sexta-feira, 1 de maio de 2020
Portugiesische Liga vor Wiederbeginn
"Läuft alles wie geplant, rollt in der Liga NOS ab 30. Mai wieder der Ball, wenn auch natürlich vor leeren Rängen. Zu dieser Einigung kamen Politik, Verbände und Klubs in dieser Woche. Damit ist Portugal das erste Land, das einen konkreten Termin zum Wiederanpfiff des am 9. März unterbrochenen Spielbetriebs festgelegt hat. Voraussetzung ist allerdings, dass die „Direção Nacional da Saúde“ - die oberste staatliche Gesundheitsbehörde - das Hygienekonzept der Liga und die Bedingungen in den Spielstätten genehmigt. Das Land hat die Corona-Pandemie mit rund 25.000 Infektionen und knapp eintausend Todesfällen im Gegensatz zum großen Nachbarn Spanien bislang bemerkenswert gut überstanden.
Das wirtschaftliche Überleben der meisten Erstligisten am Westrand von Europa hängt in erster Linie von der Zahlung der Fernsehgelder ab, die mit einer Wiederaufnahme des Spielbetriebs gesichert wären. Anders als die drei Großvereine Benfica, Porto und Sporting verzeichnen die meisten Klubs der Liga NOS seit Jahren einen dramatischen Rückgang des Zuschauerinteresses.
Während Benfica in der laufenden Spielzeit bislang auf einen Schnitt von 52.479 Fans pro Begegnung kam, konnte der Tabellenachte Moreirense bei seinen Heimspielen durchschnittlich gerade einmal 2.229 Zuschauer begrüßen.
Dementsprechend äußerte gestern der Präsident von Moreirense, Vítor Magalhães, dass die Regierung „die richtigen Maßnahmen ergriffen“ habe. „Die Einnahmen aus den Fernsehübertragungen machen mehr als 80 Prozent des Budgets von Moreirense aus. Der Klub lebt von TV-Geldern und außerordentlichen Einnahmen“, erklärte der Vereinsboss.
Offen ist wegen der nach wie vor geltenden Reisebeschränkungen auch noch die Frage, wo die beiden Inselklubs Marítimo (Madeira) und Santa Clara (Azoren) antreten können. Es wird jedoch erwartet, dass sie ihre verbleibenden „Heimspiele“ auf dem Festland austragen müssen.
Die jetzt gefundene Regelung gilt ausschließlich für die oberste Spielklasse, während die Saison der 2. Liga abgebrochen wird, weil es dort sowohl an wirtschaftlichen wie auch strukturellen Voraussetzungen fehle. Über mögliche Auf- und Absteiger muss nun der Ligaverband LPFP befinden. In der aktuellen Tabelle belegen Nacional Madeira und SC Farense die beiden Aufstiegsplätze, Cova da Piedade und Casa Pia müssten in die 3. Liga absteigen, deren Spielzeit schon vor einigen Wochen abgebrochen wurde. Egal wie die LPFP entscheidet, werden sicher einige Vereine dagegen klagen.
Nach dem Ende des Ausnahmezustands am morgigen Samstag werden die Erstligisten jetzt wieder mit dem Mannschaftstraining beginnen, wenn auch mit starken Einschränkungen. So wird Benfica ab Montag in vier Sechsergruppen trainieren, die jeweils zwei Stunden auf dem Platz stehen sollen.
Schon seit einigen Tagen kursiert ein - natürlich inoffizieller - Spielplan, demzufolge Benfica zu den folgenden Terminen antreten würde:
30. Mai: Benfica - Tondela
06. Juni: Portimonense - Benfica
10. Juni: Rio Ave - Benfica
13. Juni: Benfica - Santa Clara
20. Juni: Marítimo - Benfica
27. Juni: Benfica - Boavista
01. Juli: Famalicão - Benfica
04. Juli: Benfica - Vitória Guimarães
11. Juli: Aves - Benfica
18. Juli: Benfica - Sporting
Das Pokalendspiel zwischen Benfica und dem FC Porto soll nach Abschluss der Meisterschaft am 27. Juli ausgetragen werden.
In der gestern erschienenen Folge des Podcasts „Cavanis Friseur: der internationale Fußballblog“ haben wir ausführlich über den Stand der Dinge im portugiesischen Fußball gesprochen. Neben den Auswirkungen der Pandemie ging es dabei unter anderem auch um Julian Weigl, die internationale Wettbewerbsfähigkeit der Vereine sowie um die Nationalmannschaft. Wer sich das anhören möchte, findet die Folge hier:
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Que jogos devo rever nesta Quarentena? Boavista FC 0-1 SL Benfica
"Domingo, 20 de Março de 2016. Jogava-se, perante mais de 17 mil adeptos presentes nas bancadas do Estádio do Bessa, o Boavista FC contra o SL Benfica, uma partida a contar para a 27ª jornada da Primeira Liga. Um encontro decisivo para os encarnados na luta do título, já que o Sporting CP tinha goleado, na noite anterior, o FC Arouca por cinco bolas a zero em Alvalade, estando, à condição, na primeira posição do campeonato.
No entanto, as “águias” não tinham uma tarefa fácil pela frente, já que iriam defrontar um Boavista a precisar de pontos para fugir à zona de despromoção e que, a jogar em casa, tinha um optimismo reforçado no que diz respeito à perspectiva de conseguir levar pontos do encontro.
Marcava o ponteiro do relógio as 18h15 quando Fábio Veríssimo fazia soar o apito inicial da partida. Os encarnados entraram a querer mandar no jogo, mas estavam com dificuldades em criar ocasiões de golo. De recordar que Gaitán e Mitroglou, duas peças fulcrais da manobra ofensiva dos encarnados, ficaram de fora da partida – o grego devido a acumulação de amarelos e o argentino por lesão -, o que também contribui para uma maior previsibilidade e, até, falta de poder de fogo ao ataque dos homens de Rui Vitória.
O Boavista, comandado pelo experiente Erwin Sanchéz, encontrava-se confortável na partida. Num bloco médio-baixo compacto, os axadrezados iam conseguindo neutralizar as ofensivas encarnadas e, a espaços, a partir de contra-ataques rápidos, iam causando alguns calafrios à linha defensiva coordenada por Ederson Moraes. Chegava-se, então, ao intervalo com o nulo no marcador.
Começava a segunda parte e, como seria de esperar, as “águias” entraram com (ainda) mais vontade de passar para a frente do marcador. No entanto, os homens da casa tinham a lição muito bem estudada, parecendo sempre estar um passo à frente dos encarnados.
O tempo ia passando, as oportunidades não apareciam e o cenário ia ficando cada vez mais negro para os lisboetas. As papoilas saltitantes estavam numa “noite não”, pelo que parecia impossível levar os três pontos. E, de facto, aos 85’ minutos da partida o pior esteve perto de acontecer. Os axadrezados, por intermédio de Rúben Ribeiro, estiveram perto de marcar, provocando (ainda mais) calafrios aos encarnados.Jonas contra Boavista! ⚽️✔ pic.twitter.com/XOVoRUmCTe— SL Benfica ❤🦅 (@SLBenfica904) July 23, 2018
No entanto, a situação iria dar uma volta de 180º. Já o árbitro tinha levantado a placa a anunciar os seis minutos de tempo de compensação quando, num autêntico balão de Eliseu para a entrada da área boavisteira, Carcela, de cabeça, passa a bola para Jonas que, num volley de pé esquerdo, sela a vitória – e os três pontos – para os encarnados.
