSS que se associaram à iniciativa). Obrigado!

4
Ontem registou-se o triunfo, por 4-1, sobre o Vitória de Setúbal nos Sub-17 e o regresso à liderança da Série Sul. Os Sub-23, por sua vez, saíram derrotados da visita ao Leixões, com um golo sofrido perto do apito final.

5
É às 19h45 que se joga, na Luz, a partida da última jornada da fase de grupos da EHF European League de andebol. Benfica e HBC Nantes procuram garantir o segundo lugar, estando ambos já apurados para os oitavos de final. Perspetiva-se um grande jogo europeu da modalidade, com atletas altamente categorizados. No jogo da primeira volta, em França, registou-se um empate a 33 golos.
E amanhã, às 11h00, a nossa equipa feminina de futebol disputa a segunda mão das meias-finais da Taça da Liga em Famalicão. Na primeira mão vencemos por 1-0. Às 19h00 é a vez de entrarmos em campo no futsal. O jogo é na Luz com o Quinta dos Lombos.
Apoie as nossas equipas!"

Ramos e Darwin: uma dupla para ficar? | SL Benfica


"Na tua opinião, será a dupla Ramos-Darwin a melhor aposta para o ataque das águias?

A temporada está a terminar e o SL Benfica corre ainda em duas frentes para salvar uma época que não tem corrido da melhor forma. Após ser afastada de todas as competições internas, a equipa de Nélson Veríssimo terá de correr atrás do prejuízo e fazer um bom final de época.
O Sport Lisboa e Benfica vive uma fase mais tranquila na temporada, contudo, a época não tem corrido de feição aos encarnados. Com o terceiro lugar consolidado, é altura de correr atrás do segundo classificado, o Sporting CP que está com mais quatro pontos, que garante o acesso direto à liga dos campeões na próxima edição.
Os encarnados têm ainda em aberto a possibilidade de passar esta ronda da fase a eliminar da liga milionária e para isso terá de derrotar o Ajax FC em Amesterdão após o empate a duas bolas em pleno Estádio da Luz. Chegar aos quartos de final desta competição seria algo fantástico, mas não seria a salvação que os adeptos desejariam.
As celebrações do centésimo oitavo aniversário do Sport Lisboa e Benfica distinguiram dois atletas, em especial, que têm vindo a desempenhar um papel fulcral nos resultados recentes dos encarnados.
Gonçalo Ramos e Darwin Núñez foram distinguidos como “jogador revelação masculino” e “futebolista do ano”, respetivamente, e os resultados que esta dupla tem apresentado são notórios. Se Darwin Núñez é o melhor marcador do campeonato à data, Gonçalo Ramos, por sua vez, faz um papel que muitas vezes não é valorizado por quem só vê futebol pela estatística.
Ainda assim, se quisermos falar de estatísticas, os números de Gonçalo Ramos são cinco golos e quatro assistências na temporada. Não é o ideal, mas complementa na perfeição o colega de equipa Darwin Núñez já conta com 25 golos e duas assistências, sendo, inclusive, o melhor marcador do campeonato.
Ramos é um ponta de lança móvel e que não se fixa apenas junto do limite do fora de jogo. É capaz de recuar no terreno para apoiar no processo de construção ou então descair numa das linhas para projetar um colega de equipa no processo ofensivo. Darwin tem caraterísticas semelhantes, mas é ainda mais móvel, é ainda mais rápido e tem tido ainda mais faro de golo.
A dupla Ramos-Darwin tem sido a melhor e mais constante durante toda a temporada. Apostar nesta frente de ataque permite ao treinador dar uma estabilidade diferente à equipa, pois estes têm a capacidade de finalizar, bem como a capacidade de equilibrar a equipa quando necessário.
Roman Yaremchuk tem uma qualidade inegável, contudo não tem tido a preponderância que se lhe pedia. É rápido e tem uma facilidade de finalização tremenda, mas a época não lhe tem corrido de feição e o encaixe com os seus colegas da frente de ataque não tem sido o esperado.
A dupla formada por Gonçalo Ramos e Darwin Núñez é a que tem dado mais frutos e que deixa a equipa mais equilibrada, pelo que deveria ser a utilizada no que resta da época. Claro que existirão jogos em que se pede outro tipo de abordagem, mas de forma geral seria esta a frente de ataque que escolheria para disputar esta fase final de campeonato, bem como a Liga dos Campeões."