3 metas para pensar a curto prazo | SL Benfica


"Serão estas metas cumpridas pelas águias?

Para a equipa do SL Benfica, esta temporada está a ser mais uma desilusão. A maioria dos adeptos encarnados já vêm a época 21/22 como mais um fracasso anunciado.
Depois das derrotas contra os rivais que ditaram a eliminação da Taça de Portugal, o afastamento da liderança do campeonato e o falhanço de mais uma Taça da Liga, assim como a caricata saída de Jorge Jesus do comando técnico da equipa e consequente sucessão interina (ou talvez não) de Nelson Veríssimo, ficou no ar qual seria o projeto e os objetivos para o SL Benfica nesta e na próxima época.
Neste artigo, irei aqui definir três metas que o SL Benfica deve cumprir de modo a pensar no presente e no futuro do clube.

1. Definir um perfil de treinador
Rui Costa disse que Nelson Veríssimo poderia muito bem ser aposta para mais de seis meses. No entanto, essas declarações só demonstram o desnorte da estrutura do SL Benfica, que gere a questão do treinador em função dos resultados, sem ter um plano, nem a curto nem a longo prazo.
O SL Benfica precisa de definir um perfil para um treinador do clube e trabalhar em função desse perfil.

2. Preparar uma equipa para a próxima época
De modo a começar a planear o plantel para a próxima época, seria necessário começar a arrumar a casa e formar uma estrutura-base.
Para isso, é necessário abrir espaço para os jovens da formação começarem a ter oportunidades reais na equipa (Tomás Araújo, Paulo Bernardo, Henrique Araújo) e descartar jogadores que pouco ou nada têm para acrescentar à equipa (André Almeida, Gil Dias, Taarabt).

3. Orgulho e honra europeia
O apuramento para os oitavos-de-final da Champions tem sido o principal aspecto positivo desta temporada e a competição europeia deve ser a principal aposta do SL Benfica no que resta da época.
O Ajax é um clube que tem aquilo que o SL Benfica pode e deve ter: um projeto desportivo sólido e sustentado e uma política de recrutamento coerente.
Como tal, os holandeses serão certamente um osso bem duro de roer, mas o mínimo que se pode exigir ao SL Benfica, é que dignifiquem a camisola e deem o seu melhor."

O verdadeiro dilema: 4-3-3 ou 4-4-2?