As “águias” saíam do Bessa com os três pontos e com a liderança isolada, mantendo bem vivo o sonho do tricampeonato, num jogo em que tudo parecia estar perdido, não fosse um senhor chamado Jonas a salvar a noite.
Onzes Iniciais e Substituições
Boavista FC: Mika; Tiago Mesquita, Paulo Vinícius, Philipe Sampaio e Afonso Figueiredo; Idris, Rúben Ribeiro (Reuben Gabriel, 90’), Tahar e Martinez ( Luisinho, 73’); Renato Santos e Zé Manuel (Uchebo, 82’).
SL Benfica: Ederson; Nélson Semedo (Talisca, 74’), Samaris, Lindelöf e Eliseu; Pizzi (Jovic, 85’), André Almeida, Renato Sanches e Salvio (Carcela, 54’); Jonas e Raúl Jiménez."
O regresso de Chalana
"A tarde de 17 de Outubro de 1987 estava condenada a ser especial. A nação encarnada apercebera-se, durante a semana que o jogo com o Salgueiros marcaria o regresso de Fernando Chalana, ídolo de uma geração e figura que, antes mesmo de chegar aos 30 anos, já tinha garantido lugar, com igual preponderância, na história do futebol e no coração do povo.
Chalana voltava a casa três anos depois de ter saído para Bordéus e preparava-se para ser aclamado por uma plateia que sentia falta da sua magia e do seu génio. O treinador, Ebbe Skovdahl, deixou-o no banco, e o mau inicio acentuou a impaciência da gente, da qual o principal prejudicado foi Pacheco, o canhoto que dava os primeiros passos no clube e era posto em causa desde o aquecimento. Quando Chalana se levantou para o aquecimento, a Luz veio abaixo; quando o treinador o chamou ao banco para lhe dar instruções, o barulho aumentou; quando entrou, para o lugar de Chiquinho, aos 82 minutos, o clima emocional foi indescritível. O Benfica vencia por 2-0 mas a felicidade plena só seria possível depois do pequeno genial ser solicitado. Numa das primeiras acções no jogo, recebeu a bola, virou-se para o defesa (Casimiro) e foi direito a ele. Passou-o. Não porque o tivesse fintado mas porque o adversário caiu à sua frente."
Rui Dias, in Record
Universo Paralelo: O penoso desencontro entre Pablo Aimar e Jonas
"A tolerância que a passagem do tempo oferece não nos pode dissociar daquele que foi o mais hediondo crime que o destino cometeu para com quem, no universo benfiquista e futebolístico, vê o desporto como expressão artística: Pablo Aimar e Jonas desencontraram-se por um mísero ano.
O SL Benfica, casa de tantas gerações de craques, foi o maior lesado nesta sádica piada do tempo, na qual uma insignificante janela cronológica separa o adeus do maior playmaker desde Valdo e Rui Costa e a chegada do maior avançado estrangeiro da história do clube, de braço dado com Óscar Cardozo.
Foi de tão mau gosto a piada, que o trauma perdura e há-de perdurar para sempre – assombrosos são os ‘ses’ que apoquentam o imaginário de cada um de nós adeptos, lesados principais, definindo-se como mágoa maior que se sobrepõe à máxima anterior: que nível atingiria Pedro Mantorras se estivesse a salvo das lesões?
Aimar foi embora em 2013, já cansado das sucessivas chatices que o encaminhavam consecutivamente para a enfermaria. Chegou a um ponto em que o seu colossal talento não se sobrepunha aos poucos quilómetros que o corpo disponibilizava. De 90 minutos passou a fazer 60, até se despedir definitivamente nos 45 que fez em Istambul, na meia-final da Liga Europa. Foi o ponto final numa passagem enternecedora, que ao mesmo tempo nos deixou a todos de semblante carregado, desiludidos com as circunstâncias da sua aventura em Portugal, pois o Benfica merecia ter tido um Aimar no clímax das suas potencialidades.
2013-14 já só é atacado com Rodrigo e Lima, às vezes Cardozo. O paraguaio seguia o caminho do argentino, já não correspondia aos chamamentos da estratégia de pressão imposta por Jesus. A dupla brasileira, com outra capacidade atlética, fazia as delícias do técnico e relegavam o ponta-de-lança para um papel secundário, que tem o auge na segunda mão da meia-final da Taça com o FC Porto, no sempre inesquecível ‘3-1 de André Gomes’: na expulsão de Siqueira, aos 28’, surge oportunidade para a suprema demonstração de auto-consciência de lendário assassino de área, que sugere ao treinador que o substitua – na percepção plena que a sua continuidade em campo seria sempre mais nefasta que colaborativa. Foi assim o último grande golo de Tacuara. Um golo cheio de dignidade.
A chegada de Jonas, na temporada seguinte, motiva exercícios mentais frustrantes que se tornam fúteis à nascença, nos quais a imediata reflexão revela a sua inutilidade. Apesar disso, o mundo da imaginação colectiva é um dos mais belos patrimónios imateriais que o futebol nos proporciona.
Debater-se-á para sempre, às custas de um desesperado ‘e se’, o mais tentador e utópico cenário desta década de Benfica: o que seria de Aimar-Jonas no apoio a Cardozo? Pura loucura e paixão. Exaltação demoníaca assente nos mais puros e delicados ideiais românticos numa relação que se tornaria a mais bela dentro de um campo de futebol. E, nós sortudos com a oportunidade de já ter visto Aimar-Saviola, salivamos sincronizadamente na mera hipótese de juntar Aimar a Jonas, génios com a mesma linguagem futebolística.
A possibilidade de juntar os dois no mesmo rectângulo de jogo invocará uma série de perguntas sem resposta, condições que à distância de meia dúzia de anos se tornam ridículas, dado o desplante com que se propõem – e se o físico de Aimar tivesse permitido mais uma temporada ou duas? E se Jonas tem chegado mais cedo?
O peso da idade e as lesões empurraram o argentino pelas traseiras. O mesmo destino teve Jonas às custas de um ingénuo Nuno Espírito Santo na chegada a Valência, mas felizmente houve quem no Benfica tivesse a visão que faltou antes.
O destino não quis o concílio dos dois na Liga NOS, assim que talvez fosse demasiada elegância e nível para futebol tão pobre de valores. Ganha quem mais grita e mais corre, quem com mais força derruba o adversário e quem, na luta das alturas, alivia melhor de cabeça em lutas bárbaras onde interessa tudo menos a bola."
Futebol: O regresso do desporto-rei
"Na conferência de imprensa desta quinta-feira, o Primeiro-ministro António Costa anunciou o regresso dos jogos da Primeira Liga no final do mês de Maio. Depois de algumas indecisões e da reunião, que contou com os respectivos presidentes do Sporting CP, FC Porto, SL Benfica, da Federação Portuguesa de Futebol e da Liga Portuguesa de Futebol, o desporto-rei vai mesmo retomar em Portugal, ao contrário do que tem acontecido em outros países da Europa.
