terça-feira, 12 de janeiro de 2021

Tudo nele era luz e cor e vontade de viver


"Em Janeiro, Eusébio nasceu e morreu. Por isso, todos os anos, ele é a personagem que enche as minhas páginas com a mesma alegria vibrante com que o víamos jogar. Tenho memórias infinitas de Eusébio. As suas memórias nunca se apagarão.

Para mim, Janeiro é mês de Eusébio. Em Janeiro nasceu; em Janeiro morreu. Ou, melhor, não morreu; encantou-se, como dizia João Guimarães Rosa.
Guimarães Rosa também dizia: 'O mundo é mágico; as pessoas, não.' Aí, enganou-se. Enganou-se redondamente porque Eusébio era mágico. Tão mágico como o duende de Lorca cuja magia nos sobe dos pés até à cabeça e nos permite fazer coisas impossíveis.
Eusébio tinha duende. E, quando o duende tornava conta de Eusébio, ninguém conseguia pará-lo.
Há uma imagem de Eusébio que está tão profundamente arreigada na minha memória, que, de vez em quando, passa em frente dos meus olhos em forma de filme. Eusébio corre. Tem o poder de um super-homem. A sua passada é imparável. Depois levanta voo. Ergue-se ao ar como um anjo negro o desfere um soco de alegria que faz tremer o mundo. Foi no dia 19 de Julho de 1966.
Os brasileiros dizem que foi Pelé o inventor do soco no ar. Deixá-los. Para mim, o melhor soco no ar de Pelé foi Eusébio quem o deu. Vá: revejam o filme desse Portugal-Brasil de 1966. Vejam o filme, porque não é possível descrevê-lo. Nem imitá-lo.
Também não se consegue imitar Robert De Niro, no Taxi Driver, quando ele pergunta ao espelho:
- Are you talking to me?
E ainda bem.
Não era possível imitar Eusébio quando este levantava voo com os seus braços fortes que eram asas que um deus invejoso não quis acabar.

O voo...
1966. Ano de Eusébio. Os senhores da FIFA, com a sua insuportável cavalidade, taparam os olhos a tudo o que aconteceu nesse Campeonato do Mundo de Inglaterra. E escolheram para melhor jogador da competição o capitão dos ingleses, Bobby Moore. Como sempre, Eusébio não discutiu. Não precisava. Ele sabia que era melhor, incomparavelmente melhor do que Bobby Moore. Também sabia que era incomporavelmente melhor que Bobby Charlton, e Charlton foi o mais importante de todos os jogadores das camisolas dos três leões.
Eusébio sabia que era incomparavelmente melhor do que Florian Albert.
Eusébio sabia que era incomparavelmente melhor do que Hidegkuti.
Eusébio sabia que era incomparavelmente melhor do que Dennis Law.
E, no entanto, perdeu Bolas de Ouro para todos eles. Guardou a única que o deixaram ganhar com o carinho de ter sido o primeiro português a ganhá-la. Eu ia a casa dele a via-a, a Bola de Ouro. E as duas Botas de Ouro.
O ouro de Eusébio foi tão curto para o tamanho do seu futebol.
Volto a 1966.
Não era a primeira vez que Eusébio defrontava o Brasil. Entre 1962 e 1966, as duas selecções jogaram por seis vezes, e Eusébio esteve em cinco dessas partidas. Falhou a derrota de 4-1, no Rio de Janeiro, em Janeiro de 1964, por lesão, mas esteve no Morumbi (2-1) e no Maracanã (1-0), em Maio de 1962, nas Antas (0-0), em Junho de 1965, e sobretudo no dia em que Portugal atingiu a idade adulta: 21 de Abril de 1963. 'O mais espectacular resultado de sempre da selecção nacional', garantiram eufóricos os jornais portugueses de todos os quadrantes. E, no entanto, o resultado mais espectacular resumia-se a 1-0, golo de José Augusto.
Pois, sim, mas o Brasil é o Brasil, e todos sonham vencer o Brasil nem que seja por uma vez na vida, nem que seja por meio golo. O Brasil, bicampeão do mundo, em 1958 e 1962, caíra em Lisboa, no Estádio Nacional, e Eusébio estava lá. Como estavam Gilmar, Amarildo, Zagalo. E aquele linha avançada do Santos que soava como a letra de um samba: Dorval, Mangálvio, Coutinho, Pelé e Pepe. Não chegaram.
Costa Pereira e Vicente, Coluna e José Augusto, Yaúca, Hernâni e Eusébio foram melhores. E mais uma vez choviam as comparações entre Eusébio e Pelé, e Pelé e Eusébio, sempre multiplicadas, sempre inevitáveis. Ou não tivesse sido Pelé a primeira alcunha de Eusébio no futebol.
Em Liverpool, no dia 19 de Julho de 1966, Eusébio guardou para a segunda parte o seu golo mais brilhante. E quando subiu no ar para aquele soco indelével, vigoroso e vibrante, a sua sombra estendeu-se sobre Pelé como se escurecesse o Brasil inteiro.
O sol amarelo de Copacabana perdeu-se atrás de uma nuvem.
O diz-que-diz-que macio de Itapuã calou-se de repente.
O Redentor fez escorrer pela sua face impenetrável uma lágrima de betão.
E Eusébio voava sobre Liverpool, socando o ar, e tudo nele era luz e cor e uma vontade indómita de viver..."

