quarta-feira, 17 de junho de 2020

Intolerável

"O ataque ao nosso autocarro foi um acto criminoso, cobarde e que nos deve fazer reflectir. Recuso-me a aceitar que possam ter sido benfiquistas a perpetuar semelhante atrocidade. Nenhum adepto do SL Benfica, por mais revoltado e angustiado que estivesse após o jogo, jamais cometeria semelhante crime. Quem no seu juízo perfeito ataca os seus e põe em perigo a vida daqueles que mais admira?
Só espero que não aconteça o mesmo que aconteceu há nove anos, quando o nosso presidente e o seu competente e dedicado motorista foram vitimas de um atentado, após um jogo em Paços de Ferreira. Nunca se descobriram os autores desse comportamento miserável, e temo que a culpa volte a morrer solteira. A hegemonia que o SL Benfica alcançou no desporto nacional, durante esta década, deve-se em grande parte aos fantásticos adeptos que acompanham as nossas equipas para todo o lado. Temos adeptos fervorosos, que são capazes de dar tudo pelo Clube, prejudicando mesmo as suas vidas pessoais, familiares e profissionais. Muitos deles fazem sacrifícios sobre-humano para estarem sempre com a equipa. Os No Name e os Diabos Vermelhos têm provas dadas de grande benfiquismo, e devemo-lhes muitas conquistas. Considero injustas as acusações que fazem a estes nossos dois grupos de associados que têm uma paixão inesgotável pelo Clube. Um clube que tem E Pluribus Unum como lema jamais poderá tolerar no seu seio alguém com práticas violentas. Felizmente, Deus protegeu-nos. Felizmente, Weigl e Zivkovic estão recuperados e irão ajudar a equipa a conquistar o bicampeonato. O nosso presidente disse tudo no comunicado e na sua brilhante intervenção, no final da assembleia geral da Liga. O Benfica exige resultados das autoridades competentes. A impunidade não pode continuar."

Pedro Guerra, in O Benfica

Mundo redondo

"Há sensivelmente um ano, a equipa da Fundação estava focada numa grande operação logística desencadeada a propósito da campanha de ajuda alimentar a Moçambique em razão do ciclone Idai. A nossa experiência transcontinental era uma consequência da nossa missão humanitária e partia de cá para lá, de Portugal para o mundo. Então, os portugueses manifestaram-se solidariamente e encheram cinco enormes contentores com centro e trinta e oito toneladas de comida destinada à ajuda humanitária de emergência, e, acabado de atracar o barco, uma delegação da Fundação viajou até à Beira para supervisionar todo o processo de distribuição.
Ontem foram outros os que ajudámos, e bem! Mas o mundo é redondo e nas suas voltas, a cada revolução, surpreende os homens e desafia a sua existência. Por isso, um ano volvido, eis que, inesperadamente, o nosso próprio bem-estar e segurança são postos em causa. Não longe, num outro país, ainda que irmão, mas bem aqui na nossa rua e mesmo da nossa porta para dentro. E ficámos sós, de repente não havia para onde nos voltarmos porque todos os que nos poderiam ajudar estavam a braços com o mesmo desafio. Restava-nos olhar para dentro e procurar respostas, confiar em nós e nos nossos e dar o máximo, sempre o máximo para vencer.
Nada que os benfiquistas não saibam da sua experiência. Num ápice, desviámos o olhar de futilidades e pousámos os olhos esperançados naqueles que nos enchem as prateleiras de comida, que asseguram as nossas comunicações, que mantêm a nossa segurança e, sobretudo, naqueles que trabalham sem parar para salvar vidas. Hoje a de alguém, amanhã a dum ente querido ou mesmo a nossa, neste mundo redondo...
Olhamos e vemos com olhos de ver e agradecer, mas isso não basta, é preciso dar-lhes as melhores condições para fazerem o seu trabalho e as armas certas para um combate incerto e desigual. Não são bastantes os elogios e agradecimentos públicos, é preciso acção solidário, seja das pessoas, seja da sociedade civil, nunca apenas do Estado, que sozinho não poderá vencer por nós todas as nossas batalhas, muito menos a esta escala.

