quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

“Não recebi convite do Benfica, não vou ao estádio desde os anos 70. Nessa lista há juízes falecidos”

"Orlando Nascimento é um dos nomes que constam da lista de 44 juízes alegadamente convidados para jogos de futebol do Benfica. O magistrado garante que nunca foi convidado "pelo Benfica ou por outro clube" e e que não entra num estádio "desde os anos 70". Contactados pela Tribuna Expresso, outros dois juízes da tal lista comentaram o assunto

Depois de António Piçarra, presidente do Supremo Tribunal de Justiça desmentir ter recebido qualquer convite por parte do Benfica para ver jogos de futebol no Estádio da Luz, é a vez de Orlando Nascimento, presidente da Relação de Lisboa, negar qualquer envolvimento com o clube encarnado: "Não recebi qualquer convite para jogos de futebol do Benfica ou de qualquer outro clube", garante o magistrado, que é um dos 44 citados numa lista com vários nomes de juízes supostamente convidados pelo Benfica para assistir a jogos de futebol. "A última vez que fui ao futebol foi nos anos 70, um jogo de juniores, e como havia pancada nunca mais voltei".
O desembargador garante ainda que Nascimento Adriano, desembargador que rejeitou recentemente um recurso de Rui Pinto para anular a medida de prisão preventiva e cujo nome também consta da referida lista, "não recebeu, nem aceitou qualquer convite do Benfica". "Não é homem de futebóis", garante Orlando Nascimento. "Há juízes que estão nessa lista e já morreram, outros estão jubilados há mais de dez anos, esse documento só descredibiliza o combate à corrupção e quem se diz preocupar com ele".
Antero Luís, juiz e actual secretário de Estado da justiça, também consta do rol de nomes, mas não quer falar do assunto: "Sobre esse assunto, não tenho qualquer comentário a fazer". Cid Geraldo, também da Relação de Lisboa, já foi sócio do Benfica e diz que foi nessa qualidade que foi à Luz da última vez: "Fui ver um jogo com o Porto que o Benfica perdeu 5-0. há muitos anos, mas fui eu quem pagou o bilhete. E até deixei de ser sócio".
Ana Gomes, ex-deputada do PS, disse esta semana na SIC que "circula por aí, por exemplo, uma lista, que até hoje não vi ser desmentida por ninguém, de 44 juízes portugueses que recebiam bilhetes grátis do Benfica. Grátis, entre aspas. Essa lista tem um membro do actual governo que até fez parte de um colectivo, que determinou a prisão preventiva de Rui Pinto [Antero Luís], tem o próprio presidente do supremo Tribunal de justiça, (António Piçarra) que é também presidente do conselho superior da magistratura. Que sinal se dá aos jovens juízes, que querem fazer com correcção e competência o seu trabalho, se há a suspeita de haver este tipo de relação promiscua?". Para a ex-eurodepatada, "nenhum destes 44 juízes, se não desmentirem e se demarcarem dessa lista" pode "integrar, por exemplo, o colectivo que venha a julgar Rui Pinto, ou a julgar, por exemplo, as questões relacionadas com os ‘Luanda Leaks’ que, como hoje sabemos, são produto das revelações de Rui Pinto"."

Cadomblé do Vata (scouting)

"Em semana de Clássico, os Benfiquistas ficaram a saber que o Clube tinha um "responsável de scouting" no Brasil desde 2006 e que o mesmo nem esperou pelo final da visita ao Dragão para anunciar a sua demissão, por discordância com a política de contratações do SL Benfica. Para que se veja o nível da calamidade que sobre nós caiu, fica aqui a lista dos atletas vindos do Brasil no período de funcionamento do "responsável de scouting", com excepção desta temporada, porque aparentemente já foi tudo com parecer negativo dele.
David Luiz - histórico da última década.
Diego Souza - passou despercebido pelo SLB como trinco e hoje é ponta de lança.
Edcarlos - sim, esse.
Sidnei - foram 7 milhões por metade do passe.
Fellipe Bastos - já os tivemos mais gordos, mas este era bem roliço.
Ramires - craque da cabeça aos pés.
Patric - fez uma pré época de belo efeito.
Felipe Meneses - tão lento que nem era "falso lento".
Airton - 6 meses imprescindíveis.
Eder Luis - marcou um golo ao Beto Pimparel. Eternamente agradecido por isto.
Allan Kardec - o substituto do Cardozo... quando o Beto for para o Real Madrid.
Bruno César - uma boa época e outra à Sporting... para onde acabou por ir.
Bruno Cortez - não foi demitido por isto?
César - o Rui Alves do Nacional disse que era o pior central que já tinha visto na 1ª Liga. Até hoje ninguém o contestou.
Luis Felipe - o Maicon dos pobres... mesmo muito pobres.
Talisca - um achado. Parabéns.
Hermes - um perdido. Parabéns.
Victor Andrade - o "Novo Neymar" do Brasil, pareceu mais o "Novo Nandinho" de Portugal.
Ederson - veio para os juniores e dou de barato que foi ele que o aconselhou.
Deyverson - porque a seguir atiro este nome.
Vinicius Jaú - e depois este.
Agradecendo-lhe David Luiz, Ramires, Talisca e Ederson em 13 anos, vou chorar ali num canto pela perda do homem que descobriu Edcarlos, Cortez, Hermes, Luis Felipe, Fellipe Bastos, César, Meneses e Patric."