"Nos dias que correm há imensos dilemas que pairam sobre a equipa encarnada. Entre eles está a velha conhecida questão – “qual o melhor sistema tático para o SL Benfica?”. Ao longo dos anos, passaram pela Luz bastantes treinadores, sendo que cada um escolhia aquela opção que lhe parecia ser a melhor para o 11 selecionado.
Com Jorge Jesus, por exemplo, vimos que o esquema ia alternando algumas vezes, sendo por exemplo o 5-2-1-2 muitas vezes utilizado. Este esquema oferecia bastantes opções de passe nos corredores e trazia para a equipa um bloco sólido defensivamente, que permitia transições rápidas, através dos laterais. No entanto, o ataque, que ainda hoje é um dos pontos fracos das águias, ficava mais comprometido.
Bruno Lage optava muito pelo 4-4-2, com o objetivo de reagir rapidamente à perda de bola, pressionando os adversários assim que esse cenário se verificava. No que toca à parte ofensiva, apresentava uma forte organização, tendo muitas vezes o maior número de jogadores possível em frente à linha da bola.
Para além disso, os laterais, à época André Almeida e Grimaldo, conseguiam dar largura e contribuíam muito para os cruzamentos. Este esquema permitia ter três ou quatro jogadores na zona final do terreno de jogo, como Rafa, Pizzi e Seferovic.
Apesar de todos estes aspetos positivos, este esquema tático não era o melhor para defrontar equipas que têm como principal característica jogar com alta pressão, criando-se assim algumas inseguranças, no que diz respeito à transição defensiva, devido também há existência de apenas dois médios.
Como se pode ver, todos os esquemas oferecem inúmeras vantagens, mas também são confrontados com alguns obstáculos, que por vezes podem ser difíceis de ultrapassar. A meu ver, esta discussão que tem ocorrido no universo benfiquista, nem deveria ser a maior problemática.
Com tantos jogadores de qualidade, não me parece que a tática seja a principal razão para os maus resultados e para as más prestações, mas sim a falta de garra. No entanto, este artigo serve para dar a minha opinião quanto àquela que considero ser a melhor opção tática para o SL Benfica.
A meu ver, a melhor opção para esta equipa orientada por Nélson Veríssimo é o 4-3-3. Apesar de que com este esquema não se verifica um grande número de atacantes presentes na área adversária, podemos ver uma distribuição mais uniforme ao longo de cada terço do campo, uma melhor ocupação na parte ofensiva e o facto de haver um maior número de adversários no próprio campo defensivo.
Adotando o 4-3-3, Nélson Veríssimo pode apostar nas seguintes opções: Vlachodimos (que tem feito boas exibições); Morato (que pode ocupar o lugar de Vertonghen, uma vez que, acho que o belga precisa de algum descanso) e Otamendi (o patrão da defesa encarnada).
Nas laterais, à esquerda Grimaldo (titular indiscutível) e à direita, Lazaro (agora parece-me ser a melhor opção para esta posição); passando para o meio campo, João Mário (bom a definir), Weigl (bom a recuperar as perdas de bola e a permitir que a equipa saia a jogar) e Paulo Bernardo (que tanto pode jogar a oito como a dez e que ajuda a pressionar a saída de bola dos adversários).
Na parte atacante da equipa apostaria em Rafa à direita e Darwin à esquerda (o português, porque dá liberdade de movimentos, tem uma velocidade fora de série e um faro para bons cruzamentos, e o uruguaio, porque, para além de ser o melhor marcador, pressiona desde cedo, na parte defensiva, e, sendo um extremo móvel, desgasta os adversários, oferecendo também um ataque em profundidade).
Para terminar, como principal matador escolheria Yaremchuk, rápido, forte fisicamente e com boa capacidade de remate. Estas são apenas algumas das opções que poderia escolher, no entanto, também tem à disposição jogadores como Gilberto, Diogo Gonçalves, Radonjić, Gil Dias, Gonçalo Ramos e Vertonghen, que têm dado boas indicações, ou até mesmo, Pizzi, André Almeida, Taarabt ou Ferro, velhos conhecidos dos adeptos.
Apesar de tudo isto, continuo a referir que o principal problema não é escolher entre o 4-4-2 ou o 4-3-3, mas sim a falta de raça, crer e ambição, que outrora se viam dentro e fora de campo. Para este problema, não há tática que o resolva."

A morte da sereia de Shakespeare Beach


"Renata percebeu que não seria capaz de vencer a maldição da Mancha. O sal dos olhos misturou-se com o sal do mar...

