sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

Bancadolândia


"Se há dias em que, ao sair de casa, intuímos que tudo nos vai correr a contento, domingo, 9 de janeiro, foi um deles. Apesar de misteriosas e intrincadas, as boas vibrações sentem-se, abraçam-nos, viajam connosco. No Estádio da Luz, ao cair da tarde, as sensações eram positivas e escalaram ao longo dos 90 minutos do duelo com o Paços de Ferreira. Coincidindo com o termo da primeira volta do Campeonato, a história em 2022 começou a ser escrita com uma vitória alicerçada numa exibição esperançosa. Ventos de feição, concordaremos, mas, para lá do resultado, outras boas notícias houve para quem apoia, torce, exige e cobra no anonimato das bancadas, e uma dessas novidades tem sete letras, chama-se Everton.
Sou, confesso, um apreciador de estatísticas, gosto de ler o que os dados têm para nos dizer durante um jogo após o mesmo e nas avaliações comparativas, mas também é verdade que estamos perante uma massa bruta que nunca nos transmite a realidade completa e que, nesse sentido, não é plenamente justa e fiel. Aconteceu com Everton no encontro com os pacenses. Não se cotou como o rei dos números, mas, desamarrando o talento que nele se percepciona a cada carinho na bola, o extremo foi emissor de uma mensagem que transcende a objectividade: ele - prometeu - vem aí.
As fintas, a velocidade, a explosão, os rasgos, a coragem e o atrevimento no um contra um, os cruzamentos, a diferenciação nas bolas paradas, a criação de oportunidades de golo com passes mortíferos... tudo isto e muito mais se espera de um jogador como Everton, cujo no mundo do futebol. A boa energia que o '7' do Benfica transpareceu no relvado e extravasou as quatro linhas, no último domingo, é um daqueles indicadores do domínio da subjectividade que, precisamente por esta característica, nenhum compêndio estatístico nos disponibilizará. Viu-se e, sobretudo, sentiu-se o prometimento do internacional brasileiro, também ele (como a equipa) envolvido num recomeço. Profissional de futebol, sim, mas Everton é de carne e osso, como nós, e ele, como nós, também sabe que não se pode passar a vida a adiar o que é realmente importante."

João Sanches, in O Benfica

Sim! É possível!


"A última jornada do campeonato mostrou-nos como as cosias podem mudar de um  momento para o outro, quando e onde menos de espera.
Os nossos dois rivais, que se anunciavam imparáveis, viram-se surpreendidos por equipas que, à partida, e por diferentes motivos, não pareciam capazes de lhe fazer frente. Um deles acabou derrotado. Outro só foi salvo por uma arbitragem amigalhaça.
Estamos exactamente a meio da prova. E se o Benfica ganhasse os dezassete jogos que ainda lhe faltam, apenas necessitaria de dois empates do FC Porto e um do Sporting para se sagrar campeão nacional. Atendendo a que também terão de jogos entre eles, percebe-se como grande parte da decisão está mesmo em nossas mãos, e que, se formos vencendo semana a semana, mais tarde ou mais cedo veremos uma tabela classificativa bastante mais simpática e estimulante.
Há que pensar jogo a jogo, e disputar cada um deles como se fosse o último, como se fosse o único. Nunca deixar de acreditar, e ignorar o ruído que fatalmente se irá acentuar à nossa volta à medida que formos capazes de recuperar terreno e ameaçar a posição de quem segue na frente.
Ano novo, vida nova. Não é momento para desuniões, nem para balanços precipitados de tudo o que ficou para trás. Haverá tempo para reflectir sobre os motivos que terão levado o Benfica a deixar-se atrasar tanto. Agora é altura de ganhar, ganhar e ganhar. De recuperar, recuperar e recuperar. Jogadores, equipa técnica, dirigentes e adeptos, todos unidos em torno desse ideal.
Domingo foi o primeiro dia do resto do campeonato. Faltam dezassete finais. Há que vencê-las. Vamos vencê-las!"

Luís Fialho, in O Benfica

Felicidade!


