quarta-feira, 11 de março de 2020

COVID-19 e algumas ideias

"Os jogos do campeonato vão ser realizados à porta fechada, o que faz todo o sentido. Mas é possível acrescentar medidas em cima desta para precaver situações complexas.

O anúncio de que as partidas dos campeonatos profissionais se vão realizar sem adeptos nas bancadas por questões de saúde pública é lógica e aplaude-se. É verdade que os números do novo coronavírus em Portugal ainda são residuais (e muito), mas o exemplo italiano deve ser olhado com preocupação. O que se percebe é que a doença está sob controlo quando há condições para isso. Ou seja, quando o número de infectados começa a disparar, os hospitais começam a ter problemas em mantê-la sob controlo devido à falta de meios, e nesse caso a situação passa a ser alarmante.
É por isso perfeitamente natural que se opte por evitar grandes aglomerados de adeptos nos estádios portugueses, e aplaudem-se também as medidas concretas no Campeonato de Portugal (com jogos também à porta fechada). A saúde pública assim o exige, e como se sabe, mais vale prevenir que remediar.
No entanto, parece-me pertinente abordar sucintamente mais duas questões relacionadas com este assunto.
Li nas redes sociais um militante de um partido político (que eu muito respeito e valorizo) fazer uma sugestão que eu subscrevo na íntegra: para «compensar» o facto de os jogos serem à porta fechada e sem adeptos, a SportTV poderia ter a iniciativa de transmitir os mesmos em sinal aberto. E defendo-o por dois motivos: primeiro, porque se pede, e bem, um conjunto de «sacrifícios» aos cidadãos portugueses, apelando à colaboração para evitar um cenário como o de Itália. E, por isso, ficaria bem a um dos principais players do futebol português mostrar que também está do lado dos adeptos nesta fase de alguma indefinição e receio social.
Ao mesmo tempo, é evidente que, ao fechar os jogos ao público, poderá existir uma concentração acima do habitual de adeptos em cafés, bares e restaurantes, numa tentativa de não deixar de ver o jogo da sua equipa. É expectável que nos jogos dos três grandes, de clubes como o Vitória (Guimarães e Setúbal), Boavista, Braga ou Marítimo, nas respectivas cidades exista também uma procura acima do habitual em espaços comuns para assistir aos jogos. E esse é um cenário que deve ser precavido: a colaboração do detentor dos direitos de transmissão seria fundamental e nobre.
Ao mesmo tempo, não me parece descabido optar por adiar os jogos para as próximas semanas. É verdade que os riscos seriam mais baixos, mas uma competição sem adeptos é uma competição entristecida, com pouca chama, e nas imagens daqueles jogos à porta fechada, ficaria evidente uma ferida que resulta de uma preocupação generalizada com a saúde de todos - e também com a memória a apontar para o que se passa em Itália e noutros países. Se for necessário adiar o Euro 2020 para o próximo ano, de forma a permitir paragens nos campeonatos, assim seja. Volto a frisar, o futebol será sempre a coisa mais importante… entre as coisas menos importantes. Sem alarmismos, sem histeria, mas a olhar objectivamente para o que poderá ter corrido mal noutros pontos do globo, e estar um passo à frente. Todos compreendem, seguramente.

PS - partilho aqui um documento muito completo, elaborado por vários especialistas da Organização Mundial de Saúde, que analisaram de forma detalhada e aprofundada os doentes com COVID-19, de forma a fazer um retrato mais preciso desta doença. Aqui fica o link para download e leitura: 
https://www.who.int/docs/default-source/coronaviruse/who-china-joint-mission-on-covid-19-final-report.pdf"

O país de Ali Babá e os 40 ladrões

"Este país da bola faz-me lembrar, às vezes, as Noites da Arábia! Só que, em vez de camelos e árabes de cimitarra em riste, temos carros da GNR transportando polícias de Glock à cintura, e inspectores do Fisco! Uma autêntica invasão aos "tabernáculos" de presidentes, agentes e jogadores!