Devido à covid-19, as competições foram suspensas no dia 12 de Março, nessa altura já se tinham disputado 24 das 34 jornadas do campeonato, com o FC Porto na liderança, com mais um ponto do que o segundo classificado, o SL Benfica. Para além do campeonato, também a Taça de Portugal está confirmada, com o FC Porto a medir forças com o SL Benfica, ao que tudo indica, no Estádio do Jamor.
Tendo em conta que ainda faltam disputar 90 jogos do campeonato, mais o jogo da Taça de Portugal, há ainda medidas que podem ser implementadas. Para já, a decisão é esta, mas vai estar ainda sob análise da Direcção Geral de Saúde, que vai verificar as condições sanitárias dos estádios antes mesmo de dar permissão para o campeonato retomar nos moldes em que conhecemos.
Aquilo que para já é certo é que tanto os jogos do campeonato como o jogo da final da Taça de Portugal serão à porta fechada para evitar os possíveis aglomerados de pessoas. As decisões anunciadas fazem apenas referência a estes dois pontos, com António Costa a revelar que apenas há condições para retomar a Primeira Liga de futebol, o que presume um fim imediato da Segunda Liga. A questão que envolve as subidas e descidas de divisão será apenas decidida amanhã, às 18h, na sede da Liga.
Com o futebol a retomar no final de Maio e com dez jornadas por realizar, tendo em conta a possibilidade de realizar jogos ao fim de semana e durante a semana também, ainda não é possível prever uma data de desfecho, apontado-se ainda assim para Julho o término da competição e consequente disputa da final da Prova Rainha.
As restantes modalidades como o basquetebol, hóquei em patins, andebol e voleibol já tinham sido canceladas ontem, num comunicado conjunto das quatro federações."
Taremi - O espião iraniano
"Taremi está sempre a espiar um espaço livre nas linhas mais recuadas do "inimigo", constantemente à procura de um terreno de ninguém que possa invadir com minúcia e precisão
Uma descoberta preciosa de Carlos Carvalhal. E é justo que se comece com uma referência ao treinador que "ofereceu" ao futebol português um jogador de qualidade, um avançado que o próprio Carvalhal não acreditava ser possível convencer a aceitar a proposta do Rio Ave. Mas veio e em boa hora. Taremi é craque. Estamos de acordo?
Taremi é um marcador de golos. Mas é, sobretudo, um foco de desestabilização, uma dor de cabeça permanente para quem tem de estar de guarda às suas imprevisíveis manobras. Basta lembrarmo-nos do que aconteceu em Alvalade e o que sofreu o experiente... Sebastian Coates! Taremi está sempre a espiar um espaço livre nas linhas mais recuadas do "inimigo", constantemente à procura de um terreno de ninguém que possa invadir com minúcia e precisão. Taremi é tudo isso. Eficácia nas acções, garantia de sucesso na finalização, mas também sinónimo de maior qualidade do jogo colectivo. E este Rio Ave, quinto da geral, tem inegável qualidade, muito pela competência de Carlos Carvalhal, que soube aperfeiçoar ainda mais o futebol já de si positivo que os vilacondenses há muito apresentam.
Internacional iraniano (15 golos em 31 jogos), potenciado também por Carlos Queirós, Mehdi Taremi fez grande parte da sua "vida" no Irão, de onde saiu para uma produtiva experiência no Al-Gharafa, do Catar - 42 jogos e 21 golos foram um "upgrade" no currículo e garantia de que o melhor jogador iraniano a actuar no estrangeiro esta época (eleito pela imprensa do seu país) teria tudo para vingar no campeonato português. Não admira, por isso, que o Sporting tenha tentado garantir os seus serviços no mercado de Janeiro. Percebe-se o porquê. A qualidade não engana.
Taremi revela grande inteligência emocional em campo. Analisa atentamente o adversário, dispende bem dos seus próprios recursos, acrescenta ao jogo a dose de imprevisibilidade que torna o futebol (digo eu) o mais apaixonante dos desportos. Aos 27 anos, Vila do Conde pode muito bem ser a porta para um futuro ainda mais ambicioso. Seja por nova investida leonina, seja pela exposição que já teve e que, certamente, despertou a atenção de mais gente sempre muito curiosa com o que acontece no mercado português...
B. I.
Medhi Taremi
Idade: 27 anos
Valor de Mercado: 3,2 M€*
Jogos: 27
Minutos: 1972
Golos: 11
Assistências: 5
*Fonte: Transfermarkt"
O preferido de Deus partiu há 26 anos
"Ayrton Senna morreu como viveu: na frente de um GP, a testar os limites. Para muitos, inclusive para o actual campeão do Mundo Lewis Hamilton, o brasileiro foi o melhor piloto de todos os tempos. As voltas-canhão nos últimos minutos das qualificações e a capacidade quase sobre-humana para correr debaixo de chuva eram duas das principais imagens de marca. Mas, mais relevante do que isso, Senna é uma das mais contraditórias e fascinantes personagens da história do desporto, como se tenta justificar nesta pouco concisa e assumidamente nostálgica biografia
Para muitos portugueses que nasceram até ao início dos anos 1980, como o jornalista que assina este artigo, o dia 1 de maio de 1994 e os que se seguiram foram marcados pela chocante notícia da morte de Ayrton Senna e pelo brutal mediatismo que se seguiu. Ainda não estávamos na era da Internet, pelo que não havia uma tão grande dispersão de assuntos na ordem do dia, mas as televisões já tinham capacidade para directos de várias horas consecutivas. A SIC percebeu a popularidade do piloto em Portugal e, com recurso à parceria com a Rede Globo, dedicou muitas horas de emissão ao assunto, incluindo a transmissão do funeral. Ainda hoje se ouve a pergunta “onde estavas quando o Senna morreu?”.
Tal como era tradição à época, o autor destas linhas acompanhava a corrida à mesa do típico almoço familiar de domingo e, depois do embate do carro do brasileiro na curva Tamburello do circuito de Ímola, em Itália, o resto da comida ficou no prato. O então adolescente de 13 anos ficou petrificado perante o espectáculo da morte em directo, transmitido até ao momento em que o helicóptero que transportava Senna para o hospital desaparecer no céu. Na véspera, uma notícia de rodapé passara na televisão: falecera Roland Ratzenberger, piloto da obscura Simtek-Ford, na qualificação do Grande Prémio de San Marino. Já não morria um piloto em prova há quase 12 anos, mas a Fórmula 1 estava perigosa por aqueles dias. Porém, nada podia acontecer ao ídolo Senna, a correr pela equipa tecnologicamente mais avançada do desporto, certo? Errado.
O acidente que vitimou Senna ainda é debatido até à exaustão, 25 anos depois, mas o tema deste texto não é a morte, mas sim a vida de um dos melhores pilotos de todos os tempos, para muitos o melhor de sempre – se ler até ao fim dizemos-lhe os nomes de vários colegas de profissão que pensam isso mesmo.
A última época de Senna começou como um sonho – o piloto número um na equipa número um dos anos 1990 – e transformou-se num pesadelo, mas mais relevante do que isso são os números da carreira: três títulos mundiais (1988, 1990 e 1991), 41 vitórias (quinta melhor marca de sempre) e 65 ‘pole positions’ (só Schumacher e Lewis Hamilton ultrapassaram esse número).
