A remontada de Coluna


"O jogador que passou das suspeições à conquista

Coluna chegou ao Benfica em 1954 e cedo revelou a sua enorme qualidade, assumindo-se como um dos indiscutíveis no onze benfiquista. Em 1957, encantou o Brasil na digressão que os encarnados efetuaram na pré-época. No entanto as boas exibições internacionais do jogador não tiveram sequência na estreia do Benfica na Taça dos Clubes Campeões Europeus. O centrocampista realizou exibições aquém do seu nível nos dois jogos frente ao Sevilha, e os encarnados não passaram da 1.ª eliminatória da competição.
Em 1969/61, o Benfica voltou a disputar a prova que reunia os campeões europeus. Mas, ainda antes de o Clube iniciar a campanha, Coluna, Germano, José Augusto e Cavém foram os benfiquistas selecionados para representar a seleção de Lisboa que iria defrontar a seleção da Catalunha. A partida estava inserida nas comemorações das bodas de ouro da Associação de Futebol de Lisboa, realizando-se o encontro em 14 de Setembro.
A comitiva catalã, composta por nove jogadores do Barcelona e sete do Espanhol, gerava enorme entusiasmo pela qualidade dos seus jogadores, o que se confirmou com o início avassalador dos visitantes. Em 14 minutos, marcaram dois golos. Os portugueses, que vinham a acusar falta de entrosamento, foram melhorando a sua prestação progressivamente, chegando ao empate, por intermédio de Germano e de Matateu. Os espanhóis ainda conseguiram voltar à vantagem antes do intervalo, fazendo o 3-2.
Com a partida bastante renhida, o rendimento de Coluna tornava-se ainda mais evidente. O jogador mostrava uma condição física bastante débil, fazendo com que não ganhasse um único lance. Ainda antes do intervalo, foi substituído por Cavém. No segundo tempo, os lisboetas superiorizaram-se e chegaram ao empate, resultado que se manteve até ao final.
A imprensa não perdoou a paupérrima prestação de Coluna: 'Exibição discreta, sem chama, pouco em conformidade com a sua categoria de jogador. Sem alegria, sem velocidade e, por reflexo, pouco interessado'. Como poderia realizar exibições tão desfasadas quando passava das competições internas para as internacionais? Seria um elemento apenas para jogos nacionais? A resposta não tardaria. Coluna participou em todas as partidas do Benfica na excelente campanha na Taça dos Clubes Campeões Europeus e apontou um dos golos da vitória dos encarnados na final frente ao Barcelona.
Numa época em que Coluna começou a ser criticado pelo seu rendimento frente a uma equipa internacional, o jogador acabou a demonstrar ser um elemento de classe mundial. Saiba mais sobre a carreira deste extraordinário futebolista na área 23 - Inesquecíveis, do Museu Benfica - Cosme Damião."