Os pormenores são mentira

"Está na linha de outros clichês que se tornaram muleta de análise, mas que do jogo dizem muito pouco, como as “fases de estudo mútuo” que já não existem neste tempo de análise minuciosa pelo vídeo, o absurdo da “troca por troca” nas substituições, já que basta que o jogador que entra seja diferente - e não os há iguais - para que se altere a dinâmica (em rigor uma sub-dinâmica), a “eficácia” que serve para explicar tudo e um par de botas, mas talvez a mentira mais vezes tomada como verdade seja a de que os pormenores decidem muitos jogos de futebol. É falso. O que decide a maioria dos jogos é a competência colectiva e individual de uma equipa, e que resulta, antes de mais, de um plantel bem escolhido (a qualidade individual) e de uma ideia de jogo bem treinada (a qualidade colectiva). Que sentido faz que uma equipa que passou a maioria do jogo com linhas baixas e evitou, no limite, que várias oportunidades do rival se consumassem, venha queixar-se de um pormenor quando sofre o golo da derrota já perto do fim? O golo sofrido era apenas um golo adiado e isso não é um pormenor. Em tese, num caso desses, ou se perdeu a bola demasiado depressa, ou não se chegou as vezes necessárias ao meio-campo contrário, simplesmente não se evitou ser alvo de tantos e sucessivos ataques. Pode haver maior dose de incapacidade própria ou mérito do opositor, no limite alguma infelicidade, mas não há pormenores. Nem isso, nem qualquer desatenção, já agora, que nenhum jogador defende uma bola parada, por exemplo, a pensar em como vai pagar a conta da luz ou na necessidade de levar o cão ao veterinário.
Sim, foi num lance ocasional, um canto no último minuto, que se decidiu esta semana o Benfica-Famalicão, com um certo travo de injustiça, pelo que fez o Famalicão e sobretudo por aquilo que historicamente lhe seria exigido. Não é – infelizmente – comum no futebol português que uma equipa se apresente com tal descaramento no terreno de um grande, descaramento dos bons, sinónimo de coragem táctica. É verdade que o Benfica terá surpreendido ao marcar num canto aberto curto e num daqueles casos em que o pormenor táctico será legitimamente invocado. No entanto, foi a qualidade do Famalicão (a do Benfica é óbvia) que fez daquele um grande jogo, que permitiu cinco golos repartidos na Luz, e que deixa em aberto uma meia-final da Taça. E isso, não há pormenores que expliquem, só pormaiores.
O Famalicão não tem a ambição resumida ao discurso, em que a intenção de querer discutir resultados em qualquer campo morre mal acaba a conferência de imprensa. E a equipa que agora brilhou na Luz é, do ponto de vista dos princípios, a mesma que foi derrotada sem apelo na anterior deslocação ao terreno do Benfica ou no Dragão. Apenas cresceu. Mantém a convicção de que para ganhar espaço à frente convém arriscar na construção desde trás, que para ter bola no meio-campo contrário é necessário encontrar pontos de apoio que permitam chegar da construção à criação em posse, ou de que a largura ofensiva é para praticar sempre, permitindo tanto acelerações rumo à cabeceira como conexão entre os três corredores, que o eixo central nunca fica fora da equação. Deste modo, se Fábio Martins e Diogo Gonçalves são determinantes, Racic e Pedro Gonçalves não o são menos. Aliás, médios interiores de qualidade (e se estes a têm!) só podem brilhar verdadeiramente quando uma equipa arrisca jogar “por dentro”. Olhar para o Famalicão como um fenómeno que resulta só de dinheiro israelita e da proximidade a Jorge Mendes é injusto, desde logo para o trabalho notável que está a ser feito por João Pedro Sousa, o ex-adjunto de Marco Silva. Percebe-se a construção de um plantel feito para jogar e não para não deixar jogar, com procura de jogadores que antes da dimensão física garantem compreensão do jogo, e uma convicção firme numa ideia que os resultados menos bons não abalam. Não dará para ser terceiro? Provavelmente não. Mas nada vai apagar o que tem conseguido, sobretudo o lastro de qualidade que tem deixado. Sem nada de pormenores.

Nota colectiva: Atalanta - vai na segunda época de luxo em Itália, com o técnico Gian Piero Gasperini como mentor do sucesso. Assume uma forma de jogar pressionante, com e sem bola, apostando muito na defesa individual, com mais atenção ao homem que ao espaço, algo que voltou a ser particularmente comum em Itália. Ofensivamente constrói sobretudo a partir das laterais, mas buscando triângulos que alimentam a decisiva zona de criação. É lá que se coordenam os recuos de Papu Gómez com os avanços de Ilicic, para garantir uma imprevisibilidade permanente e oportunidades em série. É esta Atalanta que luta palmo a palmo com a Roma pelo quarto lugar e segue ainda na Liga dos Campeões. E há números que não mentem: mora em Bérgamo a equipa mais goleadora do calcio, com 59 golos marcados. São mais 16 do que a supercampeã Juventus.

Nota individual: Adama Traoré Deve ser mesmo o futebolista mais rápido do mundo e, embora provoque sentimentos mistos, tem influência cada vez maior no jogo dos Wolves de Nuno Espírito Santo. Foi onde encontrou o contexto tático que o favorece, seja na ala direita ou nas costas de Jimenez. Monstro físico, filho bastardo das criações do Barcelona em La Masía, Adama é, segundo estatísticas recentes, não só o jogador que mais dribles assume na liga inglesa como, de longe, – surpreendam-se! – o que tem maior número de dribles bem sucedidos. Podemos discutir o que faz a seguir, que a tomada de decisão final nunca será o seu forte, mas num jogo em que o espaço rareia e em que superar um rival é tantas vezes determinante, ele tem sido chave para abrir várias defesas e resolver jogos. E isso tem um valor que não se discute."

