terça-feira, 13 de julho de 2021

Comunicado


"O plenário dos Órgãos Sociais do Sport Lisboa e Benfica esteve reunido esta tarde. Foi analisada em pormenor a situação do Clube e de todo do grupo Benfica, em clima de coesão e unidade.
Comum a todos os intervenientes a preocupação de defender os interesses da instituição acima de quaisquer outros.
Ficaram unanimemente identificados os objetivos de curto prazo a que se torna imperativo dar resposta:
- Preparação da época desportiva no futebol;
- Qualificação para a Champions League;
- Preparação da época desportiva nas diversas modalidades;
- Garantir a normalidade na gestão;
- Assegurar um adequado fecho do mercado de contratações e vendas;
- Conclusão, com sucesso, do empréstimo obrigacionista em curso;
- Unidade no universo Benfiquista.
Foi sublinhado que a Direção do Sport Lisboa e Benfica está seriamente empenhada em garantir que esses objetivos sejam alcançados, pelo que terá uma atuação intransigente em relação às matérias abordadas.
Nessa perspetiva irá trabalhar, com dedicação, firmeza e sentido das responsabilidades para garantir a estabilidade e tranquilidade necessárias a fim de que as prioridades definidas sejam resolvidas com sucesso no tempo estritamente indispensável.
O Presidente da Direção, Sr. Rui Costa, sublinhando a unanimidade de todos os vice-presidentes, informou o plenário que, finda essa missão, irá promover todas as diligências tendentes à realização de uma consulta aos sócios.
O ato eleitoral deverá ocorrer até ao final do corrente ano.
O plenário faz um apelo à união e ao sentido de responsabilidade de todos os benfiquistas na construção de um Benfica cada vez maior."

João Mário | O “8” já chegou!


"Acaba finalmente a novela João Mário, com os benfiquistas a saírem por cima dos rivais leoninos na disputa pelo jogador que foi campeão nacional 2020-21, e com papel preponderante no sistema de Rúben Amorim.
A famosa cláusula “2.7” do contrato que ligava João Mário ao Inter de Milão – a tal anti-rival – foi contornada com uma rescisão de contrato, método que Steven Zhang, o jovem proprietário do Inter, interpôs como de mais abonatório às partes interessadas: ficou, assim, o jogador livre de assinar pelas águias e a dívida italiana ao empresário do jogador, Federico Pastorello (quatro milhões de euros pelos negócios de Lukaku e Candreva).
Seria também assumida pelo SL Benfica o custo de intermediação, como a totalidade do mesmo salário que auferia em Milão – 3,5 milhões de euros anuais, qualquer coisa como 5,5 milhões brutos. Contas feitas, 7,5 milhões que saem já dos cofres da Luz e aproximadamente 20 milhões de euros em salários, estes divididos pelos cinco anos de contrato.
Entre Inter e Sporting CP, a comunicação não foi fluída e a interação não foi completamente amigável. Na origem da discórdia está a intransigência leonina em fazer cumprir a cláusula anti-rival imposta aquando da venda de João Mário aos italianos em 2016, que obrigaria o clube italiano a compensar o Sporting CP em 30 milhões caso o jogador fosse transferido para um dos rivais portugueses.
Foi até à última que Frederico Varandas alertou Zhang para essa condição, o que obrigou ao proprietário chinês do Inter a render-se à tentação de outros caminhos, de mais fácil resolução e que desbloqueassem o processo junto do SL Benfica: ao dois interessava a célere conclusão do negócio, que se arrastava já há semanas.
À pergunta do Inter sobre se era pretendido igualar a oferta dos encarnados (7,5 milhões de euros), o Sporting CP respondeu sempre negativamente, ficando-se pelos cinco milhões: inflexibilidade que levou a que os italianos optassem pela via negocial concretizada ontem.
Rescindindo com o jogador, evitam-se futuras complicações, ainda que o clube leonino não desista e já tenha vindo a público com comunicado que denuncia a utilização de “um expediente para que o Inter e o jogador João Mário se procurassem eximir ao que contrataram com a Sporting Clube de Portugal – Futebol, SAD em 2016“, acrescentando ainda que “todas as partes sabiam as obrigações que assumiram” nesse mesmo ano e a que, volvidos outros cinco, “pretendem furtar-se“.
Depois de uma experiência falhada em Itália, onde nunca se conseguiu assumir, tendo sido emprestado consecutivamente a West Ham United FC, Lokomotiv de Moscovo e Sporting CP, João Mário era visto como excedentário para o plantel nerazurro.
A ausência do Euro 2020 terá certamente pesado na decisão controversa do jogador – a vontade de continuar em Portugal obrigou-o a ambicionar voltar a trabalhar com Jorge Jesus, o técnico que o projetou em termos internacionais e que lhe permitiu a carreira acima da média em 2015-16, que lhe justificou a titularidade naquele Euro, de onde saiu com a medalha de campeão.
Trocando Sporting CP por SL Benfica, João Mário tenta repetir esse capítulo da sua história, até porque em 2022 há Mundial do Catar, certamente ao qual o jogador, já com 29 anos, não aceita ficar de fora.
Todo este processo foi concluído ontem, permitindo ao jogador aterrar em Tires ao final da tarde. Hoje já trabalhou às ordens de Jorge Jesus no Seixal, depois de uma breve apresentação nas redes sociais, onde surgiu Rui Costa como representante presidencial, continuando o ex-jogador a assumir as vezes de dirigente máximo dos encarnados."

