terça-feira, 31 de agosto de 2021

Empate que soube a pouco...!!!

Twente 1 - 1 Benfica
Cameirão

Leté; Amado, Sílvia, Carole, Lúcia; Pauleta(Christy, 78'), Cameirão, Faria(Kika, 60'), Vitória; Cintra(Cloé, 51'), Nycole(Valéria, 60')

Mais um festival de desperdício, tivemos as melhores oportunidades, devíamos ter ganho com uma boa vantagem, e vamos para a 2.ª mão, com um empate, e com a obrigação de ganhar no Seixal!
Demos o domínio territorial às Holandesas, deixámos a Kika, a Valéria e a Cloé no banco, para apostar nelas na 2.ª parte, e em contra-ataque fomos mais perigosos...
É frustrante, falhar tanto e depois num erro defensivo permitir o empate!

Temos tudo para fazer história, mas temos que manter a dinâmica de hoje, mas de preferência com um 'bocadinho' de mais eficácia!!!

No reino do leão, no cu não lhes cabe um feijão


"Claro que será apenas mera coincidência que 4 jogadores do 11 titular do Sporting falhem as seleções por alegadas micro lesões (exceção de Matheus) antes do clássico com o FC Porto. Coates, Inácio, Matheus Nunes e agora Pote. E andamos todos a comer gelados com a testa.

É o habitual vale tudo a que já nos habituaram. E tudo isto com a complacência da Liga Portugal e Seleções de Portugal."

Lázaro


Valentino Lázaro chega ao Benfica por empréstimo do Inter de Milão. O internacional austríaco de origem angolana, aparentemente esteve à espera da qualificação para a Champions, para se decidir a aceitar a proposta do Benfica.
Pessoalmente, não creio que fosse uma contratação prioritária, neste momento temos 3 jogadores para fazer de Lateral Direito, e mesmo se a recuperação do Almeidinhos não seja total, ficamos com o Digi e o Gilberto! Eu sei que muitos Benfiquistas, acham que até podemos ter quantidade de Laterais Direitos, mas não temos qualidade, mas o Valentino ofensivamente até pode acrescentar alguma coisa, defensivamente, num 442, tem muito que aprender!!!
No sistema de 3 Centrais, com Laterais ofensivos poderá ser uma mais valia, mas mesmo assim, era mais importante neste momento contratar um Central, ou até mesmo um Lateral Esquerdo... ou uma opção consistente ao João Mário!
Outra possibilidade é a utilização do Lázaro a Ala e não a Lateral, basicamente na posição que tem sido do Pizzi no 343 que temos usado! Fazendo companhia ao Radonjic e ao Everton como opção para as Alas...!!! Outro possibilidade ainda, é a utilização como Lateral Esquerdo, como já fez na Alemanha, mas como o pé esquerdo é cego, quando chega perto da área, terá que puxar a bola para o pé direito!

Agora, temos um jogador veloz, com força, agressivo e que compensa alguma ingenuidade com entrega. E que jogando como Lateral, num sistema de 3 Centrais, tem 'chegada' à área, com movimentações típicas de ponta-de-lança!!!