António Pinto, in O Benfica

Nos oitavos


"Os Benfiquistas já se habituaram e não é propriamente surpresa sermos desmerecidos no espaço mediático em cada valiosa conquista. Se uns são eliminados dignificando o futebol português, outros perdem a construir o futuro. Já o Benfica, mesmo deixando para trás o Barcelona, não fez mais do que se lhe é exigido, e mesmo assim mal! Assim dizem…
Mas vamos a factos: o Benfica, contra as expectativas da generalidade dos analistas por altura do sorteio, segue em frente, deixando de fora o Barcelona, cujo histórico na Liga dos Campeões inclui 17 passagens consecutivas aos oitavos de final e somente uma eliminação da prova nas 21 participações anteriores na fase de grupos.
A vitória ante o Dínamo Kiev, por 2-0 ontem na Luz, justa e merecida, conjugada com o desaire do Barcelona em Munique, consumou a passagem à fase a eliminar da Liga dos Campeões, um regresso depois das presenças, neste século, em 2006, 2012, 2016 e 2017.
Não foi apenas nos jogos de ontem que se decidiu o apuramento benfiquista. Dois triunfos caseiros e dois empates na condição de visitante ante Barcelona e Dínamo Kiev, sem qualquer golo sofrido, perfizeram uma boa participação benfiquista, inequivocamente a segunda melhor no grupo, consolidada pela pontuação obtida e posição final.
Para Jorge Jesus, "passar aos oitavos de final é muito importante para qualquer equipa, mas é ainda mais importante quando se deixa um Barcelona de fora, porque isto vai correr mundo". Sobre o jogo, referiu que "foi um Benfica muito forte na primeira parte, que foi à procura da vitória, porque só isso é que poderia proporcionar o apuramento para os oitavos de final".
O nosso treinador aproveitou ainda para lançar já a próxima eliminatória: "Vamos acreditar que podemos passar aos quartos de final, independentemente de quem nos calhar. Os jogadores do Benfica estão de parabéns, merecem este apuramento, fizeram uma fase de grupos espetacular."
João Mário destacou o percurso benfiquista na prova, relembrou que "só uma grande equipa podia passar neste grupo" e fez questão de "agradecer também aos nossos adeptos, que estiveram no Estádio a apoiar". Yaremchuk, autor do primeiro golo, enalteceu a "grande atmosfera na Luz" e vincou que "o Benfica pensa sempre em ganhar todos os jogos". Gilberto confessou sentir-se "privilegiado por ter feito um golo" e André Almeida resumiu o percurso nesta fase de grupos, além de agradecer o apoio dos adeptos: "Fizemos bem o nosso trabalho, quatro pontos contra o Barcelona, quatro contra o Dínamo Kiev, fomos claramente a segunda melhor equipa deste grupo, por isso parabéns à equipa, parabéns a estes adeptos que nos apoiaram do início ao fim."
Este apuramento insere-se na prossecução de uma estratégia de ambição europeia, transversal no Clube, em que ontem teve mais um sucesso com o primeiro lugar conquistado na fase de grupos da UEFA Youth League, tema que amanhã desenvolveremos.
Agora que os oitavos de final da Liga dos Campeões são uma realidade para o nosso Clube, é altura de pensar no próximo desafio, em Famalicão, com a conquista dos três pontos na mira.
Por fim, apelamos aos Benfiquistas que marquem presença, hoje, às 20h00, no Benfica Campus e no Pavilhão Fidelidade. No Seixal, a nossa equipa feminina de futebol defronta o Lyon, num desafio referente à penúltima jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões. Na Luz haverá dérbi de hóquei em patins com o Sporting.
Vamos, Benfica!"

A rota dos milhões partiu de Lisboa e confirmou-se em Munique


"O Benfica venceu (2-0) o Dínamo Kiev, o que, conjugado com a derrota (3-0) do Barcelona contra o Bayern, garante às águias a presença nos oitavos de final da Champions. Tudo correu de feição à equipa portuguesa desde cedo, dado que aos 22' já Yaremchuk e Gilberto tinham dado vantagem ao Benfica e ao intervalo os bávaros iam batendo os catalães por 2-0. Na segunda parte, Vlachodimos travou a reacção ucraniana, ganhando o contestado Jorge Jesus novo alento com a primeira presença do Benfica nos oitavos desde 2016/17

