quarta-feira, 5 de maio de 2021

Estamos vivos...

Benfica 7 - 3 Oliveirense

Mais uma grande vitória, em mais uma partida em jogámos com 5 contra 7 durante o jogo, com o Pinto e o Peixoto muito activos... Inacreditável como nas últimas cinco partidas do Benfica no campeonato, 4 foram arbitradas pelo Joaquim Pinto, sempre com roubalheiras monumentais!!! Fizeram tudo para afastar o Benfica das meias-finais, é sinal que estão com medo, muito medo, porque este Benfica apesar dos jogos maus, normalmente contra adversários mais fracos, nos jogos 'grandes' a equipa tem estado quase sempre bem... e se não fosse os apitos, estava com muita confiança para aquilo que falta do campeonato!
As meias-finais, com os Corruptos, vai ser à mais de 5, com a negra a ser jogada fora da Luz... mesmo assim, com esta atitude, tudo é possível...!!!

Golos...


Benfica 36 - 19 Sanjoanense
(23-10)

Início perro, mas depois os golos foram aparecendo, apesar das muitas exclusões... numa jornada, após mais uma paragem para as Selecções.

Eliminação absurda...

Benfica 1 (1) - (3) 1 Braga
Barrero
(Semedo)


Eliminação inacreditável, num jogo onde demos 72 minutos de 'avanço'!!! Os erros começaram no esquema: meio-campo completamente sem norte, só o Jocu defendia, todo o espaço do mundo para os adversários, que passavam, recebiam, sem qualquer marcação... E depois, na parte final, em desespero, um desperdício inacreditável de golos... Foi necessário esperar pelo minuto 98 para empatar o jogo e levar a eliminatória a prolongamento! No total foram 5 bolas nos ferros...!!! No prolongamento, com a equipa totalmente desequilibrada, e com alguns jogadores com cãibras, fomos obrigados a não arriscar... Com tanto erro durante os 120 minutos, chegámos aos penalty's e desperdiçamos nada mais nada menos do que 3 penalty's!!! É impossível ganhar assim... E é muito frustrante, perder para uma equipa com jogadores de qualidade inferior, mas com organização e garra, muita ronha, e uma desmesurada sorte, que acabaram por passar à Final...
O Jocu, e o Samuel Soares (apesar de poder ter feito mais no golo) não mereciam terminar a época hoje...!!!

Cadomblé do Vata


"Desde que me lembro, a final da Taça de Portugal é disputada no Estádio do Jamor à tarde. Mesmo quando Carlos Manuel calou a birra do Pinto da Costa com uma chupeta a longa distância no Estádio das Antas, o sol brilhava forte no céu. Até há 1 ano, as únicas coisas que impediam a prata da Taça Rainha de reluzir brilhante debaixo dos raios solares eram uma incomodas nuvens primaveris que pudessem ter o desplante de comparecer à festa.
Na temporada passada, no meio de medidas sanitárias extraordinárias que deixaram o Estádio Nacional fora do epílogo da temporada, atirou-se com o Clássico para Coimbra a umas tardias 20h45. Na presente temporada, sem restrições que impeçam a utilização do histórico palco-mor da refrega que fecha a época futebolistica nacional, agendou-se novamente a partida para o Municipal Conimbricense e acrescentaram-se mais 15 minutos à hora do pontapé inicial.
Os caciques da bola portuguesa não nutrem qualquer grama de paixão pela modalidade. Olham para a final da Taça de Portugal como se fosse mais um episódio de uma novela com chancela Globo, que se vê entre duas colheradas de sopa ao jantar e uns olhares de esguelha para a sequência de emails onde discutem mais um negócio com avultadas comissões. Vibram tão pouco com o fenômeno que lhes mete a sopa na mesa, que dão prioridade horária à Floribela no Domingão da SIC, sobre o jogo que milhões aguardam com desmedida expectativa.
Por serem meros profissionais da indústria, desconhecem as caracteristicas sensações de estômago farto de borboletas e garganta exclusivamente aberta a líquidos alcoólicos, que fazem os 90 minutos de "rola-a-bola" de um adepto. Por não viverem o clubismo, olvidam as dificuldades inerentes a manter activas toda uma panóplia de superstições pré jogo que a meio da tarde já encontram sérios obstáculos à sua sobrevivência. Em Inglaterra os adeptos acabaram com a Superliga. Em Portugal os adeptos apoiam estes canalhas."

