terça-feira, 10 de agosto de 2021

Vermelhão: Caminho certo...

Benfica 2 - 0 Spartak Moscovo


Repetição do resultado da 1.ª mão, num jogo diferente... O mais estranho foi mesmo a postura do adversário, que precisava de recuperar um resultado negativo de dois golos, mas parecia que estava a defender uma suposta vantagem!!!

Não foi um grande jogo, até porque o adversário esteve mais preocupado em 'fechar espaços', mas voltámos a demonstrar dificuldades em jogar contra equipas 'fechadas'! Mas acabámos por não permitir grandes veleidades ao Spartak... nem em contra-ataque! Sendo óbvio que com a vantagem trazida de Moscovo, e com a sobrecarga de jogos em Agosto, era conveniente 'levar' este jogo para uma toada 'baixa', sem grandes sobressaltos algo que conseguimos!

O destaque vai mesmo para os marcadores dos golos, duas estreias: João Mário, tem sido mesmo uma mais-valia dando critério ao nosso jogo; e no final, a dupla-estreia do Yaremchuk com um golo às 'duas tabelas' mas que conta tanto como os outros!!!

Outro ponto positivo é o entrosamento entre o Weigl e o João Mário, parece que jogam há muito tempo juntos!
O negativo da partida, foi mesmo a lesão do Vertonghen... se a lesão do Sefe não preocupou porque temos várias alternativas válidas para a posição, em relação ao belga, só temos o Morato... até porque já se percebeu que o Ferro não vai ficar no plantel!

Agora, antes do PSV temos o Arouca, que começou mal o campeonato, mas a jogar na retranca na Luz, a história pode ser outra... e com as previsíveis alterações no Benfica, temos que ter cuidado...

Antecipando o play-off com o PSV, é seguro que vamos ter dois jogos muito complicados, contra uma equipa que está mais rodada do que o Benfica, e que nestas pré-eliminatórias tem goleado os adversários: Galatasaray e agora o Midtjylland... E se defensivamente poderá dar mais espaço do que o Spartak, ofensivamente tem jogadores muito perigosos (o Grimaldo vai ter muito trabalho... Madueke!), e onde junta a juventude, com alguns jogadores bastante experientes, como o Gotze e o Van Ginkel...




 

285 dias depois


"As atenções, hoje, estão centradas no desafio com o Spartak Moscovo, mas começamos pela chegada de Pedro Pichardo a Portugal de regresso de Tóquio, onde conquistou, de forma brilhante, a medalha de ouro do triplo salto nos Jogos Olímpicos.
A humildade é uma imagem de marca do nosso grande atleta. Portanto, não nos surpreendeu que, ainda no aeroporto, o Pedro tenha feito questão de deixar uma mensagem aos Benfiquistas, em que agradeceu o apoio do Clube e dos adeptos desde que, há mais de quatro anos, passou a trajar de águia ao peito.
E, em declarações à comunicação social, realçou a relevância do clube que o acolheu e lhe proporcionou condições de excelência para a conquista do lugar cimeiro do pódio olímpico: "O Benfica teve um peso muito grande nesta conquista. Todos sabem que estou em Portugal graças ao Clube, vou ser-lhe sempre muito grato por me ter apoiado em tudo", disse.
Entretanto esta noite ficará marcada pelo tão aguardado regresso dos Benfiquistas às bancadas do Estádio da Luz, 285 dias depois. Não seremos tantos como desejaríamos, mas certamente tantos quanto possível.
É nas bancadas repletas de Benfiquistas que a mística do Clube mais se faz sentir. Constatámo-lo pela enésima vez no passado sábado, em Moreira de Cónegos, em que o incessante apoio à nossa equipa se revelou determinante para o triunfo.
E hoje não será diferente. Jorge Jesus deu conta do sentimento do plantel perante a perspetiva de ter os Benfiquistas no Estádio da Luz: "Estamos ansiosos para isso acontecer, espero que nos ajudem, como sempre, a passar esta eliminatória", acrescentando que foi "habituado a ter 60 mil e 65 mil adeptos a empurrarem-nos para as vitórias".
E será também muito especial para os Benfiquistas que conseguiram garantir a presença no Estádio. Trata-se, finalmente, da oportunidade de nova demonstração da força e do alento que emana das bancadas, essenciais para os triunfos. Serão cerca de 20 mil fervorosos apoiantes, representantes dos milhões de Benfiquistas a seguir o jogo à distância. São a alma e crença que nos aproxima das vitórias, aqueles para quem a equipa tudo dará de si e à qual tudo farão para ajudá-la a ganhar. À Benfica!