E procuram o quê? Não será melhor perguntar ao Rui Pinto? E, como agradecimento, conservá-lo atrás das grades?
Operação Fora de Jogo. Boa malha, este título!
Nesta última semana houve grandes momentos de alta comédia: - O discurso de Jorge Jesus em "portunhol". Hilariante! Grande cómico! - O palavreado de alguns "paineleiros" sobre o golo anulado pelo offside dos 3cm! Dizia um: "Acho que o limite devia ser 15cm!". Dizia o outro: "Então, e se acontecer aos 16, discutimos 1 cm? - O Sporting-Aves vi na televisão, em casa. Foi de adormecer. Mais eficaz do que dois Valium! O jogo foi salvo pelo seu momento pornográfico! Luís Fernando agarra Wendel pelos calções, e este fica com os genitais à mostra! Já estou a ver André Ventura a propor, no Parlamento, um novo decreto-lei: "Srs. deputados: aquele badalo do jogador do Sporting foi uma indecência para os nossos olhos, muito mais grave do que ver um cigano a fazer striptease! Proponho cuecas de alumínio para os jogadores do Sporting!
O presidente do meu clube bateu o recorde mundial de contratação de treinadores para uma equipa de futebol no mais curto espaço de tempo: Peseiro, Tiago Fernandes, Kaiser, Leonel Pontes, Silas e Rúben Amorim! Varandas deve estar já a preparar uma lista de 10 treinadores para a próxima temporada!
Agradeço a Luís Filipe Vieira o seu afecto demonstrado ao Sporting Clube de Portugal, ao proferir, no seu discurso, a frase do leão: Esforço, Dedicação (esqueceu-se de Devoção) e Glória! Depois do F. C. Porto e do Alverca, nunca pensei que L.F.V. fosse uma melancia ao contrário: vermelha por fora, verde por dentro. O autor daquele texto já deve ter sido despedido.
Depois de semanas e meses a levar com a Rosa Grilo, de manhã à noite, agora é o coronavírus e o regresso do Jorge Jesus ao Benfica. Já não sei qual é o maior vírus, se a Grilo, se o Jesus, se o Corona!"

Fechar as portas sem correr os taipais

"Numa medida esperada, Portugal alinhou pela Europa e tomou a decisão de realizar à porta fechada todos os jogos dos campeonatos profissionais.

Claro que há factos relevantes na actividade desportiva deste começo de semana. Desde logo o regresso da Liga dos Campeões Europeus marcado fortemente pelo afastamento da competição da equipa comandada por José Mourinho, ficando apenas por se saber que consequências advirão de tão desastrosa participação.
Do mesmo modo, e ainda no tocante à Champions, o embate de logo à noite em Liverpool, onde o Atlético de Madrid vai lutar pela sua sobrevivência na prova. Partindo em vantagem para o jogo, ainda que escassa, e dada a fragilidade aparente na equipa de Klopp, a reaparição de João Félix pode vir a tornar-se num bom tema para o resto da semana.
Para além disto, e de mais um punhado de questões pouco relevantes, são os efeitos do Coronavírus que absorvem todas as preocupações, também da actualidade desportiva.
Numa medida esperada, Portugal alinhou pela Europa e tomou a decisão de realizar à porta fechada todos os jogos dos campeonatos profissionais.
Numa altura em que essas provas entram em fase de decisão, a medida pode originar grandes perturbações de ordem diversa. De forma célere, já ficou assente, sem surpresa, quem poderá estar nos jogos que vão ter lugar já no próximo fim-de-semana. Um número restrito, compreensivelmente. 
Quanto aos prejuízos, são vários, em especial de ordem económica. E atingindo, sobretudo, os clubes de menor dimensão que estariam à espera das receitas nos desafios nos seus estádios frente às equipas grandes, sempre o salvatério financeiro da maior parte deles.
Veremos por quanto tempo vai ser necessário continuar com as medidas agora adoptadas.
As datas começam a escassear e, não se pode esquecer, temos no horizonte o Campeonato da Europa, com o risco de não ser possível concretizar."

VAR: ajuda à arbitragem ou à arbitrariedade?

"O VAR é para ajudar e não para estragar. Para dar mais transparência e não mais opacidade ao processo de decisão. O Benfica já viu um golo anulado por 4cm e o FC Porto por 3cm. É fim do futebol.