Dançando com Carmen Miranda


"John Payne não escapou ao encanto da moça de Marco de Canavezes. Até se esqueceu de que fora Alexei, O Selvagem das Estepes

Estava uma bela tarde de Sol em Nova Iorque, nesse dia de março de 1961, mas para John Payne serviu de pouco. O Buick descontrolado que o apanhou em cheio deixou-o em péssimo estado. O condutor justificou-se com o sol das duas da tarde, caindo oblíquo sobre o para-brisas e cegando-o por momentos. A populaça curiosa que rodeou o local do acidente, em Madison Avenue, reconheceu de imediato a cara ensanguentada da vítima. Tratava-se de John Howard Payne, ator de Hollywood que fizera o papel de protagonista em filmes como The Eagle and the Hawk, Tripoli, The Razor’s Edge, Raiders of the Seven Seas, Kansas City Confidential, Crosswinds, Passage West e um nunca mais acabar deles que serviriam para encher todas as linhas que se seguem até ao ponto radicalmente final. 
 Payne foi um menino bonito dos papás, Ida Hope e George Washington Payne, numa casa clássica de Roanoke, Virginia, daquelas a que os arquitetos gostam de apelidar de estilo antebellum – antes da Guerra da Secessão – e que ardeu em circunstâncias que ficaram por apurar mas não dizimaram propriamente o pé-de-meia de George Washington, um industrial de inequívoco sucesso.
O garoto da família Payne podia ser estragado com mimos mas tinha um feitio violento que não se topava à superfície com apenas uma vista de olhos. Por tudo e por nada, gostava de se meter em cenas de pancadaria com a rapaziada da sua idade e, conforme foi reforçando o esqueleto com uma dose razoável de músculos, passou a estar sob a vigilância dos professores de boxe da Columbia University que sabiam bem como encaixar uns dinheirinhos extras através da apresentação de moçoilos prometedores a proprietários de ginásios e viciados em apostas. John gostou de ser visto como um futuro pugilista. A sua vaidade, que já não era escassa, inchou como um balão de hélio e a subitânea ascensão no pequeno meio dos boxeurs universitários foi suficiente para o fazer arrancar os pés do chão.
Viria a pagar por isso, embora fosse um daqueles mamíferos que cospe no chão, enfia o chapéu de cowboy, e cavalga até ao pôr do sol sem o mínimo arrependimento que o faça voltar para trás.
Poucos são os vaidosos que não são mulherengos e vice-versa, salvo erro. O boxe estragou um bocado a cara à Rodolfo Valentino de Payne, mas eis outro efeito que o rapaz mandou às urtigas. Divertia-se à brava a ser Tiger Jack Payne nos ringues de boxe, ora dando ora apanhando, já que nunca foi um às na matéria, e gozava ainda mais quando vestia um daqueles ridículos fatos de banho com peitoral e assumia, nos combates de luta livre a personagem de Alexei Petroff, O Selvagem das Estepes. Aí sim, levava forte de feio. Provavelmente terá sido o motivo para desistir daquele tipo de palhaçadas e se deixar levar como galã para películas xaroposas produzidas pela Paramount, Warner Bros e pela 20th Century Fox. Era gente que pagava bem. Até em papéis subalternos nos quais pronunciava no máximo umas quatro ou cinco frases.
Em 1937, com 25 anos, embeiçou-se. A avezinha que lhe tombou nos braços chamava-se Anne Shirley e era um bocadinho sensaborona. Se quiserem confirmá-lo, revejam por exemplo The Devil and Daniel Webster. Ou melhor, não vejam. Há por aí coisas mais interessantes.
Ao fim de três anos de casamento, Payne também encontrou coisas mais interessantes do que Anne e uma delas falava português e tinha nascido e Marco de Canavezes. Chamava-se Carmen Maria Miranda da Cunha, não ia além do metro e cinquenta, mas era irrequieta e bem disposta, algo que John estava a precisar no intervalo entre o seu divórcio com Anne e o seu castamente subsequente com outra estrela de Hollywood, esta bem mais brilhante, Gloria DeHaven que tivera o seu primeiro papel no cinema como uma garotinha pela mão de Charles Chaplin em Os Tempos Modernos.
Pelo caminho, o realizador Walter Lang, juntou John Payne e Carmen Miranda em Havana para serem protagonistas de Week-End in Havana, uma misturada de cenas de dança e de romance ao som de músicas caribenhas e de uns toques de samba para que a rapariga que tinha uma cesta de fruta na cabeça pudesse cantar na sua língua natal. Língua puxa má-língua, e John e Carmen não se livraram dos boatos de terem tido um caso tórrido no ambiente já de si também tórrido da Cuba de 1941. Passaram por isso como cães em vinha vindimada. A rebaldaria em forma de filme disparou nas tabelas das preferências e atingiu mais de 25 mil dólares de lucro, deixando Citizen Kane muito para trás. As bananas e os ananases que serviam de tranças a Carmen na canção final, The Nango, fizeram Payne esquecer por completo que já fora o Selvagem das Estepes. Estava calor demais para isso em Havana."

