sexta-feira, 7 de agosto de 2020

Uma vez de cada vez. Dez jogos. Cem taças. Mil jornadas

 "1. A solenizada sessão de apresentação do técnico Jorge Jesus no início da semana constituiu um imprescindível sinal de proactividade e de energia de que o Benfica estava absolutamente necessitado para, sem mais demoras, poder reconstruir e a reafirmar todo o seu poder próprio, primeiro, no contexto desportivo nacional.

2. O acto realizava-se oportunamente no 'day after' do inacreditável descalabro de uma época demasiado triste; para não a considerar, até, como uma extensa temporada repleta de incidências e contornos inesperados, incompreensíveis e obscuros, no fim da qual havíamos acabado por conceder outra aberrante dose (dupla) de precioso 'oxigénio' aos nossos competidores e - e por que não escrevê-lo com todas as letras - nossos inimigos letais, aos quais, mais uma vez por culpas próprias, generosamente acabávamos de salvar da morte certa.

3. Luís Filipe Vieira, também ele certamente perplexo com tudo o que tinha acontecido mas com a determinação que o caracteriza, voltara de novo, só ele, a ter de assumir inequivocamente o que tinha de ser feito. Como os Benfiquistas sempre exigem ao Presidente do Benfica.

4. E assim (mesmo desprezando alguns epifenómenos que, dadas as imprevistas circunstâncias do final de época, talvez já não tivesse sido possível evitar por razões técnicas - refiro-me, por exemplo, à teimosia interpretação monocromática do emblema, numa altura destas...), o Presidente soube tomar nas suas mãos as medidas verdadeiramente essenciais que se impunham, no sentido de encarrilhar a locomotiva e a formidável composição que dirige, para encetarmos de vez a grande Viagem que todos os Benfiquistas querem cumprir a breve prazo.

5. Foi o melhor que Luís Filipe Vieira podia e devia fazer. E, como na ocasião sinalizou o nosso treinador, cortar imediatamente com o passado imediato, só olhando agora muito fixamente para objectivos de um futuro próximo, adquiria o significado complementar de nos permitir imaginar o que há de vir a ser, consistentemente, o futuro de longo prazo para o Benfica.

6. Gostei da assertividade com que, deixando de parte descomedidas jactâncias de outrora, Jesus correspondeu aos reptos lançados pelo Presidente e por Rui Costa: para ter afirmado o que (e como) afirmou, é porque, acerca de recursos e disponibilidades que lhe terão sido garantidas, ele não só já saberia muito mais do que nós sabemos e que tem sido escrito e dito na praça pública durante as últimas semanas, como se sentiria completamente envolvido no projecto que lhe foi proposto e, ainda mais do que isso, se considerar bem seguro da sua capacidade em o liderar e de o cumprir com o seu staff, no plano competitivo.

7. Mas, sobretudo, gostei de ver o nosso treinador - agora em plena posse das suas acrescidas faculdades e sem ter de provar a alguém seja o que for - acentuar que nada se ganha sem a conjugação de todos os Benfiquistas em torno da equipa.

8. Fica aqui dito que, pela nossa parte, os Benfiquistas saberão cumprir esse desígnio. A própria circunstância da pré-campanha e das Eleições gerais do final de Outubro virá provar esse preponderante sentimento comum, que afinal nos caracteriza há mais de 116 anos.

9. Portanto, para já, fica a faltar o resto. Falta recomeçar a jogar e a ganhar. Depressa e muito: uma vez de cada vez; dez jogos; cem taças; mil jornadas, para resgatar a dignidade atlética e a justa imagem universal do Grande Benfica Campeão dos campeões e reduzir a nada impostores e falsas virgens.

10. Mas, por outro lado, agora mais do que nunca, não deixará de nos faltar também saber conciliar com muita perícia as novas exigências dessa renovada atitude competitiva, com a experiência infraestrutural, negocial e de gestão que nos fez chegar aonde estamos. Numa fase previsivelmente tão desafiante do país, da Europa e do mundo, diante de tantas dificuldades sociais e económicas que se desenham, precisamos de ser capazes de continuar a sustentar o mesmo registo imparável do poderoso desenvolvimento do Benfica.

11. Sem derivas, nem sobranceria. Com prudência. Com firmeza e muita competência. Sem nunca perder sentido dos inevitáveis ataques soezes dos nossos inimigos. E sempre a acumular mais títulos do que os nossos adversários. Todos juntos."