Por muito que Jorge Jesus, na antevisão à partida, o tenha tentado negar, havia uma sensação de juízo público no ar antes do Benfica - Dínamo Kiev. Com a derrota contra o Sporting bem presente, a assobiadela que se ouviu no Estádio da Luz quando o nome do treinador foi anunciado, minutos antes do pontapé inicial, evidenciou que, mais do que um lugar entre as 16 melhores equipas da Europa, as águias discutiam boa parte da estabilidade do seu projeto na última noite da fase de grupos. 
E a verdade é que tudo correu da melhor forma possível ao Benfica. Fruto de um início autoritário, que se conjugou com o desacerto do adversário, a equipa portuguesa chegou rapidamente ao 2-0, colocando-se, desde cedo, as atenções em Munique. Ora, da Alemanha também chegavam boas notícias, servindo cada golo do Bayern para aproximar o Benfica da fase seguinte da prova.
À vitória das águias somou-se nova noite dura para o Barcelona, com o 3-0 imposto pelos bávaros aos catalães a conjugar-se com o resultado de Lisboa para deixar a Luz em festa com a primeira presença do Benfica nos oitavos da Champions desde 2016/17.
Para tentar alterar a imagem do dérbi, Jesus apostou em Pizzi para fazer companhia a Rafa e ao também regressado ao onze Yaremchuk na frente do ataque. E a partida começou a todo o gás, já que antes do primeiro minuto já o avançado ucraniano tinha obrigado Bushchan a aplicar-se, não conseguindo Rafa, na recarga, acertar com a baliza. Pouco depois, Tsygankov fez ainda pior, dado que com a baliza à mercê enviou a bola para as bancadas do Estádio da Luz.
Já depois de Pizzi também ter criado perigo, o arranque elétrico da equipa da casa, forte a partir para o ataque rápido, levou ao 1-0 aos 16'. Após boa combinação entre Rafa e João Mário, o ex-Sporting serviu Yaremchuk, atirando o avançado para o primeiro tento da noite.
Roman, que viveu na academia do Dínamo dos 10 aos 17 anos, não tendo conseguido marcar qualquer golo nos 11 encontros que disputou na equipa principal do emblema de Kiev, estava em branco desde 25 de setembro. Foi, justamente, contra o clube "onde se fez homem", segundo as suas palavras, que o ucraniano quebrou um jejum de 11 partidas sem festejar.
A equipa do experiente Mircea Lucescu acusou o momento e, seis minutos após o 1-0, as águias dobraram a vantagem. Uma má abordagem da defesa visitante deixou Gilberto, o mal-amado que tem revelado faro de golo, na cara de Bushchan, atirando o brasileiro para o 2-0. Com três tentos em 2021/22, o lateral vai respondendo às críticas com presença na área adversária.
Tendo em conta a marcha do marcador na Luz, após o 2-0 a noite do Benfica passou a jogar-se mais em Munique do que em Lisboa. O nulo ia-se mantendo na Baviera, o que colocava a equipa de Jesus nos oitavos, ainda que, a qualquer momento, um golo dos catalães mandasse os portugueses para a Liga Europa. Mas o que aconteceu foi, justamente, o contrário.
Thomas Müller e Sané vivem numa galáxia futebolística distante da realidade das equipas portuguesas, mas os dois tentos dos jogadores alemães antes do descanso foram celebrados pelo pública da Luz como se tivessem sido apontados por atletas do Benfica. Ao intervalo, os 2-0 registados em ambos os duelos do grupo E eram um manifesto convite ao optimismo.
Já desde a parte final do primeiro tempo que a equipa da casa foi dando a iniciativa ao Dínamo, e essa tendência manteve-se na etapa complementar. Guiados pela técnica e critério de Shaparenko, os ucranianos tomaram contas dos acontecimentos e o segundo tempo foi, salvo honrosas excepções, um monólogo de domínio do conjunto de Kiev, que teve muita bola (acabou com 61% de posse), mas nunca conseguiu um tento que recolocasse a dúvida sobre o vencedor final da partida.
Aos 57', um remate de Mykolenko às malhas laterais da baliza local levou a que se ouvissem alguns assobios perante a passividade das águias, aumentando essas demonstrações de algum descontentamento perante a exibição do Benfica com o passar dos minutos. A equipa portuguesa praticamente não atacava, e a verdade é que, uma vez mais nesta fase de grupos, tem razões para agradecer ao seu guarda-redes.
Desde o play-off, quando foi gigante contra o PSV, que Vlachodimos tem sido um dos melhores jogadores do Benfica nesta Champions. O grego tem dado continuidade a esse nível em Kiev ou Barcelona, e as suas paradas a evitar o 2-1 de Tymchyk, primeiro, e Buyalskyy, depois, foram fundamentais para impedir que a superioridade ucraniana se traduzisse num diminuir da vantagem que reavivasse fantasmas recentes.
O Benfica aceitou assistir a uma hora de circulação do Dínamo, satisfeito com as notícias que vinham da Alemanha e a segurança dada pelo seu guardião. Sem nunca ter encaixado um golo que semeasse dúvidas em Lisboa e perante o aumentar da vantagem do Bayern em Munique, os derradeiros minutos do jogo foram pouco mais que um prólogo da festa.
Pela quinta vez na história, o Benfica superou a fase de grupos da Champions e disputará os oitavos de final da prova. Jorge Jesus, que começou a noite a ser assobiado, vê um conjunto orientado por si marcar presença entre os 16 melhores da Europa pela segunda vez na sua carreira.
O mês de dezembro ainda trará duros testes ao Benfica, nomeadamente o duplo embate frente ao FC Porto, mas, para já, o projeto de JJ ganha novo alento, e logo quando o treinador vinha sendo mais contestado. É legítimo manter dúvidas sobre o nível de jogo das águias, mas esta passagem vale milhões, não só em dinheiro, mas também em credibilidade para o futuro próximo."

João Mário – Weigl, o Benfica que defende e o jogo que se completa


"Não há nada mais errado e tão frequentemente repetido numa análise a um jogo ou a uma equipa do que se ignorar a oposição.
Com João Mário e Weigl quem defende é o adversário. Com João Palhinha e Matheus Nunes quem defende é o Sporting. E quem estará do outro lado, não importa? E será que para obrigar o adversário a defender, basta ser-se bom em posse?
A partida do Estádio da Luz que apurou o Benfica para os Oitavos da Champions surgiu um dia depois da publicação da Revista Scout de Novembro (aqui) onde curiosamente havia trazido um tema que tão bem assentou nas dificuldades sentidas pela equipa de Jorge Jesus nos jogos mais recentes.

