segunda-feira, 21 de setembro de 2020

Lixívia 1


Tabela Anti-Lixívia
Benfica..... 3 (0) = 3
Corruptos. 3 (0) = 3
Sporting... 0 (0) = 0

Jornada inicial marcada pelo adiamento do Sporting - Gil Vicente, com ambas as equipas, com muitos casos positivos de Covid-19. O problema é que o critério para se adiar o jogo continua a ser subjetivo! Vamos esperar que o critério não seja alterado no futuro, quando os clubes envolvidos forem outros!!!

Em Famalicão o Benfica nem sequer deu hipóteses ao Godinho de 'inventar'...!!!
Vou guardar na memória os comentários ao lance de Bola na Mão, do jogador do Fama, dentro da sua área... Tenho a certeza que o critério vai-se alterar durante a época...

Os Corruptos começaram a época, tal como terminaram: 2 penalty's, 1 expulsão e ainda um golo anulado ao adversário por 8cm!!! E sim o VAR também anulou um golo aos Corruptos por fora-de-jogo!!!
No primeiro penalty não existe qualquer falta, o Marega atirou-se descaradamente para a piscina...
No primeiro golo dos Corruptos, existe um contacto 'duvidoso' nas costas do defesa do Braga, com o jogador Corrupto a meter o cotovelo em cima do ombro do adversário... é daqueles lances que pode dar para os 'dois lados'!!!
A questão dos frames nos foras-de-jogo vai continuar a ser polémica, principalmente quando se continuar a 'reverter' decisões de campo, em lances onde a distância do fora-de-jogo é inferior à margem de erro da tecnologia: por volta dos 25cm!
Disciplinarmente, também nada de novo, com os Corruptos a passarem praticamente incólumes durante o jogo todo: dão porrada, protestam, simulam... e nada...!!!
Já agora o 1.º golo dos Corruptos, foi um auto-golo, mas como é normal o golo foi atribuído ao jogador dos Corruptos! Até a estatística, é vítima desta gentalha...

Anexos (I):
Benfica
1.ª-Famalicão(f), V(1-5), Godinho (Malheiro), Nada a assinalar

Sporting
(adiado)

Corruptos
1.ª-Braga(c), V(3-1), Pinheiro (Martins), Beneficiados, (2-1), Impossível contabilizar

Anexos (II):
Árbitros:
Benfica
Godinho - 1

Sporting
(adiado)

Corruptos
Pinheiro - 1

VAR's:
Benfica
Malheiro - 1

Sporting
(adiado)

Corruptos
Martins - 1

Jogos Fora de Casa (árbitros + VAR's)
Benfica
Godinho - 1 + 0 = 1
Malheiro - 0 + 1 = 1

Sporting
-

Corruptos
-

Totais (árbitros + VAR's):
Benfica
Godinho - 1 + 0 = 1
Malheiro - 0 + 1 = 1

Sporting
(adiado)

Corruptos
Pinheiro - 1 + 0 = 1
Martins - 0 + 1 = 1

Épocas anteriores:

Pedidos!


""Temos de ter mais penáltis." Foi este o pedido de Sérgio Conceição.
Foram 9 jogos para o Campeonato, 7 penáltis a favor e um vídeo que fala por si.
Isto vai continuar?"