"Não é usual usar estas linhas quando morre alguém, mas a D. Felicidade do bairro do Zambujal, a pouco mais de 1 Km do Estádio da Luz, foi de tal modo inspiradora, que, mais que homenageá-la, devemos espalhar o seu exemplo para que muitos o sigam. Sobretudo quando falamos de aumentar as contribuições comunitárias dos jovens nos bairros lisboetas onde rola a Community Champions.
Quando cada um de nós vê com olhos de ver o mundo que nos rodeia, confronta-se invariavelmente com uma pergunta: que posso eu fazer? Que pode uma pessoa só, num bairro social, uma cidade? Esta é a pergunta por trás da qual tantos se conformam e alguns, irrequietos e inconformados, apenas alguns, se aventuram a empreender.
Felicidade enfrentou essa pergunta da sua janela de rés de chão, ali no bairro, usando uma receita simples: dar rebuçados às crianças que lhe infernizavam a rua e a janela. Negociando comportamentos, estimulando o que era bom e desincentivando o contrário, premiava como podia as crianças e os seus irmãos mais velhos. Com o tempo, já não vinham aos rebuçados mas para lhe confidenciar sonhos e angústias, medos, vitórias e vaidades. E Felicidade alimentava a chama desse fogo estando lá para eles, dia após dia, ano após ano, mesmo quando a família lhes parecia faltar. Com o tempo, também, assomaram-se à janela outros adultos, outras Felicidades prontas a dar uma mão, não muitas, mas de generosa fibra. E o que era só uma cresceu para muitas e tornou-se associação com nome e prática de Partilha. Os que eram alguns tornaram-se dúzias e dúzias de crianças e jovem sucedidas em gerações. Perante este exemplo inspirador, como tantos felizmente, uma nova pergunta surge, inquietante e desafiadora: e e todos fizéssemos isto? Como seria?
Felicidade, de nome de facto, para si e para os outros. Uma mulher que fez da vida um exemplo, sem busca de prémio nem glória. Apenas semeando e regando no pedacinho de mundo que lhe calhou à porta, melhorou a vida de gerações e foi mãe, tia e avó de tanta gente sem nunca o ter sido. Deixa um buraco, é certo, mas muitas mais são as sementes que germinaram da sua acção e do seu exemplo.
Obrigado, D. Felicidade!"

Jorge Miranda, in O Benfica

Núm3r0s d4 S3m4n4


"20
Seferovic assistiu Grimaldo para golo e chegou às 20 assistências ao serviço do Benfica, sendo agora o 9.º, a par de Zivkovic, com mais passes ou cruzamentos resultantes em golo nas últimas 10 temporadas;

26
Vlachodimos deixou de ser o jogador utilizado mais vezes na condição de titular na presente temporada, estando agora acompanhado por Grimaldo e João Mário. Seguem-se Otamendi e Vertonghen, com 25, e Weigl, 24. Rafa é quem participou em mais jogos (30), seguido de João Mário (29), Everton, Grimaldo e Weigl (28). Relativamente ao tempo de utilização (incluindo tempos adicionais), o líder é Vlachodimos (2475). Acima dos 1700 minutos em campo estão Vertonghen (2409), Otamendi (2382), Weigl (2341), Grimaldo (2316), Rafa (2266) e João Mário (2231);

150
Jogos de Grimaldo no Campeonato Nacional, dos quais 144 no onze inicial. Fez 12 golos na prova. Em todas as competições oficiais pelo Benfica, Grimaldo foi utilizado em 229 jogos (marcou 17 golos);

184
Seferovic passou a integrar o top 70 de futebolistas com mais jogos em competições oficiais pela equipa de honra do Benfica. Participou em tantas partidas como Jonas e Quim. Leva 74 golos e é o 31.º mais goleador na história do Clube em 'jogos oficiais';

1500
Mais de 1500 testes efectuados nas imediações do Estádio da Luz, de modo a facilitar o acesso ao Benfica - Paços de Ferreira. Boa medida!

1700
O Benfica chegou às 1700 vitórias em 2483 jogos, no Campeonato Nacional;

6000
Grimaldo foi o autor do 6000.º golo do Benfica no Campeonato Nacional. Uma longa e gloriosa história iniciada por Valdas, aos 6 minutos do primeiro jogo da prova em 1934. Naturalmente, Eusébio foi quem marcou mais (317), seguido de José Águas (289) e Nené (264)."

João Tomaz, in O Benfica

A (in)justiça e o Benfica


"Ao longo dos últimos anos o Ministério Público tem revelado uma conduta persecutória e iníqua movida contra o SL Benfica. São várias as investigações baseadas num conjunto de deduções genéricas sem elementos de prova claros e inequívocos.

Recordemos todos esses processos judiciais:
• Caso dos Vouchers
O caso dos 'vouchers' surgiu após declarações de Bruno de Carvalho, no dia 5 de outubro de 2015, num programa televisivo da TVI. O então presidente do Sporting afirmou que o Benfica fazia ofertas às equipas de arbitragem que atingiam um valor total de 250 mil euros. No dia 27 de janeiro de 2017 o processo acabou por ser arquivado, não sendo provada qualquer ilegalidade. Foi, na altura, esclarecido que todos os clubes ofereciam presentes e/ou brindes aos agentes desportivos do futebol, e o próprio Sporting não era exceção.

• Lavagem de dinheiro
A investigação levada a cabo pelo Ministério Público relacionava-se com a alegada transferência de 1,9 milhões de euros do Benfica para uma consultora informática, por uma suposta prestação de serviços. Resumindo, uma mão cheia de nada que apenas serviu para criar ruído.

