terça-feira, 24 de março de 2020

David Monge da Silva, pioneiro da Metodologia do Treino

"O caminho da proximidade dos adeptos ao trabalho da equipa de futebol consolidou-se com a decisão da Direcção do clube

Decorria a época 1979/80 quando, no dia 21 de Janeiro de 1980, a direcção do Sport Lisboa e Benfica contratou o professor David Monge da Silva como o primeiro preparador físico da equipa sénior de futebol. A necessidade constante do desenvolvimento das capacidades físicas e psicológicas de cada atleta e de potenciar o rendimento da equipa motivou esta mudança.
Na altura da contratação, Monge da Silva já tinha dado provas da sua competência no meio desportivo. Leccionara Teoria do Treino e Metodologia do Treinador, no Instituto Superior de Educação Física, e desempenhara até ao momento o cargo do coordenador do Gabinete de Metodologia do Instituto Nacional de Desporto.
Depressa foi considerado o braço direito do treinador Lajos Baroti, conquistando um papel fulcral no planeamento dos treinos, e acompanhou de perto vários momentos importantes no futebol 'encarnado', como a reentrada de Fernando Chalana na equipa, após lesão prolongada.
Na edição de 19 de Fevereiro de 1980 do jornal O Benfica, em contexto de entrevista, falou abertamente sobre a preparação física inerente aos trabalhos da equipa, que constituiu uma revolução no futebol, tendo em conta a especulação sobre este tema em épocas anteriores, em que não existia informação concreta sobre o assunto.
Monge da Silva abordou questões como a importância do número de sessões de treino e sua intensidade, dando especial atenção à implementação e desenvolvimento da corrida que, na sua opinião, ainda não era considerado relevante no futebol português: 'a falta de velocidade e de resistência é um problema genético a todas as equipas portuguesas, e deve-se (...) ao facto, de em Portugal, os jogadores não serem sujeitos, numa fase de iniciação, ao treino da técnica mais utilizada no futebol que é a corrida'. Sublinhou também que os treinos 'têm que ser adequados às características dos jogadores' e que cada atleta tem um conjunto de características que podem ser melhoradas mas nunca modificadas totalmente: 'existem jogadores que são combativos, batalhadores, enquanto outros têm características mais tecnicistas e numa equipa de futebol tem que haver forçosamente um equilíbrio'.
David Monge da Silva contribuiu para que os adeptos tivessem uma maior compreensão do trabalho realizado e suas sinergias, o que só é possível através de uma grande planificação, análise e rigor, características transversais ao trabalho do Professor.
Na área 25 - Mestres da Bola, no Museu Benfica - Cosme Damião, poderá saber mais sobre as mais respeitadas personalidades relacionadas com o treino."

Cláudia Monteiro, in O Benfica

Presença, ausência e paixão

"«Só o futebol permite que você sinta aos 60 anos exactamente o que sentia aos 6. Todas as outras paixões infantis ou ficam sérias ou desaparecem»