Hóquei em Patins 2020/21


"A equipa de Hóquei retoma a actividade esta semana contra o FC Porto num jogo a contar para Campeonato. É altura de avaliar o que aconteceu no plantel e fazer algumas previsões para a época. 
Guarda-Redes
Pedro Henriques, Marco Barros e Rodrigo Vieira (Sporting Sub-19)
Rodrigo Vieira é um jovem de 18 anos que fomos buscar este ano ao Sporting. Vai ser o terceiro guarda-redes da equipa principal. Só deverá aparecer em situações excepcionais. De resto não há nenhuma mudança aqui. Pedro Henriques foi o melhor guarda-redes do Campeonato na última época e conseguiu recuperar da época menos boa em 18-19. Marco Barros é a alternativa, mas também só deverá jogar caso algo aconteça com Pedro Henriques ou em jogos menos relevantes. O ano passado chegou a jogar alguns jogos com boas exibições. A posição estará sempre dependente de Pedro Henriques. Se tiver uma boa época, o Benfica estará mais perto dos títulos.
Defesa
Valter Neves e Edu Lamas
Saídas: Albert Casanovas (retirou-se)
As posições não são bem assim, mas o Benfica utiliza cada vez mais um sistema 1-3 do que o tradicional 2-2 e Valter Neves e Edu Lamas são os jogadores com as características ideais para jogar naquela posição de pivot defensivo. A última época do Valter Neves foi das melhores que teve no Benfica. Edu Lamas é provavelmente o melhor jogador do mundo para fazer esta posição. Estamos muito bem servidos, mesmo que Valter Neves quebre ligeiramente o rendimento devido à idade. Casanovas passou a última época praticamente toda lesionado.
Defesa/Médio
Diogo Rafael, Vieirinha, Sergi Aragonès (ex-Noia) e Danilo Rampulla (emp. HC Braga
Saídas: Miguel Fortunato (Riba D’Ave)
Mais uma vez, as posições não são bem assim, mas aqui estou a falar dos jogadores mais móveis. Diogo Rafael é um dos melhores jogadores do mundo. Além disso é benfiquista ferrenho. Devíamos ter um destes em todos os plantéis. Vieirinha é jogador de seleção. Ainda não explodiu para o nível que se antecipava, mas continua ser um jogador interessante para dar profundidade ao plantel. Temos ainda mais dois reforços. Primeiro Danilo Rampulla que esteve emprestado ao Braga na última época onde marcou 17 golos. Rampulla tem apenas 21 anos mas tem um potencial gigante. Com 20 anos foi considerado o melhor jogador da Fase Regular do Campeonato Italiano. E Sergi Aragonès é um espanhol com o mesmo perfil de Diogo Rafael e Danilo. Foi uma das revelações no Campeonato Espanhol da época passada. Vem do Noia onde marcou 24 golos em 29 jogos.
Avançado
Carlos Nicolia, Lucas Ordóñez, Gonçalo Pinto e Lucas Honório (sub-19)
Saídas: Jordi Adroher (Liceo) Esta posição são os jogadores mais focados no ataque. Aqui perdemos Jordi Adroher. O espanhol vinha a perder rendimento há dois anos. A saída acaba por ser natural, apesar do processo não ter sido muito bem gerido. Lucas Ordóñez foi o nosso melhor marcador. Gonçalo Pinto, numa época de estreia no Benfica, marcou 15 golos. E Carlos Nicolia é um jogador que já não marca tantos golos como marcava antes, mas continua a ter muito impacto no resultado. O plantel tem 11 elementos. Mas caso haja alguma onda de lesões ou talvez até em jogos mais acessíveis, teremos Lucas Honório a assumir a vaga. É um jovem de 17 anos mas que já na época passada chegou a treinar várias vezes com a equipa principal e com elogios rasgados de jogadores mais experientes como Carlos Nicolia.
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Previsões
O nosso principal rival na última época foi o Sporting. O Sporting este ano perdeu dois jogadores experientes, Raul Marin e Caio, e foi buscar dois jovens que tinha emprestados, Alvarinho e Gonçalo Nunes. A equipa perdeu qualidade overall, mas na prática até parece-me mais forte, visto tanto Marin como Caio não tinham grande rendimento no clube, apesar da qualidade. O Raul Marin na época anterior a ir para o Sporting marcou 76 golos em 43 jogos. Nos dois anos no Sporting não marcou metade desses golos. Têm surgido alguns rumores de que o plantel está insatisfeito com a Direcção no Sporting, nomeadamente Ângelo Girão que inclusive parece ter perdido a braçadeira de capitão.
Quem melhorou bastante foi o FC Porto. O ano passado praticamente não contou para o Campeonato. Este ano trocou dois jogadores medianos-fracos, Sergi Miras e Andrés Castaño, por dois jogadores muito talentosos, Eze Mena e Xavi Barroso. Vão melhorar bastante e parece-me que são o principal alvo a abater. O primeiro jogo com o Porto ganha como tal especial importância.
A Oliveirense foi buscar Tato Ferruccio ao Barcelos, Lucas Martinez ao Lodi e Pedro Moreira à Física, depois de perder Xavi Barroso, Ricardo Barreiros e Kiko. A equipa continua com um cinco inicial forte mas com problemas na profundidade no plantel. Parecem-me partir mais atrás dos três grandes este ano. 
Vai ser um ano muito equilibrado, sendo que tudo vai acabar por se decidir na recta final. Este ano o Campeonato termina com um Playoff. O que acontece ao longo da época acaba por poder ser corrigido no final. Benfica, Sporting e Porto têm as três equipas de nível muito próximo. Parece-me que o nosso plantel é um pouco mais completo. Mas basta uma lesão ou um castigo do Pedro Henriques num momento decisivo e ficamos logo expostos. O Sporting se os rumores se confirmarem, talvez não tenha uma época assim tão boa."