E foi isso que o Benfica fez, sem tirar nem pôr. Simples, directo e pragmático, agiu na dianteira, activou a Fundação e mobilizou recursos concretos, palpáveis, mais de 1 milhão, que destinou à compra de equipamento médico e de protecção para reforçar o Serviço Nacional de Saúde. Fizemos, como sempre, a nossa parte sem olhar aos outros ou esperar para ver. É assim o Benfica, nem sabe ser doutra maneira!"


Jorge Miranda, in O Benfica

Força, Campeões!

"O escudo de campeão envergado pela nossa equipa na nossa camisola simboliza o estatuto adquirido na época passada, resultante de uma recuperação fantástica que marcou a Reconquista.
Esta seria certamente uma daquelas noites em que um mar vermelho de apoio estaria presente em Vila da Conde a demonstrar que foi sempre nos momentos mais difíceis que mais se sentiu o apoio e o calor humano desta massa associativa sem igual.
Mas não podendo os adeptos estarem presentes, quem logo estiver dentro do campo sabe dos milhões que, de fora, acreditam no seu talento, capacidade e garra para dar a volta a este período de resultados menos positivos.
Se, na época passada, foi jogo a jogo como o nosso treinador campeão Bruno Lage simbolizou, é talvez chegado o momento de focar ainda mais e levar à máxima de lance a lance, jogo a jogo, e relançarmos um novo ciclo à altura da qualidade, dos méritos e combatividade a que esta equipa nos habituou.
Com a coerência de quem nunca entrou em euforias quando a vantagem era de sete pontos, o pior seria entrar em depressões nesta altura decisiva.
Tal como tantos outros campeonatos ao longo destes anos nos ensinaram, só no fim serão feitas as contas.
Hoje teremos pela frente uma equipa de enorme qualidade, que tem realizado um excelente campeonato. É a actual sexta classificada e diz-nos o histórico recente que as deslocações a Vila do Conde nunca são fáceis.
Mas a nossa ambição e determinação ajudarão a suplantar todos os obstáculos. Repetir a primeira parte de Portimão e prolongá-la até final da partida é a receita ideal para vencermos e conquistarmos os três pontos.
Cervi, Chiquinho, Dyego Sousa, Ferro, Florentino, Gabriel, Gonçalo Ramos, Jota, Nuno Tavares, Odysseas, Pizzi, Rafa, Rúben Dias, Samaris, Seferovic, Svilar, Taarabt, Tomás Tavares, Vinícius, Weigl, Zivkovic, Zlobin e Bruno Lage, estamos convosco!
Pelo Benfica: força, campeões!"