P.S.: Nota para a boa prestação da nossa equipa feminina de futebol no prestigiado KAIF Trophy, em que se classificou na 3.ª posição. Ao desaire inicial com o Postdam, da Alemanha, o vencedor do torneio (bateu o Real Madrid na final), sucederam-se as vitórias ante Áustria Viena e, na partida derradeira, Sparta Praga, o 17.º do ranking europeu de clubes."

Lixívia 1


Tabela Anti-Lixívia
Benfica..............3 (0) = 3
Sporting........... 3 (0) = 3
Corruptos....... 3 (0) = 3

Regresso do Tugão, com a Lixívia a ser usada mais uma vez com toda a potência no jogo do Benfica... no Dragay e em Alvalixo, os 'erros' principais até foram denunciados, mas em Moreira d Cónegos, foi mais do mesmo!!!

Os Lagartos, beneficiaram de um penalty (desperdiçado), numa jogada 'legal'... que aliás esta época, a FIFA, especificou claramente que neste tipo de situações não deve ser assinalado penalty (uso do braço, como apoio na relva, em situações de queda ou carrinho), mas apesar de tudo, os 'expert's' desta vez assumiram o erro dos apitadores!!!

No Dragay, para minha surpresa, um mergulho descarado do Diaz, foi 'revertido' pelo VAR... Podem pensar que acabou por ser uma situação normal, mas não é... Com 1-0 no marcador, são raras as situações, onde existe 'coragem' para não decidir a favor dos Corruptos!!!
Não vi o jogo todo, mas também reparei que o apitador não foi na cantiga do porco do Otávio várias vezes... sempre a simular faltas, mas desta vez, nem todas foram assinaladas!

No nosso jogo, mais do mesmo, principalmente na 2.ª parte!!!
O VAR reverte duas situações 'contra' o Benfica... e até foram bem decididas, o problema é que no lance onde o Gonçalo Ramos é agredido ao murro, sem bola, o VAR calou-se!!! E pior ainda: ninguém, repito, ninguém, não houve um único 'expert' que analisou este lance... totalmente 'lavado'!!!

Além destes lances, no resto do jogo, principalmente no 2.º tempo, o campo ficou totalmente inclinado, quase na vertical! Dezenas de faltas não assinaladas a favor do Benfica, dezenas de faltas inventadas contra o Benfica... com uma dualidade de cartões vergonhosa!!! Se o Moreirense passou mais tempo no meio-campo do Benfica no 2.º tempo, após a expulsão do Digi... a principal razão nem foi a inferioridade numérica, foi os constantes apitos inquinados!!! E para terminar, os 8 minutos de compensação....

Em relação à expulsão do Digi, como disse na crónica do jogo, ficarei atento, 'sentado', à espera de ver um qualquer VAR expulsar um jogador dos Corruptos ou dos Lagartos, da mesma forma!!!
Já agora, no lance revertido da expulsão do Central do Moreirense, uma curiosidade: de facto do Artur Jorge faz um 'corte limpo', mas no carrinho, depois de cortar a bola, com a perna de 'apoio' que está dobrada, acaba por tocar no Luca... lance praticamente igual ao famoso lance do Katsoranis com o Anderson, onde o árbitro marcou falta contra o Benfica e mostrou amarelo ao Katso, mas onde a escumalha Corrupta ainda hoje, diz que devia ter sido vermelho para o jogador do Benfica!!!


Anexos (I):
Benfica
1.ª-Moreirense(f), V(1-2), V. Ferreira(Godinho), Prejudicados, Sem influência

Sporting
1.ª-Vizela(c), V(3-0), Nobre(Almeida), Beneficiados, Sem influência

Corruptos
1.ª-B Sad(c), V(2-0), Correia(Mota), Nada a assinalar

Anexos (II):
Árbitros:
Benfica
V. Ferreira - 1

Sporting
Nobre - 1

Corruptos
Correia - 1

VAR's:
Benfica
Godinho - 1

Sporting
Almeida - 1

Corruptos
Mota - 1

Jogos Fora de Casa (árbitros + VAR's)
Benfica
V. Ferreira - 1 + 0 = 1
Godinho - 0 + 1 = 1

Totais (árbitros + VAR's):
Benfica
V. Ferreira - 1 + 0 = 1
Godinho - 0 + 1 = 1

Sporting
Nobre - 1 + 0 = 1
Almeida -0 + 1 = 1

Corruptos
Correia - 1 + 0 = 1
Mota - 0 + 1 = 1

Jornadas anteriores:

Épocas anteriores:

SL Benfica | Treinadores, contexto ou jogadores – qual o problema?