muito pouco tempo atrás não haveria ninguém que imaginasse que um jogo de futebol pudesse estar 6 minutos parado para se apurar um fora de jogo. Para quem, como eu, jogou e vê futebol há muitos anos, o facto de serem necessários 6 minutos para se confirmar se existiu ou não fora de jogo seria razão mais do que suficiente para se concluir que não houve fora de jogo.
Era uma regra que tinha como principal objectivo evitar que os jogadores se colocassem, como se dizia, “à mama”. Para estas pessoas é muito difícil aceitar que um jogador seja considerado nessa condição quando está 3cm à frente de um adversário. E mesmo que fossem 30 centrimetros, ou, até, 1 metro.
As tecnologias (VAR) vieram para ajudar e aperfeiçoar a arbitragem. Para mostrar imagens de lances que os árbitros não puderam ou não conseguiram ver, ou imagens que os sentidos humanos, no caso a visão, não conseguem discernir em quaisquer circunstâncias. E ainda bem que vieram.
Mas, como se costuma dizer, há limites para tudo, até para a tecnologia. Estamos a falar de imagens registadas a 24 frames por segundo! Para se definir uma linha é necessário optar por um deles. Penso que ninguém terá dúvida nenhuma de que quer no frame anterior quer no frame seguinte ao escolhido a percepção será a de que a bola ainda estará “colada” a bota do jogador que rematou ou fez o passe. Qual escolher?
Os 3 centrímetros podem não significar rigor ou verdade. Pelo contrário, podem significar uma opção, uma arbitrariedade. Em quaisquer dos casos a opção não é escrutinável pelo público, a menos que o VAR passe a divulgar os vários frames e, consequentemente, explique a sua escolha. Que absurdo, louvado seja Deus!
O futebol é mesmo mal governado. Com honrosas excepções, é governado por pessoas que, talvez por serem demasiado apaixonadas por ele, ficam com o espírito toldado, o que os leva a maltratá-lo.
Não seria de bom senso definir uma margem de segurança? Uma margem que permitisse o esclarecimento em 30 segundos? Que não exigisse recorrer à unidade de medida “frame”?
Veja-se, entre muitos outros que se poderiam dar de outras modalidades, este exemplo do andebol. É uma modalidade de que gosto muito e que acompanho com regularidade. Há muito tempo que tinha a percepção de que quando os pontas rematam do canto já têm um pé no chão. Por curiosidade, dei-me ao trabalho de, parando e avançando imagens do meu televisor (recorrendo aproximadamente aos frames), de verificar a minha teoria. Não há dúvida nenhuma: na esmagadora maioria desses remates quando a bola sai da mão do jogador já o pé está no chão, portanto em violação da área dos 7 metros. 
A diferença é que quem governa esta modalidade tem bem mais bom senso do que os seus colegas do futebol e, portanto, tratam bem melhor da sua paixão. Como estamos a falar de fracções de segundo, no andebol dá-se uma margem de segurança. Caso contrário, como iriam decidir? Recorrer ao VAR sempre que um ponta remata do canto? Trinta ou quarenta vezes por jogo? A seis minutos por cada remate?
O VAR é para ajudar e não para estragar. Para dar mais transparência e não mais opacidade ao processo de decisão. O Benfica já viu um golo anulado por 4cm e o FC Porto por 3cm. Não duvidem que com 10 ou 12 minutos de espera ainda vamos assistir a foras de jogo de 1cm e … ao fim do futebol."

Corrupção no Futebol

"Está a ser julgado a antiga glória do futebol alemão, um dos poucos na história do futebol que ganhou o campeonato mundial como jogador e como treinador, Franz Beckenbauer na qualidade de presidente do Comité organizador do Campeonato do Mundo de 2006. Ninguém está acima da Lei.

O mundo do futebol com as suas regras próprias, com os seus silêncios, com os contratos internacionais assinados em países ultra liberais, com as entidades (empresas, fundos e outros veículos), detentoras das acções da SAD e dos direitos dos jogadores, sediadas em offshores, com uma multitude de agentes, e intermediários comissionistas, com toda uma imensa circulação de dinheiro por paraísos fiscais, constitui-se como um campo em que medraram das mais feias e persistentes ervas daninhas da corrupção, da fraude e da concorrência desleal.
Em alguns países a justiça organiza-se para combater os fenómenos criminosos do submundo futebolista, noutros a corrupção reina impune mesmo quando as provas são públicas e claras – quem não se lembra das gravações associadas ao caso Apito Dourado? Esta semana começaram na Suíça, os processos contra os principais responsáveis da poderosa Federação Alemã de Futebol acusados de usar a corrupção e a fraude para conseguirem os votos necessários para ganhar a organização em 2006 do Campeonato do Mundo de Futebol. Recordemos que a Alemanha venceu a votação para país organizador apenas por um voto, tendo a África do Sul ficado em segundo lugar.
No banco dos réus sentam-se Urs Lins o antigo secretário-geral da FIFA, os antigos presidentes da Federação Alemã de Futebol (DFB) Wolfgang Niersbach e Theo Zwanziger e ainda o antigo secretário-geral da DFB Horst R. Schmidt.
Num processo separado está a ser julgado a antiga glória do futebol alemão, um dos poucos na história do futebol que ganhou o campeonato mundial como jogador e como treinador, Franz Beckenbauer na qualidade de presidente do Comité organizador do Campeonato do Mundo de 2006. Ninguém está acima da Lei.
Na Alemanha os mesmos indivíduos estão acusados de crime de fraude fiscal.
Em causa está um saco-azul de quase 7 milhões de euros que oficialmente teria sido usado para pagar a cerimónia de abertura do Campeonato mas que suspeita a justiça teria servido para comprar votos. 
Uma Justiça cega, que não olha a títulos nem a cargos, é importante para combater a corrupção e a fraude. Um processo a seguir pelas autoridades judiciais portuguesas. Para saber como organizar uma acusação sólida, bem fundamentada, condenar os prevaricadores: E não os deixar descansados sabendo de ante mão que nada nunca lhes acontecerá, como num país à beira-mar plantado."

