quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

Determinação e confiança


"Temos assistido com perplexidade ao exercício de alguns analistas acerca de uma suposta inevitabilidade de uma derrota benfiquista no clássico que será disputado amanhã, como se os jogos – qualquer jogo – não tivessem vida e dinâmica próprias e o seu desfecho estivesse subjugado a uma espécie de determinismo futebolístico.
Estamos bem cientes da dificuldade de que se reveste a partida. O nosso adversário tem indiscutível qualidade, beneficia do fator casa e luta pelos mesmos objetivos a que nos propomos.
Mas, não obstante as costumeiras evocações de séries de resultados dissonantes das nossas pretensões, relembramos que, nos últimos quatro jogos no reduto do FC Porto, perdemos uma vez apenas, não obstante ter sido uma vez a mais do que desejáramos.
Olhemos, por exemplo, para o onze inicial da nossa última vitória no Dragão... em 2019: nove dos onze titulares nesse triunfo fazem parte do atual plantel do Benfica. Querem mesmo tentar convencer estes jogadores de que não poderão ganhar amanhã? Eles sabem que sim, claro que sim, por muito que lhes tentem dizer o contrário. Assim como Jorge Jesus o sabe, não tivesse o Benfica ganho em 2014, por 0-2, na última vez que o nosso treinador dirigiu a nossa equipa naquele estádio.
Fundamentalmente, recusamos o fatalismo e o pessimismo e repudiamos as tentativas de condicionamento travestidas de análises, acreditando convictamente na capacidade da nossa equipa para que possa regressar do Dragão com um resultado positivo na bagagem.
Além de que discordamos do carácter decisivo que alguns atribuem ao jogo, pois haverá ainda muito por disputar na Liga NOS (o jogo insere-se na 14.ª jornada de 34).
Que não sobejem dúvidas: estamos muito determinados na obtenção de um resultado condizente com as nossas aspirações, reconhecendo, obviamente, o valor do nosso adversário e as dificuldades inerentes a uma partida entre candidatos ao título.
De Todos Um, o Benfica!"