Época de Voleibol 2019/20

"A época de Voleibol terminou e é altura de fazer uma introspecção à temporada que passou.
Esta época ficou marcada pela estreia do Benfica na maior competição de clubes europeus de Voleibol, a CEV Champions League. Houve três saídas do plantel e apenas duas entradas, todas elas na rotação da equipa. Saiu o internacional português Filip Cveticanin e os zona 4 Frederic Winter e Bernardo Martins. Entraram o André "Japa" Aleixo e o Afonso Guerreiro, ambos zona 4. Tendo o clube optado por promover Miguel Sinfrónio da formação para quarto fixo do plantel principal. João Simões, Manuel Rodrigues e Kelton Tavares, todos com 21 anos e todos da formação, também se chegaram a estrear na equipa principal.
Internamente a época foi irrepreensível. Fizemos 27 jogos em Portugal e vencemos os 27. Só perdemos 8 sets, todos a contar para o Campeonato. Isto valeu-nos a Supertaça contra a Fonte do Bastardo numa vitória por 3-0 e também duas vitórias contra o nosso maior rival, o Sporting, para o Campeonato (3-0 e 2-3). Na Taça de Portugal estávamos na meia-final, depois de já termos eliminado o Viana e a Fonte do Bastardo.
Na Europa, foi uma das melhores épocas do Benfica. Conseguimos passar as três fases de apuramento para a CEV Champions League. Na primeira eliminámos o Mladost Brcko da Bósnia-Herzegovina por duplo 3-0. Na segunda eliminámos o Budvanska Rivijera de Montenegro por 3-0 e 1-3. Na terceira eliminámos o HAOK Mladost da Croácia por também 3-0 e 1-3. Isto valeu-nos o apuramento para a Fase de Grupos, onde nenhum clube português estava desde 2008-09 - na altura tinha sido o Vitória Guimarães. Na Fase de Grupos apanhámos uma das melhores equipas do mundo, o Perugia (2º classificado da Liga Italiana), com quem perdemos ambos os jogos por 3-1. Apanhámos também o Tours (2º classificado da Liga Francesa) com quem também perdemos ambos os jogos por 3-1. E ainda apanhámos o VERVA (2º classificado da Liga Polaca) a quem ganhámos um jogo por 3-1 na Luz e perdemos o outro por 3-0. Acabou por ser uma prestação muito digna do Benfica, visto que a diferença de qualidade para os Campeonatos Russo, Italiano, Polaco, Francês e Alemão ainda é muito significativa.
Tiago Violas foi, para mim, o melhor jogador do Benfica nesta temporada. Esteve a um nível absolutamente brilhante. Devo confessar que em algumas exibições Europeias não se via grande diferença entre alguns dos melhores distribuidores do mundo. André Lopes, Rapha e Japa mantiveram muita qualidade na posição de zona 4, tal como Peter, Zelão e Honoré na posição de central. Hugo Gaspar teve uma das melhores épocas ao serviço do Benfica. Ivo Casas também esteve a muito bom nível. Nuno Pinheiro, que foi vital em certos jogos, e Théo Lopes, que teve uma época em crescendo, perderam algum protagonismo devido às grandes épocas do Violas e do Gaspar. Afonso Guerreiro cumpriu quando lhe foi pedido alguma coisa.
Por esta altura já deveriam começar a aparecer algumas novidades em relação ao plantel da próxima época. Mas a verdade é que todos os atletas do plantel desta temporada estiveram a um bom nível. Cada vez mais parece que nada irá mudar. A maioria dos jogadores, segundo consta, ainda têm contrato. Apesar do Benfica ter sete jogadores com 35 anos ou mais, não há nenhum que não tenha uma alternativa credível e o Voleibol é uma modalidade com uma janela temporal maior. Acho que o desafio neste mercado de verão do Benfica poderia ser preparar as eventuais saídas de Hugo Gaspar (que tem mais um ano de contrato), de um dos centrais (Zelão e/ou Honoré) ou de um dos zona 4 (André Lopes e/ou Rapha). Além disso, depois de certas exibições europeias, é bem possível que jogadores como o Tiago Violas, Ivo Casas ou Peter tenham algum mercado. Bem como o nosso treinador Marcel Matz, que segundo os jornais vai renovar por três anos. Para já é impossível prever alguma coisa. Se tivesse que apostar, diria que nada vai mudar no plantel.
O Sporting parece que vai reformular grande parte da equipa. Para já tem apostado muito no mercado brasileiro, mas a maioria dos jogadores não tem um grande currículo. Teremos que esperar pelo início da próxima temporada para avaliar melhor."

Já só faltam 8!

"Ontem, mais uma estreia a nível mundial. Mais um penalty nunca antes visto a favor dos mesmo de sempre. Desta vez, Xistrema presenteou-nos com um penalty devido ao guarda-redes ter socado a bola.
É o futebol português sempre na vanguarda do futebol mundial."

Consequências...



"Parabéns a todos os envolvidos. Calor da Noite, Sérgio Coação, Carlos Xistra e Bruno Esteves. Ficarão na história como os responsáveis da marcação do penalti mais vergonhoso, ridículo e inexplicável de sempre. Socar uma bola passa a ser proibido para quem defronte o Calor da Noite. 
Especial atenção para Bruno Esteves, nomeado pela corja do Calor da Noite como um padre lampião. De Carlos Xistra, já todos sabemos o que anda a fazer esta época. Desde o jogo contra o Guimarães nas primeiras jornadas no Estádio do Calor da Noite em que expulsou um jogador do Guimarães nos primeiros segundos de jogo (até o Tribunal do jornal Calor da Noite foi unânime no erro clamaroso, para terem uma ideia do escandaloso que foi) que Xistra mostrou a todos ao que veio nesta época em que dá devia estar retirado por limite de idade.´
É "contra tudo e contra todos", como faz questão de afirmar o Sérgio Coação em todas as conferências de imprensa! 🤣
Perdeu-se toda a vergonha!
Fiquem com esta pérola para a posteridade!"

