quinta-feira, 19 de março de 2020

Que jogos devo rever nesta Quarentena? SL Benfica 3-2 FC Barcelona de 1961

"Talvez não seja um jogo a rever para muitos, mas a ver pela primeiríssima vez. Seja como for, o seu visionamento é bastante aconselhado a todo e qualquer benfiquista. É, muito provavelmente, o jogo das águias que de maior importância se reveste. A vitória por 3-2 em Berna sobre o FC Barcelona marca o nascimento do Glorioso Benfica, que viria a cimentar tal estatuto um ano mais tarde também no centro da Europa, ao bater o então pentacampeão europeu Real Madrid FC em Amesterdão, por 5-3.
Na final, o SL Benfica encontrou um forte FC Barcelona, que apresentou no seu onze inicial um brasileiro – Evaristo -, dois húngaros – Kocsis e Czibor – e um hispano-húngaro – Kubala. Do lado português, só se falava a língua de Camões… no relvado. Isto porque no banco de suplentes, ao leme da armada lusitana estava… um húngaro, de seu nome Béla Guttmann. Berna, acolhedora da final, trazia más memórias aos húngaros, que em 1954 haviam aí perdido a final do Mundial frente à Alemanha Ocidental.
No entanto, as coisas até começaram bem para os húngaros de azul e vermelho, em particular para Kocsis, que inaugurou o marcador aos 21 minutos. Havia, no entanto, um problema muito grande que o Barcelona não foi capaz de resolver. Esse problema dava pelo nome de José Águas e trabalhava a golos. Eram dez os que constavam da sua conta pessoal à entrada para a final. Aos 31 minutos, passaram a ser 11 (foi o melhor marcador da competição). À goleador, à número “9”, à matador, à capitão, Águas restabeleceu o empate, com sentido de oportunidade.
Melhor que um golo, só mesmo dois. Um minuto volvido e remontada consumada. Num lance caricato, um corte defeituoso de um central espanhol envia a bola à trave. Na tentativa de a alcançar, o guardião Antoni Ramallets fá-la atravessar a linha de baliza. Vantagem portuguesa, mantida até ao intervalo.
Na segunda metade, o inevitável e inigualável Mário Coluna dilatou a vantagem encarnada à passagem dos 55 minutos. Vinte minutos mais tarde, mais um golo húngaro para o FC Barcelona: Czibor reduziu para 3-2, mas não fez tremer uma equipa recheada de craques, que contava com a segurança de Costa Pereira na baliza, com a classe de Coluna, com a veia goleadora de Águas e com a técnica de José Augusto.
O SL Benfica destronou assim o Real Madrid FC e inscreveu o seu nome entre os grandes da Europa e do Mundo. A 31 de maio de 2021 celebram-se 60 anos da conquista de Berna, numa altura em que há supostamente um suposto projecto supostamente europeu em marcha para os lados da Luz. Por isso – e por muito mais – este extraordinário SL Benfica – FC Barcelona merece ser (re)visto. 



Caminhadas barcelonista e benfiquista até Berna
Depois de cinco triunfos do Real Madrid na competição nas primeiras cinco edições, o título soube cedo que não viajaria para Madrid pelo sexto ano consecutivo. Após haver eliminado o Lierse da Bégica, foi precisamente o FC Barcelona a deitar por terra as aspirações madrilenas, ao vencer a eliminatória da primeira fase por um agregado de 4-3 – empate a dois em Madrid e vitória na Catalunha por 2-1.
Assim, os blaugrana assumiam prontamente o favoritismo na competição. Na eliminatória frente aos checos do Spartak Hradek Králové, conseguiram um agregado confortável de 5-1. De seguida, nas meias-finais, precisaram de três encontros com o Hamburgo para decidir o lugar na final a disputar na capital suíça. Vitória espanhola por 1-0 em Barcelona, vitória alemã por 2-1 em Hamburgo e nova vitória por 1-0 dos catalães na partida de desempate.
As vitórias frente a Real Madrid e Hamburgo galvanizaram por certo um Barcelona onde pontificavam o brasileiro Evaristo e o espanhol Luís Suárez, que contribuíram com 10 golos (seis e quatro) para a caminhada barcelonista até à final. O problema residia em quem estava do outro lado. Em Berna, os catalães depararam-se com um Sport Lisboa e Benfica intragável até então.
Na triunfal caminhada até ao Estádio Wankdorf, os encarnados trucidaram a concorrência. Na fase preliminar, despacharam o Hearts, da Escócia, por um total de 5-1 (1-2 no Reino Unido, 3-0 em Lisboa). Na eliminatória a contar para a Primeira Fase, o cenário foi ainda menos agradável para os húngaros do Újpesti Dózsa, que perderam por 6-2 em Lisboa. Na Hungria, infligiram a única derrota na competição às águias: 2-1. Nada que fizesse mossa.
Nos quartos-de-final, vitórias por 4-1 e 3-1 sobre o AGF da Dinamarca e assunto facilmente resolvido. Eis que chegaram as meias-finais. O encontro duplo com o Rapid Wien começou em Lisboa e acabou na Áustria. Bom, na verdade acabou em Lisboa, com a vitória por 3-0 dos encarnados a selar o destino da eliminatória. O empate a uma bola na Áustria veio simplesmente carimbar o primeiro passaporte português para a final das finais."