O caso do momento, a alegada vigilância a jornalistas


"Segundo notícias vindas a público, Henrique Machado e Carlos Lima, sob ordem do Ministério Público, tiveram mandato de vigilância devido a uma suspeita de violação do segredo de justiça.
De um modo simples, o segredo de justiça significa que o conteúdo dos atos do processo judicial não pode ser divulgado nem o público pode assistir aos atos processuais. Só por despacho do Ministério Público e mediante validação do juiz, o mesmo pode ser publicado.
Bem sabemos que o segredo de justiça em Portugal é algo encarado levianamente, e são constantes as tentativas da sua violação. Mas não é por ser algo constante que passa a ser válido e correto, seja praticado por um pedreiro, um médico, um político ou – leia-se bem – um jornalista.
Neste caso em concreto, Henrique Machado e Carlos Lima são suspeitos de violar o segredo de justiça, alegadamente através de subornos a terceiros, como alertámos no nosso artigo de dia 29 de dezembro de 2019, antes de tudo isto ser de conhecimento público. Estes dois jornalistas têm um longo passado de "furos jornalísticos", graças a "fontes bem colocadas". São os melhores jornalistas da praça. Estes, Pedro Candeias, Paulo Curado, Octávio Lopes, Gonçalo Azevedo, entre outros (não temos qualquer medo em dizer os nomes deles).
Todos eles têm publicado nos últimos anos inúmeros artigos com destaque, sendo a larga maioria sobre casos ligados ao SL Benfica. Na generalidade das vezes, obtêm informação em segredo de justiça através de métodos questionáveis e, posteriormente, trabalham em peças jornalísticas sem o mínimo de qualidade. Falsas, fantasiosas, encomendadas.
Já alguém questionou como obtêm essa informação?
A título de exemplo, Pedro Fonseca, coordenador da Unidade Nacional de Combate à Corrupção, é suspeito de ser uma das "toupeiras" azuis e verdes na Polícia Judiciária. Apenas três anos depois começámos a ver as caras por detrás das máscaras a serem finalmente expostas, todavia, mais têm vindo a público.
Não é de espantar que vários Órgãos de Comunicação Social e o Sindicato de Jornalistas tenham vindo criticar este caso. Fazem a sua parte. No entanto, é preciso deixar bem claro que nada disto é ilegal, o Ministério Público agiu corretamente. E, desta vez, tal é de saudar.
Curioso também constatar a diferença de tratamento deste caso para outros, nomeadamente o caso Rui Pinto, e-emails e e-toupeira. O hacker é elevado a herói nacional depois de ter acedido ilegalmente a sistemas informáticos, roubado correspondência privada e conteúdo confidencial, tentado vender essa informação e acabar a entregar a mesma ao FC Porto e Sporting SP. Contudo, o Ministério Público é agora sobejamente criticado por tentar investigar a origem destas violações do segredo de justiça e de como vão, consecutivamente, parar às mãos destes jornalistas.
Coerência é algo que falta à candidata a Presidente da República, Ana Gomes, e a estes jornalistas que se mostram hoje indignados. Basta recuar uns meses para constatarmos que os mesmos não se coibiram de chafurdar na correspondência alheia roubada ilegalmente, utilizando-a e abusando da mesma com recurso a deturpações, acesso indevido e partilha pelos diversos meios de comunicação através de artigos de opinião. Tudo isto é algo que não estranhamos, chama-se hipocrisia.
Outro ponto. Paulo Gonçalves foi apelidado de toupeira por ter acedido ilegalmente a processos judiciais em segredo de justiça, tendo muitos destes jornalistas contribuído para esse festim. Conclui-se agora que afinal não era o único a cometer tais ilegalidades. É preciso ser-se verdadeiramente dissimulado para escrever um texto sobre um crime que o próprio pratica.
Posto isto, nada do que escrevemos é novo para quem nos segue regularmente. Nos últimos anos, desde o início da campanha delineada no Altis, vários jornalistas têm estado a prestar vassalagem à aliança FC Porto-Sporting CP. São dezenas os casos que o provam. Ainda há dois dias foi requentada uma notícia sobre os muitos negócios feitos pelo SL Benfica nos últimos anos, em semana de Clássico. Zero rigor jornalístico, interessa apenas condicionar a opinião pública e, seja como for, afetar a prestação do SL Benfica.
No que toca aos jornalistas, deixamos registado que isto é o que acontece quando se mistura a profissão com clubites e, quiçá, serviços pagos. Agora têm que lidar, ser investigados e, caso se comprove a ilegalidade dos atos, condenados. Estamos atentos."

Maquilhagens...


". FC Porto em situação de FPF;
. Ricardo Costa diretor desportivo do Boavista FC;
. Notícia reciclada sobre “Benfica controla clubes pequenos”;
. Boavista FC compra Chidozie ao FC Porto por 5M.
Entradas. Dados transfermarkt:
18/19: 400 mil
19/20: 0€
20/21: 4M ...
Chidozie: 5M
Um jogador banal pago a peso de ouro.
Isto não interessa investigar?
"Enquanto não os prenderem isto vai continuar a ser a palhaçada de sempre""

Ramos na Reboleira


"Aos dezanove anos e depois de um impacto imediato na Segunda Liga, Gonçalo Ramos vai tendo paulatinamente tempo de jogo na equipa principal do Benfica. Fisicamente muito forte e com “faro” de golo – Na formação os colegas apelidavam-o de “Feiticeiro” pela forma como é “sempre” para ele que a bola sobra antes de entra – Ramos procura ainda um espaço efectivo nas águias.
Na reboleira apenas 12 por cento dos seus passes não encontraram um colega de equipa, foi capaz de segurar a bola em espaços curtos e por vezes em condições difíceis, ele que não é tecnicamente um jogador soberbo.
Os movimentos de fora para dentro e a chegada à zona de finalização são marca de um “animal” na passada. “Pormaior” que lhe dá vantagem sobre os defensores quando se trata de atacar espaços, ao qual alia uma eficácia tremenda na hora de rematar. Na Amadora só por uma vez teve oportunidade de finalizar, e ainda não foi ontem que se estreou a marcar na época pela equipa principal do Benfica."