1. Nesta fase de quarentena, passo grande parte do meu tempo lendo o que outros escreveram e escrevendo ou escrevinhando, mesmo que os outros não leiam. Afinal, e por ironia, eis quase uma síntese de três meios que me têm acompanhado ao longo da minha vida: a caneta, o livro e o relógio.
A caneta - agora substituída pelo teclado - continua a ter em mim o fascínio de me entregar directamente ao domicílio as letras, as palavras e os números que depois componho e descomponho. Costumo divertir-me com as canetas de tinta permanente, dando-lhes a tinta preta, azul escuro, azul vivo, sépia, roxo ou uma outra fascinante matiz, num acordo implícito entre o meu estado de espírito e o deleite do bico que a embede. Nunca deixando de me interrogar sobre o paradoxo de se chamarem canetas de tinta permanente, quando, afinal, deveria ser o tinteiro e não a caneta que deveria ter como aposto nominal a permanência da tinta.
O livro, na companhia que me faz, ou melhor, os livros na junção que constituo em cada dia na adequação ao meu almómetro. O livro (não o virtual, mas o físico), que se tacteia como quem lhe pode namoro, com cheiro de novo, meia-idade ou velho, com espaço para sublinhar e perguntar ou referenciar, com memória para revisitar, e com tanto espaço para deixar a minha impressão digital. O livro, que me revela a supremacia da inspiração dos autores sobre a mera materialidade e que, se tivesse aparecido depois do computador, teria sido uma notável invenção. E porquê? Porque é permanentemente renovável dentro de nós, não consome energia polidora, e tem um larguíssimo e facilmente atingível campo de visualização, que só de num depende.
O relógio, que me impõe o tempo cronológico e me orienta no caos. O relógio, que me encurta o futuro e me enriquece o passado. Porque sem ele, a minha memória não tinha as referências de que preciso para associar o que fez ou não fiz ao que ainda farei ou já não conseguirei fazer. Curiosamente, o relógio não nos mede o passado, e muito menos o futuro, porque apenas nos dá o presente que logo o deixa de ser ao átimo em que o foi. Por tudo isto, sempre gostei, com espírito coleccionista, dos relógios de areia ou ampulhetas, que me oferecem essa magia do presente que é o grão de pó que passa entre a âmbula superior - o futuro - e a âmbula inferior - o passado. A ampulheta e a clepsidra (esta de água ou líquido) trabalham quando queremos e repousam quando as deixamos. Ao contrário do relógio, somos nós que lhes concedemos o tempo para elas nos darem o tempo.

2. Certamente o leitor perguntará (se, entretanto, ainda não tiver desistido) se estas palavras de adequam a uma crónica num jornal que é - mas não apenas - de carácter desportivo. Cada qual terá a sua resposta, mas, pela minha parte, acho que sim, sobretudo num período em que estão em jogo valores fundamentais da nossa essencialidade e não apenas aspectos de circunstância ou contingentes. Provavelmente, este período difícil irá aproximar a vida no alto futebol à realidade mais terrena das pessoas comuns e demonstrar que o realismo consistente não se compadece com um fosso entre o mundo de milhões e um mundo de tostões. O próximo mercado de transferências será o primeiro e claro sinal disso.
O próprio jornal A Bola, nestes dias, tem sabido espelhar, com mestria e sensibilidade, esta ideia de que o desporto não é um mundo à parte e que, pelo contrário, se insere na sociedade em todas as vertentes que possamos considerar, sejam éticas, sociais, sanitárias, económicas, comportamentais, culturais. Basta atenuar a impressivos títulos de algumas das últimas edições: Contas à vida ou O jogo das nossas vidas.
Sim, das nossas vidas num jogo traiçoeiro e difícil. Sem regras e regulamentos prévios. Com um calendário opaco. Mas com novos campeões nos escalões da deontologia, da ética, da prevenção, da solidariedade, do respeito pelo outro.
Tudo o resto virá depois. De um modo diferente. Com a lição registada e aprendida, espero.