José Nuno Martins, in O Benfica

Sr. Shéu | 67 anos de idade, 50 de Benfica

"Há nele aura mística que o eleva a figura do panteão encarnado, nome pronunciado em alturas de saudosismo por aqueles que o viram e que os mais novos, embevecidos a ouvir, perguntam por mais naquela curiosidade mórbida na tentativa da aproximação com realidades que sabem ser impossível repetir.
Shéu representa uma fase inesquecível de glória benfiquista e o compromisso máximo para com os valores mais altos que se levantam, das palavras de Mário Wilson. O ‘Pézinhos de Lã’, carinho pelo qual os mais antigos o reconhecem, jogou 488 jogos de águia ao peito, num percurso de 17 épocas que se iniciou no longínquo ano de 1970. Completou, no passado dia 3 do mês vigente, 67 anos.
Com 16, chegou a Lisboa depois de muitas tribulações. Nada de grave, mas o patriarca da família era avesso às pretensões da bola, a prioridade eram os estudos e só nessa condição é que Shéu Han conseguiu autorização para viajar. Tudo começa quando um imberbe moçambicano de feições asiáticas, vindas do lado do pai, deslumbrava nos relvados de Inhambane, província da Inhasorro que o viu nascer.
As qualidades eram tantas que não passaram despercebidas a um Tenente Coronel, Manuel da Costa de seu nome, que por ali passava. É ele que envia a primeirissima notícia para a Metrópole dando conta do diamante que ali estava e quem a recebe é Fernando Calado.
O resumo das capacidades futebolísticas era tão entusiasmante que José Augusto, recém-adjunto, vai pessoalmente à Beira ver um jogo do Sport Lisboa e Beira – a sigla estava destinada. Precisou de pouco para conferir as imensas qualidades do prodígio. O pai, a muito custo, deixou-o embarcar sob uma única condição: terminar o estudos de Mecânica. Assim foi.
Chegado à Luz, vê-se em cidade que o assusta – «aquele movimento (da Baixa) fazia uma enorme confusão» – e então ficava pelo Lar, onde eram acolhidos os prodígios de longe, e ocupava o seu tempo entre treinos suplementares e leituras, outra das suas paixões.
Mário Coluna e Ângelo, seus primeiros treinadores, ajudaram à construção de um trinco moderno, muito à frente do seu tempo, e foi isso que impressionou Jimmy Hagan e o obrigou a estreá-lo a 15 de Outubro de 1972, num vitória no campo do Barreirense por 3-0. Substituiu Toni perto do final, e a simbologia da troca preconizava a importância suplementar que viria a conseguir mais à frente.
Porém, só em 1975-76 se assume como titular e pêndulo do meio-campo encarnado, com o ‘Velho Capitão’ Mário Wilson a ver nele um dos líderes da regeneração da equipa, passagem de testemunho entre a geração de Eusébio e António Simões e a sua, mais Humberto Coelho, Jordão ou Néné. A estreia europeia acontece nessa temporada, na expressiva goleada ao Fenerbahce (7-0), para a primeira eliminatória da Taça dos Clubes Campeões Europeus.
Foi em contexto internacional onde teve as suas maiores mágoas como futebolista, uma delas como protagonista do golo e outra como capitão (a braçadeira só a herdou em 1986, depois da despedida de Bento). A final da Taça UEFA de 83, frente ao Anderlecht, onde faz o 1-0 na segunda mão, anulado poucos minutos depois pelo contra-ataque encabeçado por Lozano; e em 1987-88, na final da Taça dos Campeões Europeus, no famigerado desempate por penáltis (6-5) frente ao PSV de Ronald Koeman – o tal jogo que Diamantino viu da bancada, por causa da lesão sofrida uma semana antes, e onde os jogadores perderam largos períodos a perder e a calçar as botas, escorregadias estavam da goma dumas meias por estrear…
A despedida viria em 1988-89, na última jornada de um Campeonato já ganho. Frente ao Boavista, na Luz, jogou 45 minutos e homenageado seria ao lado de João Santos, presidente benfiquista. Sairia em lágrimas, naturalmente, mas pouco tempo teve para relaxar: seria imediatamente convidado para as funções de Secretário-Técnico, pelas competências que tinha a mexer em… computadores. Um homem sempre à frente do seu tempo. Manteria o cargo até Maio de 2018, quando sentiu já ter cumprido o seu papel na íntegra. Levava 48 anos de Benfica.
Oportunidades para sair de casa? Naturalmente que existiram, mas Shéu é homem de princípios. Em 1987, respondia assim a essa questão: «Tive algumas oportunidades de sair, e o que determinou que tal não sucedesse foi o facto de um certo treinador com quem não simpatizava nada, ter passado para o clube que iria representar». A identidade da figura enigmática ficará para quem sabe e para quem com ele já privou mais intimamente. Sortudos.
Foram, ao todo e enquanto jogador, nove campeonatos nacionais (1973, ’75, ’76, ’77, ’81, ’83, ’84, ’87, ’89), seis Taças de Portugal (’80, ’81, ’83, ’85, ’86, ’87) e duas Supertaças (1980, ’85). Enquanto Secretário-Técnico, seis campeonatos nacionais (1991, ’94, 2005, ’10, ’14, ’15, ’16), cinco Taças de Portugal (1993, ’96, 2004, ’14, ’17), cinco Supertaças (1989, 2005, ’14, ’16, ’17) e seis Taças da Liga (2009, ’10, ’11, ’14, ’15, ’16). Na curta passagem que teve enquanto técnico, cargo que nunca o seduziu e que só executou para proteger a instituição e a futura equipa técnica, saldou-se pela conquista do desejado terceiro lugar na díficil época de 1998-99, depois do despedimento de Graeme Sounness.
O papel fulcral que cumpriu junto da equipa ao longo de décadas é prontamente demonstrado pelas palavras de puro respeito que lhe entregam as mais variadas figuras do universo benfiquista e do futebol português. Os valores mais altos da Mística viram nele a sua máxima personificação e Shéu foi determinante na missão de dar continuidade até às gerações actuais, ficando célebre a sua relação estreita com o grande líder do século XXI benfiquista, Luisão, numa passagem de testemunho muito feliz."