Expulsões perdoadas?!!!


"Já todos sabemos que semana de clássico é semana de “all-in” para “O Jogo” e para o FJ Marques desta vida. Respeito próprio já sabemos que não existe, numa altura em que vale mesmo tudo para agradar ao patrão.
Apresentamos um vídeo, tudo com lances desta época, para desmascarar, mais uma vez, “os 3 amigos”. Para eles, a entrada de Gabriel (1ª lance do vídeo) merecia vermelho directo, mas as duas entradas seguintes (no mesmo jogo!!!), não. Os outros lances, todos desta época (!!!), também não são merecedores de vermelho directo segundo a cartilha do #PortoaoColo.
Triste figura continua a fazer aquela instituição que se auto intitula de “jornal”. Já é tempo de mudarem o nome e assumirem o que são, um “Dragões Diário” versão papel, onde tudo vale para branquear o que se passa na realidade."

Mudança de paradigma no tratamento do Porto na comunicação social

"Durante décadas a estratégia do Porto, assente na constante vitimização (“nós contra todos”) e na ofensiva contra o “centralismo” do Terreiro do Paço, local que sempre colonizaram, formou um manto protetor perante autoridades públicas e mesmo perante o escrutínio esclarecido da comunicação social.
As violações de segredo de justiça visavam, invariavelmente, o Benfica e o Sporting, deixando o Porto apenas suspeito de práticas que nunca se revelavam, mas que eram conhecidas. E quando se revelavam, como no processo Fénix, em que ficou provada a contratação pelo Porto e Pinto da Costa de serviços de segurança ilegal, a acusação acabava por resultar numa absolvição numa comarca próxima.
A justiça desportiva nunca foi um elemento de verdade porque tramitava os processos condicionada pelas estruturas de poder da Liga e da FPF, devidamente alinhadas com a omnipresente força do apito.
O único caso que rompeu esta teia – o apito final – acabou por soçobrar na jurisprudência dos tribunais administrativos, no tempo em que o ex-dirigente portista – Lúcio Barbosa – exerceu funções de Presidente do Conselho Superior dos Tribunais Administrativos e Fiscais.
Ora, tudo se parece alterar quando o lesado é o fisco!
Autoridade Tributária e Ministério Público quando trabalham em conjunto têm uma lógica muito própria, que não passa pela contabilização de títulos, de adeptos, ou de reacções nas redes sociais. No seu seio, os serviços de elite - Departamento Central de Investigação e Acção Penal e Direcção de Serviços de Investigação da Fraude e Acções Especiais - identificam Pinto da Costa e Porto como alvo/bandeira para demonstrar que o Estado, colector inclemente dos rendimentos da classe média, também consegue atuar junto de entidades historicamente protegidas.
Mais do que esmiuçar cada um dos casos hoje revelados, que se mantêm apenas indiciados, o que nos apraz constatar é que o poder de Pinto da Costa já não é suficiente para conter, na redoma da clubite aguda, a informação sobre práticas suspeitas que podem e devem ser investigadas. E que todos temos o direito de conhecer.
Trata-se de toda uma estratégia comunicacional que vai ruindo.
A revelação criminosa de correspondência electrónica do Benfica pelo Porto (lato sensu) encontra-se em investigação.
As transacções financeiras envolvendo clubes competidores na Liga Portugal, com alegado prejuízo da regular competição, encontra-se em investigação.
A criminalidade financeira e tributária, alegadamente praticada pelo Porto, para lesar o Estado na arrecadação de receita fiscal, encontra-se em investigação.
É toda uma cultura organizacional de ilicitude lesiva da concorrência e da legalidade, e o contributo de Pinto da Costa para a sua formação, que se encontram em investigação.
No fundo, o principal objectivo de uma rede de informação polarizada, vulgo cartilha portista, que tinha na figura agregadora de Pinto da Costa o seu núcleo inspirador, encontra-se comprometido por uma inflexão mediática.
Curiosamente, esta inflexão protagonizada pelo Grupo Cofina, que leva os outros grupos de comunicação a reboque, surge numa altura em que o Porto se concentra nos ataques ao sector da justiça, antevendo o perigo que pode advir da aplicação rigorosa e imparcial da lei.
É mais uma vez o Porto "contra tudo e contra todos" mas com sabor a vinho estragado. Aguardamos com curiosidade a reacção de algumas figuras mediáticas a estas investigações.
Já não era sem tempo!"

Curriculum...!!!