O contributo do desporto para inclusão social

"Como categoria de análise sociológica e filosófica, a noção de vulnerabilidade é complexa. Nas últimas décadas, esta noção conheceu uma certa projecção, partindo das ciências biomédicas e ambientais (a gestão de riscos naturais), para ganhar, progressivamente, o campo das ciências sociais e, mais amplamente, no discurso político-mediático, prestando-se a uma certa confusão. A vulnerabilidade corresponde a uma fragilização. A noção de grupos vulneráveis faz referência a questões sociais, relacionadas com: a idade, o sexo, a condição social económica, a etnia, a condição física, a condição psicológica, entre outras. No âmbito das vulnerabilidades, encontramos a exclusão social e a pobreza.
O desporto tornou-se uma espécie de “palavra mágica” em todos os domínios. Ele é chamado a contribuir no processo de inclusão social. Mas, não existem resultados tangíveis sobre a integração e/ou inserção social pelo desporto. Certos autores avançam que o poder de integração através do desporto e das actividades físicas é real. Outros autores consideram que é mais simples e menos oneroso ocupar os jovens do que se dedicar a resolver o verdadeiro problema da pobreza, do desemprego e de outros défices em modelos de identificação. O desporto destinado a ocupar os jovens, no sentido de evitar que eles façam asneiras, encontra-se incluído nas estratégias de prevenção destinadas à “ineficácia”, nomeadamente no quadro da “regulação da delinquência”. Apesar de existir um consenso geral sobre as potencialidades do desporto na criação de redes de sociabilidades, a exclusão no desporto continua a manifestar-se. As políticas desportivas europeias têm definido orientações para a promoção do desporto inclusivo, nomeadamente com o financiamento de projectos. Em termos académicos, o tema é marginal. É um novo campo de investigação. Em forma de conclusão, podemos atribuir três estatutos ao desporto:
1) O desporto como finalidade em si. Certos profissionais consideram que o desporto não visa lutar contra o desemprego ou os problemas de saúde. Ele é considerado como uma prática cultural que importa que todos tenham acesso. E aqui pode-se falar de inclusão pelo desporto mais do que inclusão social pelo desporto.
2) O desporto como um meio de captar o público. Neste caso, os profissionais fazem do desporto um instrumento, e não uma finalidade, permitindo um compromisso com o acompanhamento social necessitando de outros suportes. Pode ser utilizado pelos trabalhadores sociais junto de públicos jovens problemáticos.
3) O desporto como uma ferramenta de transformação do indivíduo. Esta perspectiva, mais ambiciosa, consiste em levar o indivíduo a praticar uma modalidade desportiva, susceptível de o transformar. Esta transformação pode incidir sobre:
a. O seu lugar social. Trata-se de integrar ou de inserir (o desporto pode inserir profissionalmente);
b. As disposições sociais. Trata-se de educar, de socializar (o desporto pode ajudar na reconstrução da autoestima, na relação com as regras, normas);
c. A conformidade com o que se espera do mundo social. Aqui, trata-se de controlar ou disciplinar (o desporto pode ajudar na luta contra o desinteresse profissional (temos as corridas promovidas pelas empresas, reforçando a coesão das equipas)."

Prevenção

"Ontem, como se sabe, foi decretado que os jogos da 25.ª jornada das competições profissionais de futebol sejam disputados à porta fechada.
Além da inibição da presença de público nos estádios, a Liga decidiu manter a suspensão do cumprimento inicial de aperto de mãos entre as equipas e equipa de arbitragem e não autoriza a presença de crianças a acompanhar a entrada das equipas no relvado.
O acesso aos estádios será restrito a jogadores, equipas técnicas e equipas de arbitragem, órgãos sociais dos clubes, pessoas com funções técnicas relacionadas com a organização do jogo, num máximo de 100 (por exemplo, apanha-bolas, pessoal de manutenção do campo, limpeza, piquetes), delegados da Liga e das equipas, directores de campo, segurança e imprensa com funções em jogo, médico do controlo antidoping e emergência médica, bombeiros, autoridades de segurança pública e privada, elementos da Liga, representantes dos órgãos de comunicação social e elementos necessários para garantir a transmissão radiofónica e televisiva em directo dos jogos.
A realização das conferências de Imprensa pré e pós-jogo fica ao critério dos clubes, uma vez que não estão regulamentadas.
Também o Sport Lisboa e Benfica, na sequência das recomendações e decisões da Direcção-Geral de Saúde, das Federações e Ligas das diferentes modalidades desportivas, adoptou medidas de prevenção e contingência que divulgámos ontem em comunicado, mas que importa recordar:
1 - Adiamento da corrida “Benfica – António Leitão” programada para dia 5 de Abril para data a anunciar oportunamente e suspensão imediata das suas inscrições;
2 - Encerramento dos complexos de Piscinas e Ginástica sediados no Estádio da Luz;
3 - Suspensão das visitas ao Estádio da Luz, Museu Benfica Cosme Damião e Benfica Campus, no Seixal, por tempo indeterminado;
4 - Suspensão de todos os eventos empresariais e institucionais nas instalações do Estádio da Luz;
5 - Realização à porta fechada, de acordo com as indicações da Liga Portugal, do próximo jogo SL Benfica-Tondela referente à 25.ª jornada, bem como dos jogos das equipas de Futebol de Sub-23 e Equipa B;
6 - Não realização das conferências pré e pós-jogo, por parte do treinador Bruno Lage, relativas a esse jogo, sendo que apenas fará declarações à BTV, na sexta-feira, e na “Flash Interview”, no sábado, logo após o final do jogo;
7 - Suspensão temporária de toda a actividade desportiva dos escalões de formação de futebol, cujas competições foram suspensas pela Federação Portuguesa de Futebol e Associação de Futebol de Lisboa;
8 - Suspensão imediata da venda em bilhética para todas as competições e modalidades;
9 - Adopção de medidas que garantam todos os direitos sobre eventuais ressarcimentos de ingressos já adquiridos sobre actividades e jogos das diferentes modalidades suspensos ou realizados à porta fechada.
Tendo em conta o que se está a passar, todas estas medidas de prevenção e contingência constituem-se como um bem necessário para a saúde de todos, sem alarmismos e com elevado sentido de responsabilidade."