GreNal – A despedida de Cebolinha no grande derby


"Na grande final do Campeonato Gaúcho, o Grêmio bateu o eterno rival Internacional por dois a zero, num jogo que ficou marcado por, aparentemente, ser a despedida de Cebolinha, o internacional brasileiro que alegadamente chegará a Lisboa para defender as cores do SL Benfica. Jogador de tremenda capacidade de desequilíbrio, saiu em ombros de mais um derby eterno. Num jogo de enorme competitividade, saiu assim Everton Cebolinha do Brasil."

Waldschmidt, um sucessor para João Felix


"Sete golos em cinco jogos no Europeu de Sub21 em 2019, deixaram um impacto tremendo na competição e em todos quanto os que a observaram de perto.
Waldschmidt tem argumentos técnicos, tácticos e físicos para se tornar num triunfo retumbante na Liga Portuguesa.
Habituado a jogar num sistema com 2 avançados, o alemão denota grande qualidade quer no momento da finalização quer quando tem de se mover e definir em zonas de criação. Eficiência elevadíssima no gesto técnico, velocidade de execução elevada, passada que lhe permite receber também bola nas costas, tem todos os traços de um segundo avançado moderno. Moderno porque é muito hábil e competente em espaços curtos, mas também impacta na hora de atirar na baliza, seja depois de receber em profundidade ou ainda de fora. É o nove e meio que tanto procurou o Benfica!
Capaz de servir as rupturas dos colegas, pela forma como gira e observa movimentos no espaço entrelinhas adversário, é também um jogador sempre disponível para as tarefas de pressão tão apreciadas por Jorge Jesus.
Ainda mais que Cavani (porque como ponta de lança, poderá haver melhor aproveitamento e evolução de Vinícius), o alemão tem as características que tanto faltam na equipa encarnada e um nível verdadeiramente diferenciado do comum jogador que pisa os relvados da Liga NOS."

SL Benfica 2019/2020: A análise do plantel ao detalhe

"Depois de uma época fracassada os jogadores entram de férias já a pensar no próximo ano. Como qualquer jovem aluno anseiam receber as suas notas (ou não). Esta temporada quem foram os melhores “alunos”? Quem surpreendeu e quem desiludiu? É isso que vão ficar a saber neste artigo.
Nota: Não estão incluídos jogadores que já deixaram o SL Benfica (RDT, Caio Lucas, Fejsa ou Cadiz). Para mim têm todos nota 1/10 (com excepção de Gedson) pois em nada (ou muito pouco) contribuíram para o “sucesso” da equipa encarnada.
Todos presentes? Vamos lá começar esta deprimente avaliação…. Aqui não há recursos. 

Guarda Redes
#99- Odysseas Vlachodimos
- 45 jogos e 47 golos sofridos
- Nota da época- 8/10
- Vlachomimos foi um dos melhores elementos do plantel encarnado, sobretudo antes da retoma. Valeu muitos pontos!

#1- Svilar
- Um jogo e zero golos sofridos (20 jogos na equipa B)
- Nota da época- 5/10
- Evoluiu muito na equipa B. Na próxima época deverá ser emprestado.

#72- Zlobin
- Sete jogos e sete golos sofridos
- Nota da época- 4/10
- Foi o segundo guardião ao longo da época, mas não cumpriu quando chamado. Svilar ultrapassou-o na hierarquia na recta final da temporada. Não deverá continuar no SL Benfica.

Laterais direitos
#34- André Almeida
- 27 jogos, quatro golos e cinco assistências
- Nota da época 6/10
- Uma época relativamente competente, marcada por alguns momentos de falta de atitude. Continua a ser muito curto para um clube como o SL Benfica.

#84- Tomás Tavares
- 26 jogos, zero golos e zero assistências
- Nota da época- 4/10
- Tomás Tavares foi um dos jogadores mais criticados nesta temporada. O miúdo tem qualidade, mas foi lançado às feras sem qualquer preparação. Precisa de crescer.