"Nos últimos 13 jogos entre Benfica e Calor da Noite, desde 2013/2014 portanto, 11 deles foram apitados por árbitros do Porto, e que por acaso, é o mesmo que dizer árbitros do Calor da Noite. São 85% dos jogos entre as duas equipas com árbitros afectos ao Calor da Noite.
Com a insultuosa nomeação de Artur Super Dragão para Sábado (ainda não é oficial mas é oficiosa desde o início da época!!!), são 12 jogos em 14 apitados por árbitros do Calor da Noite.
E percebe-se por isso o porquê do Benfica ter um registo de apenas 4 vitórias nesses 13 jogos, em contraciclo com o que tem feito no Futebol Português durante este mesmo período, onde demonstra ser imensamente mais forte em termos de qualidade futebolística do que o Calor da Noite, confirmado pelos 5 campeonatos conquistados nos últimos 6 anos.
Cingindo-nos apenas a Artur Super Dragão, começamos a não ter arquivo para guardar tantos lances de roubo premeditado nos jogos que envolvem não só os grandes entre si como também jogos onde os grandes intervém com outros clubes da 1ªLiga. Os últimos Moreirense-Calor da Noite (jogo mais vergonhoso da época até ao momento onde valeu tudo!!! - links com vídeos abaixo), Benfica-Braga e Benfica-Rio Ave para a Taça de Portugal foram apenas mais alguns desses exemplos. O beneficiado? Sempre o mesmo! SEMPRE. É factual. As imagens estão aí para toda a gente ver. Seja em formato fotográfico ou de vídeo. Todos os lances de Artur Super Dragão são a favor do Calor da Noite. SEMPRE!
É isto que vamos ter no Sábado a dar vida ao Calor da Noite. Preparem-se para o pior porque o Benfica não vai poder sair com pontos da cidade do Porto no Sábado. Quando é que o Benfica vai oficialmente pronunciar-se sobre isto pela voz do seu Presidente?

https://www.youtube.com/watch?v=Aa20EfuGMR8
https://www.youtube.com/watch?v=sJtqfRgM5_4

Vamos fazer de conta que acontece algo extraordinário? No “jogo do título”, serão os jogadores (e árbitros) a fazer a diferença

"Vamos fazer de conta que acontece algo de extraordinário?
A pergunta é retórica. Vamos, sim, vamos fazer de conta.
O clássico do próximo sábado, que muitos apelidam como o "jogo do título", tem tudo, mas mesmo tudo para ser um espectáculo grandioso.
A parte "extraordinária" da questão é precisamente essa. A de esperar que tudo decorra como é suposto: com normalidade.
Sob o ponto de vista teórico, está tudo lá. Um estádio fantástico e cheio de gente, emoções ao rubro, expectativas em alta, duas excelentes equipas, forte impacto mediático, pontos importantes em disputa e claro, uma equipa de arbitragem com qualidade.
Se acontecer o que o futebol espera, o jogo do Dragão será jogado dentro de campo, que é onde devem ser jogados todos os jogos de verdade. É lá que se marcam os golos e são os golos que definem quem vence e quem perde.
Se acontecer o que o futebol espera, quem subir ao relvado estará concentrado, motivado e confiante. Não há honra maior do que ser escolhido por mérito próprio, por competência comprovada, por experiência adquirida.
Se acontecer o que o futebol espera, serão os jogadores (e árbitros) a fazer a diferença, porque são eles que têm de rmaterializar tudo o que foi planeado e preparado ao pormenor. Meticulosamente. Cuidadosamente.
Se acontecer o que o futebol espera, uns e outros irão acertar (muito) e errar (pouco), porque só acerta e erra quem tem que tomar decisões e eles tomam-nas a cada segundo. Lá dentro, a linha que separa o sucesso do insucesso assenta em dúvidas constantes:
- "Passo para a esquerda ou passo para a direita? Foi falta ou o contacto foi normal? Remato já ou toco para o lado? Defendo a soco ou tento agarrar? Foi penálti ou simulação? Faço falta ou deixo-o passar? Finto ou chuto? Aviso-o ou mostro amarelo? Protesto ou aceito a decisão?".
Perguntas a mais para tempo a menos. Lá dentro, o é já foi. O agora já passou. Tudo passa num piscar de olhos. Não viste? Visses. Erraste? Recompõe-te. Tens dúvidas? Arrisca.
Não há espaço para ses nem mas.
Em campo, há todo um universo de factores mágicos e memoráveis. Há pernas e cabeças, adrenalina em excesso e doses industriais de testosterona. Há paletes de orgulho próprio, de brio profissional e de ambição pessoal. Há pressão permanente, holofotes que encandeiam, sons que perturbam e movimentos que confundem. É uma loucura. Uma verdadeira loucura.
Se acontecer o que o futebol espera, haverá entrega, luta e dureza do primeiro ao último minuto. Haverão momentos de maior tranquilidade e outros de grande intensidade. Haverá lucidez nos minutos iniciais e menos discernimento nos instantes finais.
Se acontecer o que o futebol espera, haverá respeito. Respeito em campo, nos bancos e nas bancadas. Haverá saber perder e saber vencer. Haverá elevação e caráter, classe e tolerância. Haverá futebol a sério.
Se acontecer o que o futebol espera, vai acontecer tudo o que poucas vezes acontece... e não vai acontecer nada do que tantas vezes acontece.
Não seria bom se tudo fosse apenas como é suposto ser?"