André Almeida: a série '300 dias' estreia hoje


"André Almeida, capitão de equipa, o futebolista mais titulado pelo Clube no atual plantel, um dos cinco tetracampeões na história do Benfica, é o protagonista do conteúdo exclusivo produzido pela BTV, a série "300 Dias", cujo primeiro episódio estreia hoje, às 21h30.
Com assinatura do jornalista Ricardo Soares, imagens captadas por André Araújo, o contributo de uma vasta equipa de produção e os testemunhos de trinta entrevistados, entre os quais Rui Costa, Rui Pedro Braz, Luisão, Jorge Jesus, Pizzi, Grimaldo, Rafa, Otamendi, entre tantos outros, a BTV mostra, como nunca se mostrou, as fases de recuperação de uma lesão grave num futebolista de alta competição.
O estado permanente de superação, as equipas multidisciplinares envolvidas no processo, a sofisticação do Benfica Campus, o rigor com que se tem de trabalhar 24 sobre 24 horas, a importância da amizade e da família e, como pano de fundo, o Benfiquismo e os seus valores, para além da competência profissional e dedicação de todos os envolvidos na recuperação de André Almeida, tudo isto é evidenciado e aprofundado ao longo de onze episódios, com duração de cerca de 25 minutos cada, oferecendo-se assim aos adeptos a oportunidade de conhecerem, em detalhe, todo o processo de recuperação e tudo o que é inerente a uma situação tão sensível na carreira de um atleta de eleição.
A estreia da série está agendada para esta noite, dia 31, às 21h30 na BTV e em todas as plataformas de comunicação do Sport Lisboa e Benfica, e será exibida até 10 de setembro, sempre à mesma hora.
Antes, às 21 horas, na BTV, haverá emissão especial de lançamento da série. Com moderação de Pedro Pinto, contará com a participação de André Almeida, acompanhado pelo médico Ricardo Antunes e o fisioterapeuta Telmo Firmino, além de Ricardo Soares e André Araújo.
A produção e exibição desta série insere-se numa estratégia de comunicação que visa valorizar o produto futebol e os seus conteúdos, dando protagonismo a quem, de facto, é protagonista.
Recomendamos vivamente que não perca a oportunidade de conhecer melhor André Almeida, o seu forte núcleo familiar, a complexidade de tudo o que envolve a recuperação de um atleta lesionado com extrema gravidade e a excelência das instalações, meios e profissionais do Benfica Campus.
A não perder!"

Um festival de pluralidades


"Em 1936, o Benfica organizou um festival de basquetebol com as equipas de honra, infantis e feminina

A estima pela bola ao cesto era visível desde 1927 quando, ainda antes de ter equipa, o Benfica construiu um campo para o basquetebol, aproveitando um espaço junto aos courts de ténis, no Campo das Amoreiras.
Nesta época, os campos de basquetebol eram de terra batida, ao ar livre. As partidas poderiam ser prejudicadas tanto pelo mau tempo, pois os campos alagavam com facilidade, como pelo uso excessivo em dias de jogos, devido à escassez de terrenos na capital. Por parte da secção benfiquista de basquetebol, no final da década de 1930, verificou-se um interesse especial na manutenção deste campo.
Para promover o basquetebol e o seu campo, em 1936, a secção do Clube aproveitou a tarde do feriado de 31 de Janeiro (que viria a ser abolido em 1952), numa sexta-feira, e realizou um festival que, de acordo com as fontes, 'teve uma das maiores assistências registadas naquela modalidade'.
No primeiro jogo, os infantis mostraram 'vantagem técnica e territorial' frente ao Ateneu Comercial de Lisboa, vencendo por 20-9.
No feminino, Benfica e CF 'Os Belenenses' eram grandes rivais. Desde a época anterior, não tinha havido oportunidade para se voltarem a encontrar e 'dirimir uma questão de superioridade'. Foi um jogo 'agradável de seguir, em que as jogadoras se empenharam na luta com o máximo interesse e energia', terminando empatado 4-4.
O jogo mais esperado foi o que colocou em campo os 'encarnados' e os campeões nacionais do Carnide Clube. As equipas estavam 'na vanguarda' do Campeonato de Lisboa. A 'vantagem técnica (...) do Carnide foi nítida (...) tiveram jogadas perfeitas' e venciam por 14-8 ao intervalo. Com a entrada de Joaquim Barbosa, vulto dos primeiros anos do basquetebol benfiquista, 'as características do jogo transformaram-se'. Nos minutos finais, o Benfica estava na frente por 21-20.
Reagindo a um choque ocorrido em campo, um adepto 'encarnado' entrou no terreno tentando agredir o carnidense envolvido. 'Num instante, o campo foi completamente invadido', e o árbitros, criticados por atuarem 'em trajo de passeio' e por não se imporem desde o início, nada fizeram. Quando tudo serenou, a vitória foi dada às águias, por o Carnide se negar a terminar o encontro.
Em Maio, a equipa do Benfica conquistou o seu primeiro Campeonato de Lisboa e, quatro anos depois, o seu primeiro título nacional.
Venha descobrir a história do basquetebol benfiquista na área 3 - Orgulho Eclético, do Museu Benfica - Cosme Damião."