3. Tenho lido, aqui e acolá, previsões, profecias, desejos mal dissimulados, manobras de pressão e de antecipação e torno da bola de cristal dos meses que se seguem à suspensão das provas desportivas. Percebo o vazio nas emoções que a ausência inédita de jogos desportivos provoca. Não há arbitragens como matéria-prima de análises, divergências e discussões. Não há VAR que nos valha para ficarmos intrigados com centímetros em versão somítica.
E, nos meses que virão, das duas, uma: ou haverá condições para se terminarem os campeonatos em tempo útil sem provocar danos na normalidade da próxima época, ou não haverá de todo. Se houver, devemos todos felicitarmo-nos. Primeiro, porque, no que mais nos interessa, é sinal de que haverá condições sanitárias para tal. Depois, porque, desportivamente, estarão garantidas as condições para classificações finais regulamentares e completas. Se não houver, não vale a pena forçar soluções mais ou menos (i)lógicas, enviesadas ou com mais ou menos clubite implícita. Como nada está previsto e regulado, qualquer saída é não só fabricada pós-acontecimentos, como aplicada com efeitos retroactivos, e sabemos, de antemão, que nenhuma terá um denominador comum de satisfação dos naturais interesses e posições dos clubes. Por exemplo, designar campeão um clube que está na frente quando há 30 pontos por disputar (29,4% do máximo teórico de 102 e 50% dos até agora 60 pontos conquistados pelo 1.º classificado), a que acresce a mínima diferença entre os dois da frente (1 ponto) não tem consistência desportiva de nenhuma espécie. Tal como considerar a classificação ao fim da primeira volta, pese embora esta ser a única medida disponível em que todos jogaram contra todos. Ou, até na versão mais patética, qual seja a de considerar os dois jogos já disputados entre os rivais, como todos ou outros clubes fossem verbos de encher.
Isto quanto a ser campeão da primeira divisão. E então quanto aos que descem? E aos que sobem? E os que caem no Campeonato de Portugal (3.º escalão)? E aos que estão em melhores condições para passar para a 2.ª divisão? E os que desceriam aos distritais? E os que nestes se consideram próximos de ascender a uma competição nacional? E na segunda divisão dos distritais (aqui, lembro-me do Clube de Futebol Os Belenenses que está em condições de subir mais um degrau da longa escadaria que ainda tem pela frente)?
Mais complicado é o acesso à Europa, caso não haja mais competições domésticas em 2019/2020. A primeira palavra é a da própria UEFA, que pode impor uma regra única e universal em tempo de excepção. Ou encontrar uma forma de formatar o próximo ano das competições europeias, de modo a abarcar mais clubes, em termos de razoabilidade no seu acesso (por exemplo, em Portugal, considerar o SLB e o FCP na Champions). Se não houver regras de fora, este é o único ponto que terá de ser definido mesmo com uma época sem classificação final. Qualquer expediente administrativo desenhado à força é bem pior do que a decisão em jogos a efectuar para este fim. Por exemplo, os dois jogos entre Benfica e Porto (para atribuir o lugar de acesso imediato), até poderiam ser a final da Taça e a Supertaça que será obrigatoriamente entre os mesmos clubes. Uma boa oportunidade, também, para testar jogos com árbitros estrangeiros. Já quanto à Liga Europa, talvez uma poule entre os cinco putativos candidatos a um lugar nesta competição.
Em resumo, muita água vai correr por debaixo da ponte. Aguardemos, na esperança - essa sim, determinante - de conseguirmos vencer o vírus, afinal o inimigo invisível e traiçoeiro de todos os benfiquistas, portistas, sportinguistas, bracarenses, vimaranentes e de todos os clubes.

4. Como, por agora, tenho mais tempo mental para remexer em textos perdidos no tempo, quero partilhar com os leitores um saboroso excerto de um livro do romancista, humorista e cronista brasileiros Luís Veríssimo, agora com 83 anos (filho do grande escritor Érico Veríssimo), em que me revejo na minha inalienável condição de benfiquista: «Só o futebol permite que você sinta aos 60 anos exactamente o que sentia aos 6. Todas as outras paixões infantis ou ficam sérias ou desaparecem, mas não há uma maneira adulta de ser apaixonado por futebol. Adulto seria largar a paixão e deixar para trás essas criancices: a devoção a um clube e ás suas cores como se fosse a nossa outra nação, o desconsolo ou a fúria assassina quando se perde, a exultação guerreira com a vitória. Você pode racionalizar a paixão, fazer teses sobre a bola, observações sociológicas sobre a massa ou poesia sobre o passe, mais é sempre fingimento. É só camuflagem. Dentro do mais teórico e distante analista e do mais engravatado cartola aproveitador existe uma criança pulando na arquibancada».
Já septuagenário, confirmo gostosamente e sem pestanejar: «Carrega Benfica do meu coração!»."