Mensagem da Capitã da equipa feminina de futebol, Darlene

"Confiança e optimismo – são estes, agora, os nossos grandes objectivos diários! Felizmente o Benfica é um clube bem organizado, que soube tomar as decisões necessárias no devido tempo e tudo tem feito para nos apoiar.
Parece que vivemos um filme, mas é mesmo verdade. Há pessoas passando por momentos difíceis no mundo inteiro, mas é preciso manter espírito positivo e forte esperança que tudo seja breve, com danos o mais leves que seja possível. A cada dia que passa, vemos nas notícias que o cenário está pior em alguns países e isso é triste. Ficamos preocupadas com as nossas famílias, em particular aquelas que estão mais longe da sua pátria mãe. No Brasil o vírus não está ainda muito disseminado e, à distância, tento tranquilizar nos contactos com familiares e amigos. Queremos muito que tudo melhore e as rotinas diárias regressem ao normal. Sonho voltar a sentir aquela nossa mística e energia partilhada, antes e após os jogos, com o "grito" Raça, Querer e Ambição!
Entretanto, estamos todas focadas em pensar com optimismo e manter actividade física regular. Somos atletas e quando formos chamadas de volta aos treinos e competições teremos de estar com a condição que se exige para jogar com a camisola do Benfica. Para nosso bem pessoal e da equipa, temos de ser responsáveis e colaborar para que todas estejam bem quando este período de contingência acabar.
Treinamos forte embora estando isoladas, com todo o suporte que o staff do Clube e os nossos treinadores passaram à equipa. De alguma forma, estão sempre em contacto connosco para saberem como estamos e nos aconselhando. É mau viver desta forma? Claro... Mas temos de treinar o melhor possível, em casa, manter uma alimentação adequada e as emoções focadas no positivo. Para isso muito contribui também o carinho que recebemos regularmente nas redes sociais, dos adeptos do nosso Glorioso. Continuamos juntos nesta batalha!
Neste momento, é assim que tem de ser. Este emblema que todos no Benfica carregamos ao peito impõe-nos responsabilidade e enormes desafios. Agora, a equipa é toda a humanidade unida, a colaborar para uma vitória sobre este vírus. Desejamos que, logo logo, as nossas vidas normalizem e voltemos a estar activas para aquilo que mais amamos fazer – jogar futebol e dar boas emoções a quem nos apoia nos estádios.
Para já, enquanto estamos longe do campo, vamos alimentando a consciência de que o mundo precisa de todos, e cada um deve pensar também no próximo! Vamos sair dessa juntos por um sonho: a alegria de ser livre. E voltar a viver felizes "seja onde for", como é comum dizerem os benfiquistas. 

Darlene"

Cadomblé do Vata (Parabéns...!!!)



"O Pai d'A Mão de Vata comemora hoje o seu 59º aniversário. No mais estranho Dia do Pai das nossas vidas. Para o Vata, para todos os pais e filhos de todas as cores clubísticas, especialmente os que hoje não se podem abraçar. Para o Francisco meu pai. Para a Margarida e o Afonso meus filhos. Desejos sinceros de Feliz Dia do Pai e que todos nos voltemos a juntar para transformarmos novamente o Terceiro Anel no Inferno da Luz e carregarmos o Sport Lisboa e Benfica às costas, a caminho da 8ª final da Liga dos Campeões. Amem-se todos do fundo do coração e por favor, restrinjam as vossas saídas de casa, a coisas estritamente indispensáveis."