“Ainda hoje quando se fala em ter a posse, tantas vezes se ignora a importância do trabalho sem bola para que tal seja possível. É como quando se analisa um jogo e parte-se e contempla-se apenas uma das equipas em disputa. Como se o outro lado fossem apenas bonecos que fazem unicamente o que outros deixam. Ter a bola o tempo todo pressupõe sempre duas condições. Não a perder. Recuperar. Porque se os meus ataques têm dez minutos de duração, mas quando perco a bola só a recupero vinte minutos depois, terei apenas 33% da bola na partida.”
Artigo na Revista Scout

Mas porquê tantas dificuldades em ter a bola e controlar o jogo, se os médios encarnados são reconhecidamente jogadores de qualidade ofensiva, capacidade em posse. Jogadores de boas decisões, gesto técnico e boa tomada de decisões?

“Ter a bola, garantir o domínio do jogo em posse, começa em primeira instância no momento defensivo, sobretudo na primeira fase defensiva – Na forma como defendemos a construção adversária. É lá que os adversários por norma respiram, é lá que mais tocam na bola (recorde que os centrais são regra geral os jogadores com mais posse e mais passes da equipa), e é lá – na construção – que se começa a desenhar o jogo ofensivo.
É portanto na competência na primeira fase defensiva que se resgata ou não a posse para nós. E só a partir daí podemos jogar.
Porque vai o Paris SG a City e com Neymar, Messi e Mbappé, fica o jogo (quase) todo a ver jogar? Porque o City pressiona, porque o City é agressivo, porque o City recupera a bola. E depois… joga, pois claro!”
Artigo na Revista Scout

As dificuldades que Weigl e João Mário encontram quando o nível sobe – E recorde que já ambos passaram por Ligas cuja intensidade competitiva é muito diferente da portuguesa e… estão ambos a jogar em Portugal – são maioritariamente defensivas. Foram expostas no Derby, mas serão vistas em qualquer jogo de nível elevado. Seja Munique ou Barcelona, onde os opositores para além de também saber jogar, também têm argumentos para pressionar e forçar ao erro garantindo a bola de volta. E são essas dificuldades em recuperar a bola, que permitem que a oposição tenha mais bola.
O que têm em comum médios tão diferentes como Kanté, Jorginho, Pedri, Barella, De Jong, Goretzka ou Kimmich? Uns com mais capacidade criativa outros com menos, mas todos com capacidade de pressão / desarme / deslocamento muito elevada. Adivinharia que Pedri e Jorginho, por exemplo, estão no top 5 da distância percorrida no último Europeu? Não, porque o que fazem com bola faz-nos esquecer quão bons são sem esta também. (Números relativos à distância não dirão nunca a qualidade, mas servem de indicador de que são capazes de ir e vir, atacar e defender. Faltará saber se os deslocamentos darão sentido à performance, que é o que mais importa). Todos para lá do que jogam com bola, têm a capacidade de não permitir que o adversário jogue.
Por estes dias viverá um dilema, o treinador Jorge Jesus. Para ter bola tem de pressionar quando não a tem. Tem de ir encaixar no opositor para o obrigar a errar. Errará mais o opositor sob a pressão encarnada quanto menor qualidade tiver. Por isso essa pressão resulta nos jogos domésticos, e sente maiores dificuldades quando os opositores mudam – Recorde os golos do Bayern na Luz, a contornar pressing algo do Benfica e a chegar à grande área com espaço porque bateu essa pressão.
Em jogos de dificuldade elevada – Contra médios de qualidade técnica – física – tática, começa a sentir-se a imprudência que é colocar Weigl e João Mário a forçar erros adversários, porque têm dificuldades a acompanhar o deslocamento do oponente. Então, ter Weigl e João Mário, que é por norma garante de bola, passa a ser sinónimo de: Não podemos ir pressionar, temos de baixar e defender juntos. E… forçar menos ao erro, roubar menos a bola, passar mais tempo a defender, a fechar espaços. Atacar menos.
Com Weigl e João Mário, com Palhinha e Matheus, ou com Vitinha e Uribe, quem terá a bola, dependerá sempre do nível da oposição. Não há como o contornar.
Fica o pensamento. Com Palhinha e Matheus a pressionar e roubar, o Dínamo teria tanta bola na Luz quanto teve contra Weigl e João Mário? A minha opinião? Impossível! Da mesma maneira que quando os dois médios encarnados têm a posse, se pode esperar bem maior fluidez do jogo com bola no momento de Organização.
O importante é perceber que o jogo é completo e se completa. Não atacas e não tens bola se não fores forte a defender, e não defendes bem se não fores forte (posicionalmente e na decisão) a atacar."