Sei o que não fizeste o Verão passado

"Podemos justificar o futebol paupérrimo que o Benfica tem apresentado com equívocas tácticos, erros estratégicos, com lesões e declínio de forma de alguns jogadores-chave. Certamente, todos estes factores têm contribuído para as más exibições e piores resultados. Contudo, a explicação de fundo é outra.
Tal como aconteceu na época em que o Benfica perdeu o penta, o planeamento desta temporada foi descuidado e, uma vez mais, deixou entrever alguma soberba na política desportiva. Só isso pode explicar que, numa fase decisiva não exista solução alternativa, minimamente competitiva, para nenhuma das cinco posições da defesa. Se é assim com campeonato e Taça, imagine-se o que seria se fosse para levar a sério a tão propalada ambição europeia. Como bem demonstram os extraordinários resultados financeiros, o problema não é falta de recursos. Logo, terá de ser outro.
Há, desde logo, um padrão. Nas últimas temporadas, de cada vez que o Benfica perde um jogador fundamental, demora-se demasiado tempo a encontrar um substituto. No ano do tetra saíram Ederson, Lindelof e Nélson Semedo e foi preciso esperar pela temporada seguinte para contratar Vlachodimos, ainda não se contratou um substituo para a lateral direita e nos centrais recorreu-se, com sucesso desigual, à formação. Aliás, o padrão é mesmo esse: o Benfica olha para o Seixal primeiro. E faz bem em fazê.lo. Só que não pode ficar paralisado quando manifestamente não há na formação jogadores de qualidade prontos para a equipa principal.
Ainda mais extravagante é a directriz não escrita que recomenda que nunca, em circunstância alguma, se invista significativamente em defesas (a excepção na última década foi Morato - que claramente ainda não está preparado para outros voos). Ora, não é necessária particular astúcia para se compreender que contratar defesas não só era necessário desportivamente como, aliás, até é um investimento que recompensa financeiramente (pense-se nas vendas de David Luíz, Lindelof e Nélson).
Além do mais, este ano, contra todas as evidências, não se procurou um substituto para Jonas e João Félix (dois jogadores determinantes na manobra ofensiva). De facto, o Benfica investiu quase 40 milhões em De Tomas e Vinícius, avançados de perfil bastante diferente. Só que, entretanto, Lage manteve o sistema que dependia de Félix (e, antes dele, de Jonas). A consequência tem sido evidente: não mais o Benfica se encontrou em organização ofensiva e estamos em Março e já foram testadas todas as possíveis combinações possíveis do meio-campo para a frente.
Como o último fim de semana deixou claro, o título está completamente em aberto. Mas, como ficou também evidente, o Benfica não lidera este campeonato porque não soube ou, pior, não quis planear a época no Verão."

Perdeu a voz !!!

"Depois de um ataque directo e despropositado de Luciano Gonçalves, presidente da APAF, ao Sport Lisboa e Benfica, por este sugerir – árbitros estrangeiros - algo que está previsto no regulamento, temos o mesmo líder, em silêncio absoluto, sobre as graves declarações do FC Porto e seu presidente.
Feitas as contas, nada de novo.
A vassalagem de sempre perante o #PortoaoColo. Afinal, é o poder que nunca deixou de ser!"