SL Benfica volta à carga por Todibo


"O mercado de transferências tem estado ao rubro na Luz e são já várias as entradas no plantel de Jorge Jesus. Pois bem, ao que tudo indica, as contratações não ficam por aqui e o mister JJ procura reforçar o centro da defesa do SL Benfica com mais um central para fazer frente a Rúben Dias e Vertonghen. 
Muito se tem falado e associado o jovem defesa central Rúben Semedo, atual Olympiacos, à turma encarnada, no entanto, Jean-Clair Todibo voltou a ser associado ao clube da Luz nos últimos dias.
As negociações com Rúben Semedo tem sido alvo de constantes avanços e recuos e Luís Filipe Vieira procura alternativas para esta posição. Todibo parece ser, então, o “novo” alvo das águias, embora já tenha sido associado anteriormente ao Benfica neste defeso.
Segundo a France Football, Todibo pretende deixar o FC Barcelona, equipa que este representa, para ter mais minutos de jogo, e é aqui que o SL Benfica entra na corrida pelo jovem central francês. 
Descontente na Catalunha, Todibo tem interesse de outros emblemas europeus, principalmente vindos de “terras de sua majestade”, uma vez que Everton FC, Wolverhampton Wanderers FC e Leicester City FC também já se mostraram interessados na contratação do defesa gaulês.
Actualmente com 20 anos, Jean-Clair Todibo é um dos centrais mais promissores do futebol europeu, necessitando de minutos para evoluir o seu jogo e no SL Benfica poderia encontrar espaço para se desenvolver. Encontraria a forte concorrência de Rúben Dias e Vertonghen, no entanto, seria a terceira opção, à frente de Ferro e Jardel na hierarquia dos defesas centrais dos encarnados.
Todibo é um central de 1,90m, possante e forte no jogo aéreo, para além de se sentir bastante confortável em sair a jogar com bola dominada. A sua qualidade de passe é também acima da média para a posição que ocupa e o facto de ter essas caraterísticas ajudam o central francês a impor o ritmo de jogo que pretende.
Ainda que seja alto, é um jogador bastante veloz, facilitando a pressão ao portador da bola e a sua velocidade facilita-lhe bastante a recuperação de bolas quando estas são colocadas nas suas costas, vencendo, muitas vezes, as divididas com os avançados adversários.
O internacional sub-20 pela seleção francesa deu nas vistas no Toulouse FC e assinou a custo zero pelo FC Barcelona que posteriormente o emprestou ao Schalke 04 para que tivesse mais minutos. Na Alemanha disputou dez jogos e voltou então para a equipa de Ronald Koeman.
A transferência em definitivo não parece ser uma realidade muito viável, uma vez que os responsáveis blaugrana pretendiam cerca de 25 milhões de euros pelo passe do jogador, valor que nenhum clube se demonstrou disposto a pagar até ao momento, e assim a melhor hipótese será mesmo um novo empréstimo.
Sendo bastante jovem, Todibo necessita de ter minutos para melhorar o seu jogo e no FC Barcelona não tem espaço, nem minutos, para evoluir. Assim, um empréstimo com uma possível opção de compra poderia ser um excelente negócio para o Sport Lisboa e Benfica que ganharia um central de enorme qualidade e colmatava a necessidade de mais um defesa central."

Entrada entusiasmante


"Não se poderia exigir mais à nossa equipa na estreia da Liga NOS. Conforme afirmou Jorge Jesus após a partida, "o mais importante era vencer, mas vencer e convencer é ainda melhor".
A excelente exibição e a goleada robusta, por 1-5, em Famalicão, frente à equipa surpresa da época transata, foi a entrada ideal num Campeonato Nacional que se adivinha bastante exigente e equilibrado na disputa do título, à semelhança do que tem acontecido na larga maioria das temporadas no último decénio.  
Este triunfo obtido em Famalicão, além de atingido o objetivo da conquista dos três pontos, deixou sinais bastante interessantes para que possamos encarar com otimismo os desafios que se avizinham. 
Desde logo a reação da equipa ao desaire na Grécia. Na deslocação ao reduto dos famalicenses, a nossa equipa, apesar do pouco tempo que dispôs para preparar a partida, apresentou-se com a lição bem estudada e personalizada, impondo o seu futebol e demonstrando que soube ultrapassar a desilusão de um resultado injusto face ao que havia produzido em campo frente ao PAOK.
Também os reforços que tiveram oportunidade de jogar mostraram que acrescentam qualidade à nossa equipa. Waldschmidt bisou, Everton marcou e assistiu, Darwin fez duas assistências e Vertonghen contribuiu para uma exibição segura a nível defensivo.
Os restantes golos foram da autoria de Rafa e Grimaldo. O primeiro conseguiu o seu 39.º golo ao serviço do Benfica em competições oficiais, igualando o pecúlio de Saviola e Vata. O segundo assinou um golo magistral de livre direto, naquela que é uma das suas especialidades.
De salientar ainda o bom futebol apresentado pela nossa equipa, pressionando bastante o adversário, criando várias oportunidades de golo e desta feita a concretizá-las também.
Nota ainda para o excelente início de campeonato da nossa equipa B, somando duas vitórias nas duas partidas efetuadas. Gonçalo Ramos tem sido o jogador mais em evidência, já com cinco golos marcados dos nove conseguidos pela equipa.
Sinais animadores para uma época que todos desejamos ganhadora."