Defesas centrais
#6- Rúben Dias
- 49 jogos, três golos e três assistências
- Nota da época- 7/10
- Facilmente o melhor central do plantel. Teve alguns momentos menos bons, mas teve igualmente exibições de gala onde demonstrou estar a caminho do topo.

#97- Ferro
- 40 jogos, um golo e zero assistências
- Nota da época 4/10
- Ferro foi uma das desilusões da temporada. Cometeu muitos erros e pareceu sempre muito frágil perante a pressão do adversário e dos adeptos. Tem de melhorar muito.

#33- Jardel
- 19 jogos, zero golos e zero assistências
- Nota da época- 5/10
- Jardel cumpriu sempre que foi chamado a substituir Ferro. As constantes lesões continuaram a deteriorar a sua forma física e prejudicam a sua carreira. Um central útil

#38- Morato
- Um jogo, zero golos e zero assistências (17 jogos na equipa B e sub23)
- Nota da época- 6/10
- Esteve a bom nível na equipa B e nos escalões de formação. Para o nível de sénior parece estar ainda um pouco “verde”, no entanto tem qualidade.

Laterais esquerdos
#3- Grimaldo
- 41 jogos, um golo e sete assistências
- Nota da época- 7/10
- Grimaldo fez uma época positiva, mas cheia de latos e baixos. Os seus problemas defensivos foram expostos por uma equipa extremamente frágil e com um fraco processo defensivo.

#71- Nuno Tavares
- 15 jogo, um golo e quatro assistências
- Nota da época- 5/10
- Começou a época numa posição que lhe era estranha. J´a lateral esquerdo demonstrou alguma qualidade, mas mostrou ter igualmente algumas limitações técnicas graves. Mias um jogador que foi lançado ás feras sem qualquer preparação.

#22 Samaris
- 25 jogos, zero golos e zero assistências
- Nota da época- 3/10
- Quando um jogador é mais conhecido e adorado pelo que faz fira do que campo do que dentro dele algo está mal. Deixando de lado a “garra” e o “sentir o clube”, Samaris acrescentou sempre muito pouco à equipa.

#28- Weigl
- 21 jogos, um golo e zero assistências
- Nota da época 6/10
- Pra muitos Weigl é o culpado do descalabro da época (inacreditável), para mim Weigl é um dos jogadores com maior qualidade que passou cá nos últimos tempos. A bola nos pés do alemão nunca chora. Há muitos benfiquistas, que pouco ou nada percebem do desporto rei, que ainda não perceberam o jogador que têm nas mãos.

#61- Florentino
- 17 jogos, zero golos e uma assistência
- Nota da época 7/10
- A nota pode parecer elevada, mas sempre que Florentino esteve em campo…esteve muito bem. Isto torna ainda mais estanho o completo deperecimento das opções. Que estranha gestão do plantel… 

Médios Centro/Ofensivos
#49- Taarabt
- 36 jogos, um golo e três assistências
- Nota da época- 8/10
- Um dos melhores jogadores na primeira metade da época. Em muito jogos era o marroquino que remava sozinho contra uma maré de mediocridade. A sua anarquia táctica prejudicou algumas vezes a equipa encarnada, mas o que trazia ao jogo compensava.

#8- Gabriel
- 34 jogos, três golos e duas assistências
- Nota da época- 7/10
- Gabriel, como a maioria do plantel encarnado, fez uma primeira volta bem mais positiva do que a segunda. As lesões condicionaram muito o rendimento do médio brasileiro.

#19- Chiquinho
- 38 jogos, três golos e sete assistências
- Nota da época- 7/10
- Mesmo com todos os problemas de finalização, Chiquinho sempre foi a melhor opção para jogar atrás do avançado. Fez uma época bem positiva e mostrou ter qualidade para estes patamares. Como titular? Isso já não diria.

#86- Tiago Dantas
- Um jogo, zero assistências e zero golos (24 jogos na equipa B e sub23)
- Nota da época- 5/10
- Apesar de ter feito apenas um jogo, Tiago Dantas mais do que merece esta nota. O pequeno médio centro transpira qualidade e inteligência. No entanto, para alguns o que é preciso é raça, seja lá o que isso for, e poder físico. Uma injustiça para este pequeno génio…ponham os olhos no Puig

#92- David Tavares
- Dois jogos, zero golos e zero assistências
- Nota da época- 2/10
- Esta nota deve-se sobretudo á irresponsabilidade que o jogador vai demonstrando dentro de campo 

Extremos
#21- Pizzi
- 51 jogos, 28 golos e 19 assistências
- Nota da época- 8,5/10
- É verdade que o nível exibicional do jogador nem sempre foi o mais alto, mas a nível estatístico a época de Pizzi foi absolutamente estrondosa. Valeu muitos pontos ao SL Benfica. Um jogador decisivo. 

