sábado, 17 de julho de 2021

Campo cheio de João Mário e lateral para o 10 Paulo Bernardo


"O Benfica voltou com o 4x4x2 tradicional de Jorge Jesus, juntando no corredor central a agressividade e capacidade de desarme de Florentino à leveza e critério de João Mário, e mesmo que o oponente esteja muito longe de constituir um verdadeiro teste, a qualidade do ataque posicional encarnado subiu vários níveis.

4x4x2 em Organização Defensiva

O ritmo da partida foi lento – Não é apenas o factor pré-época e fadiga, a forma como os laterais encarnados (Gilberto principalmente, mas também Gil Dias) bloqueiam a velocidade do jogo com as suas acções técnico-táticas, foi factor primordial.
O Benfica assumiu a configuração habitual na sua saída para o ataque contra oponentes em 4x4x2: Florentino baixa para dar superioridade – 3 (com Morato e Ferro) contra 2, garantindo saída, mas também superioridade para encaixe em caso de perda; e João Mário de frente para os dois médios centro, para poder sair rápido a qualquer um – Porque em Organização Defensiva, estão juntos – e travar transição.

Posicionamento Estratégico dos médios na Construção contra 2 Avançados

A primeira parte não teve lances de grande nível colectivo, ficando na retina a tremenda recepção entre linhas de Rafa à qual se seguiu um passe de ruptura que isolou Vinícius que depois de contornar o guarda redes não fez golo. Foi capaz de definir com mais assertividade que o normal, e foi o avançado brasileiro, que embora não seja um jogador veloz tem excelentes timings de entrada – e disso beneficiou para se isolar – que desperdiçou um lance pouco habitual em si.
Valeu pelo recital de João Mário a primeira parte. Simplicidade de processos, ligação de todos os corredores, sempre levezinho nas mudanças de direcção resgatou por completo o jogo para o lado encarnado com a qualidade que colocou no processo ofensivo. Baixou, recebeu, invadiu zonas de criação, tabelou, sempre sem perder a posse, não expondo a equipa a correrias. Foi o elemento que fez o jogo fluir no primeiro tempo.
Se o primeiro tempo valeu pelo que João Mário colocou o Benfica a jogar, para o segundo tempo a troca com Taarabt acabou com o jogo. O Benfica passou a somar perdas de bola, viu-se obrigado a correr para trás para defender, passou a sofrer transições constantes e nunca ligou com calma o seu jogo em ataque posicional.
Luca e Chiquinho também não foram capazes de acalmar o jogo – aparentando pouca confiança que foi levando sistematicamente a erros técnicos que nem lhes são habituais, e na direita Gedson com excelente capacidade pressionante, mas sempre sem recorte técnico para jogar em zonas de criação foram condenando os encarnados a um jogo preso de pouquíssima qualidade, agravado pela incapacidade de antecipação de cenário de Samaris, que na posição de central, de frente para o jogo não foi capaz de acompanhar ruptura de Zidane, no lance que valeria o empate ao Casa Pia.
Num jogo de fraquíssimo nível, teria de ser um auto golo a garantir a vitória de um Benfica que preocupa – Apenas o reforço ex rival demonstrou ter qualidade extra ao longo de toda a partida.
Nota para a entrada de Paulo Bernardo – Seguramente justificada para que Gilberto pudesse não somar os noventa minutos e nunca pensando na possibilidade do número 10 encarnado poder ser lateral. Tem tudo o que precisa um jogador de corredor central – Eficiência e Eficácia no Gesto Técnico, Inteligência e Criatividade, e nada do que precisa um jogador no corredor lateral – Resistência, Velocidade e Vigor Físico."