"Esta pré-temporada do SL Benfica poderia ter sido uma nova oportunidade para que alguns dos jovens da formação encarnada pudessem aproveitar para agarrar um lugar na equipa. No entanto, a situação para jogadores como Ferro, Florentino Luís, Gedson Fernandes e João Filipe permanece praticamente inalterada.
Os quatro jovens referidos regressaram de empréstimos que, na maioria dos casos, foram mal sucedidos e a julgar pelos minutos que tiveram na pré-temporada, parece que voltarão a receber guia de marca para esta época.
Muitos adeptos podem criticar legitimamente o treinador Jorge Jesus pelo facto de não confiar e apostar nos jovens da formação, mas a verdade é que, na maioria dos casos aqui mencionados, estes também têm tido dificuldades em mostrar o seu valor noutras paragens. E isto pode acontecer por várias razões.
Verificando os casos, Florentino Luís foi lançado na equipa principal por Bruno Lage, o mesmo treinador que deixara de apostar repentinamente uns meses mais tarde, tendo na época passada realizado 11 jogos pelo AS Mónaco. Ferro realizou três jogos em meia época no Valencia CF.
João Filipe, que pouco jogou quer com Bruno Lage, quer com Nelson Veríssimo, realizou 18 jogos e marcou dois golos pelo Real Valladolid CF. Já Gedson Fernandes, depois de mal jogar no Tottenham Hotspurs, teve finalmente um período bem sucedido no Galatasaray SK a partir de janeiro, onde marcou um golo em 18 jogos.
Há razões para criticar a gestão de carreira destes jogadores, mas será que também os jogadores não estarão a gerir as suas carreiras em função do dinheiro? Ou estarão dispostos a rodar em clubes de dimensões inferiores? Há uns meses, escrevi aqui noutro artigo acerca das dificuldades cada vez maiores que havia em gerir as expectativas, dificuldades essas que podem dever-se a vários fatores, entre os quais toda a promoção que lhes é feita, seja pelo clube, pela imprensa, ou até mesmo pelos adeptos.
Em virtude dessa promoção, os jogadores poderão acreditar que não será difícil conquistarem um lugar na equipa principal, levando-os a queimar etapas no seu percurso evolutivo enquanto jogadores.
Por muito que isto possa custar a entrar na cabeça de alguns jogadores e adeptos, ao atingir um novo patamar competitivo, só o talento não chega para se afirmarem. É preciso preciso um contexto propício ao seu crescimento, mas também é preciso que os jogadores tenham a maturidade competitiva necessária para que se consigam adaptar aos diversos patamares competitivos.
Na minha opinião, se os jogadores não conseguem ser aposta em várias equipas e/ou com vários treinadores, é porque fazem alguma coisa de errado, sendo que o problema não pode ser apenas dos treinadores que não apostam neles ou no contexto que não é favorável.
Como tal, acho que a maioria destes jogadores precisa de se afirmar num contexto que lhes dê continuidade de modo a prepararem-se para agarrar um lugar na equipa principal do SL Benfica."

Mergulhos!


"Luís Diaz claramente a faltar às aulas com o colega Taremi.
Mas está visto que a modalidade de mergulho vai continuar a imperar no Dragão."