#11- Cervi
- 35 jogos, quatro golos e quatro assistências
- Nota da época- 6/10
- Cervi é um jogador muito esforçado, mas nunca passará muito disto. É um jogador muito útil a qualquer equipa, mas dificilmente terá qualidade para ser titular.

#27- Rafa
- 35 jogos, dez golos e sete assistências
- Nota da época- 6/10
- Rafa desiludiu muito, principalmente na segunda metade da época. O extremo português deveria ser um dos elementos mais importantes da equipa, mas não o foi. Ainda assim teve alguns momentos altos como a exibição em Alvalade.

#17- Zivkovic
- Quatro jogos, zero golos e zero assistências
- Nota da época- 0/10
- O profissionalismo decidiu aparecer só no final da época, vamos ver se se libra das más influências e percebe o talento que tem nos pés

#73- Jota
- 28 jogos, dois golos e três assistências
- Nota da época- 4/10
- Olhando para o número de jogos parece que Jota foi uma parte integrante do plantel, mas estas partidas não se materializam em minutos. É verdade que não demonstrou muito nas oportunidades que teve, mas também é complicado mostrar muito quando se entra sempre depois dos 90 minutos.

Pontas de Lança
#95- Vinícius
- 47 jogos, 24 golos e 13 assistências
- Nota da época- 9/10
- Vinícius chegou como o terceiro avançado na hierarquia, atrás de RDT e Seferovic. No entanto, o ponta de lança brasileiro foi claramente o melhor avançado e, arrisco-me a dizer, jogador dos encarnados. O melhor marcador do campeonato com mesmo minutos desde Eusébio e sem penalties. Que grande época.

#14- Seferovic
- 45 jogos, nove golos e cinco assistências
- Nota da época- 2/10
- Seferovic foi a grande desilusão da época. Depois de ser melhor marcador do campeonato, o avançado suíço não esteve nada perto de repetir o feito. Muitos golos falhados e pouca confiança culminaram numa época muito fraca." 

A receita que funciona

"Depois de um campeonato nivelado por baixo, anémico ainda antes de ser pandémico, com vencedor justo, mas de pouco brilho e uma concorrência abaixo do sofrível, a expectativa neste defeso tardio é obrigatoriamente a de que o nível só possa subir e a qualidade de jogo melhorar.
Sou optimista, prefiro o copo meio cheio e há-de ser isso que me faz renovar em cada ano a fé de que a qualidade do campeonato português pode melhorar, mesmo se nas temporadas mais recentes aconteceu exactamente o inverso. E, mais que de orçamentos, de dinheiro ou da falta dele e da capacidade de reter talento, falo de propostas de jogo empobrecidas e muitas vezes rudimentares ou da preferência por jogadores que são mais de lutar e correr que de jogar. Mais que os outros factores – mesmo o financeiro, que não é um valor absoluto, veja-se o Aves, que estava longe de ter o orçamento mais baixo e foi claramente a menos competitiva das equipas – é à qualidade de jogo, ou mais concretamente à falta dela, que devemos debitar o menor entusiasmo que a prova suscita nos adeptos (em particular nos mais novos, encantados por Inglaterra ou Espanha, onde brilham os heróis dos jogos de consola) e a competitividade externa decrescente, mesmo das melhores equipas do país. Podemos discutir tudo à volta do jogo e continuar a pensar que tem de se mexer mais na arbitragem e no VAR, mudar painéis televisivos, inovar nos calendários e na organização das provas. Por muito que pareça mais necessário alterar o que está na periferia, no centro estará sempre o jogo, ele próprio. E o maior segredo resume-se a uma ideia: jogar melhor.
O optimismo reentra aqui, que parece haver mais equipas apostadas precisamente em jogar melhor. O nível médio das propostas de jogo, aferido a partir das ideias que se conhecem a cada treinador definido para a nova época, augura uma melhoria face aos últimos anos. Ao campeão Sérgio Conceição, de jogo mais seguro que formoso mas sempre competitivo, juntam-se um Jorge Jesus com a autoconfiança de sempre e a prometer arrasar, Carlos Carvalhal com promessas de transferir para Braga o grande futebol exibido em Vila do Conde, Ruben Amorim em época de afirmação depois dos bons sinais dados (falo de ideias, mais que de resultados, como sempre). E João Pedro Sousa mantém-se em Famalicão depois do impacto espectacular em ano de estreia dupla, dele e do clube, como Pepa segue também, depois da recuperação que mudou o destino do Paços de Ferreira. E surge Tiago, agora Tiago Mendes, como aposta surpresa e muito interessante em Guimarães, até para perceber se pesa mais nele a herança do jogador que foi, de classe e pensamento, que parecia desprezar o esforço supérfluo, ou o ensinamento de Simeone em que o sacrifício é visto como via fundamental para o sucesso. E chega Mário Silva, na inteligente linha de continuidade que o Rio Ave tem sabido procurar, percebendo-o num trilho de sucesso, primeiro com os miúdos do Porto e depois no Almería. E há ainda Vasco Seabra, finalmente um treinador de perfil contrastante com o que tem vigorado no Bessa, capaz de provar que garra e atitude são para acrescentar a uma ideia e nunca para a definir. Até porque não faz sentido que Angel Gomes passe pelo mesmo que Bueno, por exemplo, que nunca se enquadrou num modelo de jogo que valorizasse a sua qualidade diferenciada.
Fala-se em Cavani, chega Gaitan, pode vir Cebolinha, regressar Hulk, as melhores equipas tentam acrescentar qualidade indiscutível, mas os melhores sinais para a competitividade virão sempre do momento em que os outros emblemas busquem boas ideias, como atrás descrito, que levem à valorização do talento. Como houve no último ano com Edwards e Pepê em Guimarães, Nehuen, Assunção, Pedro Gonçalves e Fábio Martins em Famalicão, Al Musrati, Mané ou Taremi no Rio Ave, até Kraev e depois Ruben Ribeiro em Barcelos. São precisos mais jogadores desses e é mais fácil acreditar que podem chegar, e em maior número, porque aumentou o número de treinadores que “querem jogar”. Essa é, para já, a grande notícia deste defeso atípico: a de haver mais gente pronta a valorizar um jogar positivo, que terá como consequência resultados desportivos e proveitos financeiros. Foi o que se viu, ainda na última época, no Braga, no Rio Ave, no Famalicão, até no Vitória de Guimarães. Se a lógica é simples e a receita funciona, porque não repeti-la…?"