Mercado de inferno

"Acabou a época em que compramos material de segunda a preços de primeira: acabou o mercado de transferências de inverno.
Mas vamos por partes, começando pelo essencial.
Estamos no Inverno, meus amigos. E o que é o inverno? É uma época em que só devemos comprar blusões ou galochas. Mas os clubes insistem em comprar jogadores e depois admiram-se que deviam era ter comprado blusões ou galochas.
Em vez de jogadores de futebol, por norma contratam refugo com duas pernas e menos talento que o meu vizinho do 2º Esquerdo, que é invisual e só tem uma perna.
Caríssimos dirigentes, ouçam o que vos digo pois já levo muitos anos a ver estes desastres de Janeiro:
Salvo raras excepções, um clube que vos vende um jogador a meio da época, é como um tipo que dispensa a namorada a meio da noite: se ela fosse a rainha do canguru perneta, ele não a dispensava. Pensem nisto com a profundidade filosófica que merece.
Curiosamente, nesta janela de transferências há muita intimidade; Durante 30 dias praticam-se preliminares, mas é no último dia que as coisas aquecem e se fazem uma data de parvoíces.
Uns meses depois o plantel está cheio de jogadores indesejados, e inevitavelmente surge a pergunta: «Tens a certeza que ele é mesmo meu?»
É, e não foi por falta de aviso, meus caros. E ao que parece, também não foi por falta de prospecção. 
Primeiro, e durante semanas, os clubes «estão atentos». Estão atentos a determinado jogador, e não tiram os olhos daquele avançado moldavo de 29 anos que tem tudo para ser o novo Messi, excepto, claro, ter 29 anos e ser moldavo.
Depois, os clubes vão atrás de jogadores que têm «referenciados», algo que mais parece uma lista de suspeitos do FBI do que jogadores da bola, mas adiante.
De seguida, aqueles jogadores que «já não fogem ao clube», vá-se lá saber como, escapam ao clube. 
Para os que não escapam (porque obviamente são pernetas), os clubes «preparam propostas». Ó se preparam. Durante semanas não se fala noutra coisa. Eles preparam tão bem, e demoram tanto tempo, que estas propostas podiam ser candidatas ao Nobel da Santa Paciência Que Já Não Posso Ouvir Falar Nelas.
Então, finalmente, só depois deste longo processo é que se contrata. E normalmente mal. Porque afinal o clube não estava muito atento, os jogadores estavam mal referenciados, o jogador que realmente queriam escapou ao clube, as propostas estavam mal preparadas e a contratação não devia ter acontecido.
É basicamente o mesmo que me dizem as minhas ex-namoradas.
Mas o mercado de transferências de inverno é muito isto: grandes oportunidades a custo zero, mas que saem caríssimas, e jogadores com grandes cláusulas de rescisão, mas com baixo nível de talento.
Se eu não soubesse, diria que é o meu vizinho invisual do 2º Esquerdo quem faz as contratações."

O atrevimento de Pedro Sousa

"Pedro Sousa, ex-jornalista da TVI, e ex-director de comunicação do Sporting durante o mandato de Godinho Lopes é, desde Janeiro deste ano, Director do Canal 11, a plataforma de conteúdos da Federação Portuguesa de Futebol.
O seu início de novas funções não podia ser mais auspicioso. Consumada a ascensão da insignificância, passou a vigorar a desfaçatez ou a sobrevivência desavergonhada. Há dias, decidiu presentear-nos com umas declarações que, se não houvesse registos que as comprovassem, todos diriam ser inventadas. Veio Pedro Sousa lançar um repto ao Conselho de Arbitragem, para que este esclareça a actuação de Jorge Sousa no recente encontro que opôs o SC Braga ao Sporting CP.
Diz o antigo jornalista que Jorge Sousa «teve um critério nos amarelos na primeira parte no mínimo discutível». Não fosse o cargo que ocupa e as suas declarações não teriam qualquer problema, são lugares comuns, que se ouvem em qualquer tasca do burgo. No entanto, Pedro Sousa, enquanto Director do Canal da Federação Portuguesa de futebol – ou seja, de todos os clubes Nacionais! - tem de ter uma postura equilibrada, equidistante e, sempre que se justifique, pedagógica. E quem o diz não somos apenas nós, é a própria FPF, proprietária do Canal: “Diferente no debate e na opinião, o 11 chega para mostrar o futebol de outra forma”.
Pedro Sousa é sportinguista, e tem todo o direito em sê-lo, desde que, naturalmente, consiga compatibilizar o seu fervoroso clubismo ao cargo que ocupa. Ser Director do Canal 11 não é propriamente o mesmo que ser responsável pelo Departamento de Comunicação do Sporting. Exacto, Pedro Sousa, como mencionámos no início da publicação, já o foi. Assumiu a função em Outubro de 2011, tendo cessado a sua ligação ao clube de Alvalade quando Bruno de Carvalho foi eleito presidente.
À semelhança de quase todos aqueles que andam no mundo do futebol, é um individuo com múltiplos contactos, e que se sabe movimentar, como o prova os movimentos que fez aquando do julgamento do seu litígio laboral com o Sporting. Aí, Pedro Sousa terá pedido a José Veiga que intercedesse junto do doutor Juiz Rui Rangel, para que este o favorecesse no processo. Em troca, José Veiga teria a ajuda de Pedro Sousa, por interposta pessoa, a sua esposa, que o poria em contacto com alguém que o pudesse ajudar na compra do Banco Internacional de Cabo Verde.
Estas declarações de Pedro Sousa são apenas mais um exemplo do modo de actuação do Canal 11, que é financiado por receitas obtidas por uma pessoa colectiva de utilidade pública e, como tal, tem deveres de imparcialidade e equidistância. Não se deve comportar como um veículo informativo de facção, mas como um elemento agregador dos portugueses em redor do futebol e das suas selecções. Ou Pedro Sousa revela estar à altura destas exigências, ou a direcção da FPF tem o dever de o substituir."

Preparados!