Alerta Arquivo da Fruta


"Gustavo Correia – é o novo Árbitro Internacional, substituindo Iancu Vasilica que desceu de categoria. Esteve hoje no Calor da Noite – BSAD e foi "obrigado" pelo VAR a reverter um penalti que assinalou num mergulho de Luis Diaz.
O anúncio ainda não foi feito porque estão à espera de algo na agenda mediática que abafe esta promoção.
Gustavo Correia é mais um árbitro da AF Porto e é mais um adepto do Calor da Noite. Mas têm sido tão descaradas as promoções de árbitros da AF Porto e afectos ao Calor da Noite, que até eles têm vergonha de oficializar estas promoções. É Paulo Costa, Bertino Miranda e Fontelas a fazerem o que querem e bem entendem. É o domínio total da arbitragem pelo Calor da Noite!
Relembramos que o quadro de árbitros para este ano foi tornado público durante a detenção de Luis Filipe Vieira, propositadamente para não dar falatório, e passou ao lado de toda a gente o escândalo de quadro de árbitros para este ano. Por onde começar…nem sabemos…
Bem, vamos lá: começamos então pela inacreditável extensão de carreira de Nuno Almeida e Rui Costa. Dois árbitros que atingiram o limite de idade mas que pelos préstimos ao Calor da Noite na época passada receberam como prémio a manutenção na C1 a manipularem resultados a favor do Calor da Noite.
Nuno Almeida, o Ferrari Vermelho, esteve na arbitragem mais vergonhosa da época passada no Paços de Ferreira – Calor da Noite (e das mais vergonhosas dos últimos largos anos, de tal forma que até os paineleiros do Calor da Noite reconheceram o escândalo), e terminou em beleza com o furto da Taça de Portugal ao Benfica na final em Coimbra com a expulsão de Helton aos 15 minutos de jogo num lance cuja bola seguia para a linha lateral. A atribuição da alcunha Ferrari Vermelho foi uma das famosas estratégias das gentes ligadas ao Calor da Noite para coagir o árbitro e publicamente o conotar ao Benfica, obtendo com isso todo o benefício.
Rui Costa esteve no Calor da Noite – Marítimo onde assinalou um penalti dos mais caricatos de sempre quando Marega espetou um biqueiro no defesa, esteve no Benfica – Nacional onde sonegou um penalti claro por mão na bola (curiosamente o VAR desse jogo era o Ferrari Vermelho). Esteve também no Benfica – Paços de Ferreira, onde até andou aos saltinhos para tentar cortar virtualmente a bola cruzada para a cabeça de Waldshmidt ao cair do pano que viria a dar os 3 pontos ao Benfica. Um verdadeiro adepto fanático do Calor da Noite!
Passamos directamente para os 3 árbitros promovidos este ano à C1 (Primeira Liga). Mais três adeptos do Calor da Noite, dois deles da AF Porto (João Gonçalves e David Silva) e um da AF Aveiro (Claúdio Pereira), sendo este último um dos adoptados por outras AF´s de adeptos do Calor da Noite. Cláudio Pereira nasceu no Porto e é apenas um destes casos, dezenas de outros estão a acontecer com a filiação de árbitros afectos ao Calor da Noite noutras AF´s para assim subirem sem dar tanto nas vistas. AF Viana Castelo, AF Vila Real, são outras das AF´s que estão a ser utilizadas. Ou seja, o Calor da Noite não se contenta por ter 1/3 dos árbitros da C1 pertencentes à AF Porto, que é o que tem actualmente. O que justifica que uma AF tenha 1/3 do quadro de árbitros? São uma raça superiormente genética no que toca às qualidades inatas dos seus cidadãos para a arbitragem? Isto é uma vergonha. Vergonha maior só mesmo o facto do Benfica não denunciar isto publicamente e exigir mudanças imediatas!
Outra novidade importantíssima: a situação é para piorar ainda mais! O quadro de árbitros C1 vai aumentar para o ano e já estão escolhidos os árbitros que vão concretizar esse aumento, todos eles adeptos do Calor da Noite e ligados ao Porto ou AF Porto, obviamente!
Sabíamos que o ex-Presidente do Benfica andava há 4 anos a sabotar o nosso clube e permitiu que tudo isto se tornasse realidade. Não vamos é admitir que o auto-proclamado Presidente do Benfica, Rui Costa, se curve perante isto e não denuncie publicamente este esterco total na arbitragem. O primeiro cheirinho foi dado ontem por Vitor Ferreira em Moreira de Cónegos."