Darwin Nuñez | A flecha encarnada à espera de explodir


"Numa época muito irregular para o SL Benfica, em que já praticamente todos os jogadores do plantel tiveram tanto bons como maus momentos de forma, a decisão de escolher O jogador mais perigoso da equipa não foi nada fácil. Não há falta de qualidade na equipa da Luz, muito pelo contrário, mas a dificuldade de brilhar consistentemente tem também sido uma realidade.
Mas então, quem é realmente o jogador mais perigoso das Águias? Podia ser Rafa, que quando inspirado é imparável, podia ser Grimaldo, o melhor jogador do SLB no último clássico, ou mesmo Pizzi, apesar de estar a fazer uma época abaixo das expetativas. A minha escolha recaiu em Darwin Nuñez. O talento do avançado uruguaio é inegável, mas esperava-se mais depois do início de campeonato. Mas na verdade o mesmo pode ser dito para grande parte do plantel benfiquista.
Darwin é aquele jogador que pode sempre causar perigo, não precisa de fazer um grande jogo para ser sempre uma ameaça à baliza contrária. O seu estilo de jogo, físico e vertiginoso, explica isso mesmo. E se este tem sentido dificuldades, é porque o SL Benfica nem sempre tem o espaço atrás das costas do adversário que Nuñez precisa para mostrar toda a sua qualidade. Mas esse não será o caso contra o FC Porto. Claro que a defesa portista também será melhor do que praticamente qualquer outra que as Águias enfrentam (apesar de também já ter mostrado fragilidades), mas haverá certamente espaço para Darwin explorar.
O curioso com o avançado é que, nesta temporada, até tem feito mais assistências do que golos. Imaginava-se que fosse o caso com Waldschmidt, um segundo-avançado por natureza, mas a verdade é que tem sido o alemão a marcar mais golos. Na minha opinião, não se deve ao facto do uruguaio ser particularmente forte no passe, na visão de jogo ou no tratamento da bola em espaços curtos, mas sim devido a uma falta de confiança por parte de Darwin. Já foram várias as vezes que vi Nuñez a passar a bola para o colega do lado assistir quando podia perfeitamente finalizar ele próprio.
Mas esta falta de crença nas suas próprias capacidades é, na verdade, uma espécie de espelho do que tem sido a época para a maior parte dos jogadores do SL Benfica. Se calhar por terem sido colocadas expetativas e exigências muito altas depois do mercado de transferências, se calhar porque entraram muitos jogadores novos na equipa, dificultando uma rápida coesão. Não temos bem a certeza. O que sabemos ao certo é que este SL Benfica não é aquele que esperávamos no início da época. Acho que nem os portistas mais otimistas esperavam uma época tão aquém dos maiores rivais.
Mas também há outra coisa que já vimos: o melhor Benfica surge quando o melhor Darwin Nuñez aparece. Quando este combina com Luca no centro do ataque para se lançar a si próprio ou outro qualquer dos colegas. Todos nós nos lembramos do jogo em Famalicão onde os dois avançados fizeram o que queriam da defesa contrária. Esse SL Benfica também existe, tem sido mais difícil de encontrar, mas existe. Infelizmente para uns e felizmente para outros, não tem aparecido muitas vezes, mas quem sabe se não voltará no clássico deste sexta-feira contra o FC Porto. Certamente que não haveria melhor jogo para o fazerem."