Afonso de Melo, in O Benfica

"É só até à volta..."


"O primeiro acampamento organizado pelo Benfica foi uma estreia auspiciosa para a modalidade

O Benfica iniciou-se na prática de campismo em 1950, alargando ainda mais o ecletismo do clube. No seu ano de estreia, a secção organizou o I Acampamento do S.L.B. - Intercolectividades. O acampamento esteve instalado no Quinta das Areias, no concelho de Vila Franca de Xira, cedida amavelmente pelos proprietários, pela primeira vez, para esse fim. No local existia um tanque com canalização, para lavagens, e um extenso arvoredo que projectava sombras sob as quais podiam ser erguidas as tendas.
Foi um acontecimento que 'despertou invulgar interesse e ao local ao acampamento acorreram muitas centenas de visitantes', com os primeiros campistas a chegarem na sexta-feira, dia 21 de Julho, às primeiras horas de manhã, que imediatamente começaram a armar as suas tendas. Um dos campistas, com 64 anos e praticante desta modalidade havia mais de 30 anos, fez o trajecto Lisboa-Vila Franca de Xira a pé, 'não por falta de fundos mais porque assim entende ser o ideal'.
No dia seguinte, realizou-se a cerimónia de inauguração oficial. Foi uma cerimónia simples, durante a qual se procedeu ao içar das bandeiras - a portuguesa, a do Benfica e as das muitas colectividades que estiveram presentes - e entoou-se o hino nacional, seguido por vários discursos. Francisco Retorta, vice-presidente dos 'encarnados', frisou que o 'Benfica é uma colectividade eclética e, por isso, não podia ficar indiferente (...) à salutar prática do Campismo'. À noite, acendeu-se a tradicional fogueira de acampamento.
No domingo, o derradeiro dia, o acampamento esteve aberto ao público e realizou-se a despedida dos cicloturistas do Clube que iriam participar no raide Lisboa-Paris. Os campistas entregaram-lhes duas fitas para serem depositadas no Monumento ao Soldado Desconhecido, na capital francesa. À noite, os campistas desmontaram as suas tendas e, à saída, alguns núcleos entoavam uma canção em jeito de despedida, que dizia 'É só até à volta...'.
Pode ficar a saber mais sobre as várias modalidades do Clube na área 3 - Orgulho Eclético do Museu Benfica - Cosme Damião."