Nasceu em Santos, à beira do mar, gostava de se estender ao sol na Praia de Itaréré, depois mergulhava e desafiava as ondas, nadando com braçada fácil. Saiu do mar, sacudindo os cabelos negros, sereia de pernas fortes, cantarolando Dorival Caymi:
«O mar quando quebra na praia
É bonito, é bonito
O mar... pescador quando sai
Nunca sabe se volta, nem sabe se fica
Quanta gente perdeu seus maridos seus filhos
Nas ondas do mar...».
Depois regressava a casa sem saber que um dia também haveria de desaparecer no mar, ou quase.
Quando criança viveu uns anos no Rio de Janeiro. Tinha oito anos quando o pai a inscreveu no Fluminense, numa secção com nome sugestivo, Aprenda a Nadar, e Renata Câmara Agondi aprendeu também a fugir aos fins de tarde para contemplar as águas que vinham bater nas areias de Copacabana, espiando o barquinho ao longe como João Gilberto pelas palavras de Roberto Menescal:
«Dia de luz festa de sol
E um barquinho a deslizar
No macio azul do mar
Tudo é verão e o amor se faz
Num barquinho pelo mar
Que desliza sem parar».
Renata era menina feliz de água, música e sol. E tinha um espírito competitivo mais incontrolável do que as vagas que batiam lá ao fundo na Pedra do Arpoador. Colecionava medalhas. As dela, quero dizer, as que ia conquistando em todos os torneios em que participava, o seu peito ancho engolindo litros de oxigénio, sempre uma braçada de ritmo forte que terminava num sorriso traquina de vencedor convencido de si próprio.
Depois voltou a Santos e desistiu das piscinas. Eram estreitas de mais para uma sereia, mesmo que fosse uma sereia de pernas e sem escamas. Queria o mar. O mar que lhe enchia os olhos de azul, o mar de Caymi que matou Pedro, mas ela ria-se da morte do mar, porque o mar era a sua vida:
«Pedro saiu no seu barco
Seis horas da tarde
Passou toda a noite
Não veio na hora do sol raiá
Deram com o corpo de Pedro
Jogado na praia
Roído de peixe
Sem barco sem nada».
Renata gostava tanto do mar que o mar de Santos já não lhe chegava. Por isso foi à procura de outros mares. Na Europa, em Itália, quis cumprir a travessia de 36 quilómetros entre Capri e Nápoles. Quis e cumpriu. Levou nove horas, vinte e sete minutos e quatro segundos, assim mesmo por extenso que, nela, era tudo por extenso. Em seguida recebeu, certo dia, vindo de não sei de onde, mas certamente de um lugar maldito, o chamado da Mancha. Renata fazia o que queria naquele jeito de alegria escandalosa de Ivan Lins. Seria a Mancha o seu novo desafio. Partiu para Inglaterra, para Dover, na companhia da sua amiga inseparável, Judith Russo. A decisão estava tomada, não havia nada que a demovesse, nem o contemplar das águas vivas, geladas, maltratadas a vento agreste. Renata queria a Mancha e a Mancha abria-se agora na sua frente como em tempos o mar de Itaréré da sua infância.
Os nadadores que se atiram à água, na Shakespeare Beach, para alcançarem Calais, do lado francês da Mancha, são acompanhados por um barco que leva lá dentro o piloto, o treinador, o copiloto e um fiscal de travessia que denuncia as batotas. Judith era a treinadora. Colin Cook e Graham Featherbee, piloto e copiloto, respetivamente. Renata conhecera-os na véspera quando ficou a saber que o barco que lhe estava destinado se chamava Hilda May e tinha o calado tão alto que dificultava a comunicação com a nadadora e a entrega de alimentos. Mark Edward, um jovem norte-americano, funcionaria como fiscal. Estão apresentadas as personagens da tragédia que se segue.
Renata mergulhou às 8h22 do dia 23 de agosto de 1988. Uma ligeira névoa pairava sobre o canal, o continente estava praticamente isolado. Oitenta braçadas por minuto. Um ritmo alucinante. Num instante, metade da travessia ficava para trás. Depois Renata perdeu-se. Nadou cinco quilómetros sem ter a noção de onde se encontrava. O capitão Cook não tinha experiência, tanto levava o barco na frente de Renata como se deixava ficar para trás. A confusão instalou-se. Com 10h45 minutos de prova, andavam todos à deriva e o fiscal deu ordem para lançar a boia o que significava desistência. Mas Renata não era de desistir. Recusou a boia, continuou a lutar contra as ondas de forma frenética, numa teimosia inconsolável. Lágrimas de raiva corriam-lhe pela cara misturando o sal dos olhos com o sal do mar. Ninguém seria capaz de a fazer parar. A sete quilómetros da margem viu um helicóptero de salvamento pairar sobre si. Mark Edward tinha acionado os meios de urgência. Então, Renata percebeu, finalmente, que não seria capaz de vencer a maldição da Mancha. Deixou-se levar. Um sentimento de desolação tomou conta dela por dentro, um aperto no coração fê-la querer esticar a vista para lá das ondas e só conseguia ver mais ondas sobrepondo-se a outras ondas. No final do dia, no Hospital de Calais, o aperto no coração tornou-se uma punhada e morreu de paragem cardíaca provocada pela exaustão e pela hipotermia. Um sorriso triste ficou-lhe preso na boca. Renata jogada na praia, roída de peixe, sem barco sem nada..."

O desafio da modernidade, presente e futura, para o Desporto em Portugal. Uma rábula


"Deve ser suscitada, com carácter de urgência, a discussão sobre o futuro modelo do desporto e sistema desportivo em Portugal, face à realidade atual, as tendências evolutivas internacionais.