O Corta-Relva
Senna nasceu a 21 de Março de 1960, numa família abastada, que vivia em Santana, no norte de São Paulo. Curiosamente, ‘Beco’, como era chamado pela família, revelava problemas de coordenação motora na infância. Porém, rapidamente mostrou interesse por automóveis e, quando fez quatro anos, recebeu um kart construído pelo pai, com o motor de um corta-relvas. Até aos 20 anos somou títulos brasileiros e sul-americanos de karting, até que em Novembro de 1980 chegou à fria Inglaterra, recém casado com Liliane Souza, para participar na Fórmula Ford 1600. Venceu a categoria, mas no final do ano regressou ao Brasil e chegou a pensar que o melhor era esquecer o automobilismo e ajudar o pai nos negócios.
O casamento com Liliane terminaria em 1982, porque Senna resistiu às pressões da família e da mulher e decidiu voltar a Inglaterra para chegar depressa ao topo, sem hesitações. Ganhou a Fórmula Ford 2000 e, em 1983, a Fórmula 3. Estava pronto para a Fórmula 1, mas ainda era muito jovem para os padrões da época. Três das grandes equipas de então, a McLaren, a Lotus e a Brabham, tentaram contratá-lo para piloto de testes com a promessa de um lugar no pelotão em 1985, mas Senna não queria esperar mais um ano e, ainda mais importante, queria ser ele a escolher a melhor equipa para poder lutar por vitórias quando chegasse esse momento. Aceitou dois anos de contrato com a modesta Toleman, mas é evidente que só fazia intenção de cumprir um ano – e seria até castigado por assinar pela Lotus para 1985 sem rescindir o acordo anterior.
Foi pela Toleman – que seria comprada pela Benetton em 1985 – que Senna teve a sua primeira tarde de glória, com um segundo lugar no circuito fétiche do Mónaco. A corrida foi marcada pela chuva – começou aqui a ser construída uma das suas imagens de marca – e interrompida na 31.ª volta, quando o futuro tricampeão se aproximava a olhos vistos do líder Alain Prost, que gesticulava para os comissários interromperem a corrida. Foi o primeiro ‘round’ da maior rivalidade de sempre da Fórmula 1 e, ironia das ironias, o francês perdeu nesse ano o campeonato por meio ponto para Niki Lauda.
Se o Grande Prémio tivesse ido até ao fim e atribuída a totalidade dos pontos, teria provavelmente sido campeão do mundo. No final, Senna pensava que tinha ganho a corrida e terá chorado quando lhe informaram que a classificação que contava era a da volta anterior à amostragem da bandeira vermelha.
A primeira vitória demoraria mais um ano e chegaria no Estoril, a 21 de Abril de 1985, em dia de chuva, pois claro. Senna pensou que a Lotus lhe poderia permitir lutar pelo título mundial, mas a falta de fiabilidade retirou-lhe essa hipótese nos três anos ao serviço da equipa.
Conseguiu apenas seis vitórias, mas 16 ‘poles’, um número impressionante que fez levantar suspeitas de batota no ‘paddock’. Gérard Ducarouge, engenheiro e designer da Lotus, recorda-se de ter desafiado os responsáveis da FISA a uma inspecção rigorosa: “Ninguém percebia que não estávamos a conseguir essas performances por causa do carro, mas sim por causa do piloto”. O dom de conseguir voltas perfeitas nos últimos minutos das qualificações era inigualável. “Ninguém queria estragar a volta dele. Quando víamos o brilho do McLaren e do seu capacete literalmente abríamos caminho. Não queríamos ser o piloto que estragava a volta que toda o Grande Prémio queria ver”, recorda Martin Brundle, que fora rival do brasileiro na Fórmula 3, numa entrevista ao programa “Top Gear”, em 2010.
Em 1988, com a mudança para a McLaren-Honda, Senna estava finalmente em condições de lutar pelo título. O problema é que tinha como companheiro de equipa Alain Prost, então bicampeão do mundo, naquela que foi possivelmente a melhor dupla de pilotos de sempre, servida por um dos melhores carros de sempre, o MP4/4.
Aquela Rivalidade
Era o último ano da era turbo, com motores que chegavam aos 1200 cavalos em qualificação, mudanças manuais e uma aerodinâmica ainda na Idade da Pedra. Os temerosos não tinham lugar nestes carros.
A rivalidade com Prost deu origem a uma das mais fascinantes histórias de sempre do desporto precisamente porque se tratavam de personalidades opostas: Senna, apesar de também ter um lado perfecionista, era emocional, extremamente agressivo em pista e fervorosamente católico – leitor dedicado da Bíblia, acreditava que Deus lhe tinha dado o dom de vencer. Prost, por seu lado, era calculista, odiava pilotar na chuva e correr riscos desnecessários, mas era melhor a encontrar os equilíbrios certos no carro. Este choque de personalidades tinha tudo para gerar faísca.
Em 1988, o confronto ainda foi gerido com elegância e Senna garantiu o primeiro título na penúltima corrida do ano, no Japão, para alegria dos engenheiros da Honda. A corrida foi uma demonstração de classe do brasileiro, que falhou a largada e caiu para o 14.º lugar. Porém, a superioridade dos McLaren – a equipa ganhou 15 das 16 corridas neste ano – e uma chuvada providencial permitiram-lhe recuperar até junto de Prost e depois ultrapassá-lo para chegar ao triunfo. O francês não ofereceu resistência.
A época ficou ainda marcada por uma volta que é um dos maiores mitos da Fórmula 1, até porque não ficou registada em vídeo. No Mónaco, Senna conseguiu a ‘pole position’ com um tempo quase um segundo e meio mais rápido do que Prost, o que é uma eternidade no desporto. Recordando esse momento, disse que se sentiu numa experiência extrassensorial, que estava para lá do estado de consciência e que foi como se estivesse a guiar num túnel em que só queria ir mais e mais rápido.
A guerra sem quartel só chegou em 1989 e, durante a época, os dois colegas de equipa deixaram de falar-se. Prost, que se movimentava melhor no intrincado xadrez político da Fórmula 1, acusou mesmo os engenheiros da Honda de favorecer Senna.
A Mítica Corrida
Tudo se decidiu mais uma vez no Japão, numa das corridas mais polémicas de sempre: Prost afinou melhor o carro e liderava a corrida quando Senna tentou uma manobra arriscada na chicane antes da recta da meta. O francês fechou a porta, os carros chocaram e o campeonato ficava assim decidido a seu favor, pensou. Puro engano, porque Senna conseguiu pôr o motor de novo a funcionar, foi às boxes mudar o nariz do McLaren e ainda conseguiu ultrapassar Nannini e ganhar o Grande Prémio.
Mal reparou que Senna tinha conseguido prosseguir, Prost correu para a zona dos comissários e não é segredo que tinha uma grande amizade com o então presidente da FIA, Jean-Marie Balestre. Senna foi desqualificado por ter cortado caminho pela escapatória da chicane após o acidente e perdeu a hipótese de lutar pelo título. Os comissários garantem que a decisão foi tomada sem Balestre entrar sequer na sala. Prost rumou à Ferrari e a luta entre os dois continuou em 1990.