Luís Bernardo dixit...

"Jogo com o Tondela à porta fechada
“O Benfica e a Benfica SAD têm estado a acompanhar a todo o momento as recomendações da Direcção-Geral de Saúde (DGS), da Liga e Federações das diversas modalidades, e têm vindo a implementar as acções para irem de encontro às recomendações, nomeadamente – soube-se nas últimas horas – desta recomendação da realização da próxima jornada à porta fechada. É o que está a ser trabalhado para sabermos quem pode ou não estar presente, em termos profissionais e não público, pois isso é impossível, mas também estamos a analisar o processo de ressarcir quem comprou o bilhete previamente ou os detentores de Red Pass para que possamos dar toda a informação nas próximas horas. Estamos a falar de futebol e das outras modalidades, porque temos diversas situações. Temos as competições suspensas nas próximas duas semanas – camadas jovens –, os jogos adiados e os jogos à porta fechada. Estamos, ainda, em reuniões para perceber se, em termos preventivos, deveremos adoptar medidas mais restritivas.”
“Consequências há sempre: financeiras e outras. A prioridade para toda a comunidade é criarmos medidas de contingência para que o vírus não se alastre. Grandes concentrações podem motivar isso. Temos de estar conscientes da gravidade da situação, mas sem alarmismo. Ainda assim, temos de tomar as medidas adequadas definidas pela DGS, pela Liga e pelas federações, porque todos os clubes têm de obedecer às regras das entidades que supervisionam as competições.”

Suspensão da venda de bilhetes
“De imediato, foi suspensa a venda de bilhetes para os jogos aqui [Estádio da Luz] realizados. Cada clube adotará as suas medidas, por forma a satisfazer as recomendações. Em relação a outras medidas, nas próximas horas vão ser analisadas para se tomarem decisões. Tendo em conta a dimensão do Benfica, a tempo e horas, os próprios Recursos Humanos adoptaram um conjunto de procedimentos adequados por forma a evitar a propagação. Até agora não há casos conhecidos.” 

Contas históricas da Sport Lisboa e Benfica – Futebol, SAD
“Efectivamente há um resultado extraordinário de 104,2 milhões de euros [lucros], que vem na sequência de um trabalho realizado a médio/longo prazo, e que ao longo dos anos tem permitido ciclos de resultados positivos do ponto de vista financeiro. É claro que este semestre beneficiou da venda histórica de João Félix. De qualquer maneira há aqui um trajecto muito sólido. O Benfica marca pela diferença e esperamos que outros clubes – nomeadamente os nossos rivais – possam aproveitar o nosso exemplo para adoptar medidas de médio/longo prazo que lhes permita recuperar da situação mais difícil em que se encontram. Ao nível do futebol português, já se vê clubes, que não têm a dimensão dos grandes, a realizar um trabalho profundo e estruturante, de médio/longo prazo e sem entrar em loucuras, que lhes permite ter bons resultados. O efeito prático destes bons resultados é aquilo que permite, em termos de estrutura, ao nível de infraestruturas, de Recursos Humanos e de qualidade de plantel, fazer outros investimentos e encarar o futuro com muito optimismo.”
“Isto está assente num plano estratégico desde há 15 anos que teve várias fases. Uma 1.ª fase de recuperação do Clube, uma 2.ª fase de consolidação e agora uma 3.ª fase de expansão do Clube. Isto vai permitir ao Benfica ter outra capacidade de resposta, até em termos internacionais. A solidez que isto permite para o Clube encarar o futuro é que é de salientar. Ainda esta semana teremos oportunidade de anunciar, em termos de infraestruturas, os próximos investimentos.”

Muita confiança para as 10 “finais” da Liga NOS
“No Benfica encaramos este momento com muita exigência. Temos noção que estamos a passar uma fase muito difícil em termos de resultados e exibições. É nestes momentos que temos de encarar os problemas de frente e assumir os próprios erros, e, a partir daí, com a exigência que se pede a um clube como o Benfica, olhar para o futuro com confiança. Temos muita confiança nesta equipa de trabalho, treinadores e jogadores, que, no passado, deram provas inequívocas, através de resultados – basta lembrar a Reconquista –, da capacidade de superação, de dar uma reposta positiva e de conquistar títulos para o Benfica. É bom não esquecer que este foi o grupo que alcançou resultados históricos. Nada é apagado de um momento para o outro, mas não podemos pôr a cabeça debaixo da areia. Este ciclo de jogos tem sido terrível. Acredito perfeitamente, como todos os Benfiquistas, que este grupo de trabalho, pela qualidade que tem, pela união que tem, saberá dar uma resposta. O título está em aberto, faltam 10 jornadas, cada ronda vai ser uma final para nós e para o nosso mais directo competidor, como já tivemos oportunidade de ver neste fim de semana, que foi rico em estados de alma.”