• Caso dos ‘E-mails'
Este caso teve origem em denúncias feitas por Francisco J. Marques. No dia 6 de julho de 2017, o diretor de comunicação do FC Porto divulgou no programa ‘Universo Porto da Bancada’, do Porto Canal, e-mails que terão sido trocados entre Adão Mendes, antigo árbitro da Associação de Futebol de Braga, e Pedro Guerra, frisando que os mesmos configuravam um «esquema de corrupção para beneficiar o Benfica». O Ministério Público acabou por acusar o diretor de comunicação do FC Porto, Francisco J. Marques, o diretor do Porto Canal, Júlio Magalhães, e um comentador de violação de correspondência e de acesso indevido, por divulgarem conteúdos de e-mails truncados, falsificados e totalmente descontextualizados. O FC Porto, FC Porto SAD e Francisco J. Marques foram ainda condenados a pagar cerca de dois milhões de euros de indemnização ao Benfica. Esta decisão foi corroborada pela ERC, que repudiou e desconstruiu por completo a narrativa do FC Porto, FC Porto SAD e Francisco J. Marques, deixando bem explícito que tudo não passou de uma narrativa criada com base em deturpações e manipulações de maneira a formarem uma retórica mediática em prejuízo do Benfica.

• Operação Lex
Uma investigação da Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC) e da Polícia Judiciária. Este processo envolve o juiz desembargador Rui Rangel e Luís Filipe Vieira, que está acusado de recebimento indevido de vantagem, tal como Fernando Tavares, vice-presidente do clube e Jorge Barroso, advogado e assessor do presidente. Em causa, o facto de, alegadamente, ter tentado obter informação privilegiada de um processo fiscal que envolvia a empresa do filho. A instituição SL Benfica, uma vez mais, nada tem a ver com este processo, contudo foi conotada ao litígio através da influência da comunicação social.

• Caso e-Toupeira
Com origem no caso dos e-mails, o e-toupeira envolveu diretamente Paulo Gonçalves, ex-assessor jurídico do Benfica, um técnico informático e um funcionário judicial. Paulo Gonçalves é acusado de, alegadamente, ter aliciado três funcionários judiciais para receber informações sobre o processo 'caso dos emails' depois de acesso informático indevido a informações que se encontravam em segredo de justiça. Em causa está a prática dos crimes de corrupção ativa e passiva, acesso ilegítimo, violação de segredo de justiça, falsidade informática e favorecimento pessoal”. Novamente, a SAD do Benfica foi ilibada de todos os crimes de que era acusada na praça pública, sendo que tudo tentaram para associar o Benfica ao processo, sem por isso o conseguirem. Para a história ficam as manchetes e as sínteses a acusarem o Benfica de crimes que nem sequer lhe eram imputados.

• Viciação de jogos
A Polícia Judiciária e o Ministério Público entretiveram-se a investigar um alegado aliciamento de jogadores do Marítimo por parte de um suposto elemento do Benfica, no embate entre as duas equipas, na 33.ª jornada do campeonato de 2015/16. Dois jogadores maritimistas, sob forma de anonimato, lançaram as suspeitas numa rábula criada por Gonçalo Azevedo Ferreira, que atualmente representa o SC Braga. Mais tarde e depois do lixo lançado para o público, veio-se a provar que afinal não eram jogadores a falar mas sim atores contratados para a reconstituição da investigação. A SIC promoveu, portanto, um grande e volumoso fardo de palha fomentado por mentiras e difamações.

• Mala Ciao
A Polícia Judiciária, no âmbito deste processo, chegou a efetuar buscas na SAD do Benfica e do Santa Clara, numa operação conjunta com o Ministério Público (MP) e a Autoridade Tributária (AT). Em causa negócios relacionados com três jogadores líbios, um deles o extremo esquerdo Hamdou Elhouni, transferido para o Benfica em 2016, com passagem posterior pelo Desportivo das Aves. Além das SADs de Benfica e Santa Clara, o processo visa empresas e residências particulares, inclusive do presidente do clube dos insulares, o advogado Rui Cordeiro, do administrador e diretor desportivo Diogo Boa Alma e do empresário brasileiro Khaled Ali Mesquita Saleh, que representa o principal acionista particular da SAD do Santa Clara. À semelhança do que aconteceu com o caso dos 'vouchers', este será outro que acabará arquivado devido à ausência de qualquer tipo de prova de ilegalidades cometidas pelo Benfica. Mais um, numa panóplia de processos arquivados.