Vitória e memória


"Ganhou bem a Itália, feita de inteligência tática e competência em todos os momentos do jogo, ofensivos, defensivos, até na bola parada que lhe valeu uns quantos golos. Roberto Mancini, outrora um defensivista na linha tradicional transalpina, agarrou-se a uma ideia positiva e soube ser convicto, por exemplo quando insistiu em Verrati após o bom arranque de Locatelli, lúcido, ao perceber que tinha de aproveitar o momento de Chiesa, sagaz também, ao alterar dinâmicas quando privado dos laterais titulares, primeiro Florenzi e depois o muito influente Spinazzola. E o mundo rendeu-se a Bonucci, finalmente!, um dos melhores centrais da história, mesmo se é mais fácil valorizar os cortes de carrinho e cada esgar guerreiro de Chiellini. Também foi na alma que esta Itália ganhou, sobretudo quando precisou de sofrer diante da Espanha, e aí os velhos centrais, os Dupond e Dupont mais diferentes de que me lembro, se agarraram a memórias de outras batalhas. Determinante mesmo foi, todavia, a qualidade de jogo. Desta vez foi pelo que jogou, muito mais do que pelo que não deixou jogar, que a Itália triunfou e há nisso uma indiscutível beleza, poética e histórica.
Só diante da Espanha é que a nova campeã vacilou, quando do outro lado esteve outra identidade forte, também servida por talentos novos e não construída sobre ideias gastas. A nova e bela Itália renegou a herança arcaica do catenaccio do mesmo modo que as melhores seleções do país vizinho - esta que nasce incluída, com Pedri e Dani Olmo a trilharem o caminho de Iniesta e Xavi - colocaram a “fúria espanhola” no baú das inutilidades do final de século. Um exemplo flagrante está nos meios-campo e na posição charneira, a do 6, na qual facilmente se percebe ao que vem cada equipa. A Itália trouxe Jorginho, mais que um médio invisível, quase um médio infalível, que sabe sempre onde encontrar a bola, seja para a intercetar com eficácia ou entregar com esmero. A Espanha construiu-se em redor de Busquets, que antecipa as soluções de corte e passe como alguém que parece já ter vivido tudo aquilo, como se cada jogo fosse para ele um déja vu. Jorginho vai ao encontro da jogada, Busquets antecipa-lhe o destino. Mas são dois grandes, dos maiores que o Euro viu, e nenhum é o monstro físico, o destruidor de lances rápidos ou modelo para fotos de ginásio em tronco nu, que tantos insistem como ideal da posição. Só que não, como agora se diz.
Ganharam as equipas, as que foram coletivos de facto, guiados por uma ideia, organizados sem bola mas sempre com intenção de a reivindicar e utilizar bem, além da Itália e da Espanha, também a Dinamarca, a Suíça, a Áustria, mais algumas intenções elogiáveis na Ucrânia e na República Checa. Além das desilusões óbvias, França, Portugal, também a Bélgica, mesmo a finalista Inglaterra foi, em certo sentido, um desencanto. Não desvalorizo o percurso, mesmo se construído em 5 jogos caseiros e só com um adversário de topo até à final, a Alemanha, mas não me verão louvar o processo. Gareth Southgate, o selecionador inglês, foi banal, apenas mais um a desvalorizar o talento e a acreditar na receita simples para torneios curtos: mais gente pensada para defender que para atacar - 4 ou 5 defesas, em função do adversário, e sempre 2 médios robustos que equilibram (embora também joguem, sobretudo Phillips) – e a espera paciente por um erro rival, que, no caso, seria aproveitado numa correria de Sterling, numa bola parada com Maguire ou numa inspiração de Kane. Podia ter funcionado, naturalmente, com mais felicidade nos penaltis da final estaria até a celebrar um êxito inédito, que no futebol há várias maneiras de ganhar. O que também há é diferentes maneiras de perder e a discussão certa tem de começar pelo reconhecimento que o caminho escolhido para se chegar à vitória há-de ser sempre o mesmo do convívio com a derrota, excepto num caso, que é o do vencedor final. Trata-se, como bem escreveu Valdano, de sair a ganhar ser melhor que sair a não perder. Por acreditar no talento, a Espanha ganhou perdendo, ganhou pelo menos uma equipa para o futuro. A Inglaterra sai como entrou, apenas com a certeza de ter um grupo raro de jogadores talentosos - Grealish, Foden, Sancho, Rashford – que desta vez desperdiçou. Podia ter perdido de igual modo com eles? Obviamente, mas nunca saberemos o que teria conseguido com eles mais vezes em campo. Não podem jogar tantos criativos em simultâneo? Talvez não, mas também nunca saberemos se os não virmos juntos, no mínimo alguns deles e ao menos por uma vez. Sem eles já sabemos que não ganhou, mesmo tendo reunidas condições raras para o conseguir. E sem que tenha havido vitória, desta equipa não haverá também memória. E sem uma coisa nem outra, para que serve o futebol?

PS: Ao mesmo tempo e quase que sem dessem por isso os europeus, agarrados ao seu próprio torneio, jogou-se a Copa América, que teve um Argentina-Brasil na final, que foi a de Messi, finalmente ganhador da prova, melhor jogador e marcador, e que nos deixa a imagem daquele abraço, raro e sincero de Messi e Neymar, génios que se conhecem e reconhecem. Aquilo sim, é o melhor do jogo. E protagonizado pelos melhores que ele tem."