Arbitragem e a crítica desajustada do FC Porto
“Foi uma intervenção desajustada, injusta e muito artificial [entrevista de Pinto da Costa ao Porto Canal]. Desajustada, porque, se verificarmos o campeonato da época passada, o FC Porto foi beneficiado – é unânime e reconhecido – em 10 pontos. Já nesta temporada, todas as análises levam a demonstrar que, no equilíbrio existente entre ganhos e perdas, o FC Porto é a equipa mais beneficiada. Tem cerca de sete pontos a mais. Inclusive, a forma como se apurou para a final da Taça de Portugal, em que ganhou ao Santa Clara e ao Académico de Viseu graças a erros de arbitragem. É perfeitamente desajustada esta intervenção, mas isto obedece a uma estratégia que vem dos adeptos, passa pelos jogadores, treinador e agora o presidente. É uma pressão constante sobre as arbitragens simbolizada nos bonecos pendurados no Estádio do Dragão [antes do FC Porto-Benfica]. É uma pressão constante antes, durante e depois dos jogos. Isto visa condicionar as equipas de arbitragem. 
Por outro lado, é injusta porque… é preciso ter uma grande lata para falar de Artur Soares Dias. O FC Porto não tem razões de queixa de Artur Soares Dias e é estranho que só tenha acordado porque Artur Soares Dias não esteja a ter uma época feliz. Está a ter uma época negativa. Em termos internacionais, basta recordar o Real Madrid-PSG. No campeonato grego, ainda muito recentemente, teve uma actuação infeliz e para a Liga NOS basta recordar três momentos: no Santa Clara-Benfica não marcou um penálti claro sobre o Cervi, no Moreirense-FC Porto validou um golo completamente ilegal ao FC Porto e invalidou um golo legal ao Moreirense, que desvirtuou o resultado do jogo, no último FC Porto-Benfica, o penálti é procedido de falta do Soares [sobre Ferro], há as agressões de Pepe e do Marega ao Adel [Taarabt]. Aí houve silêncio. Agora é que houve revolta de que o Artur Soares Dias e o Vasco Santos [VAR no FC Porto-Rio Ave] os prejudicaram. Falam dos três centímetros [golo anulado por fora de jogo de Soares], mas o Benfica também teve um golo anulado por quatro centímetros [no P. Ferreira-Benfica] e não falou. Neste jogo, contestam um eventual erro num penálti. No Benfica-Moreirense foi consensual para a Comunicação Social que houve uma grande penalidade para o Benfica aos 61 minutos, e o Benfica não fez grande barulho porque considerou que a exibição não tinha sido particularmente feliz e entendemos que não era o momento ideal para nos desculparmos com a arbitragem.
E é artificial. Porquê? António Oliveira, reconhecido adepto do FC Porto, disse que poderia estar em causa, em virtude dos resultados financeiros, a presença do clube nas competições europeias. Não sei se é verdade. O que é verdade é que os resultados financeiros são complicados. A avaliação feita pelos analistas e sócios com intervenção pública vai no sentido de considerar que a gestão deixa muito a desejar. O futuro do clube está hipotecado e, nesta altura, interessa sempre criar factos que permitam desviar as atenções. Ainda sobre arbitragem… depois do clássico, que foi uma das poucas vezes em que falámos sobre a arbitragem porque tínhamos razões de queixa, o FC Porto disse que essa intervenção teve a ver com o facto de o Benfica sentir que a equipa não estava tão bem. Se usarmos a mesma argumentação, o Benfica pode dizer que Pinto da Costa fez esta intervenção sobre a arbitragem porque sente que o FC Porto não está assim tão bem preparado para as 10 finais que faltam. Tudo se pode dizer, mas é totalmente injustificado.”
“Esta é uma estratégia desde há muitos anos do FC Porto. Não vale a pena regressarmos aos tempos dos anos 1980 e 1990. Mesmo recentemente, há uma procura do clube em justificar as suas falhas. É natural que o adversário jogue mais em alguns jogos. Mas o FC Porto utiliza sempre: levanta suspeitas sobre os jogadores das equipas adversárias que cometem erros; levanta suspeitas sobre o empenho das equipas, basta lembrar o SC Braga, que vinha sempre perder à Luz, mas nesta época até ganhou, o que é natural; levanta suspeitas sobre as arbitragens. O que é verdade é o seguinte: nunca se ouviu o treinador do Benfica falar em problemas de união ou unidade. É claro que há problemas no FC Porto. Seja as contas ou união, e é preciso criar o inimigo externo – o Benfica ou as arbitragens – para desviar as atenções do que se passa lá dentro.”