• Processo Cartão Vermelho
O Ministério Público e a Autoridade Tributária escutaram e vigiaram nos últimos anos Luís Filipe Vieira, Pinto da Costa, Fernando Gomes e o empresário Pedro Pinho. Em causa estão suspeitas de desvio de dinheiro em comissões de negócios milionários. A operação foi montada pelo inspetor tributário Paulo Silva que trabalha com o procurador do Ministério Público desde 2005 em alguns dos processos mais complexos da justiça portuguesa.
As vigilâncias aos telefones de dezenas de alvos duraram, ao que tudo indica, vários anos, e escutaram terceiros que nada tinham a ver com a investigação. Surpreendentemente, estas escutas têm sido transcritas e publicadas através do Grupo Cofina e Impresa, numa campanha persecutória que, ironicamente, roça o crime de devassa da vida privada.

Todos estes processos foram tornados públicos e debatidos ‘ad nauseam’ na nossa praça. Para a comunicação social portuguesa, quando o assunto é o Benfica, as toupeiras viram fontes. Tudo se torna legítimo sob o manto da liberdade de informar. Vale tudo pelas audiências.
Hoje, através do jornal Expresso, fomos presenteados com mais um ataque ao Benfica. Desta vez é a Autoridade Tributária que suspeita que o SC Braga poderá ter facilitado para que o Benfica fosse campeão em 2010. Para os mais desmemoriados, recordamos que:
1. Falamos do mesmo SC Braga que se bateu até à última jornada com o Benfica.
2. Falamos do mesmo SC Braga que tinha um autocarro de festejos de campeão pronto.
3. Falamos do mesmo SC Braga que venceu o Benfica com uma expulsão de Javi Garcia e com um golo marcado depois de Mossoró percorrer 2 metros com a bola fora do terreno de jogo.
4. Falamos do mesmo SC Braga que foi levado ao colo e que venceu o Vitória de Guimarães num roubo de igreja, com um penálti aos 90+6 e com direito a 4 expulsões para o Vitória de Guimarães.

E que tal se os magistrados do Ministério Público, em vez de se preocuparem em plantar escutas sem qualquer relevância criminal na imprensa, começassem a investigar o que realmente urge ser investigado?
E que tal se a Autoridade Tributária investigasse o Grupo Impresa e os milhões que devem ao Estado?
E que tal se o Ministério Público investigasse os jornalistas do Expresso que, alegadamente, eram controlados por Ricardo Salgado?
Para as toupeiras do Ministério Público, Grupos Impresa e Cofina, só importa marrar no vermelho e promover um linchamento mediático na praça pública sobre o Benfica. Não interessa se existe fundamento, não interessa se é tudo falso, não interessa se isso coloca em causa a imagem do clube. O que importa é desestabilizar, causar a dúvida, gerar falatório e imputar suspeitas sobre o Benfica.
Segundo o Expresso, em 2009 o Benfica terá pago mais de 5.5 milhões de euros a Bruno Macedo pela comissão da compra de Talisca ao Bahia e pela sua venda para a China. Ou seja, a Autoridade Tributária e o Ministério Público, a acreditar nas alarvidades debitadas pelo Expresso, suspeitam que o Benfica pagou a Bruno Macedo em 2009 uma comissão de uma compra efetuada em 2014 e, cuja venda, se efetivou em 2018. Em 2009, veja-se bem, Talisca tinha 15 anos.
Quando pensávamos que não podiam descer mais baixo na senda persecutória movida contra o Benfica, eis que o Grupo Impresa decide igualar a Cofina e fazer capa com hipotéticas suspeitas de um campeonato em que os dois clubes lutaram pela conquista do título até ao fim. O Benfica, através de uma bola de cristal, sabia em 2009 que iria contratar Talisca em 2014 e vendê-lo em 2018. E a suprema conclusão: isto tudo para que o SC Braga facilitasse num jogo. De génio.
As motivações que movem estes Grupos contra o Sport Lisboa e Benfica são, hoje em dia, bem claras. Diariamente surgem notícias que, pela falsidade ou pela forma como são distorcidas, visam transmitir uma realidade diferente daquela que efetivamente se vive. Se dúvidas restavam relativamente aos verdadeiros interesses por trás destes ataques, esperamos que tenham ficado dissipadas.
Vivemos tempos em que uma notícia já não é a descrição de uma realidade, mas sim a elaboração que determinado jornalista faz dessa realidade. Tempos que deveriam obrigar a uma rigorosa verificação dos factos que são noticiados, condição de rigor e sinal de respeito não só em relação ao público a que se destinam, mas igualmente em relação às pessoas ou instituições que são visadas. Infelizmente, os interesses obscuros de determinadas agendas movidas por terceiros falam mais alto, corroendo por completo o verdadeiro sentido da informação e da transparência. Assim vai Portugal.
Cabe aos benfiquistas tentar filtrar o que é verdadeiro e o que não é, num dos maiores ataques ao clube de que há memória."

Os 5 reforços encarnados para janeiro


"Querias ver algum destes 5 reforços na Luz?