Bagão Félix, in A Bola

Lage amigo, Félix está contigo

"Um clube grande deve agir em função de políticas delineadas nos gabinetes e não de impulsos provocados pelo ruído das bancadas

Em Outubro de 2018, Domingos Soares de Oliveira, em conferência realizada em Londres, que o Benfica tinha identificado os princípios e os fundamentos para um plano a dez anos, com consequências nas mais diversas áreas, nomeadamente ao nível do futebol profissional e do que dele se pretende, quer no estilo de jogo, na identidade da equipa ou no perfil de jogadores. A estratégia está em marcha e já em Janeiro deste ano, na apresentação do projecto Benfica Play, o administrador executivo da SAD informou que o emblema exige hoje uma «capacidade financeira diferente» que lhe permite atacar o mercado também de «maneira diferente».
No discurso da abertura da gala do 116.º aniversário do clube, Luís Filipe Vieira destacou a firmeza de «uma rota estratégica de afirmação de instituição em Portugal e no Mundo» e realçou a estabilidade financeira como base essencial para o salto qualitativo que a sua administração pretende dar e que lhe permitirá encarar o futuro com confiança e ambição, por ser o Benfica a maior marca portuguesa.
Ainda neste mês de Março, foram divulgados os resultados financeiros do segundo semestre de 2019/2020 (entre Julho e Dezembro do ano passado) e que apresentam um resultado líquido superior e cem milhões de euros (104.2 milhões). Já em período de emergência nacional, Luís Filipe Vieira comunicou a doação de um milhão de euros para aquisição de equipamento diverso em benefício do Serviço Nacional de Saúde, numa acção conjunta com a Câmara Municipal de Lisboa e a Universidade de Lisboa. «O nosso clube sempre foi popular, do povo e muito difícil», sublinhou, em declarações à televisão do clube.

sólidos motivos, portanto, para considerar que o Benfica é demasiado grande para Portugal, como fez Domingos Soares de Oliveira em entrevista à agência espanhola EFE, ou proclamar que está muito avançado em relação à comunidade em que está inserido, como não se cansa de repetir Luís Filipe Vieira.
Do meu ponto de vista ambos têm razão: o Benfica é proprietário de um património fantástico que inclui uma academia com centro de treinos sem comparação, ao nível do que de melhor se observa n mundo. Adquiriu riqueza e estabilidade. Estabeleceu um plano de longo prazo e definiu uma estratégia. Além de tudo isto, é o emblema que soma mais Campeonatos e mais Taças de Portugal e, ainda, o que mais prestígio internacional detém em todos os continentes.
O que lhe falta, então? Recuperar a hegemonia, temporariamente perdida para o FC Porto, que se aproveitou, e bem, da sucessão de gestões irresponsáveis que empurraram o Benfica para a ruína. Não me ocorre outro termo para classificar a situação quando Manuel Vilarinho despachou Vale e Azevedo e Luís Filipe Vieira aceitou a empreitada de devolver a dignidade a uma águia sem forças para resistir a tantos vilipêndios.
Já muito se fez nesse sentido. Nos últimos dez anos o Benfica conquistou seis Campeonatos e o FC Porto quatro e nos últimos seis anos passou de seis títulos para a águia a um para o dragão. A recuperação avança, depressa, mas não à velocidade que os associados desejariam, o que é normal, embora insignificante para colocar em causa o que quer que seja.