E agora, Benfica?

"Não se alcançam títulos com frases bombásticas, raspanetes internos,que se tornam públicos minutos depois, ou promessas inconsequentes

Estar a vencer categoricamente por dois golos ao intervalo. Ter uma equipa com um nível salarial incomparável face ao do seu adversário. Não ter feito qualquer corte nos valores auferidos pelos jogadores durante a paragem forçada do campeonato por três meses. Lutar por ser bicampeão e com obrigação de vencer em Portimão contra uma equipa que está em posição de descida de divisão. E, no entanto, a tal vantagem, esfumou-se porque os algarvios fizeram substituições oportunas e acreditaram ao ver o onze encarnado quase literalmente adormecer à sombra do resultado antes conseguido. As substituições, agora em regime de banda larga, de nada serviram ao Benfica. Feitas tarde e a más horas, para operar um milagre com tudo ao molho na frente, como se isso não fosse a táctica usada pelos fracos e desejada por quem defende um resultado.
O Benfica terá alcançado senão a maior, pelo menos a mais inexplicável série de resultados frustrantes. Custa-me muito aqui escrever o que me vai na alma e que me faz sangrar o meu incondicional coração benfiquista. Olhando para trás e para a tal série imprópria de um clube de tantos milhões, o Benfica quase parece mostrar que não merece ser campeão. Desperdiçou, já em plena segunda volta. sete pontos de avanço em relação ao segundo classificado. E se, no Dragão, perdeu por 2-3, num jogo em que houve equilíbrio, o drama dos pontos desperdiçados veio logo a seguir de enfiada. Perderam-se 7 pontos em jogos caseiros, situação de todo inexplicável. E assim chegámos a esta última derrota de empate, depois de se ter alcançado, nos primeiros 45 minutos, um quase tranquilo 2-0.
Temos o direito de exigir muito mais. Não se alcançam títulos com frases bombásticas, raspanetes internos, que se tornam públicos minutos depois, ou promessas inconsequentes. Há semanas, o presidente do SLB queixou-se de uma das consequências da pandemia, dizendo que, se não fosse ela, dois jogadores estariam «vendidos», cada um por 100 milhões. Não referiu os nomes, mas não é preciso ser adivinho para pensar em Rúben Dias e Vinícius. Será essa a melhor forma de estabilizar dois jogadores cruciais nestes dois meses finais de competição? E reconhecendo embora a necessidade de manter as contas sãs, o que mais desejo não é tanto o recorde de volume de transferências, mas, é, em primeiríssimo lugar, ser campeão e fazer carreiras dignas e recompensadoras no trilho europeu.
Tantos jogos sem ganhar evidenciam alguns males preocupantes. Outras pessoas mais habilitadas os poderão referir melhor e mais exaustivamente. Aqui, limito-me a considerar alguns pontos que terão de ser enfrentados, e que se tornaram evidentes no actual decatlo de decepção. A equipa é, na minha opinião, a menos forte (ou a mais fraca) desta última década. Vendendo sucessivamente as pérolas do plantel, a rarefacção de atletas que signifiquem uma verdadeira diferença e resolvam as partidas é cada vez mais notória. No jogos com o Tondela e o Portimonense houve 16 cantos a favor do Benfica. Nenhum concretizado. Em 3 ou 4 cantos, o Portimonense fez dois golos, tirados a papel químico no miolo da pequena área. O mesmo clube marca um golo de fora da área, isto só para assinalar que golos de meia-distância no Benfica é coisa de saudade, não de realidade actual. Por vezes, Gabriel e Taarabt bem o tentam, mas alguém lhes tem de dizer que o jogo é de futebol e não de râguebi. Depois da saga do guarda-redes no defeso passado, não temos um suplente à altura. O mesmo se passa nas laterais, onde os dois Tavares não parecem garantir, nesta sua fase de crescimento, a qualidade que se deve exigir a um plantel do Benfica. Nos centrais, pondo de lado dois sul-americanos que recentemente passaram pela Luz (mais desperdício de dinheiro, e pouca fiabilidade dos olheiros), restam três: o inquestionável Rúben Dias, Ferro, que pode vir a ser melhor jogadores mas ainda não o é, e o grande profissional Jardel que, todavia, está muitas vezes impedido por lesões que eram já do conhecimento prévio de quem decide. No meio-campo, é certo que também por causa de muitas lesões, não há estabilidade.Ora joga um, ora joga outro, ora joga destrouto. Sempre com o enigma Samaris, que, ainda agora em Portimão, nem sequer teve a possibilidade de estar nos 11+9 eleitos! À frente, volto a dizer o que já aqui escrevi: faz falta o Salvio, que foi descartado sem retorno e que, embora irregular, ainda era dos poucos que perfurava defesas. Cervi, umas vezes é titular, outras nem suplente é, quase sempre mais para defender do que para flanquear. Talvez agora devesse ir definitivamente para lateral-esquerdo perante a longa inactividade prevista para Grimaldo. Dyego Sousa esforçado, sem dúvida, mas que nada mostrou até agora. Jota pode ser talentoso, mas julga que joga sozinho. Seferovic passou de melhor marcador do último campeonato para um suplente desmotivado.
O Benfica já havia desperdiçado, ingloriamente, a possibilidade do pentacampeonato. Na altura, vendendo quase toda a defesa e reduzindo o seu valor desportivo. Achou-se que seriam favas contadas. Já nesta estranha época, corre o risco de ir, mais ou menos, pelo mesmo caminho. Uma primeira volta brilhante e uma segunda volta em que o Benfica ocupa o 9.º lugar, atrás, entre outros, do Santa Clara (mais 4 pontos), Belenenses e Moreirense (que têm mais 2 pontos cada um)! Bom seria, na minha opinião, discutir-se o ponto certo de equilíbrio entre o desempenho desportivo (afinal, o core business, não nos esqueçamos), a estabilidade financeira, a robustez patrimonial e logística e o fortalecimento da marca como agora sói dizer-se.
Quero continuar a acreditar que o Benfica pode conquistar este estranho campeonato de engenharia, perdão serralharia organizativa separado por três meses e colado nas pontas. O próximo jogo em Vila do Conde é, agora, absolutamente decisivo. Uma vitória num campo tradicionalmente difícil e contra uma das equipas que melhor joga em Portugal, é a derradeira prova de vida de um campeão que o quer continuar a ser.