Arbitragem: esse mundo nebuloso!

"Recuso ser bloqueado mentalmente pelo bicho. Este não é um tempo de futebol... mas o futebol não pára. Especialmente fora dos relvados. E se um ex-árbitro acusou o CA de corrupção exijo, como cidadão, ter respostas!

Vivemos um tempo que Bill Gates já adivinhava vai para quatro anos, mas que os donos do Mundo fingiram ser impossível acontecer. Mais preocupados em esmifrar até ao tutano quem produz riqueza, os Trump's e Bolsonaros do presente foram assobiando para o lado. Mas, agora, é tempo de cerrar fileiras. Ficar em casa, longe da actividade quotidiana e do convívio com os amigos, não poder estar com família - que saudades eu tenho de abraçar, pelo menos, os meus três netos... -, limitar as saídas à rua é Fundamental. Infelizmente, temos o desaparecimento do senhor Mário Veríssimo e o teste positivo de Jorge Jesus (sem falar em milhares e milhares de cidadãos comuns) como exemplo. Por isso, sem surpresa, dando sequência ao que já tinham feito múltiplas organizações, a UEFA adiou Europeu para 2021 (só uma piada feliz para aliviar: Portugal será o único campeão em título cinco anos), a CONMEBOL, a Copa América. Quantos aos títulos nacionais serem ou não atribuídos, não meto foice em seara alheia, por ter a certeza de que será encontrada solução equilibrada.
Mesmo assim, não sendo tempo de futebol... há futebol. Fora das quatro linhas. E como recuso que o bicho me bloqueie mentalmente... Começo por salientar o excelente trabalho do meu camarada Hélder Silva, da RTP. Duas reportagens em que um ex-árbitro (Jorge Ferreira(, de viva voz, e mais três juízes em actividade, com voz distorcida, acusam o CA de corrupção, favorecimento e dinheiro mais fácil com arbitragens fora de Portugal. Não vou especular: como cidadão, que tem no futebol a sua vida activa, exijo explicações. O futebol está parado, mas há situações de todos os dias! Arbitragem: esse mundo escuro, nebuloso e de permanente desconfiança.
(...)"


PS: Fui obrigado a 'censurar' a última frase, porque o Lagarto não foi capaz de escrever um crónica, sem uma 'bicada' ao Benfica... Uma daquelas 'bocas' ignorantes e fora de contexto, para tentar misturar tudo... Tentando insinuar que são todos iguais!
Quando o tema principal desta crónica, está ligado a uma acusação do ex-árbitro Jorge Ferreira, o tal que foi 'acusado' pelos Super-Dragays de ser Benfiquistas, com o restaurante do seu Pai a ser invadido pelos ditos cujos!!! E em consequência disto tudo, acabou por ver o CA martelar as contas para o despromover de categoria...
Portanto, o alvo da acusação, aqui referida, é bastante claro: os Corruptos... mais especificamente o CA controlado pelos Dragartos!!! Nada de novo!!!

Benfica ganha recurso no TAD

"Ao contrário do afirmado em diversas notícias falsas hoje publicadas, o Sport Lisboa e Benfica viu o Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) considerar procedente o nosso recurso referente ao conhecido caso Valdemar Duarte e determinar a anulação do castigo aplicado pelo Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) sobre este processo.
Uma decisão tomada por maioria, conforme poderá ser comprovado na página 24 do referido acórdão do TAD (em anexo), que publicitamos em nome da transparência e da verdade, e desmentindo quem com intenção ou não, ou com base em fontes falsas, enganou os seus leitores sem cuidar de fazer as devidas verificações.
Assim se destrói a credibilidade de projectos em que todos nos habituámos a confiar e em que queremos continuar a acreditar. Que sirva de exemplo!"