Nessa temporada, o jogo de palavras foi mais uma vez uma constante. “O Ayrton tem um pequeno problema, ele pensa que não se pode matar porque acredita em Deus, e julgo que isso é muito perigoso para os outros pilotos”, acusou Prost. Jackie Stewart, outro tricampeão do mundo (1969, 1971 e 1973), encostou Senna à parede numa célebre entrevista em 1990, em que sua a inabalável vontade de vencer foi finalmente transposta em palavras. “Quando há um espaço para ultrapassar, ou nos comprometemos a usá-lo como um piloto profissional que trabalha para vencer ou terminamos em segundo, terceiro ou quinto. E eu não trabalho para terminar em terceiro ou quinto, eu corro para ganhar. Se não se ataca um espaço que existe para ultrapassar, já não se é um piloto profissional.”
A entrevista decorreu depois de, pelo terceiro ano consecutivo, em 1990, o título mundial ter sido decidido entre Prost, agora na Ferrari, e Senna, que tinha conquistado a ‘pole position’ mas estava no lado sujo da pista. O pedido para que trocassem a ‘pole’ para o lado contrário foi recusado e Senna admitiu mais tarde que decidiu nesse momento que Prost não passaria da primeira curva, caso passasse para a frente. Assim sucedeu e o segundo título mundial do piloto de São Paulo ficou entregue.
Stewart recorda que ficou chocado com a manobra e com a resposta na entrevista, após a qual Senna garantiu que não falaria mais com o escocês. Mas, passado um ano, Senna ligou-lhe para anunciar que ia assumir publicamente a premeditação do acidente.
O Homem Complexo
A personalidade de Senna era contraditória em várias facetas e o comportamento em pista era uma delas. Por um lado, era capaz de pôr em risco a sua vida e a de terceiros para vencer; por outro, era um dos pilotos mais activos na defesa da segurança das corridas. Em 1990, numa das inspecções que gostava de fazer aos autódromos, teve a oportunidade de evitar a próprio morte, quando inspeccionou com o então companheiro de equipa Gerhard Berger a perigosa curva Tamburello.
Concluíram que não havia nada a fazer, porque um riacho impedia que a escapatória fosse aumentada – mas muito poderia ter sido feito, como a construção de uma chicane, obra efectuada após o acidente de 1994, ou a mera colocação de uma barreira com pneus.
Outro episódio: em 1992, Érik Comas, da Ligier, despistou-se na qualificação para o Grande Prémio da Bélgica e ficou inconsciente. Senna foi o primeiro a passar e, num ato raríssimo no desporto automóvel, parou o carro em plena pista e correu para socorrer o francês. Percebera que Comas estava inconsciente e que o acelerador do Ligier tinha ficado preso com o motor ainda a funcionar, pelo que havia risco de explosão. Senna desligou o motor e pode ter-lhe salvo a vida.
O Tri
Em 1991, conquistou o terceiro título mundial, novamente pela McLaren, numa temporada de transição para o acentuado domínio que a Williams-Renault exerceria em 1992 e 1993, em que Nigel Mansell e Alain Prost se sagraram campeões. No final da época de 1992 chegou a oferecer-se para correr de graça pela Williams, mas o contrato do francês para 1993 tinha uma cláusula anti-Senna: o companheiro de equipa podia ser qualquer pessoa menos ele.
Contrariado, passou grande parte da época assinando múltiplos contratos de apenas uma corrida pela McLaren, cada uma a troco de um milhão de dólares. Terminou como vice-campeão, mas a temporada de 1993 foi uma das mais divertidas e brilhantes da carreira.
Com um carro muito inferior, especialmente a nível de motor – a Ford fornecia uma versão de segunda à McLaren porque o compromisso oficial era com a rival Benetton –, venceu cinco corridas, incluindo o inesquecível Grande Prémio da Europa em Donington, Inglaterra. Foi nesta corrida – à chuva, claro – que Senna fez aquela que é unanimemente considerada a melhor volta de sempre na Fórmula 1. Partiu em quarto lugar da grelha e desceu para quinto lugar após a primeira curva, mas no final dessa primeira volta já estava em primeiro, após passar como faca quente em manteiga por Michael Schumacher, Karl Wendlinger, Damon Hill e Alain Prost.
Para se perceber a genialidade desta volta, atente-se no facto do circuito – nunca mais utilizado na categoria máxima do desporto automóvel – ter sido criticado por ter falta de pontos de ultrapassagem e repare-se nas trajectórias completamente diferentes em relação aos outros pilotos. “Ele tinha um sexto sentido para perceber onde podia encontrar aderência. Se quiser saber o que era o Ayrton Senna como piloto aqui está ele, em síntese”, analisou o ex-piloto Martin Brundle.
Na última corrida de 1993, na Austrália, Senna vence e Prost, que tinha anunciado a sua retirada, fica em segundo. O brasileiro chama Prost para o lugar mais alto do pódio e começa aí um rápido processo de reatamento da relação entre os dois.
Numa entrevista ao ‘podcast’ “Beyond the Grid”, o francês conta que passaram a falar telefonicamente com muita regularidade, para espanto do próprio, que se tornaram amigos e que há confissões que o brasileiro fez que irão com Prost para a cova.
Adriane e Morte
Os meses antes da morte foram um período de muitas mudanças para Senna: para além de uma nova equipa – em que terá sentido um ambiente algo frio para as suas expectativas –, tinha uma nova namorada: após quatro anos de um relacionamento intermitente com a apresentadora Xuxa, estava agora apaixonado pela modelo Adriane Galisteu, 13 anos mais nova – pessoas próximas do casal garantem que o casamento estava nos planos.
Há um facto que corrobora esta tese: pela primeira vez na carreira, Senna iria passar a temporada europeia da Fórmula 1, entre Abril e Outubro, na sua casa na Quinta do Lago, no Algarve, precisamente com Galisteu. Era lá que a modelo estava no fatídico dia 1 de maio de 1994, esperando que Senna regressasse ao final da tarde para iniciarem uma vida em comum.
Uma das poucas certezas que existem sobre o trágico fim de semana de Imola é que Senna estava extremamente pressionado: pela temporada que tinha começado com dois abandonos nos dois primeiros Grandes Prémios, pelo desconforto que sentia a conduzir o Williams – agora despido das inovações tecnológicas que lhe tinham permitido dominar nos dois anos anteriores, devido a mudanças regulamentares –, pela pressão familiar em relação à namorada – no funeral, Xuxa foi tratada como “viúva oficial” pela família e Adriane Galisteu mantida afastada – e pelos negócios que estava a montar para quando abandonasse a Fórmula 1.
No funeral em São Paulo, com honras de estado, ter-se-ão reunido cerca de três milhões de pessoas nas ruas e estradas entre o aeroporto de Guarulhos e o cemitério de Morumbi, naquele que é considerado o mais concorrido cortejo fúnebre de sempre.
Senna, implacável nas pistas e amante das coisas boas da vida fora deles, era também um herói nacional e um filantropo, que doava milhões para causas sociais, a maior parte das vezes sob anonimato.
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O Melhor de Sempre?