O Regresso do Benfica Europeu


"Depois dos quatro pontos somados com o Barcelona, a recepção ao Dinamo Kiev surgiu como uma possibilidade única de eliminar o poderoso gigante Europeu. Para tal, o Bayern não poderia perder para os “culés” e o Benfica de Jorge Jesus teria sempre de passar pela equipa da Ucrânia.
A entrada foi forte, à Benfica. Pressionante, procurando o erro do Dinamo, também pelo conhecimento de estar perante uma equipa que “arrisca” na sua saída para o ataque sob pressão.
Logo aos trinta segundos, Yaremchuk criou e finalizou a primeira grande oportunidade do jogo. Bola que sobrou para Rafa Silva depois da defesa do guardião do Dinamo, que sem guarda redes na baliza atirou por cima.
O ritmo frenético da entrada do Benfica em campo só baixou quando Tsygankov, também com o guardião fora do lance, atirou por cima, numa perdida inacreditável.
Momentaneamente o Benfica temeu o confronto e perdeu o ímpeto e agressividade que vinha demonstrando no jogo sem bola, para que pudesse ser uma equipa com bola.



A fechar um primeiro quarto de horta agitado, a uma recuperação de bola de Otamendi, o argentino a enorme velocidade transformou um lance defensivo em ofensivo, servindo João Mário nas costas do sector médio adversário, criando condições para o Benfica chegar à frente. João Mário pegou na batuta e em constantes tabelas e movimentação rompeu linhas até em plena grande área ofertar o golo a Yaremchuk."

SL Benfica 2-0 FK Dínamo de Kiev: O sonho europeu continua


"A Crónica: Valeu o SL Benfica da Primeira Parte
Em noite decisiva de Liga dos Campeões, o SL Benfica recebeu e venceu o FK Dínamo de Kiev por 2-0 sempre com os ouvidos e olhos postos no que se passava em Munique.
Na primeira parte, vimos os encarnados a entrar muito fortes e pressionantes. O árbitro apitou para o início do encontro e logo surgiu a primeira oportunidade de golo. Yaremchuck a atirou para grande defesa de Bushchan e, na recarga, Rafa chutou para a bancada.
A resposta acabou por surgir aos sete minutos. Grande oportunidade para o FK Dínamo de Kiev, que aproveitou algumas fragilidades na defensiva encarnada. Buyalskyy, só com Vlachodimos pela frente, ofereceu o golo a Tsygankov que atirou por cima da barra. Era o jogo dos desperdícios.
Com o Dinamo a crescer, a Luz pedia uma reação da equipa de Jorge Jesus. Aos 10 minutos, na sequência de um contra-ataque, Pizzi apareceu à porta da grande área a finalizar para nova intervenção de Bushchan.
Depois de vários avisos, o primeiro golo acabou por surgir. Aos 16 minutos, o mecanismo de recuperação de bola funcionou nos pés de João Mário 1-0 e Yaremchuck concluiu a jogada ofensiva encarnada da melhor forma.
O 2-0 surgiu poucos minutos depois. Gilberto, depois de mais uma manobra de pressão ofensiva encarnada que forçou o erro adversário, apareceu na cara do guardião adversário para aumentar a contagem. Com a consequente vantagem do FC Bayern de Munique frente ao FC Barcelona, cada vez mais se acreditava na passagem na Luz.
A segunda parte acabou por ser negativa para os encarnados, sem que isso significasse alterações no resultado. O FK Dynamo de Kiev começou a crescer e os encarnados começavam a recuar.
Aos 63 minutos, destaque para Tymchick que criou um calafrio na área encarnada. Já se começavam a ouvir assobios no estádio. Aos 74 minutos, Vlachodimos foi obrigado a intervir após cabeceamento de Tymchick e os fantasmas do dérbi pareciam estar a aparecer.
Jorge Jesus foi forçado a mexer: Yaremchuck saiu lesionado e a equipa acabou por ficar totalmente empurrada para trás. Contudo, não houve alterações no resultado e festejou-se na Luz a passagem aos Oitavos-de-Final da Liga dos Campeões.

