domingo, 31 de janeiro de 2021

Empate em Rio Maior...

Vilafranquense 2 - 2 Benfica B


A perder por 2-0 ao intervalo, conseguimos retificar na segunda parte...
Destaco o regresso do ex-emprestado David Tavares e do Umaro após longa ausência por lesão...

Espreitando o dérbi por uma palhinha


"É sabido que o dérbi Sporting CP – SL Benfica é, desde sempre, o jogo da época para os sportinguistas, estejam ou não na luta pelo título. A este facto, acresce ainda a liderança da liga por parte do clube leonino, o que confere, assim, um fator de maior importância ao jogo. Não será por isso surpreendente que, esta semana, tenhamos assistido a um espetáculo verdadeiramente deprimente.
João Palhinha viu o quinto amarelo, que o fará falhar o dérbi. Porém, logo se levantaram vozes de que o cartão teria sido propositadamente mostrado para que Palhinha falhasse o jogo. O órgão oficioso de comunicação do Sporting CP, o jornal Record, não perdeu tempo, e até casos que em nada são comparáveis foi buscar, numa tentativa desesperada de exercer pressão mediática sobre o Conselho de Disciplina, na esperança de que este retirasse o castigo aplicado ao médio.
Um dos exemplos dados foi um cartão vermelho mal mostrado, na Liga feminina, a uma jogadora do SL Benfica (“admiração”). O que nós gostaríamos de ter visto era que este mesmo jornal, aquando da suspensão por amarelos a Otamendi, tivesse vindo a público defender a reversão da decisão. É que é unânime e de conhecimento geral que essa decisão foi errada. Há, no entanto, uma diferença mais reveladora entre os amarelos mostrados a Otamendi e a Palhinha. No caso de Otamendi, era jogador do Benfica, e por isso tudo foi abafado e a “normalidade” da injustiça imperou perante o bom senso. 
Pasme-se que até o árbitro do jogo, Fábio Veríssimo, se apressou a vir a público afirmar que o cartão mostrado teria sido, afinal, uma má decisão. Saudamos o facto de um árbitro admitir um alegado erro, mas perguntamos: porquê agora? Porque não vimos este e outros árbitros, no passado, admitir que assinalaram erradamente um penálti ou que perdoaram uma ou outra expulsão? É por se tratar do Sporting ou por todo o espetáculo em redor deste (não) caso?
Naturalmente – e aqui há que saudar a equidade e coragem de não ceder a pressões ou ruído - o Conselho de Disciplina manteve a decisão e João Palhinha não jogará o dérbi. Palhinha não se ficou e, nas redes sociais, manifestou o seu mau caráter, proferindo a típica frase do ABC portista e sportinguista, «contra tudo e contra todos».
O árbitro do jogo será Artur Soares Dias, com o cognome "o habilidoso". Um árbitro que, apitando uma falta aqui e outra acolá, perdoando um amarelo a uma equipa e mostrando à outra, leva a sua avante, condicionando o jogo e inclinando o campo. Este árbitro notabilizou-se no futebol português por favorecer o FC Porto, mas, acima de tudo, por prejudicar o SL Benfica. Soares Dias é, também, o árbitro que afastou o SL Benfica do título em 2012, perdoando 3 penáltis à equipa da casa, no então Sporting CP- SL Benfica. Um árbitro que, em toda a sua carreira, assinalou mais penáltis contra o Benfica que em benefício.
Para finalizar, relembramos que estamos quase a terminar a primeira volta do campeonato e o SL Benfica continua sem um único livre de 11 metros a seu favor. Não pedimos favorecimento, apenas que lances de grande penalidade sejam analisados com imparcialidade e assinalados em conformidade. Ao SL Benfica, equipa assolada por inúmeros casos de covid-19, reclamamos superação. Jogando com a mesma determinação com que jogaram no Dragão, não poderá existir outro desfecho que não seja a vitória.
É ganhar ou ganhar!"

Choradeira do costume...


"O Pote leva apenas um jogo por palavras, ao contrário do que tem acontecido esta época, o reincidente Rúben Amorim apenas multa, e agora imaginem se não tivessem um único penálti esta época ou andassem a ir a jogo com um surto no plantel, praticamente sem treinar, limitados de jogadores, treinador e equipa técnica.
Por tudo isto e muito mais, para cima deles!"

