quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

Grandes desafios


"O ritmo vertiginoso das competições prossegue, iniciando-se amanhã, com a realização da partida frente ao Vitória de Guimarães na Luz, referente à última jornada da primeira volta da Liga NOS, um ciclo de jogos que poderá ser determinante para definir a temporada.
Até ao fim de semana de 21 de março são, para já, 12 os jogos agendados. Caso consigamos o apuramento, ante o Arsenal, para os oitavos de final da Liga Europa, serão 14 neste período.
Assim, ao desafio com o Vitória de Guimarães, seguir-se-á, já na próxima segunda-feira, a receção ao Famalicão, também no âmbito da Liga NOS. Dia 11 será a vez da visita ao Estoril, na primeira mão das meias-finais da Taça de Portugal, e dia 14 a deslocação a Moreira de Cónegos, novamente para a Liga NOS.
No dia 18 terá lugar a receção ao Arsenal, para a Liga Europa. O jogo da segunda mão será realizado na semana seguinte, no dia 25. Pelo meio, dia 21, ocorrerá o regresso a Faro na 20.ª jornada da Liga NOS. 
O agendamento dos jogos seguintes está dependente do desfecho da eliminatória com o Arsenal. Se nos qualificarmos para os oitavos de final da Liga Europa, os jogos serão disputados nos dias 11 e 18 de março ante um adversário a ser sorteado no dia 26 de fevereiro.
Confirmados estão já os seguintes desafios antes da paragem, após o fim de semana de 21 de março, para os compromissos internacionais das seleções: Rio Ave, na Luz, para o Campeonato; Estoril (segunda mão das meias-finais da Taça de Portugal, na Luz); Belenenses, SAD (fora), Boavista (Luz) e Braga (fora), referentes à Liga NOS.
São objetivos imediatos da nossa equipa o regresso mais célere possível à luta pela liderança da Liga NOS e carimbar as passagens à final da Taça de Portugal e oitavos de final da Liga Europa. Focados, empenhados e consistentes estaremos mais próximos de consegui-lo.
Força, Benfica! 

P.S.: Aproveitamos para saudar a nossa equipa de voleibol pelo apuramento para a final 8 da Taça de Portugal (vitória, por 0-3, em Espinho) e para desejar boa sorte a todas as nossas equipas neste fim de semana, em particular a de basquetebol, que disputará, em Sines, a Taça Hugo dos Santos."

Jorge Jesus com melhorias significativas


"O Benfica informa que Jorge Jesus apresenta uma melhoria clínica significativa face ao quadro de infeção respiratória provocado por SARS-CoV-2, detetado no dia 28 de janeiro.
Jorge Jesus encontra-se em repouso, em casa, sob acompanhamento por parte do departamento médico do Benfica e do corpo clínico do Hospital da Luz, não apresentando o seu estado de saúde qualquer critério de gravidade.
Jorge Jesus não marcará presença amanhã no Estádio da Luz para o jogo diante do Vitória SC, mas deverá regressar às suas rotinas habituais de trabalho na próxima semana."

O caso do fora de jogo fantasma no Moreirense-Braga: se este erro tivesse acontecido no dérbi, a arbitragem voltaria a ser chamuscada


"Na última jornada aconteceu uma situação atípica em Moreira de Cónegos: Ricardo Horta marcou um golo inicialmente validado pela equipa de arbitragem, mas que foi depois anulado por intervenção do VAR. A sinalética do árbitro confirmou que o avançado bracarense partiu de posição irregular.
Embora o "olho nú" nunca seja fiável - sobretudo em lances de dúvida, no limite - a verdade é que todas as imagens daquele instantâneo pareceram mostrar que Horta estaria claramente em jogo.