O apagão não engana


"Qual é o critério para, nos Panama Papers, divulgar de pronto os nomes dos alegados políticos envolvidos e, mais de quatro anos depois, continuar a não se saber os nomes dos jornalistas avençados pelo saco azul do GES/BES?

Num Estado de direito democrático, a lei deveria ser o essencial do critério de ação e a sua aplicação ser uma operação linear, mas não. O que se constata, sob o ponto de vista dos cidadãos, é que o exercício de deveres acaba por ser simples e linear, mas a sustentação dos direitos enfrenta múltiplas dificuldades, sendo tudo menos objetiva e previsível. Basta ver o que acontece com o pagamento de impostos ao Estado e o que se passa na órbita da administração da justiça – a linearidade da tributação e o labirinto de arbítrio, de imprevisibilidade e de inconsistência da justiça. Simbolicamente, a justiça pode apresentar-se cega, mas há muito que está dotada de GPS e de calendários que lhe tolhem o normal funcionamento, levando-a para caminhos e soluções divergentes com o perfil de um Estado de direito democrático.
Em demasiadas ocasiões, ninguém percebe o critério aplicado para a investigação, o rationale das decisões e o sentido comunitário de alegadamente se querer aplicar uma visão da lei e de o não fazer a outros. A insegurança em relação a um dos pilares maiores da vivência comunitária instalou-se e é alimentada diariamente por contradições, promiscuidades entre o sistema de justiça e os média e incompreensões. É, no fundo, o resultado de uma degradação geral da administração da justiça, no conteúdo, no tempo e no sentido, em que o Presidente da República e os políticos bem podem elogiar os resultados, mas não iludem a miserável realidade concreta. Os políticos geraram um sistema de privilégio e de ausência de escrutínio da administração da justiça que deu margem para a criação de um modelo em que o arbítrio, os interesses e a falta de senso imperam. E de pouco valerá quererem fazer da Operação Lex um exemplo, quando o sistema está cheio de distorções graves e com as quais os políticos e os participantes na administração da justiça convivem, sem qualquer esboço de indignação ou contestação. O facto de haver juízes suspeitos na Operação Lex aparenta ser mais um exercício de foguetório para que o resto fique na mesma, num momento em que se assiste, por exemplo, ao branqueamento pelo sistema de investigação judicial do pirata informático Rui Pinto, só porque, à margem da lei, fez o que alguma justiça gostaria de poder fazer: conseguir, na órbita digital, ter uma intervenção sem critério, à margem da lei, que lhe permita atingir determinados fins sem olhar a meios. Ter o diretor nacional da PJ a abonar um criminoso digital é isso. É a consagração da intenção de prosseguir uma justiça no plano digital sem critério, sem olhar a meios e com um foco preguiçoso da obtenção de provas – provas para alimentar os preconceitos, as narrativas e o arbítrio, não para dar expressão a exercícios de um verdadeiro Estado de direito democrático.
Mas qual é o critério?
Para, nos Panama Papers, divulgar de pronto os nomes dos alegados políticos envolvidos e, mais de quatro anos depois, continuar a não divulgar os nomes dos jornalistas avençados pelo saco azul do GES/BES, alguns presumivelmente a comentar a atualidade noticiosa com alta pose de autoridade moral?
Para, no caso BES, ver ficar de fora da acusação personalidades que gravitaram na órbita de Ricardo Salgado, que terão tido tanto conhecimento e participação na sua gestão e nos desmandos, uma delas só porque é companhia do Presidente da República, ele próprio participante e usufrutuário de benesses da personagem central do enredo?
Para, no caso Lex, Álvaro Sobrinho, ex-presidente do BES Angola, acionista do grupo Impresa e do Sporting Clube de Portugal, ter ficado de fora da órbita das acusações depois de ter sido profusamente enunciado pelos média como sendo suspeito de corromper o juiz Rui Rangel? Este monumental apagão do Ministério Público acontece por que razão? Com que sentido?
Poderiam ser mais, mas são apenas três exemplos que ninguém compreende. Quem conheça um pouco do funcionamento da justiça e da sociedade portuguesa não pode deixar de se indignar com a ausência de critério na ação da justiça, que investiga uns e se conluia com outros, acusa uns e apaga outros, condena na praça pública e iliba outros nas omissões, num bailado de efetiva inconsistência, promiscuidade e impunidade que constitui um dos maiores atentados ao Estado de direito democrático. 
Neste contexto, com os apagões e os branqueamentos em curso, a acusação a Luís Filipe Vieira no âmbito do processo Lex pretende ser apenas uma cortina de fumo para a gravidade de tudo o resto, da administração da justiça ao apagão de Álvaro Sobrinho da acusação. Ou será normal que o fisco se aproprie de 1 milhão de euros de alguém e só ao fim de oito anos é que esse alguém consegue que um tribunal reconheça que o Estado não agiu bem e lhe devolva o dinheiro que era seu? É que oito anos são 10% de uma vida. Coisa pouca.
Infelizmente, este como outros apagões não enganam. Vivemos num contexto de incertezas em que as intermitências do Estado de direito democrático dão espaço a uma perigosa incerteza que nada tem a ver com o cumprimento da lei, basta que o arbítrio de alguém do sistema queira e o cidadão torna-se o alvo. Mesmo que faça o que outros fazem, mesmo que tenha direitos, mesmo que tudo, basta sair na rifa. E isso não deveria ser o critério nem quatro décadas de democracia deviam permiti-lo. Enfim, os apagões não enganam.