Nos Jogos Olímpicos, comer também é um prazer


"Durante os Jogos Olímpicos são servidas na Aldeia Olímpica cerca de 60.000 refeições por dia. Não há serviço de refeições nas diversas instalações onde os atletas ficam alojados, na Aldeia Olímpica apenas existe uma única zona de restauração.
A maioria das refeições servidas são referidas habitualmente como “internacionais”, mas o número de refeições vegetarianas e sem glúten (com espaços próprios de oferta no espaço da restauração) tem vindo a aumentar nas últimas edições dos Jogos Olímpicos.
Na Aldeia Olímpica existe o Food Hall, o local de restauração para refeições quentes, onde os atletas se podem sentar para comer, e o Grab & Go, um espaço de refeições prontas para levar.
A alimentação nos Jogos Olímpicos envolve uma logística de apresentação e confeção de alimentos que é uma operação muito complexa, uma vez que tem por missão oferecer alimentos provenientes de todo o mundo, de forma a satisfazer as diferentes necessidades dos atletas oriundos dos vários continentes, e fornecer uma resposta adequada à necessária disponibilização de alimentos que fazem parte da dieta alimentar com a qual os atletas estão familiarizados.
É através deste ecletismo dos hábitos alimentares de cada um dos eleitos que ganharam a pulso o seu lugar de direito nos mais importantes Jogos da Humanidade que a organização consegue nutrir o seu entusiasmo para participarem nos Jogos com os quais sonharam, e para os quais se prepararam durante quatro ou mais anos, tentando reduzir o natural nervosismo por representarem o seu país na(s) prova(s) para que foram apurados, ou pelo treino anterior à competição e durante a competição propriamente dita.
Cada atleta dispõe de um plano energético individual adequado à sua modalidade, e a cada um dos momentos em causa e, por isso, a alimentação pode ser tão diferente, principalmente nas modalidades com categorias de peso. A alimentação tem um impacto tremendo nos sensores do prazer (visualização, aroma, sabor, textura…), no humor e boa disposição (produção de neurotransmissores), na qualidade do sono (latência de sono e quantidade do mesmo), e na segurança das rotinas alimentares, que proporcionam o rendimento máximo, e que mantém os atletas no pico da forma desejada.
Todavia, a Aldeia Olímpica é também um espaço de descontração, convívio e socialização como devem ser todos os momentos inerentes à alimentação, ao estar à mesa… A concentração/o treino mental fazem-se no quarto e no local da prova em momentos intimistas, em que não existe nada mais, exceto o momento da competição.
Por questões óbvias, estes Jogos serão muito diferentes no que se refere ao convívio e às deslocações, que decorrerão com regras de segurança muito estritas. Mas no espaço da restauração, as refeições nunca deixarão de ser um momento de convívio entre os atletas, de descontração para os que se encontrem em simultâneo nesta área, pois a alimentação é e sempre será um ato social e de prazer.
E é este prazer do convívio à mesa, este hedonismo da alimentação, que nos leva ao sábio Confúcio: 
 “todos os homens se nutrem, mas poucos sabem distinguir os sabores”"

Vermelhão: primeiras imagens...

Benfica 2 - 1 Casa Pia
Ramos, Kelechi(a.g.)


Primeiro jogo-treino em 'sinal aberto', com uma vitória sobre os casapianos, em partida disputada com muito calor, com os jogadores a fazerem treino pesado pela matina, ainda com várias ausências devido a lesões ou selecções e com algumas 'estreias' esta época de jogadores com muitos poucos dias de treino: Rafa, Vertonghen e Haris...
O ponto mais preocupante neste momento, a pouco mais de duas semanas do primeiro jogo da Champions, é a 'ausência' ou o 'atraso' na preparação dos nossos defesas titulares, principalmente na zona central...
As notas positivas da partida, para mim, foram a exibição do Gonçalo Ramos na 1.ª parte e do Gedson no 2.º tempo... ambos muito activos, na procurar da bola...
Aliás, sem grandes movimentações de mercado, as grandes 'contratações' do Benfica podem ser o Vinícius, o Gonçalo, o Tino e o Gedson!!!

Entre lesionados e recentemente recuperados de lesões que ainda não tiveram minutos nesta pré-época temos o: André Almeida, o Veríssimo, o Diogo Gonçalves e o Darwin...
A estes temos ainda os 'atrasados' sul-americanos: Otamendi e Everton!