Sistema de três centrais | Ilusão ou possibilidade no SL Benfica?


"Desde que Jorge Jesus regressou ao comando técnico do SL Benfica que se tem vindo a falar da possibilidade deste vir a apostar num sistema de três centrais, um sistema que chegou a usar uma vez por outra no Sporting CP, mas que nunca foi aposta definitiva do treinador amadorense.
Jorge Jesus sempre foi um adepto predileto do 4-4-2, embora já tenha assumido publicamente que é um apaixonado pelas táticas com três centrais. No entanto, ainda na fase inicial da época, JJ declarou que a equipa ainda não estava preparada para adotar essa tática, visto que os processos defensivos no 4-4-2 ainda não estavam assimilados, e ficaram ainda mais atrasados com a venda de Rúben Dias e a lesão grave de André Almeida.
Também é público que Jorge Jesus tinha Johan Cruyff como a sua principal referência, tendo realizado um estágio com ele em 1993, sendo que a sua admiração pelos sistemas de três centrais pode muito bem ter surgido daí.
Jorge Jesus dispõe atualmente de cinco defesas-centrais no plantel encarnado: Otamendi, Jardel, Ferro, Verthongen e Todibo, sendo que os dois último são canhotos, como Jesus tanto gosta. Para além disso, também está assegurada a contratação de Lucas Veríssimo ao Santos, desejo antigo de JJ, sendo que Todibo e Lucas Veríssimo aparentam ser aqueles com maior qualidade na saída de bola, podendo encontrar jogadores nas costas da primeira linha adversária.
Para dar largura nas alas, há Grimaldo, Cervi, Nuno Tavares Gilberto e Diogo Gonçalves. Portanto, há jogadores na defesa para Jorge Jesus adotar o sistema. Mas neste caso, Grimaldo poderá vir a ter uma função diferente das funções tradicionais num ala neste sistema. Tratando-se de um lateral com uma grande capacidade associativa e que gosta de explorar espaços interiores, Jorge Jesus pode conjugar essas características com Everton, que é um extremo que gosta de receber a bola em zonas mais abertas do terreno de jogo, podendo haver aqui uma dupla com funções invertidas, um pouco à imagem do que acontece no US Sassuolo com Rogério e Boga. Lucas Veríssimo, defesa central brasileiro de 25 anos, pode deixar o Santos FC e o Brasileirão já em janeiro, para reforçar o SL Benfica.
Passando também pelos jogadores mais adiantados, este sistema também pode ser uma forma de Pedrinho vir a ter mais oportunidades no onze, tendo em conta que se trata de um extremo mais cerebral e que dá maior qualidade e critério ao último terço do terreno, não correspondendo ao perfil de extremo mais clássico de que JJ tanto gosta.
Já quanto a outro extremo como Rafa, jogador mais vertical e que gosta de explorar a profundidade, creio que encaixaria melhor com Waldschmidt a jogar como falso nove. Com o alemão a servir de referência entre linhas, forçaria a linha defensiva adversária a subir dando liberdade ao internacional português para atacar a profundidade.
Uma vantagem deste sistema com três centrais, seria que este permitiria à equipa fazer uma saída de bola a três sem recuar ninguém no meio-campo, deixando a equipa equilibrada no espaço central, e forçando a equipa a canalizar o jogo para as alas.
Outra vantagem que este sistema traz é que confere uma maior presença de jogadores em zonas centrais do terreno de jogo, o que confere uma maior segurança em situações de transição defensiva, que tem sido um dos grandes problemas do futebol do SL Benfica nos últimos anos. Esta maior presença também seria uma salvaguarda a jogadores que expõem muito a equipa neste momento do jogo, tais como Pizzi ou Taarabt.
De momento, ainda não existem reais indícios de que a aposta no 3-4-3 venha a tornar-se numa realidade. Ainda existem alguns pontos de interrogação quanto a esta possibilidade e só o tempo e a evolução coletiva da equipa nos poderá dar mais sinais quanto a esta hipótese, sendo que, havendo constantemente dois jogos por semana, existe pouco tempo para trabalhar modelos e processos de jogo."