Chegou incauto, Calisto Elói de Silos e Benevides de Barbuda, morgado da Agra de Freimas, da província para a capital aquando das eleições do XXII Governo constitucional de Portugal em 2019!
Homem moldado na raiz cultural dos bons costumes, ensaiava o debate com Abade de Estevães, figura parda, mas útil pela assertividade mordaz da sua eloquência. Apesar de não ser especialista, o assunto era do seu conhecimento pois tivera uma educação ao estilo Inglês. O debate prometia! Era com o Dr. Libório, homem do “sistema” que se perpetuava no poder, da área sectorial da Juventude e Desporto, também ele agricultor.
– Mas será, Sr. Abade, que vamos continuar a assistir impávidos e serenos às insuficiências, graves e profundas, crónicas e anacrónicas, do Modelo de Desporto Português, MDP, que se traduzem numa fonte de profunda preocupação e origem de fracassos que prejudicam a Juventude e toda a população?
– E não se esqueça do efeito perverso da COVID e seus derivados Dr. Calisto! Eu não diria melhor! Mas, tem o diagnóstico feito? — Remata de forma contundente o Abade!
– Por acaso até tenho. Penso que não deslustra, para um simples agricultor da província, este diagnóstico preliminar Sr. Abade. Senão vejamos:
1. A insuficiência de prática desportiva, considerada de forma lata como atividade física não estruturada, exercício físico e prática desportiva, de todas as faixas populacionais;
2. A insuficiência de resultados olímpicos, paralímpicos e absolutos, que resultem de uma aposta inequívoca das condições de crescimento e desenvolvimento, como consequência da falta de uma estratégia nacional programada a multi-ciclos, sem estar na dependência de fatores anómalos e circunstanciais, como tem sido o caso;
3. As insuficiências da literacia desportiva nacional, pela falta da aposta do desporto nos diferentes níveis de educação (pré-escolar, 1º ciclo, 2º e 3 º ciclos, do ensino básico, ensino secundário e universitário) escolar e que não se subsumem a estratégias de cosmética para engrossar as métricas institucionais;
4. A inexistência de um verdadeiro ecossistema de inovação no desporto, aproveitando a massa crítica do sistema científico e tecnológico nacional e das instituições de ensino superior, assim como o sector empresarial de base tecnológica (não de serviços);
– Mas Dr. Calisto, não me interprete mal, será que a culpa deste estado morre nos braços somente do Dr. Libório e da política do governo?
- Claro que não Sr. Abade. No entanto aqui ensaiamos a retórica parlamentar! A responsabilidade, que só peca por escassa, reside não só nos erros do Estado e política pública desportiva e suas lideranças, mas também do associativismo desportivo e das suas lideranças que ou não percebem o que está a suceder, e por isso são incompetentes, ou se calam por omissão e por isso são coniventes. Existem, claro está, outros fatores que condicionam e vão afetar a prática desportiva, transversais num quadro de responsabilidades partilhadas entre os vários sectores, quer internos quer externos. Desde logo, o envelhecimento da população; a crise económica e a austeridade orçamental; a emigração da Juventude como solução de política pública; um Estado jurisdicional e económico que veiculam a austeridade que fragiliza o Desporto,
- Sabe Dr. Calisto, quase me faz recordar a estrofe do poema de Camões: Mas, como pode causar seu favor, / Nos corações humanos, amizade/ Se tão contrário a si, é o mesmo amor?
– É quase isso Sr. Abade! Dar-me-ia por feliz que neste contexto atual ou futuro pudéssemos gerar condições únicas, de coordenação estratégica entre as diferentes instituições liderantes do desporto nacional, para promovermos alterações substanciais ao modelo desportivo, com outros interlocutores. Por isso as minhas propostas concretas para desacreditar o Dr. Libório!
1. Que seja suscitada, com carácter de urgência, a discussão sobre o futuro modelo do desporto e sistema desportivo em Portugal, face à realidade atual, as tendências evolutivas internacionais, acrescendo os contributos de todos os parceiros interessados, principalmente das organizações produtoras do exercício e desporto em Portugal.