Pedro S. Amorim, in O Benfica

Déjà Vu...


"Sobre o jogo de ontem, valeu a espetacular exibição na segunda-parte e os 3 pontos importantíssimos que resultam na liderança isolada da Liga. O SL Benfica mantém, assim, uma sequência de 8 jogos sem perder, com 7 vitórias e 1 empate, sendo que este foi em Eindhoven e a jogar com 10 jogadores.
De referir que a arbitragem, uma vez mais, tentou empurrar o SL Benfica para baixo. Tiago Martins começou desde cedo a condicionar a equipa encarnada, amarelando Pizzi logo ao início da partida. Mas se o duplo critério é algo a que já estamos habituados, mais grave é constatar que nem Tiago Martins nem o VAR viram penálti sobre Rafa ou a agressão a Everton, aos 96 minutos.
Continuaremos a expor estas condicionantes ao longo de toda a época e estaremos bem atentos."

Da evolução do desporto


"O desporto integra situações motoras competitivas, normalmente apelidadas de técnicas e que desembocam em tácticas e estratégias, com competições a todos os níveis (etários, geográficos, por modalidades) designando vencedores e vencidos, comporta actividades codificadas sujeitas a regras e regulamentos, e é estruturado e organizado através de um sistema institucionalizado em torno de clubes, associações, federações e grandes organizações (COI, UEFA, FIFA e muitas outras dependendo das modalidades), apoiando-se em exigências sistemáticas de espectáculo, de interacção com os mass media, com a política e com a economia.
A hierarquização dos competidores (classificações, pódios, medalheiros, campeões disto e daquilo, detentores deste ou daquele recorde) não é mais do que a criação de um conjunto de condições de desigualdades – o desporto descrimina. A intenção de cada desportista (do seu treinador, dos seus dirigentes, e até das mais altas individualidades políticas do seu país) ao desejar ser um vencedor, um campeão ou um recordista, traduz-se, por consequência, na sua transformação de um produtor de derrotados. E se “ na vitória pouco se aprende, mas muito se aprende com a derrota”, então teremos de reconhecer que o desporto ao criar um maior número de derrotados que de vencedores é de facto uma actividade onde abunda a aprendizagem… só que teremos de conhecer quais os objectivos e quais os conteúdos dessa aprendizagem.
O desporto não evoluiu só da cana de bambu à fibra de carbono, dos quadros de ferro aos de alumínio e titânio e às rodas lenticulares, do cabedal ao kevlar, do algodão à licra ou ao neopreno e ao poliuretano, da cinza ao tartã, do treino em altitude às câmaras isobáricas, do massagista ao fisioterapeuta, do rolamento ventral ao fosbury flop, das travessas aos pitons… o desporto evoluiu também em termos de organização, de regulamentação, de exploração de merchandising e de publicidade, de transmissões e de direitos de imagem, mas também em termos de consciencialização dos competidores – afinal os grandes actores, que, apesar de serem formatados como carne para canhão, se vão lentamente libertando (alguns!) dessas amarras.
A agressão a um cavalo nos J. O. de Tóquio por parte de uma treinadora de pentatlo moderno – a alemã Kim Raisner –, já deu origem à modificação dos regulamentos no que diz respeito à prova de equitação por parte da Federação Internacional desta modalidade.
A medalha de ouro de um karateka (o iraniano Sajad Ganjzadeh) nos mesmos J. O. por desclassificação do seu adversário (o saudita Tareg Hamedi) na prova de combate – segundo alguns excesso de contacto deste último, segundo outros inexistência deliberada de protecção e «comportamento teatral» de vencedor, mas tudo observações subjectivas – veio equacionar a modificação dos regulamentos nesta prova.
O recente debate em torno da preparação psicológica de desportistas (assim como do seu acompanhamento) e a prevenção de situações de stress e de depressão alertou-nos para o facto de que algo terá de ser modificado não só na metodologia de treino mas também em termos organizacionais a fim de evitar a exploração desses desportistas (é urgente debelar-se o treino intensivo precoce!).