O futebol

"O futebol é uma grande indústria portuguesa.

1. O futebol é uma grande indústria portuguesa. No anuário relativo a 2018/19, divulgado esta semana pela Liga de Clubes, estão lá os números. Representa, pelo menos, 0,27 do PIB nacional. Contribui com 150 milhões de euros para a autoridade tributária. Gera 2.621 postos de trabalho directos.
A pandemia terá feito baixar o volume de negócios em 136 milhões de euros, mas essa contabilidade, infelizmente, está longe de ser a definitiva. Falta testar como se comporta o mercado de transferências e perceber se o público regressará rápido aos estádios. É como em todos os sectores: veremos.
Um dia será possível, ainda, calcular o impacto indirecto do futebol na economia. O que nunca será calculável é a sua riqueza imaterial. Não há instrumentos que permitam chegar a um número que defina a felicidade das pessoas perante algo aparentemente tão pueril quanto fantástico de um triunfo da selecção num Europeu de futebol. Aquelas imagens de 2016, que a partir de Paris colocaram Portugal em festa, serão inesquecíveis por muito tempo. Até à próxima celebração, seja ela geral, devida à selecção, melhor dizendo, selecções, porque os triunfos das equipas da FPF têm muitas dimensões; ou particular, sendo estas as dos clubes.

2. Por muitas razões, faz sentido estar atento a tudo o que possa contribuir para atentar contra a boa imagem desta indústria. Talvez por isso tenha sido bastante notada a decisão das televisões SIC e TVI de darem por terminados os ciclos dos programas alimentados por adeptos que discutiam como se estivessem nas bancadas sob os efeitos da alienação mais demencial.
Sinceramente, não dou muita importância ao caso. Outras televisões levantarão o estandarte desses programas de baixos custos e boas audiências, absolutas ou relativas. Haverá sempre indivíduos disponíveis para a alarvidade e para a falta de respeito por si mesmos. E as próprias televisões, como se sabe, têm ciclos de toxicidade variáveis e muito próprios. Denunciá-los ou criá-los faz parte de estratégias normais de gestão e receitas.

3. Prefiro destacar, por isso, o pedido de processo de inquérito à SAD do Feirense que a Liga endereçou esta semana ao Conselho de Disciplina da FPF. Em causa está uma eventual incompatibilidade: o líder daquela SAD, Kunle Soname, será também dono de uma casa de apostas em África, a Bet9ja. E tudo o que possa beliscar o bom nome da indústria tem de ser combatido, investigado.
Os interesses devem ser mantidos nos carris próprios. As mesmas pessoas, ou famílias, não podem estar ao mesmo tempo nas apostas, nos negócios e terem participações qualificadas em SAD. É incompatível.
Creio, aliás, que alguém já deveria ter dado igualmente o devido valor às repetidas insinuações públicas do presidente do Aves-clube, António Freitas, a propósito da suspeita conduta dos representantes do capital chinês que levaram ao descalabro da SAD do Aves.
Toda a gente já percebeu que António Freitas desconfia que houve interesse em atirar com o Aves para fora das competições profissionais porque isso indirectamente iria beneficiar, como beneficiou, uma outra SAD detida por capital chinês que estava à beira de sair dessas mesmas competições profissionais, a do Cova da Piedade. É uma questão para o Ministério Público saber se, por insondáveis mistérios de empresas em cascata, tudo isto é, ou não, verdade.