João Mário


Admito que quando li pela primeira vez o suposto interesse do Benfica no João Mário, pensei que seria mais uma das muitas tretas do mercado... na pior das hipóteses, uma estratégia dos italianos para fazer o Sporting pagar mais...!
Mas com o passar do tempo, a notícia ganhou credibilidade... nessa altura, liguei o facto do Jesus já ter sido treinador do João Mário, e fiquei convencido que este deveria ser um pedido expresso do treinador!
O problema é que o João Mário hoje não é o mesmo jogador que já foi... principalmente aquele que foi treinado pelo Jesus no Sporting! Nunca foi um jogador com muita intensidade, e hoje fisicamente já deixa alguma coisa a desejar...
Tecnicamente e tacticamente tem qualidade... e poderá ajudar o Benfica no último passe! A definição das jogadas nos últimos metros tem sido um dos problemas do Benfica nas últimas épocas... Mas temos que esperar para ver como se irá adaptar aos novos colegas, e ao novo esquema!

Filip Krovinovic | Cansado, afastado e agastado


"O SL Benfica é neste momento uma casa a arder, adquirindo a expressão “Inferno da Luz” um novo e indesejado significado. Entretanto, as fugas de gás que vão acentuando a intensidade do incêndio parecem ocorrer em catadupa. Uma dessas fugas de gás surgiu na forma de uma fuga de informação privada de Filip Krovinovic.
Em conversa informal com um “amigo” (chamemos-lhe assim por conveniência vocabular), Filip Krovinovic desabafou sobre a delicada situação desportiva em que se vê inserido no SL Benfica. No áudio que tem circulado pela Internet e não só, ouve-se o médio croata a revelar ao interlocutor do outro lado da chamada que Jorge Jesus não lhe havia dado qualquer minuto de jogo na partida de pré-época frente ao SC Covilhã.
Audivelmente melindrado pela situação, o jogador de 25 anos insulta o treinador das águias de forma leviana. A punição foi imediata e o croata foi afastado dos trabalhos do plantel. Verdade seja dita, parece que antes já não estava propriamente dentro dos mesmos. Talvez importe perguntar: “a punição justifica-se ou trata-se de uma reação exagerada perante uma situação normal?”.
Antes de responder, deixo apenas a nota de que o “amigo” de Krovinovic teve uma atitude absolutamente reprovável segundo qualquer padrão moral e, acima de tudo, segundo qualquer código de amizade. No entanto, o áudio é agora público e as consequências para o médio dos encarnados já se fizeram sentir.
Mas, justifica-se a punição? Sim e não. Isto é, do ponto de vista da gestão externa do grupo (ou seja, a gestão de dentro para fora) é compreensível que se puna o futebolista, visando assim dar um sinal de que estão bem estabelecidas no grupo de trabalho as hierarquias de autoridade.
Ao castigar o jogador, o SL Benfica mostra que atitudes que possam ser nocivas para o grupo de trabalho serão alvo de escrutínio e sanção, transmitindo uma mensagem para fora (mas também para dentro) centrada na imposição de respeito para com quem, dentro do grupo, goza de mais autoridade.
Jesus, como treinador, tem mais autoridade do que os jogadores sob a sua alçada e, ao ser desrespeitado, será protegido e o desrespeitador será punido – é, no fundo, esta a mensagem. Por outro lado, numa visão meramente interna da gestão do grupo, muito provavelmente não se justificava tão dura sanção.
Haveria, natural e necessariamente, uma conversa entre treinador e jogador (eventualmente com a presença do restante grupo de trabalho), mas tudo seria sanado, acredito eu. Em condições normais, a expressão do seu descontentamento – ainda que com um insulto nada agradável – não seria suficiente para que o jogador fosse alvo de consequências desta magnitude e este continuaria, acredito eu mais uma vez, a trabalhar junto do grupo.
O problema é que as condições que circundam o caso não são normais. A conversa, idealizada por Krovinovic como privada, tornou-se pública num ato de má-fé e gerou uma onda de reações e de pressões externas que acentuaram a necessidade de haver uma reação dura da parte da estrutura e da equipa técnica encarnadas.
Posto isto, não sou capaz de dar uma resposta que não seja híbrida, considerando que talvez não fosse preciso aplicar tão duro castigo a Filip Krovinovic, mas compreendendo que quiçá essa aplicação tenha sido a única forma de manter a estabilidade da relação treinador-jogadores."