Ainda se lembra da pergunta do primeiro parágrafo do texto? No vídeo abaixo, um tributo do programa “Top Gear”, o atual campeão do mundo Lewis Hamilton conta onde estava há 25 anos e os pilotos Fernando Alonso, Felipe Massa, Rubens Barrichello, David Coulthard, Mika Hakkinen e Michael Schumacher dizem que consideram Senna o maior piloto de todos os tempos. O documentário homónimo, realizado em 2010 por Asif Kapadia, fez com que gerações que nunca viram Senna correr sejam fãs do brasileiro, mas não escapa a uma tendência demasiado apologética – afinal de contas, foi aprovado pela família.
Na opinião deste jornalista, os meros 16 minutos desta reportagem do “Top Gear” concentram muito melhor a genialidade e complexidade da personalidade de Ayrton Senna da Silva, que deixou o mundo como viveu: na frente de um Grande Prémio, a testar os limites. No meio de todas as dúvidas sobre as causas do despiste em Ímola, a telemetria mostra que Senna pode muito bem ter morrido porque, antes de travar para evitar bater contra o muro, procurou manter o carro em pista até ao último momento. O insaciável desejo pela vitória terá sido fatal – quando iniciou a travagem, já era tarde demais."
Educação, Desporto e Política
"A Educação está subordinada à Política, por que é ela que a determina e estrutura, a nível do Estado. A Política é a actividade mais importante, numa sociedade democrática, porque envolve todos os cidadãos...
Este é o título desta coluna, que gostaríamos de explicitar, já que há pessoas que, ainda hoje, não percebem a relação entre estas três palavras, coisa que nós assimilámos há mais de 60 anos!
As palavras transmitem conceitos e, por isso, têm que ser utilizadas nos contextos próprios, ou apropriados, já que de outra forma as ideias podem ser apreendidas, por terceiros, de uma forma distorcida e provocar equívocos.
A educação é una e indivisível, ou seja, é um todo, quer isto dizer que é global, tal como o ser humano (Gestalt), refere-se a múltiplos aspectos, tem que ser completa, quer no plano Intelectual, quer Físico, quer ainda, acima de tudo, no Plano Da Formação Moral, ou seja, do Carácter.
Por isso o Desporto-Formação está contido na Educação, faz parte dela e quando se vê alguém, que pratica qualquer desporto sem cumprir as regras estabelecidas, diz-se que não tem Educação!!! . Mas a Educação está subordinada à Política, por que é ela que a determina e estrutura, a nível do Estado.
A Política é a actividade mais importante, numa Sociedade Democrática, porque envolve todos os cidadãos, maiores de idade e na plenitude dos seus direitos Políticos e Civis, que desta forma escolhem, em períodos próprios, e regulados por Lei, os seus dirigentes.
O Desporto-Educação não tem que ter qualquer aspecto lúdico ou de prazer, antes pelo contrário, já que a Educação-Formação exige Austeridade, Trabalho, Persistência, Esforço Consciente, Controlo Emocional, Atenção e Espírito de Entrosamento e Cooperação Social. Quem a determina deve ser o Estado e pode até variar, de acordo com as circunstâncias, já que num período de Paz, não faz sentido aplicar o mesmo plano como quando o país está em guerra, com terceiros.
A Educação da Juventude, em regra, processa-se primeiro no seio da Família, mas entre os 18 e os 21 anos, deve ser o Estado a intervir para corrigir, ajustar ou melhorar aquilo que a Família fez, para ficar em sintonia com as necessidades do Estado.
A Defesa Nacional compete a todos os cidadãos, maiores de idade, que são apenas enquadrados pelos militares de carreira.
Até à era de Napoleão Bonaparte, os Senhores Feudais iam para a Guerra defender o que era deles próprios, Napoleão inverteu isso e colocou os filhos da Nação a defender o que é de todos, ou seja, democratizou a guerra.
A questão é que, hoje, o Estado, através do Ministério da Educação e não só, não está preparado, quer para perceber isto, quer ainda menos para actuar no sentido de preparar a Juventude, para ser ela própria a fazer a Defesa do nosso Território e a Preservação do Espírito de Unidade entre todos os cidadãos, que leva ao conceito de Nação.
A prova disso é de termos tido e continuarmos a ter, alguns deputados que não cumpriram o Serviço Militar, mesmo quando ele era obrigatório, e vários ministros, até da Defesa, que ficaram isentos desse ‘serviço’ essencial para a sobrevivência do país.
Isto em Portugal, infelizmente, é uma realidade e é pena que o Governo e o Parlamento não sintam necessidade, urgente, de alterar esta situação.
Isso é que é incompreensível!."
TikToks no relvado da nossa sala
"Sabemos que a humanidade não está bem, quando uma das suas formas de exercício físico durante a quarentena é fazer figuras tristes no TikTok e partilhá-las nas redes sociais. É aqui que percebemos que o confinamento está a afectar gravemente a nossa capacidade de decisão, algo que também me atinge. Sim, eu também já fiz TikToks que roçam o patético, mas ao contrário de vocês ainda tive uma réstia de bom-senso que me impediu de publicá-los.
O que, a bem dizer, é uma pena. Lamentavelmente não puderam ver a minha actuação que revolucionou a Macarena, na qual pareço um dançarino com uma lesão na tibiotársica e uivos de uma morsa ferida. Deprimente, sim, mas inovador. De uma só cajadada consegui humilhar várias coisas totalmente distintas, como a dança, a arte de cantar, as morsas e a minha dignidade.
Mas nem só de TikToks se faz o exercício físico durante o isolamento social. Outra forma de exercício também em voga é passearmos os nossos bichinhos na rua, e os cães têm sido grandes aliados para sairmos de casa e exercitarmos o corpo. Já diz o ditado: “Quem tem cão, passeia-o até ele ter as patas em hipertensão”, o que leva os pobres animais - que antes ouviam a palavra «rua» e ficavam histéricos - agora começarem a ganir mal a ouvem.
O Bolinhas aqui do 4º B, atirou-se da janela e há quem diga que foi tentativa de suicídio por abuso de exercício. Por acaso sobreviveu e, sorte dele, ficou manco de duas pernas o que o impossibilita de andar. Deus é grande, o Bolinhas estava exausto.
Já eu, no outro dia, tentei fazer uma sessão de ginástica em videoconferência com umas amigas, mas a bateria do telemóvel acabou passados dez minutos. Felizmente. Não há saúde que valha todo aquele sofrimento, é o que vos digo. Se é para sofrer, prefiro ser espancado por dez mitras a cantarem hip-hop. Magoa muito, mas magoa menos que agachamentos.
Já agora, também não posso deixar de mencionar a ginástica na telescola. Estas aulas de exercício para os miúdos em tempos de confinamento têm, na minha opinião, um enorme mérito educativo: vêm mostrar a todas as crianças que é melhor estudarem, senão um dia ainda acabam a dar aulas de ginástica na telescola.
Estas são algumas das maneiras que os portugueses têm utilizado para se exercitarem, mas no final de contas, o desporto favorito da maioria dos tugas em tempo de quarentena tem sido encher o bandulho.
Todos os dias (e muitas vezes ao dia) é vê-los fazer o percurso sofá-frigorífico-sofá, em grande ritmo, quais maratonistas quenianos, só que gordos. Não serão atletas de alta competição, mas são sem dúvida atletas de alta compleição. Para dar um exemplo, o meu pai começou a quarentena com o peso do Abebe Bikila, 65 quilos, e vai acabá-la com o peso do Ronaldo o Fenómeno, trezentos e qualquer coisa.