A queda do uruguaio Maurício Moreira no contra-relógio final da Volta a Portugal e que lhe retirou a vitória na mesma, veio colocar a nu «métodos e vícios antigos existentes no ciclismo português» (Fernando Emílio, «A Bola», 17.08.2021, p. 26).
O anúncio da primeira Volta a Portugal feminina em bicicleta vem precisamente demonstrar-nos também que, nos tempos que correm, algo evolui no desporto…
A admissão de boicote à Liga Europeia de hóquei em patins por parte da Associação Europeia de Clubes dado o modelo de 16 equipas em dois grupos ter sido preterido em favor de um formato com 20 equipas e duas fases em que jogariam todas entre si até à final four – com a consequente sobrecarga para os desportistas – veio abanar modelos de organização de competições.
A recusa por parte de clubes espanhóis de futebol em cederem jogadores seus para selecções sul-americanas devido à remarcação de novas datas para as provas de qualificação para o Mundial de 2022 apresenta novos contornos no futebol. Jorge Valdano («A Bola»,28.08.2021, p.32) pergunta: «é mais importante a Premier League do que o Mundial?» E ele próprio dá a resposta: «Não, é mais importante o poder económico que o poder simbólico.»
Entre os nossos muros, na nossa quinta, como evolui o desporto? Em que sentido? Deixamos só alguns indicadores:
1 – Portugal não teve ninguém na maratona masculina dos J. O. de Tóquio, o que acontece pela primeira vez desde 1968… há 53 anos…
2 – 92 competidores e 18,5 milhões de euros para 4 medalhas: muito, pouco ou assim-assim?
3 – 33 competidores paralímpicos numa comitiva de 77 elementos…
4 – O Ministério da Educação quer o desporto escolar mais ligado às federações desportivas… vai daí, no próximo ano lectivo, as equipas de alunos técnica e tacticamente mais evoluídas só poderão ter tempo para treinos se estiverem inscritas em federações desportivas…
Um bom slogan seria «acreditem, não precisam analisar nem reflectir!»
E porque os métodos de dopagem também evoluem, assim como os fenómenos de fraude e de corrupção, a grande questão que deveremos colocar é a seguinte: o desporto evolui num sentido de progresso para a humanidade e num sentido de desenvolvimento da civilização?
Atente-se a que dos gabinetes de relações públicas passou-se para os departamentos de ‘marketing’ e por último para os directores de comunicação… As formas de relacionamento com os consumidores do desporto foram-se modificando… Também aqui o desporto evoluiu.
Parece-nos que a evolução do desporto serve essencialmente o captar vitalício do espectador para o utilizar eternamente, para o cativar de uma forma impessoal deixando-o subjugar-se ao poder da imagem, do espectáculo e da publicidade. Criar o desejo no espectador, torná-lo crente, fazê-lo sentir que reina nesse domínio, que se tornou especialista em técnicas, em tácticas, em modelos de jogo, em constituições de equipas, em analises de faltas e sanções – quando, sem se aperceber, o desporto o está a tornar num sujeito submisso, voyeur, a fim de reforçar e melhor desenvolver “a sua aptidão para consumir, digerir, regurgitar e então reciclar ou substituir” como nos diz Marie-José Mondzain (1). E, segundo a mesma autora, «no domínio dos reinados, os espectadores formatados afeiçoam-se pela conivência, pelas cumplicidades, pelos índices identitários, pela segurança das reclusões. A verdadeira polícia é a que faz reinar o mercado quando este é o único a reinar.»
A própria evolução do desporto encontra-se refém de uma mercantilização em que, e segundo as leis do mercado, tudo é medido em euros ou em dólares – não tivesse a saída de Messi do Barcelona de ser avaliada de imediato como uma perda de receita para o clube catalão de 137 milhões de euros…
Como disse Carl Sagan (e citamos de memória), «é mais fácil descrever o destino que a viagem.»"