"Os jogos sucedem-se a um ritmo intenso e estamos agora a apenas dois dias do clássico que, com respeito pelo adversário e reconhecendo as dificuldades inerentes a uma partida deste cariz, queremos ganhar.
Quando no sábado, às 20h30, a nossa equipa entrar no relvado do Estádio do Dragão, será com raça, ambição, confiança e concentração no objectivo de somar mais três pontos que o fará.
Com a bola a rolar, de nada valerão a liderança, a vantagem pontual para o FC Porto, os melhores registos em golos marcados e sofridos na actual edição da Liga NOS, os 16 triunfos consecutivos nesta edição do Campeonato, as 18 vitórias seguidas em deslocações na Liga ou o histórico recente favorável para as nossas cores, em que, nos últimos cinco anos, obtivemos duas vitórias e dois empates. Só interessará o jogo e a conquista dos três pontos.
As contas estão mais que feitas e as consequências dos resultados possíveis no clássico mais que debatidas pelos diversos analistas. No entanto, a filosofia "treino a treino, jogo a jogo" é imprescindível para a nossa equipa, ainda mais sabendo-se que a única conta que verdadeiramente interessa far-se-á depois de disputadas as 34 jornadas.
Trata-se, sem dúvida, de um jogo importante, mas longe de ser decisivo. Ganhando ou não, assim que soar o apito final, começará a ser preparado o próximo desafio, sempre com o foco apontado para trabalhar e lutar por mais uma vitória.
Desejamos que seja um grande espectáculo, que a vitória nos sorria e que as três equipas estejam à altura do clássico, dando uma boa imagem e promovendo o futebol português. E que, fora das quatro linhas, paute a urbanidade e o entusiasmo. Da parte dos nossos adeptos, sabemos o que esperar: incansável e dedicado apoio aos nossos representantes em campo.
#PeloBenfica"

Jardel

"Informação clínica
O jogador Jardel sofreu uma rotura do ligamento lateral interno do joelho direito durante o Benfica-Famalicão, jogo da 1.ª mão das meias-finais da Taça de Portugal."


PS: O fim da época do Jardel, e muito provavelmente o fim da carreira (pelo menos no Benfica). Preocupante o facto de neste momento o nosso 3.º Central ser o Samaris, ainda por cima com o Ferro longe da melhor forma... o Morato, o Pedro Álvaro e o Kalaica são as outras opções, mas só em último caso serão chamados. O Tomás Tavares chegou a fazer alguns jogos a Central na formação, mas não me parece que vá ser adaptado!
Mais uma vez, poucos dias depois do fecho do Mercado, uma lesão grave, num sector com pouca profundidade... agora é 'fácil', mas a saída do Conti devia ter sido compensada!

Empate...

Gaia 30 - 30 Benfica
(14-16)

Mais uma jornada trocada, com o jogo a ser disputado na Luz, mas nem isso nos valeu!!!
Os rumores (quase seguros) da troca de treinador no final da época; e a 'certeza' que o título será disputado pelos Corruptos e o Cashball, até pode explicar a atitude, mas não é aceitável!!!
Como é que o Petar marca 13 golos na última partida e hoje não marca um?!!!

A fase de grupos da Taça EHF começa no Domingo, a jogar assim, podemos ter 6 jogos, penosos!

Eliminação na Dinamarca...

Bakken Bears 88 - 75 Benfica
21-20, 33-14, 11-19, 23-22

Desta vez a 'branca' foi no 2.º período, no último período ainda 'ameaçamos' uma recuperação, mas já foi tarde...

O jogo de hoje era de 'mata-mata', mas onde fomos de facto 'eliminados' foi nos jogos contra os Alemães, até porque teoricamente, esta seria a partida mais difícil do Grupo!

Hoje além dos nossos habituais problemas ofensivos (dependência total do Ireland..), ainda levámos com uma arbitragem 'encomendada'... É verdade que as lesões afectaram a equipa em vários jogos, mas tínhamos plantel para ir mais longe nesta competição...!

Agora, sem as 'viagens' Europeias, espera-se um foco total nas competições internas... e com a única boa notícia de hoje: o Micah já esteve na ficha oficial do jogo! Não jogou, mas o regresso está próximo...

Fevereiro quente

"Pena foi que, afinal, não tenha ingressado na equipa um guarda-redes com o estatuto de 'primeiro suplente' do excelente Vlachodimos