Medidas de contigência

"No âmbito das medidas preventivas e de contingência à propagação da COVID-19, e na sequência das recentes recomendações e decisões provenientes da Direcção-Geral da Saúde, Federações e Ligas das diferentes modalidades desportivas, a Sport Lisboa e Benfica – Futebol SAD e o Sport Lisboa e Benfica informam que estão a ser desde já implementadas uma série de medidas e acções extraordinárias, de que destacamos:
1 - Adiamento da corrida “Benfica – António Leitão” programada para dia 5 de Abril para data a anunciar oportunamente e suspensão imediata das suas inscrições;
2 - Encerramento dos complexos de Piscinas e Ginástica sediados no Estádio da Luz;
3 - Suspensão das visitas ao Estádio da Luz, Museu Benfica Cosme Damião e Benfica Campus, no Seixal, por tempo indeterminado;
4 - Suspensão de todos os eventos empresariais e institucionais nas instalações do Estádio da Luz;
5 - Realização à porta fechada, de acordo com as indicações da Liga Portugal, do próximo jogo SL Benfica-Tondela referente à 25.ª jornada, bem como dos jogos das equipas de Futebol de Sub-23 e Equipa B;
6 - Não realização das conferências pré e pós-jogo, por parte do treinador Bruno Lage, relativas a esse jogo, sendo que apenas fará declarações à BTV, na sexta-feira, e na “Flash Interview”, no sábado, logo após o final do jogo;
7 - Suspensão temporária de toda a actividade desportiva dos escalões de formação de futebol, cujas competições foram suspensas pela Federação Portuguesa de Futebol e Associação de Futebol de Lisboa;
8 - Suspensão imediata da venda em bilhética para todas as competições e modalidades;
9 - Adopção de medidas que garantam todos os direitos sobre eventuais ressarcimentos de ingressos já adquiridos sobre actividades e jogos das diferentes modalidades suspensos ou realizados à porta fechada.
Informamos também que, desde o primeiro momento, foi definido e implementado um rigoroso plano de prevenção e emergência, convergente com todas as recomendações de boas práticas definidas pelas autoridades e entidades competentes para todo o universo profissional nas mais variadas áreas do Clube.
Sempre que se justifique actualizaremos a divulgação sobre todas as acções, medidas e iniciativas em curso."

Eliminação precoce e gestão sem Europa

"A 27 de Fevereiro consumou-se o Sport Lisboa e Brexit, com as águias a voarem para fora da Europa, depois de mais uma eliminação. A derrota na Ucrânia, aliada ao empate na Luz, ditaram a saída dos encarnados das competições europeias, num processo menos demorado, mas mais doloroso do que o próprio e original Brexit.
A eliminação precoce (julgava existir remédio para isso, mas afinal é para algo parecido) não estaria, por certo, nos planos da estrutura benfiquista. No entanto, há um ponto positivo a retirar da situação: a gestão do plantel torna-se menos exigente (a esse nível, a outros níveis não está nada fácil gerir aquilo). Isto porque, na verdade, o plantel encarnado não estava sequer próximo do exigido para que Bruno Lage pudesse fazer uma gestão adequada, caso as águias disputassem duas competições nos próximos tempos.
Daqui em diante (com onze partidas até final da época), a preocupação única é escolher verdadeiramente os melhores. A escassez de competições significa que não há necessidade de gerir o esforço, e a escassez de soluções no plantel significa que não há expectativas individuais para gerir. A situação na baliza benfiquista é o exemplo perfeito disto. O SL Benfica decidiu atacar a segunda metade da época sem uma opção viável de recurso para a posição de guarda-redes.
Com uma competição apenas em disputa, salvo qualquer lesão de Vlachodimos, torna-se mais fácil gerir a posição: a escolha recairá, inevitavelmente, no grego em todos os jogos. O mesmo se passa em relação às laterais. Atacar duas competições com apenas Grimaldo, André Almeida e Tomás Tavares como opções seria potencialmente um descalabro. A falta de centrais é ainda mais clamorosa e até o meio-campo, agora sem Gabriel, aparenta necessitar de soluções que não se encontram no plantel.
Na frente de ataque poderia residir o caso mais bicudo, no respeitante à gestão de expectativas, uma vez que são três os avançados que quererão o seu espaço no onze. Contudo, a lesão de Seferovic e uma fase menos positiva de Vinícius vieram provar que três candidatos ao posto mais avançado do sistema de Bruno Lage poderão não ser muitos, ainda que reste apenas uma competição de longa duração para tentar vencer.
Ainda assim, Bruno Lage terá que ter pulso e capacidade de liderança para explicar a jogadores como Florentino que não terão (muitas) oportunidades e o porquê de ser disso mesmo. Todavia, a infeliz – mas merecida – eliminação precoce das competições europeias redunda, indubitavelmente, numa teórica melhor e facilitada gestão de plantel. Infelizmente, os mais recentes jogos têm demonstrado o completo e preciso contrário."