Notas Finais
Ilusões
Seis meses depois, não é admissível que o discurso político esteja tão desfasado da realidade concreta do combate à covid-19 que as respostas que se impunham não existam no terreno. Não sei se é mau aconselhamento ou habilidade política, mas muito do que António Costa diz sobre a pandemia não tem correspondência no terreno e nas instituições do Estado com responsabilidades territoriais como a saúde pública ou a Segurança Social. É um problema de capacidade de concretização que leva à inconsistência e ao desenrasca. Seis meses depois, não é um sistema fiável. E prescindíamos todos do exercício de futurologia sobre o número de infetados na semana seguinte. Mais ação consequente e menos conversa.

Aparições
A remodelação do Governo revelou o caráter de sempre de António Costa com a adição da falta de autoridade para se impor aos ministros. Agora há um Governo em que os ministros também mandam no primeiro-ministro ou foi tudo apenas para distrair as atenções das polémicas vigentes com o futebol? Uma vez mais, sem olhar a meios.

Alucinações
Depois da comoção nacional em torno da comissão de honra de Luís Filipe Vieira, foi importante a pressão mediática e popular para a aplicação do mesmo critério ao Sporting e ao Porto, tendo sido relevante a saída do procurador da República João Palma dos órgãos de Alvalade e as saídas dos presidentes de câmara do Porto e de Gaia e dos deputados do conselho superior do dragão, a par da saída da irmã do presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira – Rita Moreira –, da administração da SAD dos dragões. Aplicar o critério era isto. Afinal, foi só delírio."

Benfica, PAOK, Zivkovic: a única esperança é a de que a tragédia grega tenha servido de lição. Afinal, para isso é que servem as tragédias