Lídia Jorge, in O Benfica

Festa da Taça


"Uma das características singulares da Taça de Portugal é a possibilidade do encontro entre clubes cujas equipas militam em escalões diferentes, por vezes com uma ou mais divisões a intermediar aquelas em que participam, como é o caso do jogo de hoje à noite que oporá CF Estrela, do Campeonato de Portugal, e Benfica, da Liga NOS.
Apesar de, formalmente, o CF Estrela se tratar de um estreante na qualidade de adversário do Benfica, é natural que se recupere a história do Estrela da Amadora, uma vez que o novo clube, resultante da fusão do Club Sintra Football com o Clube Desportivo Estrela, apresenta-se como o herdeiro do antigo clube da Reboleira, uma pretensão legitimada pelos adeptos e cimentada na adoção das cores e emblema do Estrela da Amadora, além da utilização do mesmo estádio.
E nessa história consta o feito da conquista da Taça de Portugal em 1989/90 e 16 participações no principal escalão do futebol português, assim como a passagem pelos seus quadros de muitos jogadores e treinadores conceituados, desde logo Jorge Jesus, o nosso técnico, que confessou a sua ligação emocional ao clube que o viu nascer para o futebol.
Relativamente à partida, Jorge Jesus alertou para a recorrente capacidade de superação que clubes ditos mais pequenos demonstram nos confrontos com clubes da divisão cimeira. O próprio CF Estrela já se tornou num exemplo deste fenómeno na presente temporada, ao eliminar, na terceira eliminatória, o primodivisionário Farense (triunfo por 2-0 na Amadora).
Deverá ser então com cuidados redobrados que a nossa equipa se apresentará hoje, às 21h15, na Reboleira, sabendo que terá de confirmar no campo o favoritismo que todos lhe atribuem.
Vencer a Taça de Portugal é um dos nossos objetivos na temporada, sendo que, para consegui-lo, teremos de ultrapassar este CF Estrela que, certamente, tudo fará para contrariar o poderio da nossa equipa.
Mas hoje é dia de Taça também no futebol feminino, em que se disputará a final da edição de 2019/20 entre Benfica e Braga, às 19h45, em Aveiro (e no basquetebol: Benfica – Barreirense, na Luz, às 21 horas, para os oitavos de final).
Há menos de uma semana, na final da Taça da Liga 2019/20, também em Aveiro, a nossa equipa bateu a sua congénere do Braga por 3-0, porém esse resultado já só pertence ao domínio da estatística. Hoje tratar-se-á de um novo jogo, no qual, mais uma vez, as nossas jogadoras tentarão superiorizar-se às adversárias e repetir o feito da primeira participação benfiquista na prova, em 2019, em que nos sagrámos vencedores.
De Todos Um, o Benfica!"

Benfica nada tem a esconder


"O Benfica é hoje, mais uma vez, atacado na Imprensa, através da publicação de matérias inverídicas, imprecisas e caluniosas.

O Benfica não tem nada a esconder, como noutras ocasiões já deixou bem claro, mas não pode deixar de realçar a estranha coincidência de estas ditas "informações" surgirem em vésperas de um clássico importantíssimo para o objetivo de conquistar o principal título do futebol nacional. Reafirma-se que todos neste clube desejam o urgente restabelecimento da verdade e se mostram disponíveis para colaborar com todas as autoridades, no sentido de se pôr fim a anos de tentativas de desgaste da mais destacada instituição desportiva portuguesa. Não serão estas manobras e cumplicidades de interesses com origens várias que enfraquecerão o Benfica e demoverão os que têm a responsabilidade de o gerir de se afastarem dos seus desígnios."

Os avençados andam por aí...!!!


"Enquanto não exterminarmos os Brunos Roseiros desta vida que por aí andam a sujar o nome do Benfica impunemente, não vamos sair desta brincadeira de, de tempos em tempos, bem selectivos, vir um Bruno Roseiro desta vida cagar estas fake news em forma de notícia e reciclados de mais uma dezenas delas. 

https://observador.pt/especiais/benfica-e-vieira-investigados-por-dominio-economico-e-desportivo-de-clubes-pequenos-os-detalhes-por-detras-do-alegado-esquema/

Bruno Roseiro, sabemos quem és. És um miserável que já trabalhou no Cashball e no Record. Young Network diz-te alguma coisa também? Nós sabemos, seu escumalha andante. E este teu livrinho, vendeu bem?

https://www.wook.pt/livro/bruno-de-carvalho-o-presidente-sem-medo-bruno-roseiro/15715586

Aqui o estranho é continuar a tentar perceber o porquê de o Benfica não varrer estes Young Networks de processos e vir publicamente desmascarar este bando de gnus."