Com o título por decidir, apesar da desvantagem de um ponto, compreendo mal a fragilidade da posição a que Bruno Lage tem sido exposto, estranhamente sem uma reacção ou esclarecimento de quem deveria ter essa incumbência. Prescindir de um treinador com um ano de trabalho e que apresenta 86% de vitórias no Campeonato, em comparação com os 69% do fabuloso Klopp na Premier League, como li em A Bola, devido a um mês mau, não me parece de acordo com o estatuto de um clube grande que deve agir em função de políticas delineadas nos gabinetes e não de impulsos provocados pelo ruído das bancadas.
Escreve o jornalista Paulo Alves que em 14 meses como treinador principal, em 43 jogos, Lage regista 37 vitórias, três empates e três derrotas. Em 129 pontos possíveis amealhou 114 e a equipa marcou 124 golos (m´dia de 2,88 por jogo). Números são números e estes não enganam, assim como não deve enganar a opinião do geniozinho João Félix: «O Benfica tem um treinador competente, um treinador sempre atento a todos os detalhes, tem uma estrutura humana e condições de trabalho como poucos clubes do mundo e tem ainda um plantel recheado de bons jogadores. A soma de tudo isto resulta numa fórmula vencedora».
É simpático e amigo o «miúdo», como lhe chamou Lage. Ele e Jonas, quando as dores das constas lho permitiram, apenas em meia época, valeram ao Benfica, no Campeonato, 26 golos. Eis a diferença. Ainda não tinham reparado?...
À parte esse significativo pormenor, é deixar de inventar em jogadores fora de prazo (Taarabt) ou de duvidosa classe (Chiquinho) e recomendar a Bruno Lage que se concentre no ensinamento de Sven-Goran Eriksson: «(o Benfica) é um clube tão grande, em Portugal e na Europa, que não ganhar é um falhanço. Um segundo lugar não é nada»."

Fernando Guerra, in A Bola

Fazer tudo para salvar os campeonatos

"O senso comum sugere que as crises são 'oportunidades' e que correspondem a 'tempos interessantes'. Dois pressupostos equívocos as crises trazem empobrecimento e a história ensina-nos que quando empobrecemos não empobrecemos todos da mesma forma. Quem à partida já tinha dificuldades, sofrerá muito mais do quem tinha algum conforto. Não há nada de interessante neste processo e o mundo do futebol não é excepção: será afectado de forma desigual, consoante o contexto de partida.
Num primeiro momento da crise do coronavírus, a questão suscitada era como apurar o campeão nacional. Um tema marginal hoje e que até se pode resolver, mas que passa ao lado do essencial. Se ficar resolvida a excelsa questão do apuramento de campeões nacionais, persistirão problemas bem mais sérios para a sustentabilidade das competições domésticas, em particular de ligas semiperiféricas com a portuguesa. Caso a crise dure alguns meses, mesmo que se resolvam os campeonatos, os danos económicos e financeiros serão difíceis de reparar.
E este deveria ser o cenário no centro das preocupações de todos os agentes do sector: com ou sem campeões em 2019/20, procurar garantir condições mínimas para termos campeonatos financeiramente viáveis e competitivos na próxima temporada. Se passarem alguns meses nas actuais circunstâncias, o fosso entre clubes grandes e financeiramente robustos e os restantes acentuar-se-á, com um resultado agregado que será danoso para todos. Para os clubes portugueses, o tema é particularmente agudo.
Há hoje um paradoxo no futebol europeu. O enraizamento social dos clubes e da massa adepta é nacional (somos do Benfica, do Porto ou do Sporting em importante medida por força da rivalidade com outros clubes portugueses e não propriamente por gostarmos de eliminar clubes turcos, alemães ou ingleses), mas parte importante das receitas financeiras é europeia. Ao mesmo tempo, as dificuldades financeiras dos clubes coexistem com uma estrutura da UEFA cada vez mais próspera. A crise só acentuará este dualismo.
É por isso fundamental que neste momento, uma estrutura capitalizada como a UEFA faça tudo ao seu alcance para salvar o futebol europeu. Isso implica distribuir dinheiro não apenas pelos clubes que se qualificam para a Champions mas por todos os outros clubes que competem com estes. Se isso não acontecer, o nível de desequilíbrio interno das Ligas nacionais (entre clubes que sobreviveram porque estão nas competições da UEFA e os restantes, amarados a Ligas nacionais em recessão) será de tal ordem, que a crise será de facto uma oportunidade. Mas uma oportunidade para aqueles que há muito desejam criar uma superliga europeia, apenas com os clubes mais ricos dos campeonatos mais poderosos. Se a UEFA não contribuir para resgatar financeiramente os clubes das competições profissionais nacionais, os campeonatos nacionais serão derrotados e a superliga tornar-se-á uma inevitabilidade."