Gosto dele na mesma, mas em vez Carlos agora é o Carlão.
E é isto. Agora vou só ali fazer um TikTok. O Despacito vai conhecer todo um novo nível de decadência."
Desporto, covid-19 e sociedade: o exemplo dos atletas
"Os meses de Março e Abril impuseram aos portugueses não só a necessidade imperiosa de manter distanciamento físico (que foi designado como sendo “social”) dos seus pares, bem como a permanência em contextos de maior resguardo (casa), como formas prioritárias de mitigar a propagação da pandemia covid-19.
De forma abrupta, também os nossos atletas viram a sua realidade quotidiana transformar-se por completo. Impedidos de manter as suas rotinas diárias de treino foram observando o cancelamento, um atrás de outro, de todo o tipo de provas (meetings, campeonatos da Europa, campeonatos do mundo, entre tantas outras), que veio a culminar com o adiamento dos próprios Jogos Olímpicos para o verão de 2021.
A percepção de ameaça e incerteza proveniente de um conjunto de informações, muitas vezes antagónicas, que foram surgindo em diversos canais, durante um período arrastado no tempo, amplificou a prevalência de fenómenos de natureza ansiogénica, com repercussão na qualidade do sono e na labilidade emocional (do optimismo exagerado ao pessimismo inflacionado) dos portugueses e, em boa verdade, os nossos atletas não foram excepção.
Relatos de atletas como Simon Biles ou Michael Phelps, retratando o imenso vazio emocional para onde os atletas olímpicos se poderiam ver projectados por, de repente, o seu objectivo competitivo, para o qual se prepararam durante os últimos três anos e meio e que estariam prestes a cumprir (no verão de 2020), passar a estar a 15 meses de distância, são um testemunho importantíssimo do “tsunami” que avassalou a vida dos atletas (e seus treinadores), mesmo considerando os que se encontravam ainda em busca de qualificação.
Uma paragem, sem “razão aparente”, é algo a que o cérebro não estava preparado para “aceitar” – um atleta pára quando se lesiona ou desiste da sua carreira e, até à data, dificilmente passaria pela cabeça de quem quer que fosse que este tipo de paragem (quase como se fosse uma espécie de “suspensão”) pudesse ocorrer. O cancelamento de campeonatos da Europa, do mundo e dos próprios Jogos Olímpicos foram, de igual forma, realidades incontornáveis que o seu cérebro não estaria preparado para considerar serem, sequer, “possíveis”.
Adaptação
Em desporto de alta competição distinguem-se os que, evidenciando níveis superiores de capacidade de sacrifício e de trabalho de longa duração, exibem de igual forma melhor capacidade de adaptação.
Centrar-se nos “Como?”, deixando de lado os “Porquê?”, acaba, sem margem para dúvidas, por ajudar os atletas a recentrar os seus esforços na única coisa que, de facto, controlam: o seu próprio comportamento, aqui manifesto por uma enorme determinação em criar novos objectivos, novas metas e, muito em particular, novas oportunidades que pudessem resultar desta circunstância inusitada que lhes impôs um isolamento autodeterminado, mas não escolhido.
Neste enquadramento, e após uma natural (e até saudável, na medida em que espelha a qualidade dos afectos dos nossos atletas) consternação inicial e, em alguns casos, dúvida e desânimo perante uma situação face à qual nada parecia poder-se fazer, foram surgindo a pouco e pouco um conjunto de testemunhos da sua capacidade em retirar partido da situação, ora refocando a sua atenção em elevar os seus níveis de preparação física, ou a melhorar “aquela” especificidade técnica à qual não se conseguiria dar atenção, se se encontrassem em “tour” competitiva ou, em muitas situações (e não menos importante), ao reforço dos laços familiares e sócio-afectivos, pilares fundamentais de uma capacidade de resiliência tão desejada como necessária e perfeitamente basilar para a sua (e nossa) saúde mental.
"Posso transformar-me pelas coisas que me acontecem, mas recuso-me ser reduzido(a) por elas." – Maya Angelou
Esta será, por certo, a principal mensagem que podemos retirar da generalidade dos atletas que, face à adversidade, se deram uma vez mais como “modelos” (partilhando connosco nas suas redes sociais o seu dia-a-dia) do comportamento a actuar face a adversidade.
Mas não é apenas aqui (e agora) que o Desporto transporta valores inequívocos que deveríamos saber importar para as salas de aula, de reuniões e até para as nossas salas de estar – compromisso, dedicação, cooperação, entreajuda, integrar a incerteza como certa, confiar em si próprio como o recurso primordial e tornar a adversidade em oportunidade são apenas exemplos, todos eles essenciais à nossa Sociedade.
Uma vez mais, por isso, inspiraram-nos pelo seu comportamento e determinação e não pelos seus resultados – e, este, será certamente o maior legado que podem deixar, a quem, como eles, atravessa este período inusitado da nossa história."
Francisco Lázaro e a Fundação do Comité Olímpico de Portugal
"Quando hoje vejo as dolorosas romarias dos dirigentes desportivos a Belém e a São Bento em defesa de um futebol caduco e falido e de um Olimpismo sem memória e sem futuro, vem-me à recordação Maria Helena da Rocha Pereira (1925-2017) e tudo aquilo que aprendemos com a sua investigação acerca da antiguidade clássica em especial a grega.
Por ela ficámos a saber que as vitórias alcançadas nos Jogos Olímpicos eram “a salvação de toda a cidade”, quer dizer, uma das maiores conquistas que um qualquer cidadão da Hélade podia alcançar. O vencedor representava o símbolo máximo da excelência que se traduzia no carácter, na desenvoltura, na autodisciplina, na destreza, na coragem e na perseverança. Por isso, quando o campeão regressava à sua cidade era saudado como um herói e as suas vitórias, como refere a historiadora, glorificadas através de cantos breves e simples que ficaram registados, entre outros locais, nas odes de Píndaro (518-440 aC) a mais célebre das quais é, certamente, a primeira dedicada a Hierão de Siracusa vencedor da corrida de cavalos. Cantava Píndaro: “Tal como a água é o primeiro dos elementos, como o ouro é a mais preciosa de todas as riquezas, como os raios de sol são as mais ardentes fontes de calor, não há combate mais nobre de contar do que o dos Jogos Olímpicos”.
Quando, nos tempos que correm, estão a ser vilipendiados nos mais diversos países do mundo os valores olímpicos da cultura ocidental, é oportuno referir Philipp Melanchthon (1497-1560), teólogo, astrónomo e entusiasta da astrologia grega, professor universitário e reformador alemão colaborador de Lutero, considerava “tanto os Jogos Olímpicos como as Odes de Píndaro paradigmas da humanidade europeia”. O problema é que, na sucessão de crises que têm dominado a vida na Europa perguntamos, cada vez com mais frequência, onde é que está a humanidade europeia?
Hoje, 30 de Abril de 2020, entre um futebol que, para além do respeito que os portugueses deviam merecer, se recusa a encarar com dignidade a participação nos Jogos Olímpicos e as sucessivas missões olímpicas que, para além do gabarito de alguns atletas de excelência, à revelia do nível desportivo do País, têm primado pelo insucesso e, finalmente, numa inaceitável indiferença institucional consubstanciada numa breve página no portal da instituição e do link para um texto explicativo que ao pretender justificar os erros do passado, comete lamentáveis imprecisões e explica muito pouco ou nada, comemoram-se os 108 anos de existência do Comité Olímpico de Portugal (COP). Parabéns ao seu insigne presidente.