"As tragédias são sempre gregas. Coitado do Aristófanes! Escreveu muitas comédias, mas ninguém fala em comédias gregas. Coitados dos trágicos alemães! Escreveram muitas tragédias, mas ninguém fala em tragédias germânicas. A única tragédia concebível é sempre grega. E como acontece normalmente com as tragédias, já se estava mesmo a ver onde é que isto ia dar. Sai o PAOK na rifa e os olhos saltam logo para o hipotético adversário no play-off, afastando a equipa grega como se fosse um mosquito incómodo a zumbir-nos aos ouvidos.
Os gregos antigos chamavam-lhe húbris e os heróis caíam fatalmente, tragicamente, nas suas armadilhas. Querer voar com asas de cera, coisas assim. E depois vinha a inevitável hecatombe. Não no sentido original. Hecatombe era o sacrifício de cem cabeças de gado que os gregos ofereciam aos deuses. Hoje é sinónimo de desastre, de catástrofe – outra palavra de origem grega que etimologicamente significa “virar para baixo”, virar subitamente o mundo de pernas para o ar – mas imagino que a direção do Benfica não se importaria de fazer uma hecatombe para que a catástrofe tivesse sido evitada e a nuvem da crise – outra vez os gregos – não tivesse ficado a pairar sobre o clube depois de a temível e caríssima esquadra troiana ter sido eliminada por pobres pescadores de Salónica. 
Não acreditam em divindades? Eu também não, pero que las hay, las hay. Veja-se o cruel sentido de humor que gostam de exibir. De outra maneira, como explicar que o segundo golo do PAOK saísse das botas de Zivkovic? Depois de meses de negociações, o Benfica lá se conseguiu livrar do peso salarial e físico do sérvio, libertando espaço para os ordenados milionários das novas contratações. Estava-se mesmo a ver – é assim, repito, nas tragédias, está-se mesmo a ver – que aquele aparente ato de boa gestão e o suspiro de alívio coletivo nos gabinetes da SAD teriam consequências insuportáveis. E Zivkovic lá marcou o golo que Sófocles ou Ésquilo o teriam posto a marcar.
Logo após o jogo, Jorge Jesus apareceu aos jornalistas em tom menor, estranhamente calmo, reflexivo e merencório, a falar em coisas positivas, como se tivesse acabado de empatar um desimportante jogo de pré-época contra o Sacavenense. O discurso analítico, anti catastrofista, parecia paradoxalmente irreal, o discurso de um homem que, no meio dos escombros após um terramoto de 9.1 na escala de Richter, aponta para a casa que resistiu e diz que, apesar da desgraça, nem tudo é mau porque na primeira parte, antes do tremor de terra e da derrocada, até estava um belo dia de sol.
Talvez este seja o novo Jesus, o Jesus transfigurado pela sua experiência no deserto arábico e pela aventura no Brasil, um Jesus que não se ajoelha perante as catástrofes, que sacode o pó das vestes e segue para Famalicão ou para outra terra qualquer a fim de cumprir a missão a que se propôs. Se, por um lado, esta nova serenidade confunde o adepto que ao primeiro desaire range os dentes e grita como um condenado, por outro, torna-o mais cerebral e menos oito-ou-oitentista, trazendo-lhe à memória aquela velha frase do evangelho do próprio JJ: isto não é como começa, é como acaba.
Só que o adepto não tem maneira de ver o futuro. Não lhe foi concedido o privilégio dos áugures. (Para dizer a verdade, o adepto também raramente consegue ver o passado para lá do último resultado). E nem cinco golos em Famalicão chegam para o sossegar. A única esperança é a de que a tragédia grega tenha servido de lição. Afinal, para isso é que servem as tragédias."

A actividade física e desportiva... em nome da vida!... (4)