A cidade e o FC Porto


"Percebo a atitude dos portistas em relação a Lisboa e até aceito alguns dos seus excessos. Mas não pode valer tudo e isto está a passar as marcas.

Sempre gostei do Porto. O meu pai também gostava do Porto e tinha lá o seu melhor amigo: Óscar Lopes. Tenho família no Porto. Nunca achei piada às graçolas que muitos lisboetas repetem quando se fala no Porto, tais como: «A melhor coisa que o Porto tem é o comboio para Lisboa».
Percebo o sentimento portista de uma certa rivalidade em relação à capital. E até agressividade. É um fenómeno universal: a segunda cidade de um país afirma-se geralmente na luta contra a primeira. Basta olhar aqui para o lado, para Espanha, e vermos a relação conflitual que existe entre Barcelona e Madrid, chegando ao ponto de gerar na Catalunha um fortíssimo movimento independentista.
Vou até mais longe: não só percebo a atitude dos portistas em relação a Lisboa como aceito alguns dos seus excessos: é sempre difícil dosear a rivalidade e colocá-la dentro de limites razoáveis.
Dito isto, porém, é preciso acrescentar: não pode valer tudo. E o FC Porto, na sua afirmação clubística, tem passado várias vezes a fronteira do aceitável.
O presidente do clube, Pinto da Costa, dada a sua frieza (e algum cinismo) não passa habitualmente as marcas. Faz as coisas pela calada. Já o mesmo não se pode dizer do atual treinador do clube, Sérgio Conceição, que tem protagonizado cenas patéticas.
São vários os momentos em que se tem envolvido em agressões verbais com colegas de profissão. E não só: nunca foi bem esclarecido um episódio em que um treinador do Belenenses disse ter levado um murro no túnel do Jamor, com Conceição por perto. E se não o agarrassem, Sérgio Conceição ter-se-ia envolvido numa cena de pancadaria com o treinador do Portimonense, Paulo Sérgio. Pergunta-se: como é que um condutor de homens se pode comportar assim? Que autoridade tem para pedir aos seus jogadores uma atitude civilizada dentro do campo?
Sérgio Conceição não sabe perder. O que até certo ponto é compreensível: a não aceitação da derrota é um fenómeno, por assim dizer, natural. O homem, no seu estado selvagem, não aceita perder. Reage mal quando é derrotado. Foi contra isso que a civilização teve de batalhar. Se os seres humanos não aprendessem a perder, a vida em sociedade seria impossível. A todo o momento haveria por toda a parte cenas de pugilato, agressões, mortes. A civilização moderou as reações humanas e fê-las aceitar a adversidade.
Mas Sérgio Conceição parece por vezes não ter sido tocado pela civilização. Reage como um animal ferido. Quando não ganha um jogo fica transtornado, entra em campo a insultar o árbitro, parece querer bater em toda a gente.
Assim foi mais uma vez na passada segunda-feira, quando não venceu o Moreirense num jogo decisivo para as contas do título. O campeonato entrou na reta final, cada ponto conta, e perder dois pontos neste momento não é fácil. Mas é nestas alturas precisamente que se vê a natureza das pessoas.