De acordo com explicação oficial posterior (também dada, no final do jogo, às duas equipas)... "a deficiente calibragem técnica das linhas de fora originou a má avaliação de um lance de ataque do Sp. Braga", sendo por isso sancionado, de forma indevida, um fora de jogo num lance que o jogador estava em jogo por 1.18m.
O que aconteceu não tem explicação técnica fácil, mas tentarei resumir aqui de forma simplificada:
1 - Os estádios não são todos iguais e, por isso, as câmaras não podem ser colocadas de igual modo. Naqueles em que as bancadas são mais pequenas, a sua fixação é próxima ao solo (mais perto do relvado), algo que dificulta o trabalho operacional de quem está em sala. Isso acontece no estádio do Moreirense e em muitos outros, por oposição ao que sucede, por exemplo, em Guimarães, Braga ou Jamor.
2 - Quando há um lance de possível fora de jogo sujeito a VAR (um que resulte, por exemplo, em golo ou pontapé de penálti), a primeira coisa que é feita pelo técnico de imagem é calibrar as referências que existem (áreas, medidas, marcações, linhas, todo e qualquer outro ponto relevante), para ter todas as ferramentas que precisa para medir o posicionamento do avançado.
Regra geral, para a análise de foras de jogo são usadas as câmaras de topo/master (ângulo aberto), a do fora do jogo (que coloca o ponto na última parte do corpo de defesa e avançado que estão mais perto da baliza - à exceção dos braços) e uma de "curtos" (ângulo fechado), apenas para definir o exato momento em que o passe é feito.
3 - Neste caso concreto, o que falhou foi a triangulação de todas elas. Por força de se usar uma das câmaras mais baixas (perto do terreno de jogo), um erro de calibragem aconteceu e foi o que bastou para que a linha tecnológica de fora de jogo fosse colocada atrás de Ricardo Horta, ou seja, indicando que o avançado estaria em offside.
Temos que aceitar que o erro humano é um dano colateral inevitável no uso da tecnologia, porque a maioria delas depende de mão humana e o homem é falível. No entanto, essa verdade não pode nem deve levar a facilitismos. Não pode nem deve justificar tudo.
A questão que deve ser levantada é a de perceber-se o que levou VAR e AVAR a validarem aquela informação distorcida como correta.
Na arbitragem não há Maradonas e se há coisa que o universo já nos ensinou (ensina-nos a todos, todos os dias) é que há sempre qualquer coisa nova para aprender, há sempre qualquer lição a retirar, ainda que de experiências menos felizes.
No caso em apreço, a grande lição a retirar é a necessidade de termos que questionar tudo, a toda a hora. É a obrigação profissional de nunca darmos como certa uma decisão se temos a oportunidade de a confirmar uma, duas, três vezes. Isso é ainda mais relevante quando a solução entretanto apresentada pareça desajustada e descabida aos olhos do senso comum, como aquela pareceu de imediato.
Um videoárbitro concentrado tem que olhar para um lance como aquele e perceber que algo está errado. Um árbitro assistente focado e seguro tem que desconfiar de uma indicação técnica que contrariou, de forma clara, a percecão correta que teve em campo. E um técnico de imagem com feeling para o jogo tem que intuir que há determinadas coisas têm tudo para não bater certo.
Num fora de jogo de 2 ou 3 cms esta questão não se colocaria, porque entraria na tal margem de erro difícil de detetar empiricamente. Aí sim, a tecnologia faz lei. Mas em lances destes, de decisão claramente percetível a olho nu, tem que haver perguntas, tem que haver certezas, tem que haver mais segurança antes de se validarem processos de resposta automática.
A tecnologia é um instrumento de apoio, não é o Supremo Tribunal. Supremo é o árbitro na sua autoridade.
A arbitragem tem cada vez mais meios e está agora a aprender a lidar e a crescer com eles. É um desafio exigente, demasiado escrutinado e porventura injusto, mas a sua exposição é inevitável na forma como o negócio-futebol está montado.
Errar não é crime (quem nunca?) mas a credibilidade da classe também assenta na sua capacidade em discernir boas e más decisões quando há tempo, meios e condições para isso. E ali houve.
Se este erro tivesse acontecido no dérbi de Alvalade, num clássico a doer ou em qualquer outro jogo mais mediático, seria tema para meses e a arbitragem voltaria a ser chamuscada em praça pública. Se tivesse tido influência direta num qualquer resultado eliminatória ou campeonato... seria o fim do mundo. Porquê? Porque ninguém desconfiou, ninguém questionou e todos se conformaram. Mal."

Ministério da Educação e futebol profissional


"O que está errado é o Governo querer beneficiar da ‘força’ do futebol-espetáculo, e arrecadar para si o ‘prestígio’ nacional e internacional, dos sucessos alheios...