Uma Nova Era!


"O SL Benfica de Filipa Patão apesar de recente, já demonstrou aquilo que pode fazer! A sua qualidade individual continua a ser a mesma, mas aquilo que cada uma faz e que colectivamente procuram fazer é que mudou a forma como encaram cada partida!
Este SLB é uma equipa de princípios, ou seja, elas jogam para procurar a superioridade numérica, evitar a igualdade e recusar a inferioridade numérica. Como? Sabendo todas o que fazer em qualquer parte do terreno de jogo. E em qualquer momento.
Essa características torna-as imprevisíveis e deixam o trabalho da equipa adversária muito mais complicado. Disputar um jogo com o SLBenfica e não sofrer um golo é praticamente impossível. Uma das jogadoras que se destaca individualmente é sem dúvida a Cloe Lacasse que para além de ser dinâmica nos seus movimentos ofensivos é praticamente implacável a finalizar. Mas a chave não está aí…. Referências individuais? Esqueçam.
O SLB é muito mais que isso!
Defensivamente destaco o momento da reação à perda de bola e a velocidade que cada uma delas impõe nas suas ações defensivas, ou seja, uma colega perde a bola toda a equipa procura recuperá-la o mais rápido possível. Uma característica já conhecida das equipas de Filipa Patão!
Por tudo isto, não venho aqui dar-vos a fórmula mágica para as dinâmicas do SLB, mas sim, fazer-vos entender para além disso: O Futebol é muito mais do que aquilo que vemos individualmente em cada jogadora, é sim aquilo que todas as individualidades juntas conseguem fazer."

Acreditem se quiserem!