No fim do jogo, dirigiu-se ao árbitro a bravejar, com modos agressivos, seguido por várias elementos do seu staff – um das quais, um homem corpulento e de cabelo branco, parecia apostado em bater em alguém (talvez no árbitro), sendo agarrado por várias pessoas para não consumar o ataque. Foram cenas lamentáveis. Mas o pior estava para vir.
No exterior da zona do balneário do FC Porto, dois repórteres de imagem esperavam a saída da comitiva portista. Pinto da Costa dirigiu-se a um deles, este mostrou-se algo intimidado e retirou a câmara do tripé, enquanto outro filmava a cena. Nisto, aproxima-se um indivíduo que insulta este segundo repórter, ameaça-o, pergunta-lhe por que razão está a filmar e a seguir começa a bater-lhe. Percebe-se que a câmara anda aos trambolhões. Pinto da Costa, de frente para o agressor, assistiu a tudo. Não se sabe se lhe disse alguma coisa, mas competia-lhe dizer: sendo a ‘autoridade’ máxima naquele momento, pois era o presidente do clube a que pertencia o homem, era seu dever intervir decididamente para evitar a agressão. Mas a verdade é que no registo áudio não consta nenhuma palavra sua.
Isto não pode acontecer. O FC Porto, quando perde, não pode comportar-se como uma instituição fora da lei, um bando de jagunços, atacando tudo e todos, agredindo árbitros, adversários e jornalistas, criando um clima de intimidação e de terror. Assisti de perto, há anos, na cidade do Porto, a cenas de perseguição a adeptos de outro clube. Sei de comentadores televisivos que, apesar de serem portistas, viram os seus bens destruídos por terem feito uma crítica à equipa. Sei de um jornalista também adepto do FC Porto agredido por um jogador dentro da camioneta do clube, que apresentou queixa e mais tarde a retirou, negando os factos.
Pergunto: o que aconteceria se, em vez de ser um jogo com o Moreirense para o nosso campeonato, tivesse sido um jogo da UEFA para uma taça europeia? O FC Porto estaria em muito maus lençóis. Possivelmente seria banido das provas europeias por largo período. Dir-se-á que o clube nada teve que ver com a agressão ao jornalista. Mas teve que ver com todo o ambiente de excitação e violência verbal que a envolveu. Também os clubes ingleses não eram responsáveis pelos hooligans e, por causa destes, todas as equipas do Reino Unido se viram afastadas de provas europeias durante largos anos. E só assim foi possível erradicar o hooliganismo.
Em geral sou contra a repressão. Mas este comportamento do FC Porto, do seu treinador, dos seus dirigentes, dos seus adeptos não se vai resolver com paninhos quentes. Enquanto o clube não apanhar um grande susto, enquanto não estiver à beira de ser afastado dos relvados durante algum tempo, as coisas não vão mudar.
Repito: não sou adepto de medidas repressivas, prefiro a persuasão. Mas isto está a passar as marcas. E se não houver uma reação firme das autoridades do desporto, o FC Porto não se emendará."