Visto que a mentira e a desinformação são apanágio das ditaduras, em regimes que oprimem os povos. Não entendemos a a razão pela qual o poder político atual persiste em fazer o papel de autista em relação à violência no futebol profissional, que teimosamente mantém na tutela do Ministério da Educação (ME) e não, como devia ser, na inspeção dos espetáculos, aonde estão integrados os seus congéneres da tauromaquia e do circo.
Não se trata aqui de maior ou menor consideração pelo setor, é sim apenas uma questão de lógica de metodologia classificativa relativa às características do espetáculo profissional público, que nada tem a ver com o Ministério da Educação, que é responsável pela educação dos portugueses e que, manifestamente, não está vocacionado para tutelar, sob qualquer aspeto, o futebol-espetáculo profissional com toda a sua carga negativa de problemas sociais e da constante alteração da ordem e tranquilidade públicas que, quase todas as semanas acontecem nesses recintos que, inapropriadamente, alguns pseudo-jornalistas, denominam de desportivos.
Há 40 anos fomos brindados com um prémio jornalístico sobre ‘Violência no Desporto e suas Causas’ e podemos hoje assegurar, que passados todos estes anos tudo continua na mesma. Não parece avisado ignorar as opiniões de peritos, diplomados por universidades do Estado, nestas matérias, pois são eles que têm essa competência.
Mas, enfim, parece que o Ministério da Educação só ouve quem não sabe, e não é de agora, sempre assim foi. A questão da violência no futebol profissional é simples para qualquer sociólogo que na sua juventude tenha praticado desporto amador, ou seja, sempre na tutela do Ministério da Educação que, com propriedade, já foi denominado, no passado, da instrução, já que a educação deve ser recebida em casa...
O desporto amador é praticado na escola e fora dela, em clubes desportivos que estão filiados em federações desportivas tuteladas pelo ME têm preocupações e objetivos pedagógico-educativos de formação do caráter e preocupações de convívio e inclusão social que vão contribuir para a formação do futuro cidadão adulto com a noção de cidadania e espírito de identificação com um legado cultural que recebeu dos seus antepassados, e que irá transmitida aos seus descendentes, de modo a fortalecer e consolidar aquilo a que se chama de nação.
Isto é aquilo que o Ministério da Educação deve almejar com o seu trabalho e nada mais que isto e, convenhamos que já é muito. O futebol profissional-espetáculo é essencial para a catarse do povo, para a diminuição de conflitos sociais, para a saúde psicológica dos mais introvertidos, que no futebol-espetáculo se transfiguram e ficam com dupla personalidade só voltando ao estado anterior na segunda-feira de cada semana. Também é essencial para o Governo já que distrai a atenção do povo dos assuntos políticos, do dia-a-dia, embora o povo tenha a possibilidade de aprovar ou rejeitar, essas políticas, de 4 em 4 anos.
Ora o que está errado é o Governo querer beneficiar da ‘força’ do futebol-espetáculo, e arrecadar para si o ‘prestígio’ nacional e internacional, dos sucessos alheios, por que além de politizar o futebol, desmotiva e transfigura o Ministério da Educação nacional. Para além disso é mais fácil manipular a inspeção dos espetáculos, a seu favor, sem ‘contaminar’ o Ministério da Educação e a juventude portuguesa."

Densidade competitiva no futebol... A quanto obrigas!...