É hora de arrumar a casa, primeiramente. É essa a prioridade enunciada por Rui Costa na entrevista dada ao canal do clube e, neste sentido, o reforço do plantel, apesar de necessário, ficará sempre para segundo plano e dependente dos espaços que se abrirem na constituição do plantel.
Há posições a precisar de reforço urgente – guarda-redes, lateral-esquerda, médio defensivo ou extremas ofensivas –, mas acumulam-se na Luz os jogadores sem grande destino e sem colocação aparente fora de portas.
Radonjic e Meitë, principais contratações falhadas, deverão seguir rumo igual em condições diferentes, já que o primeiro está emprestado e o segundo assinou em definitivo pelas águias, tornando-se agora grande dor de cabeça para os responsáveis que assinaram a sua contratação por sete milhões de euros.
A boa prestação na Liga dos Campeões não torna urgente a entrada de capital através de uma qualquer venda milionária, mas o namoro do Newcastle a Darwin Núñez – falando-se insistentemente numa oferta de 50 milhões de euros – poderia fortalecer os cofres encarnados e proporcionar uma abordagem mais folgada ao mercado de Janeiro, nunca pródigo em contratações certeiras.
É difícil comprar neste mês e por isso os clubes remetem-se muitas das vezes a contratações cirúrgicas ou com perspectiva a curto prazo, como empréstimos de curta duração, de modo a suprimir eventuais carências dos plantéis: as do SL Benfica, consensuais e enunciadas acima, poderiam ser resolvidas com as sugestões que se seguem.

1. Ángel Di María
O grande sonho. Angelito representaria contratação de relevo feita principalmente com o coração: está com 35 anos e seria transtorno importante na vertente financeira. Mas seria o retorno ao clube que o fez projetar na Europa, ainda que as suas intenções não passem sobretudo por Lisboa mas sim por Paris ou… Rosario.
“Não sei, não sei (sobre o futuro)... Estamos a pensar nisso (a renovação com o PSG) e esperamos que assim seja. Já disse que, enquanto ficar na Europa, o meu último clube quero que seja o PSG, porque estou aqui há muitos anos e é o único clube em que estive tanto tempo e fui tão feliz. Vivo uma história linda aqui.
Sempre tive na cabeça a ideia de voltar a jogar (no Rosario Central), mas também preciso de pensar em tudo… Na família, na segurança, na situação que a Argentina está a passar. Tenho duas filhas e tenho que pensar em tudo.
Não posso pensar só em mim, no que me vai fazer feliz, mas tenho que pensar na minha família também”, dizia no final de Dezembro aos microfones da ESPN Argentina, contextualizando – e colocando de parte – um possível ingresso no Atlético Mineiro, o mais forte pretendente neste mercado de Janeiro.

2. Guarda Redes
Helton Leite terminou 2020-21 a titular, mas Vlachodimos recuperou o lugar na presente temporada com exibições cruciais, particularmente na caminhada europeia. Ao grego mais não se pode exigir, esmera-se continuamente numa demonstração clara de compromisso com o clube – apesar disso, o talento, que não é gigantesco, é injustamente questionado pela massa adepta.
Nunca totalmente consensual no Terceiro Anel, Vlachodimos está um degrau abaixo de nomes como Ederson ou Oblak, que inevitavelmente alargaram a exigência na questão da baliza. Há opções interessantes a terminar contrato em Junho deste ano e que poderiam ser assegurados por um valor simbólico já em Janeiro. David Ospina já estará a ser seguido pelo Real Madrid, depois do Nápoles não ter conseguido chegado a acordo com o seu representante.
Seguindo para Norte na Península da bota, surge Strakosha, que na capital defende as redes da Lazio e que até agora não assinou qualquer renovação do vínculo contratual – luta com Pepe Reina pela titularidade, sendo opção mais recorrente na Liga Europa e por isso, talvez, se veja disposto a mudar de ares. O albanês (18 internacionalizações) está avaliado em 7 milhões pelo Transfermarkt.
Viajando até à Alemanha, há um nome de relevo pronto a dar o salto: Jiri Pavlenka, guarda-redes checo que defende o Werder Bremen, este ano a disputar a 2. Bundesliga. O próprio já afirmou que não tenciona colecionar mais minutos numa divisão secundária e até agora ainda não há garantias de que continuará em Bremen, dependendo do sucesso do clube em ascender ao principal escalão.
Até lá, continua com o seu futuro indefinido e os pretendentes fazem fila à porta do Weserstadion: no Verão foi o Burnley o mais convicto, mas a oferta de três milhões não chegou para convencer os responsáveis alemães. O checo é internacional pela sua seleção e opção regular, acumulando 14 internacionalizações.
A opção mais mediática, mas que surgiria na mesma lógica da aposta em Júlio César ou Casillas – nome internacional conceituado com larga experiência – seria Hugo Lloris, que termina a sua ligação com o Tottenham e apesar das notícias que apontam numa suposta negociação para revalidar a ligação entre clube e atleta, esta tarda em concretizar-se.
O OGC Nice é um dos clubes à espreita de um eventual falhanço e ao SL Benfica exigir-se-ia largo esforço financeiro, apesar de não se poder desvalorizar uma eventual influência de Jan Vertonghen na decisão do titular da seleção campeã do mundo em mudar-se para Lisboa.