Gestão de expectativas: um problema comum no SL Benfica


"Um dos problemas mais comuns relativamente aos jovens da formação, quando estes dão o salto para profissionais, é a gestão de expectativas. Quando estes chegam à equipa B, são submetidos a um conjunto de estímulos e de dificuldades que são uma novidade para eles, sendo que existem certas situações nas quais é preciso orientar os jogadores de modo a que estes não se percam no meio do seu processo de crescimento e de preparação para a equipa principal.
O primeiro aspeto no qual é importante gerir as expectativas tem a ver com os resultados. Independentemente de serem campeões nas camadas jovens ou não, num clube como o SL Benfica, um jogador transita dos juniores para o futebol sénior com uma percentagem de vitórias a rondar os 90%. No entanto, ao chegarem à equipa B, os jogadores ficarão submetidos a um contexto completamente diferente.
A disputarem uma competição profissional, na qual defrontam jogadores bastante experientes e onde a prioridade é a evolução dos jogadores e não os resultados, a percentagem de vitórias irá baixar drasticamente e é preciso incutir aos jogadores que a prioridade passa por prepará-los para a equipa principal.
Nas oito temporadas que a equipa B já realizou na Segunda Liga, a melhor percentagem de vitórias que conseguiu obter foi de 48% na temporada 2013/2014, na qual realizou 46 jogos e conseguiu 22 vitórias. E, no entanto, esses resultados não impediram o Benfica de fornecer bastantes jogadores para a equipa principal.
A questão que na minha opinião é a mais importante no que toca à gestão das expectativas passa pelo facto de que a preparação para a equipa principal é algo que leva tempo e que não se concretiza com cinco ou 10 jogos pela equipa B.
Na minha opinião, este aspecto a nível da gestão de expectativas torna-se cada vez mais difícil de gerir com o passar dos anos e a tendência é para piorar. Isto porque vivemos uma era de globalização e de grandes avanços tecnológicos, que faz com que as pessoas tenham uma tremenda facilidade de acesso à informação.
Como tal, havendo uma maior divulgação nas redes sociais, os jogadores das camadas jovens vão-se tornando mais conhecidos com 16/17 anos, sendo que fica difícil contrariar o entusiasmo de um jogador quando o clube partilha um vídeo de um golo dele que vem a ter dezenas ou centenas de gostos e partilhas. Isto, aliado às circunstâncias que já existem, como o dinheiro, os agentes, os pais e as namoradas.
Quando os jovens começam a destacar-se na equipa B, multiplicam-se os posts nas redes sociais a dizer que o jogador a, b ou c deve começar a ser aposta na equipa principal, muitas vezes sem entender que o processo de preparação deve ser contínuo. Como Renato Paiva já disse uma vez, o ideal era que cada jogador da formação fizesse 50 jogos pela equipa B até estar preparado para a equipa principal.
Na minha opinião, esta gestão de expectativas foi muito mal feita no caso de alguns jogadores, principalmente, nos casos de Nuno e de Tomás Tavares, dois jovens que foram lançados na equipa principal de forma prematura. No caso do lateral-direito, este estreou-se pela equipa principal num jogo para a Liga dos Campeões, tendo realizado apenas três jogos pela equipa B.
Para além do jovem ter acusado a falta de preparação a um contexto profissional, estas apostas feitas precocemente fazem transparecer a ideia de que não é preciso trabalhar muito para chegar à equipa principal, fazendo os miúdos desleixaram a sua abordagem aos treinos e mais propensos a amuarem quando as coisas não correm como desejam.
Este é todo um processo que deve começar pelos treinadores e pelos profissionais do Benfica Campus e que também deve passar por agentes, familiares e amigos dos jogadores e sucessivamente pelos adeptos. A gestão de expectativas é uma tarefa cada vez essencial na gestão da carreira dos miúdos, mas também cada vez mais difícil."