"Em termos de espaço de alta competição na modalidade de Futebol continuamos a assistir a um acumular de situações que de forma muito especial e de acordo com a qualificação e mestria das equipas técnicas, médicas, administrativas…vão de forma exemplar levando a água ao seu moinho. 
Jogos sem público, jogadores e treinadores a acumular ausências em treino coletivo, um permanente foco de instabilidade perante a incerteza de se ver impedido de funções devido a análise positiva /covid, a permanente vigilância e dum resultado que por vezes se torna enganador, enfim, tem criado um espaço de vida para que todos os que esperamos pelo jogo até antes da hora anunciada, possamos cruzar as imagens do que vale a pena ver e não do que, por muito que queiramos fugir, assaltam-nos a toda a hora como aves agoirentas ansiosas de fazer da notícia o pódio da desgraça.
É de anotar em especial referência o caso do F.C. Porto e do S.C. Braga numa crista de onda, por todos os motivos que engrandecem o seu quadro competitivo em provas de nível nacional (campeonato, taça de Portugal, Ligas de Campeões e U.E.F.A, respetivamente), realizando neste fevereiro 8 (oito) jogos (média de um jogo de 3 em 3 dias), é obra!…
Associando a este facto o que acabei de referir, isto é, jogadores por vezes limitados à presença prolongada em treinos coletivos, impedidos assim para ver valorizadas as capacidades condicionais e coordenativas, inseridas num fundamento tático coletivo, em que se incorpora o trinómio de pensar, decidir e executar, a falta de inserção do jogador na dinâmica de treino por setores e nos processos defensivos, ofensivos, bolas paradas, etc.…a periodização e planificação das cargas e sua readaptação, encontram-se bloqueadas pelas brumas da memória.
Deste modo a tal filosofia (refiro esta palavra de propósito, pelo facto dum consagrado treinador ter dito que isto era mais filosofia do que outra coisa…ah…ah…ah…), do treino para o jogo ou do jogo para o treino, merecer a alta qualificação de liderança do treinador como gestor de recursos humanos com vista à obtenção de sucesso, será fundamental porque imperioso e necessário avaliar quer em termos somáticos, como cognitivos, como comportamentais, o estado de competências dos seus jogadores e anotar os traços da sua personalidade daqueles que perante este combate estarão mais disponíveis para exibir esse marco vibracional, mergulhador de entusiasmo e agarrando o futuro com mais esperança. 
Neste âmbito a ciência do treino desportivo em termos energéticos, refere que as tais 72 horas entre jogos será tempo suficiente para repor os níveis de glicogénio e as fontes energéticas ao nível básico de Vo2 Max (consumo oxigénio), mas nada refere neste caso de acumulação de tantos jogos em sequência.
Creio que se torna fundamental então treinar, e apenas e quase só para recuperar. Neste âmbito julgo pertinente recorrer a outras estratégias que associadas, podem ajudar a complementar o afastamento do estado de fadiga:
- Inserir no processo de engenharia ambiental de treino as técnicas que sejam capazes de promover a confiança dos jogadores, assegurando-os e encorajando-os na capacidade de serem bem-sucedidos;
- Reformulação de objetivos de conquista – difíceis e desafiadores, comparando a análise de rankings de sucesso de complexidade crescente;
- Operacionalizar nos processos de treino, as técnicas de redução de stress e ansiedade (individual e coletivo), utilizando as técnicas de relaxamento muscular progressivo, imaginação, respiração e visualização mental, simulando as condições adversas e ou passíveis de consciencializar as tomadas de decisão antecipadas de previsível sucesso. Sempre que possível esta administração metodológica deverá ser realizada no espaço de jogo e especialmente nas zonas de maior fluxo exibicional, podendo e devendo ser aclaradas com um processo de auto comunicação, onde podem intervir focos de irradiação mediática causadores de muita felicidade e bem-estar social, clubística, familiar e profissional;
- Estabelecer planos de atenção superior com objetivos bem claros, eliminando aspetos circundantes e supérfluos, mas devidamente realistas, capazes de criar um estigma de orgulho no símbolo que representa. Já o referi por diversas vezes que as expressões mentais convertidas em ato, tornam-se mais reveladoras na tomada das decisões mais eficazes para obter o sucesso e perduram mais no tempo. 
Nesta fase de abrangência competitiva altamente desgastante, as condicionantes biológicas, fisiológicas, atléticas e funcionais devem seguir com rigor a inserção das componentes comportamentais no plano de recuperação do esforço. Jamais esquecer uma instrumentalização duma cultura de honestidade, autenticidade, ética, resiliência e altruísmo para gerar as melhores condições dum estado de crença, que Norman Cousins ( 1915-1995), refere que “este estado de crença também pode gerar biologia como força motriz de intencionalidade energética onde se atestam comportamentos, ajustam desejos, invocam convicções , acabando por bater nas portas onde habita o sucesso”…e são tantos os exemplos que se nos oferecem esses relatos fantásticos de apoteose exibicional e que alguns desatentos, para não chamar outro nome, cognominam de sorte!...
É claro que sobra sempre para o treinador como líder operacional e gestor de comportamentos, para esta dinâmica de intervenção qualitativa que a planificação e periodização do treino se deve reger.
Treinador paciente, persistente, tornando os treinos criativos, motivantes e organizados. Transmissor dos valores de honestidade, firmeza de convicções, integridade, respeito, exigindo o cumprimento das regras internas, costumes, tradições e que reforcem e estimulem o orgulho e desempenho da equipa por si orientada.
Treinador que seja capaz de descodificar os fracassos, transformando-os em êxitos, apresentando uma imagem de serenidade, competência, liderança, responsabilidade e carisma assente numa base de afabilidade e no exercício duma exigência partilhada, omitindo a palavra problema e enfatizando o termo desafio, transportando na alma as pegadas da experiência vivida e no rosto o certificado das vitórias alcançadas!...
A este propósito, a relação social, pedagógica e institucional que numa subida honra mantenho com Sérgio Conceição e Carlos Carvalhal, me autorizam a publicamente a fazer da expressão escrita um sentimento do coração. Estamos mesmo perante os maiores entre os melhores!...

Obs. Permitam que neste momento e já que abono a qualidade do Treinador envie um forte abraço de Saudações ao nosso Abel Ferreira (que fantástica festa dos Libertadores colorida com sabedoria e lágrimas), não esquecendo Pepa (igualmente meu distinto aluno do Curso de Treinadores) e a carreira do nosso Paços (faz-me recordar um sentimento de saudade a época 2012/13 do 3º lugar de acesso à Liga dos Campeões em que tive a alegria e honra de colaborar com o Campeão Paulo Fonseca).
Bem Hajam!…"