3. Reinildo Mandava
Com apenas Álex Grimaldo como opção de origem para a lateral canhota, o Benfica tenta agora assegurar uma alternativa ao espanhol na sequência da adaptação falhada de Gil Dias, que não conta para Nelson Veríssimo. Ramón, do Flamengo, é a solução mais comentada nos meios de comunicação social.
Brasileiro, 20 anos, suplente de Filipe Luís e com grande margem de progressão, que seria ideal num contexto de longo prazo. Mas ao SL Benfica, que ainda tem aspirações no campeonato – por muito improvável que seja – na Taça da Liga e na Liga dos Campeões, interessava sobretudo assegurar desde logo alguém identificado com o futebol europeu e com características invulgares tendo em conta as disponíveis no plantel.
Reinildo Mandava significaria um regresso à Luz – cumpriu etapas de formação nos B’s e sub23, além de uma pré-época com Rui Vitória – e uma adição de valor inquestionável, pelas capacidades físicas – onde é superior a Grimaldo – e técnicas, que o fizeram ser campeão francês pelo Lille e presente no onze do ano da Ligue 1.
Acaba contrato com os franceses neste Verão e uma oferta residual do SL Benfica, em relação a um contexto normal (está avaliado em 10 milhões de euros pelo Transfermarkt), chegaria certamente para convencer Les Dogues e a estrela moçambicana. Além do Nápoles, o Trabzonspor é outro dos interessados.

4. Jota
Jorge Jesus não contava com o extremo português, recambiando-o para Glasgow com uma cláusula irrisória de sete milhões de euros.
Não é que fosse previsível tamanha afirmação de Jota com a camisola do Celtic, mas o contexto favorável criado pelas ideias positivas de Ange Postecoglou ao comando dos católicos provocou o rejuvenescimento do imenso talento português, que destruiu defesas por toda a Escócia e pela fase de grupos da Liga Europa, com o golo em Leverkusen como momento primordial.
O SL Benfica, a precisar de alternativas a Everton, pediu Radonjic emprestado ao Marselha, mas o problema não se resolveu, já que nem um nem outro se conseguiram insurgir no meio da mediocridade ofensiva encarnada.
Com novo treinador ao leme da equipa, Jota teria nova oportunidade para demonstrar competências no clube que o formou – e afirmar-se em Portugal será certamente um dos objetivos do prodígio, antes do mais do que natural sucesso internacional.
Esse acontecerá mais tarde ou mais cedo: mantendo-se pela Escócia é uma questão de tempo até seguir o chamamento da Premier League, passo mais lógico e dado por muitos que despontam no campeonato escocês.

5. Florentino Luís
José Mourinho apanhou-se de forma surpreendente a experienciar a pior derrota da carreira num contexto inimaginável. Em visita ao campeão norueguês, nada fazia prever o 6-1 final do placard: o Bodo/Glimt, equipa sem grande expressão continental mas com um projeto apaixonantemente sustentável, fez dos romanos seu freguês e provocou a implosão do balneário giallorossi.
Um dos implicados na filtragem que o treinador português aplicou no plantel (13 jogadores foram riscados dos planos) foi Gonzalo Villar, que agora em Janeiro se viu a caminho de Madrid – para jogar nos seus arredores, a 14 quilómetros para Sul que é onde se localiza o município de Getafe.
Opção importante para o clube espanhol que luta intensamente para escapar da cauda classificativa e emblema que ostenta Florentino, emprestado pelo SL Benfica. Que até começou a época a titular, mas foi perdendo espaço e antes da última jornada, na qual foi titular diante do Sevilha, só tinha aparecido no onze inicial a… 25 de Outubro.
Ou seja, quase três meses antes. Resta agora ao SL Benfica e ao jogador decidir o futuro – se até aqui o trinco cumpriu 900 minutos de jogo, poucos mais se prevêm até Junho. Na Luz, Meitë é carta fora do baralho e, por isso mesmo, o regresso do internacional sub21 justifica-se cada vez mais numa óptica de assegurar uma alternativa capaz a Julian Weigl."

O que traz Morato ao novo Benfica?