Contraluz
- Saudade - Morreu Francisco Velasco, um genial jogador de hóquei em patins dos anos sessenta do século passado. Fez parte da grande selecção quase toda oriunda de Moçambique: Moreira, Vaz Guedes, Adrião, Velasco e Bouços. A esta selecção maravilhosa (e, mais tarde, a António Livramento) devo o gosto que tenho por esta modalidade tão triunfante em Portugal e tão secundarizada, a não ser quando se ganha uma taça e há a corrida das felicitações pavlovianas de presidentes e governos.
- Casamentos - Foi notícia em A Bola de sexta-feira passada, o anúncio do casamento do futuro jogador brasileiro do Benfica Pedrinho com uma compatriota de nome Layla Gomes. Tudo com direito a foto do casal feliz. Ora aí está uma notícia que me deixou descansado quanto ao futuro desempenho do atleta...
- Silêncio I - Sem público, os jogos não têm o ruído que faz parte da cenografia deste desporto. Há o quase verdadeiro silêncio que é sempre melhor do que um falso ruído. Mas como o silêncio é coisa abominável para muita gente, a solução à vista é falsificá-lo. O ruído em jeito de sons excitados nos últimos minutos nos jogos transmitidos pela Sport TV é insuportável e mendicante. Também na BTV vi todo o jogo contra o Tondela com um ruído de fundo como se estivéssemos com o estádio cheio de adeptos. Mas para quê, afinal? Para mim, em ambos os casos, o remédio foi imediato: desactível o som-ruído e, desta forma, escolhi a realidade e não a sua forma travestida de falsidade.
Silêncio II - Das modalidades não se fala. Tudo em hibernação. Mais uma forma de as reduzir a pó. O futebol tudo absorve e tudo dissolve na sua hegemonia quase totalitária. Uma situação injusta, enviesada e discriminatória."

Bagão Félix, in A Bola