PS: Não é complicado, grande camisola principal e finalmente um lettering adequado!

SL Benfica | Os 3 jovens que devem integrar o plantel


"Todos os anos, na pré-época, os treinadores chamam jovens da formação para integrarem a comitiva e é nessa altura que decidem quem está preparado para fazer parte do plantel principal da equipa. O SL Benfica não é exceção.
Jorge Jesus convocou muitos jovens para os treinos e jogos da pré-época. É caso para dizer que os “meninos da formação” estão em peso na preparação da próxima temporada.
Cabe agora ao treinador decidir quem pode ser uma mais-valia para a equipa, tendo em conta as prestações dos atletas. Posto isto, decidi eleger o top 3 de jogadores “made in Seixal” que deviam integrar o plantel principal em definitivo.

1. Paulo BernardoPaulo Bernardo é considerado por muitos uma das grandes promessas da formação. A lesão que sofreu na segunda metade da época passada não fez esquecer as exibições do médio português na equipa B. Como tal, Jorge Jesus decidiu chamar o “menino da formação” para a pré-época que está a decorrer.
Há muito que os adeptos pedem um “8” com capacidades avassaladoras e a resposta pode estar em Paulo Bernardo, uma vez que o jogador tem características admiráveis, como por exemplo: a eficácia técnica, a excelente visão de jogo e movimentação, assim como uma notável eficácia na saída de zonas de maior pressão, ou até mesmo a velocidade.
É impossível ver um jogo do médio e não ficar surpreendido com tanta qualidade. Resta agora saber se o treinador vai apostar neste jovem promissor que recentemente ganhou concorrência à altura – João Mário.

2. Gedson FernandesGedson fez toda a sua formação no SL Benfica e, apesar de nas últimas épocas não ter sido aposta dos treinadores, acho que chegou a altura de o ser. Nos treinos desta pré-temporada, o internacional português tem surpreendido Jorge Jesus.
Embora nas últimas épocas tenha jogado a médio, o jogador, nesta fase de preparação, tem sido responsável pela lateral direita (posição que assumiu durante grande parte da sua formação) e tem dado sinais de que pode ser uma boa aposta para o treinador. Terá chegado a vez de provar o seu valor?

3. Tomás Araújo O jovem defesa central chegou ao SL Benfica em 2016. Foi campeão pelos iniciados e pelos juvenis e, na época passada, afirmou-se na equipa B, tendo realizado 27 jogos e marcado um golo. Nesta pré-época foi chamado por Jorge Jesus para integrar os treinos da equipa principal e, ao que parece, o treinador das águias está bastante satisfeito com o desempenho do português.
A sua capacidade de desarme, a boa leitura de jogo e a segurança que oferece são aspetos positivos que quem viu os jogos da equipa B pode destacar e que são fundamentais para uma defesa compacta e sólida.
Apesar de ter sofrido uma lesão muscular, espera-se que Tomás Araújo tenha uma recuperação seja rápida, para assim se juntar a Otamendi, Vertonghen, Lucas Veríssimo e Morato, os outros centrais que estão à disposição de Jorge Jesus."

As obrigações de um campeão europeu


"Ainda mal restabelecido do enorme feito alcançado, a José Águas já eram cobradas promessas

A carreira de futebolista, apesar de todos os seus encantos, tem também várias contrariedades: por ser curta, por não controlarem a totalidade das acções, podendo ser surpreendidos por uma lesão que condicione uma época ou mesmo a carreira, e por, a cada fim de semana, terem de provar que merecem estar em campo, por forma a manter o seu estatuto no clube e a ambição de representar a sua selecção.
Com uma situação tão volátil, é aconselhada cautela nos gastos. Cientes disso, José Águas tendia a poupar o máximo que conseguisse, despendendo apenas o estritamente necessário. Amigo de Barroca, guarda-redes do Benfica, foi sem surpresas que, em 1961, lhe chegou o convite para ser padrinho de casamento da sua noiva. O avançado aceitou de imediato, mas preveniu que não iria comprar as alianças. Os guarda-redes são conhecidos pela sua teimosia, e Barroca não era diferente: não desistiu e sempre que possível voltava ao tema das alianças. Agastado com o assunto, José Águas acabou por retorquir: 'Não me fales mais nisso, porque não pago as alianças, mas prometo-te uma coisa, se formos campeões europeus, dou-te 1 conto de réis. Combinado?' Seria por ser um marco difícil de alcançar ou pela certeza de que a alegria do feito compensaria o desgosto de ver a soma partir?
O Benfica acabaria mesmo por conquistar o título europeu, com grande contributo de Águas, que se sagrou o melhor marcador da competição. O sensacional feito motivou enormes festejos. Mas Barroca não se esqueceu, e, assim que os ânimos se acalmaram, no regresso do banquete de Berna, o guarda-redes cobrou a promessa feita. A vida de campeão europeu é de muitas alegrias, porém, também de muitas cobranças. Sem escapatória, José Águas pagou o valor acordado.
Em 9 de Julho, Barroca casou-se com Ana Maria Caetano, e o novo casal contou com 1 conto de réis suplementar para fazer face às despesas.
Saiba mais sobre a carreira destes dois jogadores na área 22 - De Águia ao Peito - do Museu Benfica - Cosme Damião."