Medalhas 100% nacionais e o Talento desperdiçado


"A identidade nacional tem sido superficialmente questionada nos últimos dias, discutindo-se se esta ou aquela medalha é 100% nacional. O questionamento tem tido duas variantes, a primeira de caracter racista acusa os atletas Negros de não serem portuguesas, a segunda acusa Pichardo de ser um traidor cubano e, consequentemente, não ser totalmente português.
A acusação racista implica que só os brancos seriam portugueses. O seu simplismo denota uma ignorância completa da nossa História, que sempre foi a de uma nação com uma enorme diversidade étnico-racial. Esta acusação é geralmente feita por pessoas que desconhecem a sua genealogia pessoal e que pelos seus próprios critérios não seriam portugueses.
A acusação cubana assenta em dois equívocos. Um de linguagem, qualquer nacional de um país ocidental que saia do seu país emigra, qualquer cidadão que saia de um país socialista foge. Para a mesma realidade temos duas palavras. Os romenos que emigravam no tempo do comunismo fugiam, os que o fazem hoje emigram. Trata-se apenas de um jogo de palavras de propaganda e não de uma diferença de substância. Aliás a grande maioria dos portugueses que emigraram antes de Schengen (1995) fizeram-no ilegalmente. Fugitivos ou emigrantes? O segundo equívoco, de caracter político, é de que nos países socialistas todos gostam da situação política. Nada podia ser mais errado. Por que razão seria necessário fazer uma revolução se todos fossem socialistas? É, pois, natural que haja cubanos não socialistas e que de entre estes alguns queiram emigrar. Como alguns que são socialistas também emigram. Nenhum destes factos é argumento a favor ou contra o regime socialista.
Finalmente uma nota. É possível ser 100% de várias nacionalidades? Sim, naturalmente. Paula Rego é 100% portuguesa mas também tem nacionalidade inglesa. Maria Helena Vieira da Silva é 100% portuguesa mas também tinha nacionalidade francesa. Richard Zimler é 100% português mas também dispõe da nacionalidade norte-americana. E a lista é infinita. Pichardo é 100% português, mas provavelmente mantém a nacionalidade cubana.
Posto isto uma constatação. A integração de portugueses Negros na delegação olímpica permitiu multiplicar por quatro o resultado de Portugal. Como seria na ciência se os portugueses Negros aí estivessem integrados da mesma forma? Como seria na economia se os portugueses Negros aí estivessem integrados da mesma forma? Como seria na saúde se os portugueses Negros aí estivessem integrados da mesma forma? Como seria um Portugal muito diferente e muito melhor. Este é o grande desperdício provocado pelo racismo na sociedade portuguesa. É urgente mudar."

Parabéns por inspirarem uma nação!


"Se queremos que o desporto desperte a nação, temos que perceber que o caminho até às medalhas só é possível se for bem planeado e bem executado. Nada é uma questão de sorte ou azar.

Na Grécia antiga, a realização das Olimpíadas já servia como método de contagem do tempo. Quatro anos é o tempo que medeia entre cada edição dos JO. Considerando que o tempo é o bem mais escasso e mais precioso que temos, saber aproveitá-lo é uma virtude. Quatro anos pode ser uma imensidão e uma oportunidade, mas também pode ser insuficiente. Senão vejamos.

Facto 1: a mudança é uma constante na cultura humana
Heráclito dizia que nenhum homem entra no mesmo rio duas vezes e foi também ele que sublinhou que nada neste mundo é permanente, exceto a mudança e a transformação.
Naquela época, o sábio grego não podia imaginar que a mudança viria a ser tão vertiginosa. A tecnologia evolui tão rapidamente que cada avanço e cada conquista podem ficar obsoletos de um dia para o outro.
O mundo muda a uma velocidade espantosa e toda a adaptação e capacidade de gestão da mudança se tornou fundamental para enfrentar o presente e o futuro. As nações precisam de líderes que sejam agentes da mudança.
Nesta lógica, os Jogos Olímpicos da era moderna também têm que dar resposta a este fenómeno da mudança acelerada e exponencial. As novas tecnologias potenciam novos hábitos dos atletas, a globalização abre a novas modalidades como o skate, o surf, a escalada e as estafetas mistas, e tudo isto são sinais dos tempos e de adaptação de progresso.

Facto 2: A educação influencia uma cultura desportiva
A resposta é óbvia: influencia e muito. Neste sentido, o desporto é um meio ou um fim? Queremos iludir-nos, olhando só aos resultados finais, ou queremos que cada conquista, cada prova de excelência seja um processo sustentável, estimulante e gratificante? Como podemos melhorar a consistência na prestação desportiva? Como é que alinhamos todos os intervenientes no fenómeno desportivo, no mesmo sentido e na mesma direção? O desporto pode inspirar uma nação? Uma nação mais responsável, mais solidária e mais inclusiva exige que façamos as perguntas certas às pessoas certas. A cada um de nós, não apenas aos líderes e gestores.
A resposta também está nas pessoas, no cidadão comum, mas qual é a nossa visão, a nossa missão? Temos um propósito?
O público, em geral, sente-se inspirado pelas performances e vitórias dos atletas. Ao ver aquilo de que são capazes, muitas pessoas identificam-se com os sacrifícios, a entrega, as metas e também se sentem mais aptas a uma superação pessoal. Acreditam que se uns são capazes, outros também poderão tentar, numa escala individual, nas suas áreas de especialidade, nos seus universos e comunidades. As conquistas dos atletas olímpicos provocam mudanças saudáveis em muitos dos que assistem e nem sequer se dedicam ao desporto.
Induzem alterações comportamentais, geram uma vontade de criar mais e melhores hábitos, provocam novas rotinas e incitam muitas pessoas a praticar atividade física. Só pelo exemplo que dão e pela sua entrega a um povo, uma nação, os atletas olímpicos são também agentes de mudança. Despertam para outras realidades, como aconteceu nestes JO com a ultra medalhada Simone Biles, mas não só. Chamam a atenção para questões que têm a ver com a saúde física e mental, com o bem-estar e o equilíbrio, mas também com a educação e a cidadania ativa, no sentido mais global que podem ter.
Provam, no pódio e fora dele; nas metas que cortam e naquelas que falham; nas tentativas conseguidas e frustradas para ir mais longe, para correr mais rápido e para saltar mais alto, que a educação aliada ao desporto é um motor de desenvolvimento cultural. A educação e o desporto tornam as sociedades mais saudáveis, mais equilibradas e mais aptas para o progresso e o ritmo vertiginoso a que vivemos. E fomentam um conjunto de valores fundados no respeito, na superação, na resiliência, na excelência e na amizade. Na competição saudável promovida pelo trabalho em equipa, pois até o atleta mais solitário só chega ao pódio se trabalhar com outros, seja o treinador ou quem o apoia e o ajuda a estar em boa forma física e mental.