"Felipe Rodrigues da Silva. Para muito este nome não diz nada mas se falarmos em Morato, já chegamos lá. Morato é um jogador da geração de 2001 que vem aos poucos aparecendo na equipa principal do Benfica já desde a época 2019/2020.
Contudo é nesta época que Morato parece vir a afirmar-se cada vez mais e todo o contexto se está a adequar a isso mesmo. Entrada de Nelson Veríssimo que o conhece bem, lesão de Lucas, expulsão de Otamendi, expulsão de Almeida e COVID de Vertoghen. Tudo parece empurrar o jovem para a titularidade.
Morato, hoje com 20 anos, já jogou Champions (até marcou em Munique), clássicos e jogos de campeonato. Em todos eles mostrou capacidades bem acima da média. Desde logo, é um central que trata muito bem a bola, rápido, atento à profundidade e forte no jogo aéreo.
Mesmo passando para um sistema de quatro defesas, Morato já se assumiu nos últimos 2 jogos como o central que sai a jogar com bola controlada, capacitando a equipa de armas para empurrar o jogo ofensivo do Benfica para o último terço. Consegue meter várias bolas entre linhas do adversário e com isso o número de ocasiões de finalização que o Benfica tem aumentam em número e em qualidade.
Nos últimos tempos de JJ, Otamendi era o central eleito para levar a bola ou achar soluções. Com Morato em campo o que se percebe é que o jovem brasileiro assume a bola e é sempre Otamendi que fica mais atrás.
Já num momento defensivo Morato é bastante atento ao espaço entre central e lateral e muito atento à profundidade nas suas costas. Após encostar aos adversários é bastante possante e raramente perde um lance nesse contexto.
Como todos os jovens, a regularidade e a continuidade é que lhe vai trazer experiência para ultrapassar algumas lacunas que ainda vai tendo, como por exemplo o excesso de confiança por vezes que tem na saída e que o leva a falhar a alguns passes podendo aqui ou ali, desequilibrar a equipa.
Certo é que este jovem brasileiro formado essencialmente no São Paulo, veio para ficar e mais cedo ou mais tarde irá chegar ao patamar de qualidade para ser titular neste Benfica."

Mais do mesmo...


"E sai mais uma nomeação com um árbitro da AF Porto. Parece que não existem mais árbitros em Portugal com capacidade para arbitrar jogos do Benfica além dos formados na Associação de Futebol do Porto."

Delírios...!!!


"Atingiram-se todos os limites com esta primeira página de hoje, de um jornal que outrora já foi referência nacional e que, hoje em dia, é um esterco a céu aberto. Isto é grave demais. Não se exige uma reação do Benfica ou do banana do Presidente. Exige-se imediatamente uma entrada de uma acção em tribunal com pedido de indeminização milionária por ofensa ao bom nome do clube e danos incalculáveis de imagem.
Os fanáticos anti-benfiquistas responsáveis por esta manchete nem se devem ter dado ao trabalho de estudar o histórico dos jogos a que se referem e que supostamente foram oferecidos ao Benfica. Nem sequer há ponta por onde pegar do ponto de vista desportivo. Se não se lembram dos jogos, que os revejam. Ou se não quiserem perder tempo, nós fazemos o resumo: em 2009/2010 o Braga foi o nosso principal adversário na luta pelo título até à última jornada. Em 2010/11 ganharam-nos na Liga num jogo em que o Javi foi expulso com uma fita do Alan e eliminaram-nos da LE. Sendo que de 2009 a 2011, o clima dos jogos entre Benfica e Braga era equivalente a um Boca-River na Bombonera. É não ter noção nenhuma do que se está a falar!
Isto é só pontapear o moribundo esfarrapado no chão...pelo prazer sádico de observar. É feio e revoltante se não houver consequências graves para a filha da putice que estes senhores dão à capa hoje.
Já toda a gente percebeu nesta República das Bananas que existe uma campanha concertada contra o Benfica de lançar lama ininterruptamente ao bom nome do clube.
O Governo assobia para o lado, perdidos que estão também para garantir a vitória nas eleições daqui a duas semanas.
Aguardamos serenamente por mais uma newsletter violenta do Departamento de Comunicação do Sport Lisboa e Bananas! É essa a única reacção a que estamos habituados e podemos almejar, face à inoperância, incapacidade e inutilidade do Príncipe Herdeiro.
Siga o circo, connosco a fazer de palhaços!"

E, subitamente, já ninguém pede a expulsão do Otamendi


"A cassete repetida ad nauseum pela comunicação social e jornais desportivos ao longo da última semana metamorfoseou para uma disquete novinha em folha.
Como não amar aquele cheirinho a hipocrisia. Até se ouvem os passarinhos no ar. ❤️"

O pintor do Rapto Branco


"Durante três dias do mês de agosto de 1963, Alfredo Di Stéfano esteve sequestrado em Caracas, na Venezuela

