quarta-feira, 14 de outubro de 2020

Ao cair do pano!!!


Famalicão 1 - 2 Benfica
Nycole, Cloé

Neuhaus; Amado, Rebelo, Carole, Christy; Pauleta, Vitória, Faria(Jolina, 84'); Darlene, Cloé; Nycole

Vitória muito complicada, com o golo da vitória a aparecer aos 92 minutos, depois de 2 penalty's, um para cada lado, a dar empate!!!
O Famalicão investiu, tem internacionais, jogadoras com experiência, tem o ex-treinador do Benfica, jogou em casa, num relvado sintético, e aproveitou o critério largo para dar ao jogo mais agressividade e dureza... Dito isto, o Benfica está a jogar abaixo daquilo que já fez no passado! É verdade que saíram algumas jogadas importantes (para mim 4: Geyse, Yasmim, Tayla e a 'sueca'), mas temos obrigação de jogar melhor...

Mas hoje, o mais importante, acabou por ser mesmo a qualificação para a Final da Taça de Portugal.. muito provavelmente contra o Braga que vai defrontar o Estoril na outra meia-final!

Forte ambição


"A temporada 2020/21 ficará marcada para sempre na história do Sport Lisboa e Benfica pelo feito inédito de todas as equipas seniores femininas de pavilhão competirem na Primeira Divisão. Uma aposta forte, mas feita de forma consolidada e com sentido de responsabilidade, que agora deu os seus frutos.
Começamos precisamente pelo regresso do voleibol à alta-roda da modalidade, dando seguimento à aposta feita pela Direção nestes últimos anos. A caminhada começou em 2018 na Terceira Divisão e agora chegou o ponto alto com a subida ao escalão principal, que traz mais responsabilidade para o futuro, apesar de existir plena consciência de que será uma época de consolidação na Primeira Divisão. Há emblemas com investimentos superiores e o conjunto liderado por Nuno Brites quer continuar o seu percurso sem sobressaltos, contando para isso com a ajuda dos reforços Neusa Neto, Thaynara Nunes e Kamilla Augusto. As novas "Marias" estão prontas para corresponder aos desafios exigentes desta época.
O hóquei em patins foi a nossa segunda formação a voltar à ação e a ambição será a mesma de sempre, tanto interna como internacionalmente. Para atacar 2020/21, o treinador Paulo Almeida conta com um figurino renovado. Chegaram as jovens portuguesas Rita Albuquerque, Catarina Pedro e Beatriz Figueiredo e as internacionais argentinas Flor Felamini e Agustina Fernández, não esquecendo a ambiciosa integração de Inês Severino, de apenas 14 anos, no plantel sénior. O Campeonato, nesta época com um modelo competitivo diferente, começou de forma positiva e neste domingo há um dérbi fora de casa.
No que respeita ao basquetebol, houve mudanças na equipa técnica e o novo treinador, Eugénio Rodrigues, já definiu que o objetivo é estar na discussão das diversas competições. Para isso, o Clube recrutou duas basquetebolistas norte-americanas – Japonica James e Altia Anderson – e as internacionais portuguesas Laura Ferreira e Carolina Gonçalves, que se juntaram a um grupo já de si muito valoroso que, na temporada passada, conquistou o primeiro título benfiquista ao mais alto nível na vertente feminina da modalidade. O início de época está a deixar bons indicadores para o futuro.
Já o andebol iniciará neste sábado a sua participação no Campeonato Nacional, ao receber o MaiaStars a partir das 20h00 no Pavilhão n.º 2. O grupo de trabalho sofreu diversas alterações para a nova época e precisará de tempo para ficar afinado. Entre as várias entradas, realce para a contratação da japonesa Ryoko Amitani, da internacional portuguesa Carolina Gomes e da atleta com nacionalidade lusa e moldava, Mihaela Minciuna.
O futsal, por seu turno, será a última equipa a regressar às competições oficiais, com a receção à Venda da Luísa no dia 24 de outubro. Com a hegemonia na modalidade, o objetivo passa por continuar com essa posição bem firme e lutar pela conquista de todas as provas em que estiver inserida. Para esta temporada, nota de destaque para a chegada da atleta Leninha, jovem que tem vindo a sobressair na pré-época e a confirmar os créditos que levaram a que fizesse parte da seleção que conquistou o ouro nas Olimpíadas da Juventude em 2018.
Também no feminino o Benfica participa em todas as provas com enorme ambição de conquista."