Cadomblé do Vata (Imerecido...)



"Taça dos Clubes Vencedores das Taças 93/94 - Meias Finais - 29/03/1994 - Estádio da Luz 
SL Benfica 2-1 Parma FC
1. Os pais do Rui Costa são mineiros?... é que o puto vale ouro.
2. Quando quiserem prolongar as linhas do metro de Lisboa, falem com o Rui Costa... viram como abriu aquela cratera na defesa parmegiana no lance do primeiro golo?
3. Isaías isolado e na cara do golo, podia ter apenas desviado de Bucci mas preferiu atirar um míssil para o fundo da rede... se numa luta vocês tiverem uma bazuca na mão, de certeza que não vão tentar ferir o inimigo com um capa grilos.
4. Tino Asprilla cometeu o penalty que podia ter dado o 3-1 a favor do SL Benfica... Desatino Heynemann não lhe mostrou o óbvio segundo amarelo que podia ter dado superioridade numérica ao Glorioso.
5. Luca Bucci juntou-se a Navarro Montoya e Jorge Campo no clube dos "Guarda Redes Com Camisolas Patetas"... parece que estivemos 90 minutos a rematar contra um pacote de leite.
Publiquei sem ver o video. É a segunda parte e a repetição da segunda parte.Olhem... paciência..."

Mensagem da directora do Benfica Olímpico, Ana Oliveira

"Liderança, disciplina... Vacina!
O mundo mudou em alguns meses. Este é o tempo para sermos ainda mais racionais e menos emocionais. Juntos, seguimos o caminho certo!
Numa Missão Portuguesa que possivelmente previa uma participação olímpica entre 70 a 90 atletas nacionais, o Sport Lisboa e Benfica integrou no seu projecto 36 atletas (18 do atletismo, um do taekwondo, três da natação, cinco do judo, cinco da canoagem e quatro do triatlo). Até meados de Março, perto de metade do "Benfica Olímpico" estava em posição de apuramento.
Os restantes atletas, de acordo com os respectivos critérios, continuavam empenhados em chegar a Tóquio, percurso que, entretanto, foi interrompido pela pandemia e coerente cancelamento das competições nacionais e internacionais. Mas falta cancelar a mais importante: os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, calendarizados para o período entre 24 de Julho e 9 de Agosto.
A pressão dos diferentes comités nacionais sobre o Comité Olímpico Internacional (COI) tem sido evidente, já com alguns países a informarem que não participarão e outros, como o nosso, o Comité Olímpico de Portugal, a tomar posição e a solicitar ao COI o urgente adiamento do evento, porque esta indecisão tem motivado uma acentuada instabilidade e pressão sobre os atletas e as equipas em todo o mundo.
Resultado de uma direcção e liderança "à Benfica", multidisciplinar, informada, esclarecida e preocupada que nos informa, orienta e protege, todos continuamos em casa e de quarentena, desde o dia 12. Estamos gratos por isso! Mais unidos e solidários que nunca, os atletas, também os residentes em centros de estágio ou residentes no estrangeiro, regressaram para junto das suas famílias e desde então, através de um contacto permanente com a Direcção dos Recursos Humanos (DRH) e a Human Performance Department (HPD) do Benfica, têm recebido um apoio incondicional das nossas equipas multidisciplinares.
E não apenas através de aconselhamentos e indicações clínicas e sociais recomendadas e a cumprir, como também dos treinadores e fisioterapeutas, ao receberem planos de treino e de recuperação adaptados, o aconselhamento da área da nutrição e ainda, sempre que necessário, o respectivo aconselhamento individual psicológico.
Na sequência, todos também temos recebido as indicações do IPDJ e das federações das diversas modalidades.
As instalações desportivas estatais, municipais e privadas estão encerradas por tempo indeterminado e nas suas residências ou na proximidade das mesmas, “explorando” geograficamente a natureza, mas sempre individualmente e em segurança, alguns atletas têm procurado manter de alguma forma os mínimos de uma condição física, que será sempre desajustada às suas necessidades.
Por outro lado, nem todos os atletas desfrutam da mesma oportunidade neste aspecto, não apenas pelas características da zona onde habitam como também pelas necessidades e características específicas da sua modalidade.
O IPDJ em conjunto com as respectivas federações trabalham e planeiam soluções que possam abranger os atletas de alta competição em Portugal. Mas quando, como e para quem especificamente?
Há países e federações, como por exemplo a China, que estão a revelar a capacidade de manter as suas equipas Olímpicas e atletas de alta competição em actividade e próximo da normalidade, mas definitivamente em condições muito especiais, com equipas multidisciplinares que actuam em circunstâncias de isolamento e segurança total.
Para já, o mais importante é continuarmos todos seguros e protegidos, e para isso é determinante mantermo-nos unidos e bem informados, assim como “comandados” através de uma liderança democraticamente eleita, para que juntos possamos fortificar a nossa disciplina e aguardar pela tal vacina para a COVID-19, que nos poderá libertar de novo para um mundo que, para o bem ou para o mal, dificilmente voltará a ser igual.