Máximo Canales era daquela espécie de românticos revolucionários da velha guarda, dos que desembarcavam fosse em que país fosse e largavam, de imediato, o habitual estribilho: «Hay Gobierno? Soy Contra!». Como todos os revolucionários românticos, não se chamava Máximo Canales mas sim Paúl del Río, nascido em Cuba em 1943, mas arrastado pelos pais na emigração para a Venezuela dois anos depois. Ainda adolescente, com a cabeça cheia de movimentos militares e governos derrubados à força de armas e de apoios populares, rodando imparavelmente como se vivesse dentro de um filme, juntou-se a um grupo de guerrilheiros que fundaram dois movimentos de esquerda em Caracas, o Partido Comunista Venezuelano e o Movimiento de Izquierda Revolucionaria, ambos decididos a depor a jovem Democracia que surgira no país depois da queda do ditador Marcos Pérez Giménez, em 1958. Esta ideia de depor um regime democrático parece um bocado diletante, e de facto é. O que demonstra a confusão política e o caos social que habitavam a cabeça do jovem Paúl del Río e dos seus igualmente jovens camaradas.
Por via do seu estado de contínua excitação, foi oferecida a Paúl a direção de um dos braços do MIR, as Fuerzas Armadas de Liberación Nacional. A sua imaginação frenética já o punha, desde logo, a efetuar movimentos de desestabilização popular um pouco por toda a Venezuela. Nesse aspeto era um verdadeiro cavalo selvagem. Tinha apenas 19 anos quando idealizou e concretizou uma ação espetacular, a tomada do cargueiro Anzoátegui que, vigiado de perto pela Royal Navy e pela U.S: Navy, acabaria por atracar tranquilamente, onze dias mais tarde, em Belém, na costa brasileira. O seu nome começava a ser pronunciado com respeito, se não com medo. Um ano mais tarde, sequestrou o adido militar da Embaixada dos Estados Unidos em Caracas, Michael Smolen. Estávamos em 1964 e Máximo Canales não tinha mãos a medir. Vivia um frenético entusiasmo nas ações conspirativas. Queria andar pelo mundo a fazer revoluções, mesmo que fossem pequenas revoluções sem um verdadeiro impacto universal.
Paúl del Río tinha outra face da sua personalidade bem mais tranquila. Dedicava-se à pintura e à escultura, num estilo quase tão caótico como a sua veia revolucionária, misturando surrealismo com cubismo e modernismo e criando obras com muito de enigmático e através das quais pretendia dar a conhecer a sua visão sobre a dureza da vida das pessoas das classes baixas dos subúrbios de Caracas.
No dia 24 de agosto de 1963, pelas oito horas da manhã, Canales deu início ao mais espetacular dos seus atos subversivos, mais tarde conhecido por Rapto Branco. Ligou para o quarto 216 do Hotel Potomac, onde estava instalada a equipa do Real Madrid que chegara a Caracas para participar de um torneio internacional. «Senhor Di Stéfano», disse, «estão aqui na receção alguns polícias que lhe querem fazer umas perguntas. Importa-se de descer?». Alfredo não estava para aí virado. Fora acordado em sobressalto e convenceu-se de que tudo não passava de uma brincadeira montada por um dos seus companheiros de equipa. Não fazia tenções de abandonar o conforto do quarto àquela hora. Limitou-se a um seco – «Se é urgente que venham cá acima» – e desligou.
Três minutos mais tarde, fortes pancadas abanaram a porta do quarto 216. Di Stéfano abriu, irritado. Um empregado do hotel, acompanhado por três homens que se identificaram como polícias, disseram-lhe que teria de os acompanhar de imediato à esquadra mais próxima para clarificar algumas questões em relação à sua verdadeira nacionalidade. Alfredo acompanhou-os, entrou num carro, e desapareceu no bulício da cidade acabada de acordar. Já dentro do automóvel foi vendado e aconselharam-no a ter calma, prometendo que nada lhe sucederia. Depois, durante as horas seguintes, mudaram-no constantemente de sítio.
À uma da tarde, as Fuerzas Armadas de Liberación Nacional assumiram o rapto ligando para o Hotel Potomac e revelando que Di Stéfano seria libertado depois de terem conseguido a publicidade que pretendiam com aquele gesto. Entretanto, Di Stéfano recuperava a visão. Tinham-lhe tirado a venda e percebeu que se encontrava numa sala repleta de quadros. Deram-lhe de comer, trataram-no com todo o respeito, e Paúl convidou-o para umas partidas de xadrez.
Deixaram-no ouvir o relato entre o Real Madrid e o FC Porto, nessa noite, para o Torneio de Caracas, mas não baixaram a guarda. Depois do pôr-do-sol entravam na sala militares com armas empunhadas. Ao fim de três dias, mudaram-lhe a roupa, enfiaram-lhe um chapéu na cabeça e foi levado de carro para uma avenida no centro da cidade onde o devolveram à liberdade. Alfredo apanhou um táxi e pediu para o levarem à Embaixada de Espanha. Eram 14h10. Tinha fechado há dez minutos... Não quiseram abrir-lhe a porta."