1. Fechou o mercado de Inverno. Bruno Fernandes foi, finalmente, transferido para o melhor campeonato do mundo e pode ajudar o seu novo clube Manchester United a sair da zona cinzenta em que se colocou depois da reforma de Sir Alex Ferguson. A grande novidade das transferências teve o seu epicentro no Minho, Sporting de Braga e Vitória Sport Clube derrubaram o muro dos pequenos e médios negócios e alcançaram valores de venda bem compensadores. No primeiro caso, com um jogador que muito promete, Trincão, que ainda cheguei a pensar que ingressaria no Benfica. Um montante de 31 milhões que o Barcelona vai pagar por ele, que, ao que li, vai ter no clube catalão uma cláusula de rescisão fantasiosa de... 500 milhões! Em Guimarães, e por 18 milhões, salta para o Bayer Leverkusen, o jovem de 20 anos Tapsoba, natural do Burkina Faso, ultrapassando largamente a então inesperadísima transferência de Bebé, há 10 anos, para o Man United por 9 milhões, onde pouco jogou, passando ainda pelo Benfica e estando agora no Rayo Vallecano. Mas, as surpresas não ficam por aqui: o Leixões detentor de 25% do passe do burquinense (que jogou nos juniores da equipa de Matosinhos) receberá a sua quota-parte de 4,5 milhões, certamente o maior pecúlio da história do clube.
Quanto aos grandes, não houve surpresas na meta final. Ou talvez sim. Falava-se em saídas no FC Porto, mas nada se concretizou. No Sporting terá, aparentemente, falhado o recrutamento de um novo ponta-de-lança, depois da ausência forçada de Luiz Phellype. Regressa, pela enésima vez, um jovem promissor adiado, Francisco Geraldes. O esloveno Sporar traz currículo de muitos golos, ainda que em campeonatos pouco competitivos, que, pelos vistos, não atraíram equipas financeiras poderosas. Pode ser uma boa surpresa para a equipa leonina. Finalmente, o Benfica. Julien Weigl, em boa hora chegado à Luz, é um magnífico reforço que pegou de estava. Tem todas as boas características de um jogador alemão já bem rodado: sereno, lúcido, disciplinado tacticamente, rigoroso, raramente cometendo erros. Pode não dar nas vistas pela exuberância, mas, como é habitual em jogadores germânicos, faz muito e bem, sem quase se dar por isso. Vai ser um caso sério no nosso campeonato. Ainda hoje me questiono, como jogando na Bundesliga e no Borussia Dortmund, decidiu aceitar vir para Portugal. Foi corajoso e percebeu que o Benfica tem todas as condições para valorizar os seus atletas. A vinda por um ano de Dyego Sousa é também uma boa notícia, porquanto importa salvaguardar eventuais lesões ou castigos dos dois actuais avançados e o Benfica fê-lo com um atleta que não precisa de se adaptar ao futebol português, onde jogou parte significativa da sua carreira, e que até traz ao plantel características que Vinícius e Seferovic não transportam.
Pena foi que, afinal, não tenha ingressado na equipa um guarda-redes com o estatuto de primeiro suplente do excelente Vlachodimos. Não creio que, quer Zlobin, quer Svilar, dêem, por agora, a segurança para poder defender a baliza em jogos a doer, por mais esforçados e bons profissionais que sejam. A propósito deste assunto e porque hoje se joga a primeira meia-final da Taça de Portugal contra o valoroso Famalicão, devo referir que discordo da regra de mudar de guarda-redes entre o campeonato e as taças, situação que se vem transformando numa quase obrigatório regra, por cá e no estrangeiro. Até a percebo quando a distância entre o titular e o primeiro suplente é ínfima, havendo, pois, a necessidade de dar tempo de jogo a qualquer um deles. Quando tal não acontecer, o risco da mudança é maior, sem que daí advenham grandes benefícios futuros (por exemplo, no caso do Benfica, é por demais claro que nenhum dos suplentes irá um dia ser titular, até se falando, algumas vezes, na sua saída, ainda que por empréstimo). Além disso, quando se fazem mudanças destas, não é só o guardião que é diferente, é também o sector mais recuado que não tem, evidentemente, a melhor rotina de interligação com o guarda-redes.
Finalmente, e ainda quanto ao Benfica, duas palavras bem opostas: uma de gratidão, outra de repúdio. No primeiro caso, refiro-me ao sérvio Fejsa que foi emprestado ao Alavés da Liga espanhola, para poder continuar a jogar, situação que, no contexto actual do SLB, seria muito difícil. Fejsa foi um jogador decisivo em muitos jogos, um atleta que, sem regatear esforços, enchia o campo com a sua capacidade de previsão dos lances e a sabedoria da percepção do futebol como um desporto primacialmente associativo. Sendo um dos atletas mais titulados do plantel encarnado, sempre foi discreto, nunca fez ondas nem teve birras tão frequentes no futebol. Não me lembro de que tenha dado entrevistas e muito menos se tenha queixado do azar das lesões que o atormentaram ou de ter passado de titular seguríssimo para segunda, terceira ou quarta escolha. Como benfiquista, sinto  dever de lhe expressar uma enorme gratidão.
Já na segunda nota é de sinal contrário. Refiro-me a um jovem que veio dos Balcãs, com o rótulo de grande promessa, ainda que já, na altura, premonitoriamente com problemas no seu anterior clube, o Partizan de Belgrado. Nos três anos e meio que leva no Benfica, percebeu-se que é um jogador tecnicamente evoluído, ainda que, na minha opinião, lento, sobretudo para jogar nas alas. Teve um período de boa prestação com Rui Vitória quando este o transformou no substituto do lesionado Krovinovic. Gradualmente, foi perdendo protagonismo com Bruno Lage e hoje está desaparecido, nem sequer aproveitando algumas oportunidades que lhe foram dadas, entrando sempre com um estilo de diletante ou de quem está a fazer um frete. Ganha principescamente em regime de escada salarial directamente proporcional à estadia no clube e inversamente proporcional ao seu desempenho. Desconfio que, nos treinos, não seja muito diferente. Tem o pai como seu empresário, algo só possível no futebol, num tandem em que um diz mata e o outro diz esfola em termos do dinheirinho sem trabalho. O Benfica bem quer empurrá-lo para a porta de saída, mas qual quê, pensarão pai e filho. A cidade de Lisboa é bonita, tem boa comida e bons divertimentos, o trabalho é pouco, o dinheiro é muito. Suspeito que o Benfica vai ter de lhe pagar até ao último dia do contrato deste jogador-lapa de 23 (!) anos que, por esse mundo fora, já se sabe que não é de fiar. Esta saga constitui um ensinamento para situações à partida suspeitas, como, de início, foi já visível.
Enfim, dois sérvios. Um perto do fim da carreira, outro ainda no principio da mesma. Fejsa categoricamente exemplar. Zivkovic lamentavelmente não exemplar. Talvez venha a pagar com juros o caminho ínvio que escolheu.