Facto 3: Movimento cívico, enquanto ação coletiva e organizada, para produzir mudanças junto dos cidadãos
As consequências das transformações recaem sobre as pessoas, pois não há maior ativo numa nação. Por isso mesmo, é imprescindível contar com a participação individual e apostar em ações coletivas.
Um movimento inspirador de cidadãos, que congregue e funcione como gatilho para que o desporto seja visto como um meio para algo maior e mais nobre, tem esse poder e essa magnitude.
Estes JO são o tempo certo para olharmos para além da linha da meta. Para rasgar novos horizontes e sermos mais ambiciosos. Afinal tudo o que se constrói no mundo, constrói-se com um propósito elevado e que nos eleva acima das nossas circunstâncias. Apesar da pandemia, os JO estão em curso e todos os dias há conquistas e medalhas. Nós, Portugueses, só podemos estar orgulhosos dos nossos atletas, mas o mundo inteiro tem que render homenagem a todos, os que conquistaram medalhas e os que deram o seu melhor mas não chegaram ao pódio.
Precisamos de visão e de uma missão. Os tempos são difíceis e adversos, mas por isso mesmo precisamos de os converter em oportunidades de vida para podermos fazer a diferença.
Precisamos de ter consciência de que podemos ser nós o gatilho da mudança. Basta começar a planear agora, estabelecer metas, definir caminhos, traçar etapas e colocar no papel o significado de sucesso. Se queremos que o desporto desperte a nação temos que perceber que o caminho até às medalhas só é possível se for bem planeado e bem executado. Nada é uma questão de sorte ou azar e até o melhor improviso deve ser preparado.
Assim e em jeito de sumário, temos hoje uma equação que importa conciliar: a mudança é constante e atingiu uma velocidade estonteante; a educação (ler: todas as formas de educação que promovam a literacia, o ensino e a aprendizagem, o desenvolvimento intelectual, físico e emocional, a cidadania informada, a cultura e o desporto) precisa de se adaptar às novas realidades. Os jovens já não querem ser objeto de um ensino passivo, que não os desperta nem estimula, que não os envolve nas soluções para os desafios concretos com que têm que lidar diariamente. Eles são os novos navegadores, os outros descobridores que procuram avidamente o conhecimento e têm cada vez mais e melhores perguntas porque sabem que todos evoluímos mais através das perguntas do que das respostas.
Precisamos de nos unir para criar movimentos cívicos que mostrem novos caminhos e despertem (ou reforcem) a consciência para a importância vital do desporto.
O desporto desperta uma nação. Nunca será demais repeti-lo. Tudo o resto acontece como consequência deste despertar olímpico, por assim dizer. Os recursos, as infraestruturas, os fãs incondicionais e o orgulho nacional são fasquias que também se elevam quando um país para para assistir aos JO e para ver as conquistas dos seus atletas.
Todos nos comovemos quando ouvimos tocar o hino nacional nos JO e não sou exceção. Termino dando os parabéns ao 92 bravos que representaram Portugal com a prestação mais conseguida de sempre. Não deixa de ser eloquente ter sido a melhor, nas condições mais adversas e com o mundo inteiro ainda em guerra contra o coronavírus.
Parabéns Pedro, parabéns Patrícia, parabéns Jorge e parabéns Fernando, pelas medalhas e pela quase dezena de diplomas.
Acima de tudo, e como dizia Pierre de Coubertin, parabéns a todos, a estes e a todos os outros, pela participação e diversão. Todos em conjunto inspiraram uma nação!"