2. Que esta análise tenha em conta o Modelo de organização do desporto Europeu e que se proceda a uma análise comparativa do desporto europeu e tendências evolutivas do desporto internacional para 2030, com o desporto nacional, com indicadores objetivos (per capita, eurobarómetro, resultados grandes competições continentais, etc.) e que sirvam simplesmente para justificar os nossos erros.
3. Que se proponha, face a esta análise, uma reforma com patamares transitórios para acomodar a necessária alteração dos interlocutores e agentes de mudança no modelo de organização do desporto em Portugal, inserindo nestes o estado, central; regional e local; as organizações desportivas cúpula (Comité Olímpico e Paralímpico de Portugal, Confederação Desporto Portugal, etc.), as federações de modalidade, clubes, associações e demais tecidos sociais, empresarial e cooperativo.
4. Que a mudança no modelo de organização do desporto em Portugal seja sustentada na definição (1) e escolha (2) dos fatores críticos do modelo e a estratégia do desporto e sistema desportivo em Portugal, conjuntamente com as organizações produtoras do exercício e desporto em Portugal.
– Mas o Dr. Calisto sabe quais são?
- Tenho uma ideia, Sr. Abade! Uma ligeira ideia! É o que dá estarmos responsáveis pelas cousas das cambalhotas quando só percebemos de bolotas! Eu assumiria logo aqueles que me parecem ser os fatores estruturais: o financiamento do desporto – modelos e dotações; a organização e estrutura das políticas públicas para o desporto; as Instalações desportivas; o ecossistema da investigação científica, inovação e negócio e, como base e alavanca para os fatores funcionais – a massificação da prática desportiva e desporto de base (prática informal, sistema educativo, sistema produtor desporto, sistema prestador de serviços, exercício, etc.); o processo de identificação de talentos e sistema de desenvolvimento do rendimento; o suporte para atletas e pós-carreira; a questão dos recursos Humanos – técnicos e dirigentes; os quadros de organização da prática Nacionais e Internacionais.
E num ápice passaram-se três anos em que Calisto de Elói se deixa corromper pelo luxo e pelo prazer que imperam na capital, mudando mesmo a sua posição política de oposição para a do partido, agora liberal, no governo. Aproximavam-se as eleições e a disputa eleitoral do XXIII Governo de Portugal, em 2022, e mais uma vez Calisto fora chamado, agora a defender o que propusera e ninguém fizera.
– Vamos então ensaiar, Dr. Calisto! Apesar dos debates hoje em dia serem sound bytes discursivos de conteúdo duvidoso – propõe o Abade.
– Sabe Sr. Abade, penso que é tarefa ingrata fazer esta análise exaustiva tal como fizemos para as eleições do XXII governo constitucional. Desde logo porque o conteúdo das propostas dos diferentes partidos é vazio, como o era, e depois convenhamos, o desporto é irrelevante, principalmente para os que, no quadro das obrigações políticas, serão responsáveis pela definição estratégica das prioridades societais num país que se quer em desenvolvimento, como eu! Como compreendo agora o Dr. Libório!
– Sabe Dr. Calisto, afinal de fidalgo de Província você já nada tem! No universo das lideranças desportivas, políticas e organizativas, confluem diferentes interesses, mas raras vezes são os desportivos! Sobressaem o estatuto associado ao poder, a capacidade de decisão e influência, a intriga, o deslumbramento e a sedução. Mas, como estou de despedida, também lhe posso dizer, que via em si um artífice da política, não como o objeto da ação principal, mas sim o instrumento de mudança! Mais uma vez, enganei-me!

Nota: todas as personagens foram recuperadas do Romance de Camilo Castelo Branco, A queda dum anjo!"

Prémio Paulhinha


"Jogo todo a dar pau, 7 faltas, 0 amarelos.
Fica ainda uma expulsão por atribuir por falta de Mateus Nunes que, ostensivamente, pisa o calcanhar do Weigl e que, segundo os analistas e paineleiros de merda que andaram um mês a crucificar o Otamendi, era entrada para vermelho directo, e ficam ainda 2 penáltis por assinalar: um aos 81 minutos e outro aos 89 (este mais que evidente).
«Joguem mas é à bola!», sim, idiotas, já sabemos. Mas o facto de se jogar mal não confere legitimidade aos árbitros para roubarem o Benfica. Ontem, uma vez mais, foi à vista de todos."