"Pensei no início tratar esta temática em 4 capítulos, no entanto pelas mensagens que me fizeram chegar, “obrigam-me” a deixar em aberto para mais tarde os artigos necessários no desenvolvimento dum assunto que me apaixona e penso ter algo a refletir com os meus estimados leitores e leitoras. 
Contudo, já estou com saudades de “regressar ao relvado” e às circunstâncias que fazem da preparação, treino e competição um estado de sítio, cada vez mais importante ser objeto de reflexão crítica, muito em especial neste momento de confinamento, que espero seja transitório da nossa vida comunitária. Daí no próximo artigo, voltar ao balneário e equipar-me para reentrar em jogo.
Concluíamos então o último artigo, dizendo que há alguns anos era preciso ser forte para fazer Desporto, hoje faz-se Desporto para se ser forte porque nele está a possibilidade de salvaguardar a raça humana – é quase uma oportunidade de sobrevivência. A Atividade Física e Desportiva é em suma uma das formas possíveis para se tentar evitar a decadência física e psíquica da espécie, tendo uma intervenção direta na saúde e higiene, no lazer e recreação, nas aprendizagens escolares de base, na reabilitação física, etc … indo ao encontro dos anseios de todos aqueles que experimentam um espaço de realização pessoal, pela prática do movimento humano de forma intencional e que visa a superação.
Tem vindo a constatar-se uma prática generalizada da Atividade Física, de forma mais ou menos regular e sistemática, no sentido de que o exercício físico possa causar uma melhoria da saúde e bem-estar e cujos benefícios também sejam capazes de incorporar a prevenção e recuperação duma multiplicidade de doenças.
Neste aspeto, sabe-se que a ação preventiva é mais eficaz quando associada a um estilo de vida saudável. Não devemos nunca esquecer que o exercício físico, como qualquer carga exercida ao organismo, leva a respostas adaptativas, condicionadas pelo teor em que a mesma é aplicada. A incorreta administração dessa carga, pode provocar uma grave rotura do equilíbrio bio psíquico e funcional com resultados de extrema gravidade.
Por isso, a prescrição de qualquer programa de exercício, deve mencionar o modo, a intensidade, a duração, a frequência e a progressão do esforço.
A qualificação dos agentes que têm a responsabilidade de orientar o exercício, assume uma das regras de ouro, porque, como temos vindo a referir não fazer o que deve ser feito ou fazê-lo de forma incorreta são males do mesmo tamanho.
A fase do empirismo foi definitivamente ultrapassada. São cada vez mais as ciências que se dedicam ao estudo do “homem desportivo” nas suas diferentes formas de atuar. Desde a anatomia, fisiologia, psicologia, medicina desportiva, sociologia, biomecânica, nutricionismo e tantas outras, se preocupam com o equilíbrio do homem em esforço. Não se investiga um esforço qualquer, mas um esforço que implique movimento intencional, sendo o ser humano corpo, mente desejo, natureza e sociedade. Movimento onde no corpo em ato emerge a carne, o sangue, o desejo, o prazer, a paixão, a rebeldia, as emoções, os sentimentos, tudo isto visando a transcendência ou a superação, como nos tem ensinado o nosso querido Professor Doutor Manuel Sérgio e que de forma sapiente acrescentava: “em cada gota de suor terá sempre de existir um grão do pensamento”.
A ciência tem evoluído de forma categórica. As universidades chamaram a si a razão do estudo e investigação na formação de quadros, aos quais competem um alargado grau de competências, na defesa do direito à saúde e à vida.
Neste contexto não há mais lugar para o voluntarismo, para a improvisação e para o desenrascanso. A prática metodológica da Atividade Física e Desportiva corporiza sem dúvida um tempo de alegria, de prazer e entusiasmo…é como uma chamada à festa do corpo em que poderemos aglutinar um nível superior de relação entre as pessoas, onde as noções do belo, do estético e do ético farão acordos duma admirável existência.
Mas como referia no artigo 1 a prática da Atividade Física e Desportiva tem sobrado para um certo desprezo, em relação às demais exigências orgânicas e funcionais, com que os responsáveis se lhe devotam ao longo dos tempos.
Ao que temos vindo a assistir, creio que não será apenas esquecimento, mas sobretudo incompetência ou negligência pelos continuados governos que, vá lá, pela constante pressão dos vários núcleos das federações, associações, escolas, clubes, comité olímpico, etc, pertencentes a um País em que a percentagem de prática desportiva se encontra na cauda da Europa, só agora é que se viu referida a inclusão do Desporto na versão final da visão estratégica para o plano de recuperação de Portugal 2020-2030, reafirmando que as políticas que possam promover o incremento da prática desportiva podem ter consequência na qualidade de vida dos cidadãos.
Como bem sabemos os palcos do poder são por vezes montados em insuportáveis ninharias que só a ocasião fará clamar a razão e, como diz o nosso bom povo: gato escaldado de água fria tem medo, cá estaremos para constatar e de que forma esse título de boas intenções ostenta a honradez da sua aplicabilidade.
O que temos como dado adquirido é que a Atividade Física e Desportiva empresta à causa participativa uma imagem de generosidade, civilidade e respeito, podendo funcionar como catalisador privilegiado para fazer potenciar maior sintonia entre o teor energético do indivíduo e a correspondência com a vida … e também nos deixa ensinamentos, memórias e imagens que nos vão exigindo competências de vida capazes de nos fazer pessoas de bem."

E de repente descobriram... a formação!