4. A Liga de Clubes faz muito bem, por isso, em pedir, como pede, mais e melhores instrumentos ao Governo para poder certificar os “investidores” que chegam em catadupa ao Ocidente, e a Portugal também, oriundos de zonas do mundo em que o dinheiro parece não custar a ganhar. O problema da lavagem de dinheiro e do ‘match fixing’ é bem real, ameaça as competições desportivas de forma global. E o futebol replica em todos os países a importância que tem entre nós. Há que o vigiar, manter limpo e à altura da importância perante a alegria (imaterial) dos adeptos e o interesse (bem material) da economia, do emprego. É disso que também se fala quando se fala de futebol."

O desporto como fábrica de génios

"Em 1999, um semanário francês prestigiado publicou um dossiê sobre “Os Génios do Século XX”. As cabeças iluminadas de um corpo editorial com elevada formação cultural selecionaram os seguintes dezoito nomes: Coco Chanel, Maria Callas, Sigmund Freud, Marie Curie, Yves Saint-Laurent, Le Corbusier, Alexandre Fleming, Robert Oppenheimer, Rockfeller, Stanley Kubrick, Bill Gates, Pablo Picasso, Ford, Albert Einstein, Robert Noyce, Edward Teller, Thomas Edison, Morgan.
Para já temos de definir o que é um génio? Se definirmos um génio como um ser humano inquieto, desarrumador de realidades, então há algo a dizer sobre os génios escolhidos pelos pretensamente cultos jornalistas do semanário parisiense.
Na vida há momentos em que temos de escolher, mas temos de ter consciência que uma escolha implica automaticamente a rejeição de um ou de muitos. Escolho este em detrimento daquele. Por isso, há escolhas que não se devem fazer pois corre-se o risco de se ser sectário, injusto, redutor, elitista e quiçá vingativo.
A lista atrás elaborada pelos, não me custa muito acreditar, inteligentes jornalistas franceses abre um imenso campo de discussão sobre a real valia de uns, a importância sociológica dos feitos de outros e o “pecado” do esquecimento de muitos. Toda a selecção é permeável à crítica. Com o lastro cultural que me justifica então critiquemos.
Se perguntarmos à população portuguesa ou chinesa quem foi Robert Noyce e o que ele fez de importante, com excepção dos engenheiros acredito que 99,9% da gente não sabe responder. No meu entender está muito bem integrado nessa lista pois com a sua descoberta – o microship, ou seja, o circuito integrado de silício, abriu as portas de uma verdadeira revolução na electrónica moderna. Robert Oppenheimer, dirigiu o projecto Manhattan que resultou na criação da bomba atómica. Edward Teller, “pai” da bomba de hidrogénio, também integrou o projecto Manhattan.
Recusando qualquer consideração moralista pode-se considerar, em virtude das resultantes sociais e políticas dos seus inventos, Noyce foi um “génio” do bem e Oppenheimer e Teller “génios” do mal. Temos de levar em atenção que a criatividade científica é sempre subsidiária das criatividades anteriores. Cada cientista coloca uma argola na correia interminável da investigação científica. Muitas vezes, em ciência, não se sabe bem o que é de quem. Vejam-se as dúvidas que pairam sobre a inventividade de Thomas Edison. Passemos à frente.
Stanley Kubrick. Aqui até dói no mais fundo da alma. Uma dor lancinante ataca um cinéfilo doentio como eu. Não, senhores jornalistas franceses; há muito melhor, até no vosso próprio país. Fellini, Pasolini, Woody Allen, Eisenstein, Bergman, Godard, Coppola, Wenders, Lynch, Scorsese, Chaplin. Não posso reduzir a importância de filmes como 2001-Odisseia no Espaço, Shining, Dr. Strange Love, Spartacus (um dos filmes da minha juventude), bem…na realidade estou a ser uma besta. Kubrick é sem dúvida um dos grandes do cinema, com lugar no areópago dos “divinos das fitas”, mas eu gosto muito mais de outros. Gostos não se discutem e, neste plano particular as opções dos senhores jornalistas franceses. Aqui dou a mão e o pé a torcer. Mas, os eminentes profissionais da notícia de França meteram, sem dúvida, a articulação tibiotársica, o astrágalo e os metatarsos todos na poça.