A Figura
Roman Yaremchuck Uma entrada no onze que não se esperava, mas que acabou por se revelar decisiva. O avançado ucraniano foi uma dor de cabeça para a defesa do FK Dínamo de Kiev e cumpriu à risca aquilo que era pretendido. Desbloqueou o resultado e a boa exibição apenas foi travada pela lesão. Menção honrosa para João Mário que encheu o meio-campo encarnado.

O Fora de Jogo
Viktor TsygankovNoite apagada para o homem golo dos ucranianos. Tsygankov apanhou um Grimaldo em tarefas mais defensivas e poucas vezes conseguiu criar o desequilíbrio. A única vez que esteve perto de marcar, falhou de forma clamorosa.

Análise Tática – SL Benfica
A equipa de Jorge Jesus apresentou-se num 3-4-3, muitas vezes desdobrado num 3-5-2 com Pizzi a encostar-se a Yaremchuck. A equipa mostrou-se muito pressionante e a aproveitar os erros do adversário para criar dificuldades nas transições. O trio de centrais encarnados apresentava ainda algumas dificuldades principalmente quando o FK Dínamo de Kiev forçava a chegada à área e João Mário passava a sentir um maior fôlego no meio-campo pela entrada de Pizzi.
Gilberto assumia-se como lateral mais ofensivo que Grimaldo (a cobrir o maior goleador do Dínamo de Kiev, Tsygankov). Apesar dos dois golos marcados, ainda se notou alguma instabilidade nos encarnados, que não conseguiram gerir com bola a vantagem de 2-0. As substituições operadas por Jorge Jesus vieram no sentido de tentar corrigir essa lacuna.

11 Inicial e Pontuações
Vlachodimos (8)
Grimaldo (6)
Otamendi (6)
Vertonghen (5)
André Almeida (4)
Gilberto (8)
Weigl (6)
João Mário (8)
Rafa (4)
Pizzi (7)
Yaremchuck (8)
Subs Utilizados
Everton Cebolinha (5)
Lázaro (5)
Taarabt (5)
Paulo Bernardo (-)
Darwin Nuñez (-)

Análise Tática – FK Dínamo Kiev
A equipa de Mircea Lucescu apresentou-se num 4-1-4-1 com o ponta de lança Garmash a assumir-se como um pivot a jogar de costas para a baliza com o objetivo de mobilizar a restante linha ofensiva dos ucranianos. O maior goleador Tsygankov acabou por passar ao lado do jogo, sendo que, apesar de tudo, houve momentos em que a equipa conseguiu explorar as debilidades encarnadas, mas sem que isso se materializasse em golos.
Ao longo dos 90 minutos não se viu uma equipa em retranca defensiva, mas sim a tentar os passes de rutura em posse de bola. Nos minutos finais, conseguiram encostar o SL Benfica à grande área, mas o resultado manteve-se inalterado.

11 Inicial e Pontuações
Bushchan (6)
Tymchyk (5)
Zabarnyi (4)
Syrota (4)
Mykolenko (4)
Sydorchuk (5)
Tsygankov (4)
Shaparenko (6)
Buyalskyy (4)
Verbič (4)
Garmash (6)
Subs Utilizados
Carlos de Peña (4)
Eric Ramírez (-)
Andriyevskyi(-)
Karavaev (-)

BnR na Conferência de Imprensa
SL Benfica
Bola na Rede: O SL Benfica mostrou-se muito pressionante hoje. Foi uma estratégia face algumas debilidades do Dínamo e a entrada de Pizzi e a exibição de João Mário ajudaram nisso?
Jorge Jesus: Foi mais a ideia da equipa. O SL Benfica é uma equipa que não joga sem pressão. Quando está a defender, dentro do meio-campo adversário, defende a correr para a frente. Só defende para trás quando é obrigado. Na minha primeira passagem cá, o SL Benfica já jogava assim. Na segunda parte, mudámos a estratégia porque já estávamos fatigados. Esperar um momento para poder pressionar na entrada do meio-campo do adversário. Com as substituições, pude comunicar a eles para pressionarem mais o portador da bola e começamos a ser mais agressivos."

450


"O Sport Lisboa e Benfica atingiu hoje a marca de 450 jogos nas Competições Europeias. Antes de nós, apenas haviam conseguido tamanha quantidade Real Madrid, Juventus... Bayern e Barcelona. Perante isto, não consigo entender porque razão estão os Benfiquistas a diminuir a nossa passagem aos oitavos, só porque "o Barcelona está fraco"."