Os Jogos Olímpicos e a pandemia: como se saíram os atletas portugueses


"Não há nenhum determinismo que nos impeça, enquanto país, de melhorarmos a exposição das crianças ao exercício físico e ao desporto, na família, na escola, nos clubes e em muitos outros locais.

A pandemia teve um efeito disruptivo nos ciclos de preparação dos atletas, com treinadores e profissionais a terem que reorganizar planos para preservar a saúde, a condição física e psicossocial. Os desafios foram muitos e variados: indisponibilidade de instalações e equipamentos para treinar, longas ausências da competição, fragilidade para continuar num contexto de incertezas, com forte impacto sociofamiliar e emocional para todos. Houve atletas a treinar em garagens ou em casa durante meses e, mesmo sim, trouxeram medalhas, diplomas olímpicos e recordes pessoais e/ou nacionais.
Clínicas especializadas participaram com grande entusiasmo no tratamento de atletas, alguns com lesões graves, que recuperaram e conseguiram, com enorme esforço, marcas para participar nos Jogos Olímpicos de Tóquio – 2020. O que vemos atrás do pano, no treino e no gabinete, em Portugal e no Mundo, leva-nos a aplaudir e admirar, sem reservas ou críticas desinformadas, o compromisso e empenho de todos os atletas. A participação nos Jogos Olímpicos é, por si só, um feito extraordinário, só ao alcance de uma elite de exceção.
No particular das lesões, a atenção aos processos de recuperação continuaram com normalidade, graças ao trabalho das instituições, ordens e associações que tutelam o exercício dos profissionais de saúde, assim como clínicas e hospitais, que rapidamente instituíram e implementaram protocolos de prevenção do contágio e se adaptaram ao contexto pandémico. E isto sem prejuízo na qualidade da recuperação.
Chegados a Tóquio para competir, a superação, determinação e talento ficaram patentes na melhor prestação portuguesa de sempre, em mais de 120 anos de olimpismo moderno.
Desde 1924, somamos 28 medalhas, sendo 5 de ouro, 9 de prata e 14 de bronze. Num exercício matemático a estas olimpíadas, comparamos bem na razão medalhas/população com os EUA ou com a China e menos bem com a Itália ou a Noruega.
O sucesso do desporto de elite resulta de múltiplos fatores: demografia, cultura, política executiva, qualidade dos profissionais de saúde e exercício, intervenção das federações e fatores contextuais. Importa observar e refletir no bom e no mau para agirmos e termos a ousadia de influenciar o futuro. A estatística não engana e as 28 medalhas, das quais quatro nestes jogos, alimentam-nos a ambição de um futuro melhor. Os campeões, os que ganham, e os que tudo fazem para competir, são uma oportunidade e um exemplo para o país, porque promovem mensagens em prol do desporto. Eles inspiram e são a força motriz para agregar praticantes amadores e, a seu tempo, a meritocracia desportiva profissional.
A OMS realça que cerca de 43% (77% para a DGS) dos portugueses não praticam atividade física suficiente. Portugal é o 11º país do Mundo com maior prevalência de inatividade física. Aqui reside o verdadeiro problema e não estamos no pódio dos melhores!
Contas feitas à demografia e aos indicadores de saúde e doença, urge planear, materializar, treinar e competir para assegurar êxitos futuros. A divisa olímpica foi adaptada para “Mais rápido, mais alto, mais forte – Juntos”. Devemos ter voz ativa na defesa dos princípios fundamentais e valores essenciais que queremos para a nossa sociedade.
Não há nenhum determinismo nem impossibilidade que nos impeça, enquanto país, de melhorarmos a exposição das crianças ao exercício físico e ao desporto, na família, na escola, nos clubes e em muitos outros locais. Haja vontade, liderança e investimento suficiente e teremos ouro no futuro da saúde dos nossos jovens.
Parabéns aos nossos Olímpicos!"