"Os japoneses possuem o provérbio “pouco se aprende com a vitória, mas muito com a derrota.” Ditado que aportuguesámos para algo parecido com “na vitória comemora-se, na derrota aprende-se.” Diferente era a posição de Napoleão Bonaparte, o qual dizia que o vinho na vitória era merecido, na derrota necessário…
Se os provérbios expressam algo que vem de antanho, baseados no senso comum ou na experiência, também dão origem a muitas crenças. Mas se por um lado quem vê caras não vê corações, por outro a cara é o espelho da alma… ou se saber esperar é uma virtude, quem espera desespera…
Ao pretendermos, aqui e agora, complementar o artigo anterior (“Sobre as crenças…”), fazemos esta pequena abordagem inicial porque nas redes sociais proliferam os aconselhamentos sempre aos outros mas relatos na primeira pessoa são quase inexistentes. É a agenda motivacional – "Quando pensar que chegou ao seu limite, irá descobrir que tem forças para ir mais além!"; "O único passo entre o sonho e a realidade é a tua atitude!"; "Nunca é tarde demais para viveres os teus sonhos!". Inexistente algo do género “Vou mudar de mentalidade para mudar o meu comportamento.” Ou “Não farei ao meu vizinho o que não quero que me façam a mim.”
Acreditarmos que seremos infalíveis, que poderemos ultrapassar os nossos limites, que conseguiremos atingir a heroicidade, é um ferrete gravado nos desportistas a fogo desde tenras idades. Ferrete inamovível quando ancorado, como é usual, na pedagogia da dor: “no pain, no gain” ou “a dor é o que diferencia os campeões das pessoas comuns.” Tanto a comunicação social como as redes sociais ampliam a formação destas crenças sem se preocuparem se são produto do nosso conhecimento ou se, efectivamente, são confirmadas pela ciência, isto é, se são verdadeiras.
O ser humano acredita – faz fé – numa ideia em primeira instância e só depois apresenta a justificação para essa crença. E muitas vezes acredita só no que quer acreditar independentemente da sua justificação ou da sua veracidade. Acreditar num conceito, numa ou outra ideia, é um impulso intuitivo e por isso mesmo a ausência de análises, de reflexões e de um espírito crítico geram preconceitos e vieses cognitivos. E deveremos estar atentos porque só há ‘influencers’ porque há os ‘influenced’...
Na esteira de Maria Luísa Soares (1), “embora algumas crenças não estejam sob o domínio da nossa vontade e nos submetamos a elas como a um conjunto de hábitos herdados ou adquiridos mas de um modo quase instintivo, isso não significa que não as possamos reavaliar, rever: elas não são totalmente irreversíveis e a revisibilidade constitui, de facto, um instrumento apropriado para compreender os diferentes tipos de crenças e as diferentes relações entre elas.”
A crença de que “pouco se aprende com a vitória, mas muito com a derrota”, não será só uma prerrogativa dos desportistas. Também o é dos dirigentes desportivos e dos políticos. Que o diga Orwell (2) quando afirmou que “o segredo da governação consiste em combinar a crença na nossa própria infalibilidade com a capacidade de aprender com os erros cometidos.”
Recorrendo ainda a Maria Luísa Soares (1), o desejo humano de que as opiniões coincidam com os factos só pode ser satisfeito pelo método científico. “Só o método científico tem a prerrogativa de fazer com que as nossas opiniões coincidam com os factos, porque não são determinadas por nenhum factor humano, mas por uma ‘permanência externa’, algo sobre o qual o nosso pensamento não tem qualquer efeito, algo que afecta ou pode afectar qualquer ser humano. Essa ‘permanência externa’ garante um consenso, que ultrapassa a fronteira da opinião meramente individual e assume o carácter objectivo da verdade pública.” Verdade pública: uma noção que exige um acordo sobre assuntos concretos e reais com características inteiramente independentes das nossas crenças sobre eles.
Assim, só o método científico – com a dúvida, a incerteza e a falibilidade – poderá produzir conhecimento. Não o poderão produzir crenças injustificadas, infundamentadas ou não apoiadas em evidências verídicas… Ainda segundo a mesma autora, “a definição clássica de conhecimento como crença verdadeira justificada aponta para uma dupla relação do conhecimento com a da justificação e com a da verdade.”
Se nos preocuparmos em reflectir um pouco sobre o que tem sido a evolução da nossa sociedade somente nas últimas décadas, verificaremos que temos sido objecto de lentas mudanças na nossa forma de vida, imperceptíveis, às quais nos vamos acostumando ou até absorvendo sem delas darmos conta. Factos há que nos poderiam espantar há poucos anos e que aceitamos hoje em dia porque foram pouco a pouco sendo futilizados e hoje apenas incomodam uns poucos e deixam muitos na mais completa indiferença.
Em nome do progresso, da sustentabilidade, da estabilidade económica, da ciência e da tecnologia (normalmente esquece-se o lucro!), são pressionadas e esmagadas as liberdades individuais, a dignidade, a capacidade de raciocinar e de reflectir… e até o objectivo de viver. Estas arremetidas têm sido efectuadas lenta mas inexoravelmente, com a permanente cumplicidade das vítimas, submissas, acríticas, manipuladas, subservientes.
Já não há previsões para o nosso futuro desportivo e ou social e tudo reside numa enorme incógnita. Mas se continuarmos a acreditar no infundado só estaremos a ampliar essa incógnita.
O despejar contínuo de informações pelos ‘mass media’ – que não é conhecimento –, a desinformação constante, as ‘fake news’, o politicamente correcto e as crenças disseminadas pelos discursos que circulam nos meios de comunicação preenchem os cérebros daqueles que, sem uma capacidade de análise crítica, tudo aceitam, tudo absorvem e tolhem-lhes a possibilidade de distinguirem umas coisas de outras e toldam-lhes o raciocínio… Os ‘mass media’ e as redes sociais fazem o seu papel! Criam crenças injustificadas. Produzem ignorância e obscurantismo. E não é “perdoai-lhes porque não sabem o que fazem”, porque, recorrendo a Sophia de Mello Breyner, eles sabem exactamente o que fazem. 
“Não há impossíveis.” Não há? Não, mas há altamente improváveis. “Ultrapassa os teus limites.” Ultrapassa? Não, os limites existem exactamente para serem limites, para não serem ultrapassados. 
Winston, a personagem principal de «Mil novecentos e oitenta e quatro» (2) resolveu, de facto, o enigma: “se ele pensar que paira, e se ao mesmo tempo eu pensar que o vejo pairar, então a coisa de facto acontece.”"