Grande negócio!!!


"Ojogo a destacar a falta de Estofo Europeu de Benfica e Sporting. Nem contra um Barcelona coxo e um Borussia desfalcado, conseguiram lograr o principal objectivo financeiro da fase de grupos da Liga dos Campeões... poder discutir a Liga Europa."

Distrações!!!


"Noite de passagem do Sport Lisboa e Benfica aos Oitavos de Final da Champions. Na “CNN Portugal” e SICN passam notícias generalistas, na CMTV está-se há 45 minutos a falar de desacatos entre adeptos, no Canal 11 fala-se da possibilidade do Calor da Noite ser favorito à Liga Europa (reparem bem, não foi uma derrocada caírem na Liga Europa, é até um feito).
Para quando uma tomada de posição sobre isto e a exigência de um tratamento de igualdade para todos os clubes Portugueses nestes canais inundados de lagartos e Andrades até ao caralho?"

Vermelhão: Grande objectivo conseguido...

Benfica 2 - 0 Dínamo Kiev


No momento do sorteio, quando se soube que o Bayern e o Barça seriam nossos adversários, poucos acreditariam na qualificação! Mesmo quem adivinhasse a má época do Barcelona, sabia que a qualificação do Benfica seria muito difícil... E conseguimos a qualificação, 'vencendo' claramente o confronto direto com o Barça, não nos qualificámos beneficiando de um 'estranho' resultado, noutros jogos, com 'terceiros'!!!

Depois do jogo de Sexta, estava com mais medo do nosso jogo, do que do jogo de Munique! O Bayern na Europa, raramente dá abébias! A pressão colocada no plantel após a derrota com o Sporting foi grande, o Jesus percebeu isso, e até tentou 'desvalorizar' a qualificação para os Oitavos, e por isso tudo, foi fundamental chegar à vantagem cedo... Aquela falhanço incrível do Dínamo nos primeiros minutos, foi mais importante do que pareceu!!!

A surpresa Pizzi, acabou por resultar! O Pizzi a titular, dá linhas de passe interiores, dá segurança na posse de bola, e com um Dínamo que muito provavelmente se iria 'fechar', tentar o contra-ataque, e marcar individualmente o João Mário, era importante existir uma opção extra, na fase de construção...

Aliás, o João Mário foi mesmo o principal beneficiado da presença do Pizzi: eleito MVP! Pena o Roman ter desperdiçado aquele golo nos primeiros segundos!!! Mais um bom jogo do Gilberto!

Na segunda parte, a equipa mudou! Alterou a forma de pressionar, recuou, deu a iniciativa ao adversário! A ideia era retirar as transições rápidas aos Ucranianos, o problema é que não conseguimos aproveitar os nossos contra-ataques, como deveríamos ter feito...

E se durante muitos minutos 'nada se passou', mas quando o Dínamo descobriu o caminho para a nossa baliza, o Odysseas foi fundamental para manter o baliza a 0. Com 2-0, se tivéssemos sofrido um golo, seria um sufoco até ao fim...!!!

Nem na Europa, nos safamos de arbitragens inacreditáveis: penalty claro sobre o Gilberto; agressão ao João Mário, era para Vermelho directo!!!

Agora, tenho a certeza que o Lille e o Ajax não vão sair ao Benfica, portanto escolham uma: Liverpool, Real Madrid, Manchester City, Juventus, ou o Manchester United! Com a sorte habitual do Benfica nestas ocasiões, suspeito que vamos jogar com o Liverpool ou o Man City!!!

1.º lugar...

Benfica 1 - 0 Dínamo Kiev


Excelente jogo dos nossos putos! Este Dínamo demonstrou hoje porque é que era no início da partida o líder deste grupo: taticamente inteligentes, fisicamente muito fortes, com velocidade e força, muita pressão, e alguns jovens bastante talentosos... Mas, do nosso lado, também temos as nossas futuras 'estrelas': grande jogo do Neves, a aproveitar a lesão do Ndour... Muito sinceramente, acho que temos aqui a melhor dupla de Centrais da formação do Benfica das últimas décadas: Tomás Araújo, Tó Silva, muita qualidade!

Já agora, grande golo, jogada perfeita...

Com esta vitória garantimos o 1.º lugar, e assim 'saltamos' uma eliminatória... Admito, depois da derrota pesada em Kiev na 1.ª jornada, não acreditava nesta classificação, mas estivemos perfeitos a partir da 2.ª jornada... a equipa estabilizou, ganhou automatismos, os jogadores que fazem parte de vários plantéis (B's, sub-23 e Juniores) fizeram mais minutos juntos, e estamos novamente a caminho da Suíça...!!!