António Pinto, in O Benfica

Em choque


"Como os terramotos, a detenção do presidente Luís Filipe Vieira pode ser medida sob duas perspectivas. Assim, por muita elevada que seja a magnitude (Richter), enorme e sem precedentes, importa sobretudo minimizar, tanto quanto possível, as consequências do abalo (Mercalli modificada).
A avaliação da culpabilidade de Luís Filipe Vieira competirá à justiça. Conhecemos, para já, os ecos de uma acusação, o pedido de suspensão do mandato, medidas de coacção e a substituição, no cargo, por Rui Costa. E temos o contexto em que estamos inseridos.
Com a temporada em fase de preparação e ultimação das muitas equipas do clube, acrescendo a emissão em curso de um empréstimo obrigacionista pela Benfica SAD, torna-se essencial que 'a máquina' não emperre, pois, independentemente das várias sensibilidades entre os associados benfiquistas, deve haver o denominador comum do desejo de que o Benfica consiga preservar a estabilidade institucional, financeira e desportiva. Tudo deve ser devidamente ponderado em função dos superiores interesses do Sport Lisboa e Benfica.
Vencer sempre o maior número de títulos possível é uma aspiração imutável inerente ao benfiquismo, logo aplicável também à presente temporada, sendo que no curto prazo teremos igualmente o importante desafio, tanto desportiva como financeiramente, de assegurar a presença na fase de grupos da Liga dos Campeões.
É essencial dotar todas as nossas equipas das condições que lhes permitam vencer. Conforme escrevi na semana passada, tendo por base informação oficial e oficiosa, propalada pela comunicação social, tenho a convicção de que, de forma genérica, estão a dar dados passos nesse sentido. A frase-chave é 'o Benfica não pára'. Nunca nos esqueçamos disso."

João Tomaz, in O Benfica

Primeiro do que tudo, o Benfica


"Esta é uma das crónicas mais difíceis que escrevo neste nosso jornal. O momento que vivemos exige-o. Nas últimas duas semanas, o nome do Sport Lisboa e Benfica tem sido falado por toda a parte e não por boas razões. A detenção para interrogatório de Luís Filipe Vieira e a suspensão das duas funções enquanto presidente provocaram uma revolução nos nossos dias enquanto benfiquistas. A chegada de Rui Costa a presidente, também.´
Num dia temos como líder o homem que tirou o SLB das profundezas financeiras e desportivas em que vivia no fim do século XX. No dia seguinte, vejo chamar ao cargo mais alto do clube o Maestro, meu ídolo da juventude, símbolo do Glorioso. Seria uma transição perfeita se não tivesse acontecido desta forma.
Não sei o que vem aí, não tenho poderes de adivinhação, não sou advogado nem juíz, não tenho amigos em locais de decisão. Sou um adepto que, acima de tudo, quer o que for melhor para o Sport Lisboa e Benfica. A justiça seguirá o seu caminho, e aguardarei tranquilo pelo desenrolar deste mediático e polémico processo judicial.
Para já, o que desejo é estabilidade e confiança para estas semanas decisivas que temos pela frente. Seguindo a longa tradição democrática do clube, acredito que serão os sócios a decidir o que querem para o futuro. Espero que tomem essa decisão, quando for tempo para isso, com pragmatismo, convicção e verdadeiro amor ao nosso clube. Sem dedos apontados, sem a sobranceira de quem ganha nem a azia de quem perde. Sem vandalismo, sem se esconderem atrás de argumentos que podiam bem ser dos nossos rivais. O tempo é de pensar apenas naquilo que nos une: o Sport Lisboa e Benfica."

Ricardo Santos, in O Benfica