Ana Oliveira"

SL Benfica - Benfica SAD: comunicado à CMVM

"A Sport Lisboa e Benfica – Futebol, SAD (“Benfica SAD”) informa, nos termos e para o efeito do disposto no artigo 248.º-A do Código dos Valores Mobiliários, que recebeu hoje da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (“CMVM”) um pedido de prestação de informação ao mercado após terem surgido na comunicação social rumores sobre o desfecho do procedimento de registo da Oferta pública de aquisição sobre as acções representativas do capital social da Benfica SAD (“Oferta”), preliminarmente anunciada no dia 18 de Novembro de 2019 pela Sport Lisboa e Benfica, SGPS, S.A., e acerca da eventual utilização alternativa dos fundos mobilizados para efeitos da sua liquidação para a contratação de reforços para a equipa de futebol.
Adicionalmente, a CMVM solicitou ainda nesta data a prestação imediata de informação ao mercado quanto aos negócios celebrados que permitiram a disponibilização dos referidos fundos à Sport Lisboa e Benfica, SGPS, S.A. para efeitos de liquidação da Oferta, e notificou a Sport Lisboa e Benfica, SGPS, S.A. e a Benfica SAD de um projecto de indeferimento do pedido de registo desta oferta.
A Sport Lisboa e Benfica – Futebol, SAD está a preparar, e prestará ao mercado, logo que lhe seja possível nas actuais circunstâncias e de forma adequada, a informação necessária ao esclarecimento do solicitado pela CMVM. É igualmente expectável que a Sport Lisboa e Benfica, SGPS, S.A. venha a pronunciar-se no prazo legalmente previsto sobre o referido projecto de indeferimento.
A Sport Lisboa e Benfica – Futebol, SAD declina toda e qualquer responsabilidade do Grupo Sport Lisboa e Benfica pela divulgação de informações que alimentaram os referidos rumores e notícias na comunicação social e afirma, com veemência, ser totalmente alheia à divulgação de informação de natureza confidencial de qualquer tipo sobre a Oferta à margem dos canais oficiais estabelecidos com a CMVM, o que aliás deplora."