Empate na ressaca...!!!!

Benfica 5 - 5 Portimonense

Os jogos pós-Europa são muito complicados, existe algum cansaço, alguma descompressão, e os adversários estão sempre muito motivados!
No final do jogo, é fácil colocar em causa a gestão dos NFL (não formados localmente), do Ronca, etc... etc... O Robinho, está mais perto dos 40, do que dos 30, portanto não duvido que esteja a precisar de descanso, mas continua a ser juntamente com o Chishkala o jogador mais importante do plantel!

Sendo que este jogo, também prova, que os FL (formados localmente) são poucos! A profundidade do plantel, sem 2 NFL é curta!!!

A perder 2-4, fizemos um grande remontada, mas a poucos segundos do fim, não conseguimos travar o 5x4 do adversário...

E depois ainda tivemos uma grande defesa com o braço, por um dos jogadores de campo do Portimonense!!!!

Derrota na Roménia...

Oradea 68 - 56 Benfica
30-20, 19-10, 10-21, 9-5

Percentagem baixas, último período ridículo, início mau...!!!
Estes Romenos são provavelmente a equipa mais forte do Grupo, mas mesmo assim podíamos ter feito melhor, muito melhor...

Só a vitória interessa


"Hoje é dia de vencer na Champions, mas antes de sobre isso nos debruçarmos, relevamos o extraordinário resultado, em França, da nossa equipa de andebol, tendo em conta que visitou o Nantes, um dos mais poderosos clubes franceses, e se encontrava desfalcada de seis jogadores, incluindo quatro que testaram positivo à Covid-19 e ficaram, por isso, subitamente indisponíveis para a partida.
O empate conseguido em terras gaulesas (33-33), além de proporcionar a liderança partilhada do grupo à sexta jornada, trata-se de um notável exemplo de ambição e superação.
Que seja auspicioso para uma grande noite europeia, hoje na Luz, em futebol!
Com o início agendado para as 20h00, o desafio que nos opõe ao Dínamo Kiev será determinante para a definição dos apurados, no grupo, para os oitavos de final da Liga dos Campeões.
Necessitamos de vencer para que possamos almejar a passagem à ronda seguinte, ficando, nesse caso, dependentes do desfecho do Bayern–Barcelona. Um triunfo na Luz conjugado com a vitória bávara ou o empate significará que estaremos de regresso à fase a eliminar da Liga dos Campeões, repetindo o feito, na última década, das presenças em 2012, 2016 e 2017.
Se atentarmos às previsões aquando do sorteio, este é um cenário que poucos anteviam. Num grupo com Bayern e Barcelona, dizia-se que a luta pela passagem à Liga Europa seria o nosso objetivo mais realista, mas aqui estamos, na última jornada, em confronto com o Barcelona pela continuidade na Liga dos Campeões. A nossa equipa nunca se resignou a esse suposto destino e hoje pode contrariar quem o traçou. Recorde-se que o Barcelona só por uma vez, nas suas últimas 21 participações na fase de grupos da Liga dos Campeões, não se apurou para os oitavos de final (2000/01) e consegue-o ininterruptamente desde 2004/05.
Jorge Jesus deu expressão à mentalidade com que a equipa aborda esta partida: "Só temos um objetivo, jogar para ganhar, sabendo que o adversário vai colocar-nos muitos problemas." Sobre a pressão inerente ao que está em disputa, o treinador relembrou que "a responsabilidade de ganhar temos sempre", sabendo-se que "só assim é que podemos ser apurados", enaltecendo ainda que "falamos do último jogo de Liga dos Campeões num grupo onde está o Barcelona e o Bayern Munique, onde o Benfica discute o apuramento".
Pizzi foi, também, taxativo quanto às pretensões da equipa para este desafio: "Queremos, desde o início, impor o nosso jogo, fazer um grande jogo, dar uma alegria aos adeptos e conseguir a qualificação para os oitavos de final, que é o nosso objetivo."
Vamos, Benfica!

P.S.: A fim de evitar filas de espera, os detentores de bilhetes para o jogo Benfica-Dínamo Kiev devem deslocar-se para o Estádio da Luz de forma atempada e, muito importante, podem usar, mais uma vez, uma pulseira que facilitará a validação da entrada no recinto, cujas portas abrem às 18h00."