O ridículo da escolha, no meu também sectário entender, surge com a integração de dois costureiros em tão “genial” lista e a ausência de nomes deveras importantes para a cultura contemporânea. Para não me acusarem de luso-centrismo vou esquecer muitas das nossas luminárias que estão incontornavelmente entre os “gigantes” planetários do século XX como Fernando Pessoa, José Saramago, Vergílio Ferreira, António Damásio, Carlos Paredes, Almada Negreiros, Lobo Antunes, Álvaro Siza Vieira, Sobrinho Simões, Maria Helena Vieira da Silva, Natália Correia, Agostinho da Silva, José Hermano Saraiva, Edgar Cardoso, Maria João Pires e Paula Rego.
Os senhores franceses esqueceram-se, e parece intencional esse olvido, de Garcia Márquez, James Joyce, Brecht, Italo Calvino, Kafka, Mircea Eliade, William Faulkner, Graham Greene, Thomas Mann, Marcuse, Sartre, Barthes, Nabokov, Umberto Eco, André Breton, Proust, Bertrand Russell, Popper, Ortega Y Gasset, Camus, Vargas Llosa, Philip Roth, etc. É interessante que na lista não surja nenhum romancista, nenhum poeta, nenhum dramaturgo, nenhum filósofo.
Picasso está sozinho, mas falta-lhe a companhia de Salvador Dali, Kadinsky, Miró, Matisse, Braque e outros grandes na expressão pictórica.
Estão inseridos na lista dois fazedores de dinheiro, Ford (automóveis) e Rockefeller (petróleo). Génios? Talvez, a desenvolver projectos que outros criaram. Mas, na lista, nem um único fazedor de música. Esquecendo-se do famoso sintagma grego “Ginástica para o corpo e música para a alma”, deixaram no tinteiro Stravinsky, Prokofiev, Schoenberg, Villa-Lobos, etc. Na minha selecção pessoal incluiria dois nomes que farão arrepiar os puristas da música clássica: um que meteu em muitos dos meus filmes a dimensão do sonho – Ennio Morricone e os Beatles, os grandes compositores de músicas e poesias da minha geração.
Mas, e aqui tenho de assumir que vou pleitear em causa própria, os prescientes jornalistas franceses esqueceram-se, neste caso com dolo intencional, dos mitos mais importantes da actividade humana do século XX e que continua neste século – o desporto. Eles não sabem, nem sonham, que o desporto, e aqui introduzo a dança pois ambos consubstanciam a Arte do inefável, é a força catalisadora mais pregnante dos últimos séculos, de uma forma que só terá comparação na Grécia de Péricles. 
Logicamente que poderia começar na Europa e terminar na Oceânia e encontrar mitos desportivos que se enquadravam perfeitamente no qualificativo de génios.
No panteão dos génios desportivos, verdadeiros deuses com lugar no Olimpo ao lado de Zeus y sus muchachos, vou só dar alguns exemplos a começar pelos estrangeiros. Logicamente que vou puxar a brasa para os ídolos da minha geração deixando os recentes para quem quiser fazer uma recensão para os melhores do século XXI.
Eis alguns nomes que me fazem cantar hossanas aos céus por ter sido seu coetâneo: Michael Jordan (basquetebol), Pelé (chutos na bola), Maradona (chutos na bola), Mike Spitz (Natação), Sebastian Coe (meio-fundo Atletismo), Randy Barnes (Lançamento do Peso), Jan Zelezny (lançamento do dardo), Carl Lewis (100m e salto em comprimento), Sergey Bubka (salto com vara), Rodolfo Nureyev (ballet), Dinis Santos (dança contemporânea).
Agora os meus heróis caseiros. Eu, que só tenho uma cor no meu coração futebolístico, azul e branco, perdi-me de amores por três atletas “inimigos”: Carlos Lopes, Joaquim Agostinho e Eusébio. Disse amor, sim, porque de amor se trata. Quando a admiração se eleva para um sentimento de partilha em que o crescimento alheio nos faz a nós também crescer o amor acontece como expressão da mais sentida gratidão. Tive o privilégio existencial de acompanhar as carreiras destes génios lusos, os seus momentos de glória e os momentos maus nos quais se evidenciou a sua verdadeira têmpera de campeões. Já o disse várias vezes e repito com prazer: para lá da minha mãe que me estava sempre a dar porrada (vá-se lá saber por que razões estranhas) só estes homens me fizeram chorar. Chorei com Eusébio no mundial de 1966 após derrota com a Inglaterra, chorei com os relatos do Carlos Miranda em A Bola sobre os infortúnios do Joaquim Agostinho, chorei com a cavalgada heróica do Carlos Lopes para a meta nos Jogos Olímpicos de 1984 – a primeira medalha de ouro olímpica do desporto português.
Onde quero chegar ao trazer à luz do dia as mais gratas memórias que o desporto me deu? Que, se em qualquer dos anais da excelência humana faltar os génios desportivos, é um documento imperfeito e incompleto onde falta uma dimensão essencial do ser humano hodierno."