O que aconteceu foi que, há cento e oito anos, à margem do desinteresse pelo desporto e a participação portuguesa nos Jogos Olímpicos, por motivos epistemológicos e corporativos da Sociedade Promotora da Educação Física Nacional (SPEFN) e, por motivos políticos do Governo da República, um grupo de amantes do desporto, liderados por Jaime Mauperrin Santos (1857-1913), fundou o Comité Olímpico Português (hoje Comité Olímpico de Portugal). E a primeira direção foi constituída pelos seguintes elementos:
Presidente de honra: Conde de Penha Garcia;
Presidente: Jaime Mauperrin Santos;
Vice-presidentes: António Lancastre; Charles Bleck; Manuel Egreja;
Secretário-geral: José Pontes;
Secretários: Aníbal Pinheiro; Armando Machado; Duarte Rodrigues;
Membros: Álvaro Lacerda; António Osorio; Daniel Queiroz dos Santos; Fernando Correia; Guilherme Pinto Bastos; José Manuel da Cunha Menezes; Pedro Del Negro; Pinto de Miranda; Sá e Oliveira.
E assim, foi possível angariar os recursos necessários a fim de enviar uma Missão Olímpica aos Jogos da V Olimpíada que se realizavam em Estocolmo. E a Missão Olímpica foi constituída pelos seguintes elementos:
- António Stromp, estudante de medicina - Atletismo;
- Armando Cortesão, finalista do Instituto Superior de Agronomia - Atletismo;
- Fernando Correia, funcionário superior do Montepio Geral - Esgrima;
- Francisco Lázaro, operário de carpintaria - Atletismo;
- Joaquim Vital, empregado do comércio - Luta.
Fernando Correia exerceu as funções de Chefe de Missão e Joaquim Vital as de massagista.
Infelizmente a Missão ficou marcada pela morte de Francisco Lázaro que, tal como um qualquer herói da Grécia antiga, caiu em combate ao trigésimo quilómetro da corrida da Maratona. Como qualquer herói grego, morreu jovem, aos 23 anos de idade, às 6.00 horas da manhã do dia 15 de Julho de 1912, no Real Hospital Serafina.
A data da fundação do COP foi respeitada até 1978 e honrada sobretudo a morte de Francisco Lázaro ao serviço de Portugal, bem como de todos aqueles que estiveram na origem da fundação do COP. E de tal maneira que, em 1962, sob a presidência de Nobre Guedes, foi comemorado o quinquagésimo aniversário da instituição. Da efeméride existem diversos documentos oficiais e uma placa alusiva, devidamente datada, que foi profusamente distribuída por várias entidades públicas e privadas, nacionais e internacionais e está depositada no Museu Olímpico do Comité Olímpico Internacional (COI).
Então, o que é que aconteceu?
O que aconteceu foi que, em 1978, a pedido do COI, foi enviado para Lausana dirigido a Monique Berlioux diretora-geral da instituição, um relatório sobre a situação do Olimpismo em Portugal (Portugal et l’Olympisme) a fim de, como já tinha acontecido com outros países, ser publicado na Revista Olímpica do COI. Mas, por incrível que possa parecer, o autor do relatório que havia até tido responsabilidades nas comemorações do cinquentenário do COP em 1962, de modo próprio e sem perguntar nada a ninguém, resolveu alterar a data da fundação do COP de 30 de Abril de 1912 para 26 de Outubro de 1909, atribuindo a data da fundação do COP àquela que era tida como a da fundação da SPEFN!!! Ora, nem a SPEFN tinha nada a ver com o desporto como se pode verificar pelos seus estatutos, nem os seus membros estavam minimamente interessados no desporto e nos Jogos Olímpicos pois eram sobretudo amantes das escolas de ginástica principalmente da de Pehr Henrik Ling (1766-1839).
A primeira pessoa a alertar para o que se estava a passar foi um antigo atleta Olímpico de seu nome Fernando Azinhais, funcionário superior da Direcção Geral dos Desportos que, em 1979, imediatamente depois da edição da Revista Olímpica onde constava o relatório sobre Portugal, denunciou ao próprio COP a situação. No entanto, a inteligência olímpica fez ouvidos de mercador sobre a opinião de alguém que, ao tempo, era, com toda a certeza, quem mais sabia sobre o Movimento Olímpico em Portugal. Desde então, diversos investigadores, através de artigos e de livros, acrescentaram novos dados que reforçaram a situação originalmente denunciada por Orlando Azinhais. Apesar disso, o 75º aniversário e o 100º aniversário do COP foram comemorados nas datas erradas. E hoje, a confusão relativamente à data da fundação da instituição expressa nos próprios estatutos é, simplesmente, lamentável.
Os actuais estatutos do COP (edição de 27 de Setembro de 2016) no seu preâmbulo dizem o seguinte: “As ligações de Portugal ao Movimento Olímpico remontam a 1906 com a nomeação de um português, António Lancastre, para o Comité Olímpico Internacional, e continuaram com a Sociedade Promotora de Educação Física Nacional, criada em 1909. Em 1912 foi criado o Comité Olímpico Português o qual a partir de 1993 passou a ter a actual designação de Comité Olímpico de Portugal”.
Ora bem, (1º) o português António Lancastre (1857-1944) não foi nomeado para o COI onde não existem nem nunca existiam nomeações. Os membros do COI sempre foram e continuam a ser cooptados pelas Sessões (plenários) sob proposta da Comissão Executiva. António Lancastre foi o 47º membro do COI e foi cooptado por voto postal entre os membros do COI a 30 de Junho de 1906. (2º) A SPEFN, já o referimos, como se pode verificar pelos seus estatutos dos quais se conhecem, pelo menos, duas versões, nunca teve qualquer acção no domínio do desporto antes pelo contrário.
Albano Estrela de quem fui aluno na disciplina de História do Desporto quando, em 1968, ingressei no primeiro ano do curso de professores do Instituto Nacional de Educação Física (INEF) dizia, cito de cor, a história, para além da datação, é uma questão epistemológica inultrapassável. Embora Albano Estrela, tenha sido um dos professores mais importantes para a evolução científica do INEF nos finais dos anos sessenta e princípios dos anos setenta, acabou saneado pelos estudantes estalinistas e maoistas, apoiados pelos eternos idiotas úteis que no Verão Quente de 1975, dominavam a instituição. O respeito pela história não se fica só pela datação. A datação tem um enquadramento epistemológico que deve ser estudado, compreendido e respeitado sob pena de a história passar a ter pouca ou nenhuma utilidade.
Repor a verdade histórica é uma questão de justiça relativamente a Francisco Lázaro e aos seus companheiros olímpicos bem como a todos aqueles que a 30 de Abril de 1912, ousaram fundar o Comité Olímpico Português.
Para além do “dress code”, das pompas e circunstâncias, quem não conhece nem compreende o passado de uma instituição como a de um comité olímpico nacional jamais será capaz de organizar o futuro."