"A pandemia (do grego «de todo o povo» – restará agora definir o que é «o povo»), com todas as suas restrições, os seus confinamentos, os seus distanciamentos, levou à descoberta de realidades que andavam ou escondidas ou ignoradas.
Temas como “a função educativa do desporto” ou “o carácter educativo do desporto” ou “os valores do desporto” regressaram à ribalta. Clichés como “o desporto é muito mais que saúde, bem-estar e lazer, o desporto é educação” voltam ao nosso quotidiano na tentativa de demover governantes – aqueles que dizem “não temos conhecimento de nenhum clube que tenha fechado portas” – a recolocarem o público nos estádios (recolocado que está na Fórmula Um), a permitirem que as escolas de formação de futebol dêem continuidade ao seu ‘métier’, a autorizarem a reabertura de academias e ginásios e a consentirem a prática dos desportos de contacto – não aquele contacto das comemorações do golo do futebol, mas aquele contacto de oposição, de luta, de combate.
Resta discernirmos se esta preocupação se prende de facto com a formação do carácter do ser humano, com a transmissão de valores positivos, com a saúde dos jovens praticantes (não só corporal mas também com a sua saúde social, emocional e mental), se se prende com o desenvolvimento psico e sociomotor da criança, do atleta, do jogador, do desportista, se se relaciona com o aperfeiçoamento do gesto técnico e da preparação táctica com vista à competição, ou se esta preocupação revela outros contornos.
Na página online «fairplay.pt» Francisco Isaac propõe o seguinte exercício matemático “fácil para compreender e perceber o impacto económico e social usando o rugby como exemplo: imaginemos que 50% dos atletas jovens (entre os 6 e 18 anos) deixam de estar ligados à modalidade, perdendo-se quase 3000 inscritos num só ano. Se cada inscrito pagar 350€ ao seu clube – uma média geral para o que os emblemas nacionais aplicam no acto de inscrição no início de época – dá-se uma perda imediata de 1.050,000€ (sim, leram bem… 1 milhão de euros), que significa um buraco na saúde orçamental dos clubes e por conseguinte da federação.”
E Francisco Isaac continua o seu exercício: “O mais grave desta matemática é a seguinte equação adicional, que passa pelo abandono de jogadores e a perda total de inteiras gerações, pois mesmo que alguns atletas permaneçam, estes não podem competir e pôr em prova as suas capacidades, sendo testados até ao limite em termos de durabilidade mental para aguentar treinos de distanciamento durante uma época inteira (quando nas actividades escolares vão andar sempre lado-a-lado com os seus colegas…).
Se avançarmos três ou quatro anos no tempo, abrem-se consecutivas falhas nas equipas de formação seja nos sub-8/10/12/14/16/18 e seniores, colocando o rugby português no limiar de um abismo que será impossível de evitar. A qualidade individual e de jogo vai cair abruptamente, o rugby (e qualquer outra modalidade afectada pelas “recomendações” da DGS) vai sofrer um retrocesso quase sem precedentes e o apoio estatal será quase zero, independentemente da cor política ou partido que esteja no seu poder (quando actualmente já o é) – desde Março até Agosto de 2020 só por uma vez o primeiro-ministro de Portugal falou sobre a situação desportiva portuguesa.”
Desta análise de uma modalidade, e que poderemos extrapolar para muitas outras, retiramos duas ilacções. A primeira, económica. A segunda, social. Seria uma análise completa se da mesma conseguíssemos tirar mais uma ilacção, que passaria necessariamente por ser do foro pedagógico...
Em relação à primeira, recorre-se aos parâmetros educativos do desporto e aos seus valores formativos para se garantir uma subsistência monetária. Releva a fonte de rendimentos de clubes, academias e ginásios, com o subsequente suporte de patrocinadores (em suma, o negócio!). Em relação à segunda, continua-se a propalar as virtudes da prática desportiva mas o objectivo final é o da competição-espectáculo (que não deixa também de ser económico) a qual nada tem a ver com essas virtudes. 
Olvida-se no entanto, aqui, o papel do treinador dos escalões de formação (as suas competências pedagógicas) e a sua subsistência em termos salariais. E se a grande maioria das modalidades competitivas vive para o resultado, se muitas crianças e jovens há a treinar de uma forma desmesurada (treino intensivo precoce), percebe-se a preocupação dos treinadores em termos da sua visibilidade através dos troféus para além do seu ganha-pão. Mas existem modalidades (ou sectores de algumas modalidades) em que a formação é exactamente isso: o desenvolvimento harmonioso do ser humano e o seu apetrechamento de capacidades de resposta a diferentes situações, de esquemas de comportamentos e respectiva associação entre eles. É precisamente nestas que o treinador mais para trás fica, mais ignorado é, quer seja por falta de interacção com os seus colegas dado não se enquadrar num quadro competitivo quer seja pela inexistência – ou inoperância – de estruturas associativas que o possam representar. Encerram-se assim, principalmente, academias e ginásios devido às restrições impostas.
E torna-se irrelevante que o desporto seja incluído na versão final da Visão Estratégica para o Plano de Recuperação de Portugal 2020-2030, apresentado por António Costa Silva. A preocupação somente com desportos náuticos, eventos e estágios internacionais apontados como estratégicos nesse plano só nos mostra o desrespeito pela formação e o acabar com a base da pirâmide, o que implicará que daqui a uns tempos não haja topo. Quando a própria máquina mercantilizada e mercantilizadora é ignorada, mais facilmente são triturados os seus intervenientes directos. Quando a máquina está de tal maneira bem oleada, não é um grão de areia – nem um penedo – que a irá fazer emperrar!
A pandemia (a tal «de todo o povo») leva-nos a um estado de “saber e não saber, ter uma noção de absoluta veracidade enquanto se dizem mentiras cuidadosamente elaboradas, defender simultaneamente duas opiniões que se anulam reciprocamente, sabendo-as contraditórias e acreditando em ambas; usar a lógica contra a lógica, repudiar a moral ao mesmo tempo que se reclama a moral (…).” Mil novecentos e oitenta e quatro. George Orwell. Trinta e seis anos de atraso… em relação ao previsto!"