O Martelo de Henry


"Henry Cooper teve uma carreira discreta mas foi o primeiro pugilista a derrubar Cassius Clay. Um murro que lhe valeu o título de Sir

Um jornal regional inglês, da zona de Leeds, salvo erro, ficou famoso quando, nos anos 80, fez uma manchete muito pouco apaixonante: «Mulher de 80 anos morre!». Harry Cooper não chegou tão longe – em idade, quero dizer – e não mereceu manchete, mas o obituário que John Samuel fez dele no The Gurdian foi tão comovente que nos faz ter vontade de ler os nossos.
Cooper tinha 76 anos quando a Senhora da Gadanha resolveu ceifar-lhe a vida. Foi um dos desportistas britânicos mais populares do pós-guerra e, embora nunca tenha conseguido ser campeão do mundo de peso pesados, atirou com Mohammad_Ali ao tapete por breves segundos, breves segundos esses que lhe ofereceram a glória eterna. No dia 18 de junho de 1963 Ali ainda era Cassius Clay e não renegara o seu nome de escravo. O gancho de esquerda que Harry lhe dirigiu aos queixos foi tão potente que o fez dar dois passos para trás e cair de rabo no chão para a alegria suprema de 55 mil pessoas que presenciaram o momento em Wembley. Foi uma espécie de ‘Soco do Século’ para os ingleses. Cooper limitou-se a comentar no fim: «Foi o gongo que salvou Clay!».
O punho do pugilista britânico foi estudado pela ciência, se é que tal era possível. Houve quem concluísse que viajou até à cara de Clay no espaço de cinco polegadas e meia a 30 milhas por hora e atingiu-lhe o maxilar com 60 vezes a Lei da Gravidade. Como se chegou a estes números é um mistério, mas não restam dúvidas que a matéria atraiu matéria na razão direta das massas e na razão inversa do quadrado das distâncias, segundo as palavras de Newton. Para a história ficou com o nome de ‘Enry’s Hammer, ou o Martelo de Henry. Toda a grande ilha que fica para lá da Mancha sentiu um orgulho nacional que acabaria por valer a Henry Cooper o título de Sir, concedido pele rainha Isabel, segunda do nome.
Cassius Clay era um menino. Tinha apenas 21 anos e surgira em Inglaterra para combater os dois mais famosos pugilistas britânicos da época, os já veteranos Archie Moore e o tal Cooper da martelada. Podia ser pouco mais do que um garoto imberbe, mas já atingira as raias da protérvia com as suas frases bombásticas que encantavam jornalistas e espetadores: «I am the prettiest... I am the greatest!».
Nascido em Lambeth, no sul de Londres, Henry viveu a maior parte da infância juntamente com o seu irmão gémeo, George, numa casa de acolhimento, na Farmstead Road uma propriedade em Bellingham, de onde tiveram de ser evacuados durante a II_Grande Guerra, e atirados para a bem mais pacífica mansão de Lancing, na costa do Sussex. Gente pobre que precisava de ganhar a vida fosse lá como fosse. Henry aproveitou o facto de viver perto de um campo de golfe para andar à procura de bolas perdidas que devolvia em troca de uns pence. O irmão George dedicou-se ao futebol e o mais velho dos Cooper, Bern, tornou-se num reconhecido campeão de críquete. Mais abrutalhado, Henry preferiu aperfeiçoar a técnica de esmurrar os garotos que se metiam com ele na rua e, em 1949, já andava de ringue em ringue a tentar fazer disso uma profissão. O seu punho esquerdo tinha uma potência de apavorar hipopótamos mas não conseguiu ir longe nos Jogos Olímpicos de Helsínquia, em 1952, eliminado à primeira pelo soviético Anatoly Perov.
Foi por essa altura que o seu gémeo George deixou o futebol para lhe fazer companhia nos treinos ministrados por um macaco velho chamado Jim Wicks. George e Henry eram tão iguais que teria sido perfeitamente possível trocá-los durante um combate, não fosse o caso de dar muito nas vistas. Além do mais, George tinha algum jeito mas estava muito longe de ter uma esquerda assassina como a do irmão.
Antes do combate com Cooper, Clay resolveu fazer uma das suas sessões de palhaçadas e derreteu o seu adversário: «Henry é um vagabundo, um traste e um aleijado que não merece sequer uma sessão de treino, quanto mais um combate». Ele gostava mesmo de dar nas vistas ainda que fosse da forma mais desagradável que se pudesse imaginar.
Tantos insultos mexeram com o brio de Cooper que caiu no erro de ganhar ódio a Clay. Por alguma razão Sun Tzu avisava no seu livro A Arte da Guerra para não odiarmos os nossos inimigos porque isso nos tira a lucidez. A forma enlouquecida como Henry se atirou a Cassius Clay valeu-lhe o famoso Martelo de Henry e a alegria de ver Clay por terra. Mas, no quinto round foi atingido num sobrolho e a abundância do sangue fez com que o árbitro interrompesse a refrega, entregando a vitória ao americano. Então, Clay teve um dos seus momentos lúcidos de bondade: «Afinal Cooper já não é um vadio. Foi o primeiro pugilista a deitar-me ao chão». Um murro para a posteridade."