Jean-Clair Todibo | Novato no centro da defesa



"Jean-Clair Todibo foi a última contratação do SL Benfica neste mercado de transferências. O defesa central francês chega emprestado pelo FC Barcelona até ao final da temporada. O empréstimo inclui uma cláusula de compra opcional que deverá rondar os 20 milhões de euros.
Ficou bastante óbvio que o jogador francês não era a primeira escolha de Jorge Jesus para reforçar o centro da defesa. Rúben Semedo e Lucas Veríssimo eram as primeiras escolhas do técnico português, mas as suas contratações não foram possíveis. Apesar disto, Todibo tem capacidades para brilhar ao serviço do clube encarnado.
O defesa nascido na Guiana Francesa (um autêntico viveiro de talento para a seleção francesa) foi contratado pelo Barcelona em janeiro de 2019, depois de explodir ao serviço do Toulouse FC. Na Catalunha ainda realizou cinco partidas, mas foi emprestado pelo clube blaugrana ao Schalke 04 durante a última metade da temporada.
Na Bundesliga, o gigante francês impressionou e demonstrou que estava a evoluir bastante, tendo ainda um grande potencial por descobrir.
Todibo é um defesa muito possante. Do alto do seu 1.90m, o francês é um central muito forte fisicamente. Utiliza muito bem a sua compleição física para proteger ou recuperar a bola. O desarme é uma das grandes armas do jogador.
Apesar da sua altura, Todibo não é uma especial ameaça do ponto de vista do jogo aéreo. Peca ainda no timing de salto e ataque às bolas aéreas.
A enorme velocidade, tendo em conta até a sua elevada estatura, é uma das características que mais diferencia o jogador. Esta velocidade permite ao francês sair mais rápido na pressão ao portador de bola e ao mesmo tempo conseguir controlar o espaço deixado nas suas costas.
Em muitas situações, Todibo consegue mesmo ser mais veloz que muitos atacantes. Isto pode ser muito benéfico para o SL Benfica, que com Jardel, Ferro, Otamendi ou Verthonghen não conta com nenhum central particularmente rápido (muito menos com a velocidade de Todibo).
Talvez esta extrema velocidade prejudique o jogador naquelas que são as suas grandes falhas: o posicionamento defensivo e a desconcentração (própria da idade, diga-se).
Por vezes é evidente a pouca noção que ainda tem dos espaços ocupados pelos adversários. Isto é algo perfeitamente corrigível, ainda para mais trabalhando com Jorge Jesus que tanto enfâse dá ao comportamento tático (sobretudo defensivo).
Com a bola no pé, Todibo é um jogador muito capaz. Na primeira fase de construção, consegue fazer passes progressivos, tanto de forma curta como de forma longa. Tem também alguma qualidade a sair com a bola controlada, mas recorre demasiadas vezes a esta solução.
Todibo é um central com características físicas únicas e com uma crescente qualidade técnica. Tem algumas lacunas evidentes, sobretudo no lado tático e mental do jogo, mas a evolução que tem tido (e continuará a ter) é notável.
É uma excelente contratação do SL Benfica, que se demonstrar qualidade poderá permanecer de forma definitiva."

O Olimpismo: entre a filosofia e a religião


"Vários autores (James Mangan, Peter Mac Intosh, Richard Holt, Jean-Marie Brohm, por exemplo), já demonstraram que o nascimento do desporto moderno na Inglaterra vitoriana não poderá ser dissociado das questões económicas e políticas da época. Quando reafirmam a ligação explícita entre o desporto moderno e a ideia de progresso, estão, no fundo, a referir que o desporto, desde a sua origem, é um facto social total. O maquiavelismo de Pierre de Coubertin, que faz dele o “reitor” do olimpismo moderno, reside na faculdade de saber o pragmatismo das instituições dos pedagogos anglicanos do fim do século XIX e as reminiscências da cultura helénica desta época. Na sua origem, o desporto britânico estava despido do humanismo explícito e menos ainda helénico. Em 1883, quando se recolhe junto do túmulo do reverendo e educador Thomas Arnold (1795-1842), diretor da Rugby School (1828-1841), o barão Pierre de Coubertin confessará que rendia homenagem à “pedra angular do império britânico”, ou seja, o sistema educativo inglês, que sem ajuda de muitos anglicanos, nunca teria ensinado aos membros da sociedade britânica a crer em Deus e a jogar ao futebol. De facto, Pierre de Coubertin descobre em Inglaterra o que faltava, segundo ele, à sociedade francesa. E o que faltava? Faltavam os valores morais associados às qualidades físicas. Desta forma, músculos e inteligência deveriam andar de par, contrariamente às escolhas das universidades francesas. Segundo o jovem observador (ele tem vinte anos quando realiza a sua primeira viagem a Inglaterra), o desporto britânico apresentava muitas virtudes e convinha ensinar as futuras gerações. Ao criar o conceito de olimpismo, Pierre de Coubertin defende um conjunto de valores que têm um carácter elitista, religioso e universal. Neste quadro preciso, as noções de democracia e de liberdade rimam com a promoção do homem do ponto de vista corporal, intelectual, estético e moral. A segunda fonte de inspiração de Coubertin é a Antiguidade Grega, com a sua visão mítica de uma educação harmoniosa que desenvolvia o espírito e o corpo. A influência é manifesta com a transformação da célebre devisa de Juvénal: “mens sana in corpore sano” (mente sã em corpo são) em “mens fervida in corpore lacertoso” (um espírito ardente num corpo treinado). Coubertin fala de uma religião atlética. E, para ele, o olimpismo é a base de uma educação desportiva generalizada, que deveria ser acessível a todos. Numa mensagem radiofónica, difundida em 1936 (cf. https://www.ina.fr/audio/PH106001133), não hesitou em lembrar longamente as características essenciais do olimpismo. O desporto oferecia a ocasião de religar os homens em novas bases ideológicas. O humanismo de Coubertin pode ser qualificado de utopista. Prisioneiro do seu “habitus de classe”, ele funda o olimpismo sobre uma conceção muito particular de democracia. E teve sempre a preocupação de inscrever o desporto na evolução das relações internacionais."