Que jogos devo rever nesta Quarentena? FC Barcelona 2-0 SL Benfica

"O FC Barcelona 2-0 SL Benfica de 2006 não é um jogo com resultado satisfatório e que nos encha de orgulho benfiquista, mas as circunstâncias dentro e fora de campo fazem-no ser merecedor de atenção detalhada; à distância de 13 anos, cabe-nos valorizar o que havia de bom e discernir diferenças competitivas para a actualidade.
A eliminatória com o Barcelona opôs duas forças completamente distintas. O Barcelona de Rikjaard transformar-se-ia na principal potência do continente daquela temporada e aquele Benfica de Koeman distinguiu-se como a melhor prestação europeia do clube dos 10 anos antecedentes.
Desde 1998/1999 que o Benfica não pisava solo Champions e a prestação extraordinária como underdog – o Manchester United de Ferguson e o Liverpool de Benítez, que meses antes tinha ganho a troféu ao Milan no épico 3-3, eram colossos assustadores para aquele Benfica – devolveu grande parte do orgulho perdido nos anos negros da instituição.
Não abundava na equipa o talento individual de outros tempos, mas a disponibilidade física de Beto (titular em todos os jogos europeus) ou Alcides era um agradável complemento à qualidade dos homens mais adiantados. A questão da baliza, onde foram rodando, de acordo com as lesões, Moreira e Quim (até à chegada de Moretto em Janeiro), foi a imagem de marca da instabilidade e do desequilíbrio do plantel, a quem só a desmedida ambição internacional de Ronald Koeman permitiu a imensa apetência competitiva para embates de grande nível, traduzindo-se depois num ridículo desleixo nas provas nacionais.
A segunda mão em Barcelona é precedida de um 0-0 na Luz, onde o árbitro Steve Bennett teve clara interferência no resultado, assumindo-se como protagonista num relvado inundado de estrelas. Moretto defendeu o que pôde com as mãos e quase ia deitando tudo a perder com os pés, em dois lances caricatos e demonstrativos da instabilidade emocional do brasileiro, capaz do pior e do melhor.
Na Catalunha, Koeman encara a ausência de Nuno Gomes com uma aposta num ataque móvel, onde Simão e Geovanni suportariam Fabrizio Micolli como ‘9’. Ricardo Rocha, que fez questão de esconder Ronaldinho no bolso, na primeira mão, repetiu a titularidade na lateral direita.
O jogo é um viveiro de emoções fortes, de lances de fazer corar de vergonha os mais inaptos e por ‘ses’ que ainda perduram no imaginário dos benfiquistas: o que seria da eliminatória se a bola de Simão entra?
Já nos idos da segunda metade, Micolli recolhe e parte para o contra-ataque, com Simão a acompanhá-lo no lado oposto. Num laivo da técnica prodigiosa do italiano, o passe em arco chega açucarado aos pés do camisola 20.
À altura, todos nós estávamos habituados a ver aquele meio palmo de gente a resolver jogos com a naturalidade dos grandes génios e naquele momento estaríamos petrificados, à espera da explosão de alegria; acontece que, no confronto com Valdés, Simãozinho fez o que não era costume e atirou para fora, um lance que fez Paulo Catarro e Gabriel Alves, aos microfones da RTP, reagir com uma inesquecível cacofonia de forma a soltar a angústia.
Nunca saberemos o que teria acontecido com 1-1, mas o encontro com o AC Milan nas meias-finais seria um prémio merecido para a coragem e sentido de missão daquela equipa.
O jogo é também demonstrativo de um ambiente escaldante em Camp Nou, como talvez já não seja comum, hoje que a globalização e o vagar dos tempos propiciou o aluguer das bancadas a adeptos nada identificados com a cultura dos clubes.
Com 98 mil em polvorosa, aquele Barcelona arrancou definitivamente para a conquista da Liga dos Campeões – que concretizaria dois meses depois, no Stade de France, frente ao Arsenal. De atentar o onze culé do meio-campo para a frente: Van Bommel, Iniesta, Deco, Ronaldinho, Larsson e Eto’o. Inacreditável.
Deixamos aqui o jogo para poder ver, rever e saborear.



Onzes Iniciais e Substituições
SL Benfica: Moretto; Ricardo Rocha, Luisão, Anderson e Léo; Beto (Robert, 72′), Petit, Manuel Fernandes (Marcel, 82′); Geovanni (Karagounis, 55′), Simão e Micolli.
FC Barcelona: Valdés; Belletti, Oleguer, Puyol e Van Bronckhorst; Van Bommel (Edmilson, 85′), Iniesta, Deco, Ronaldinho, Larsson (Giuly, 86′) e Eto’o."