2. Na frente do campeonato nada de novo. Benfica e Porto venceram, como seria normal. O Benfica nunca das suas menos conseguidas exibições, diante de um Belenenses transfigurado desde que trocou um boy por Petit. Na Luz, os minutos finais foram enervantes, após uma invenção de penálti conformada (!) pelo VAR Oliveira que conseguiu ver o que não existiu. Assim, se atingiu a melhor série de vitórias consecutivas depois do feito quase inigualável do Benfica de Jimmy Hagan.
O Porto cumpriu o bom fim sempre que joga em Setúbal (onde não perde há 37 anos!) diante de uma equipa que, subitamente, virou equipa medíocre depois de um par de jogos bem conseguidos. Os vitorianos continuam uns cordeirinhos sempre dispostos a ser imolados diante do FCP e até para a gestão do quinto amarelo de portistas foram generosos.
No sábado, entre o campeão e o vice-campeão, joga-se na amplitude pontual de distância classificativa entre 4 e 40 pontos, na mesma semana em que a amplitude da dificuldade dos jogos da Taça de Portugal vai entre o 4.º classificado da 1.ª Divisão (Famalicão) e o 9.º da 2.ª Divisão (Académico de Viseu). Uma partida mais decisiva para o FCP, a quem só a vitória interessa. Mesmo assim, espero que o Benfica não jogue para o empate porque, como é costume no futebol, arrisca-se a perder. Até sábado, serão produzidas e multiplicadas exponencialmente antevisões do clássico que servem para entreter o povo do futebol sem nada adiantarem, como é bom de ver. E teremos as habituais conferências de imprensa que também não nos ditarão o resultado. Bem como a panóplia estatística que se vai gerar na antevisão do jogo e do caminho para o fim do campeonato que também nada garante quanto ao desfecho. Eu, simplesmente, não faço prognósticos. Apenas sei dizer formular um desejo: que ganhe o meu Benfica

Contraluz
- Entrevista: A de José Augusto a A Bola de sábado passado, conduzida por José Manuel Delgado. Um testemunho saboroso de um notável jogador do Benfica, um digressão de vida plena de humanismo e um repositório memorial de um futebol romântico de que tenho saudades.
- Número: O dos oito portugueses em Inglaterra no Man United - Wolves! Com duas estreias, Bruno Fernandes e Podence. Mais portugueses do que na maioria dos jogos por cá..."

Bagão Félix, in A Bola

Reflexões breves sobre o clássico

"A 'brecha' por fechar entre Ferro e Grimaldo; Taarabt, sim ou não no clássico?; Alex Telles/Luis Díaz asa demolidora; com ou sem Marega? Corona defesa ou extremo?

Abençoados adversários que águia e dragão defrontaram a uma semana de distância do grande acontecimento da ronda 20, no Dragão, pelas dúvidas que ajudaram a dissipar e pelas sábias indicações que deram a Lage e a Conceição, alertando para debilidades que persistem ou convidando ao investimento em soluções que se desvalorizam sem motivo aparente. Dois jogos pedagógicos de onde se extraem, através de singelo exercício  jornalístico, meia dúzia de reflexões breves sobre o próximo clássico, três no interesse do Benfica e outras tantas do FC Porto.

Benfica
Na visita do Belenenses à Luz, na sexta-feira, uma vitória encarnada que parecia fácil, como a vantagem de dois golos ao intervalo prenunciava, transformou-se em suplício para os adeptos benfiquistas, de repente agitados pelo fantasma da última época, em que também idêntica vantagem se esfumou num instante, sem retorno:
1.º - Uma série de treinos intensivos, de forma a suprimir comprometedoras e recorrentes falhas de concentração, na atitude e na decisão, talvez seja recomendável. Que os adversários costumam atacar  Benfica na profundidade entre Ferro e Grimaldo não é novidade, mas apesar dos sucessivos avisos a brecha continua lá, convidativa para nela penetrarem. Nas situações mais recentes, aconteceu com o Aves, o Rio Ave e agora com o Belenenses, neste caso com a agravante de Petit, astuto, ter explorado o apagão de André Almeida, com as consequências que se conhecem.
2.º - Quando o Belenenses marcou e o nervosismo começou a bloquear a águia, Pizzi já havia sido substituído, destapando-se, então, outra fraqueza, procedente da inexistência de alguém que segurasse as pontas e mantivesse incólume o verdadeiro espírito de grupo. O cenário era de crise, o estádio pressentiu-o, embora Lage tivesse demorado dez minutos a reagir para repor ordem na casa, com Gabriel. A intranquilidade, porém, já se tinha generalizado e prova disso foi o desassossego que consentiu o segundo golo belenense, impróprio de um campeão, de um líder que se intimidou, e não devia.
3.º - Para a família benfiquista a dúvida central é esta: no clássico, com ou sem Taarabt? É normal, os adeptos gostam do seu estilo desajeitado. O marroquino, autor de bonito golo, é um elemento útil no plantel, mas apenas isso. Neste jogo com o Belenenses, que lhe correu às mil maravilhas, na sua fase de maior exigência, em termos de organização, estabilização e recuperação do controlo, Taarabt continuou virado para o seu umbigo, empolgado pelos aplausos e sem cabeça para se concentrar no essencial, que era a reequilíbrio organizativo e anímico do colectivo. Não se trata de um reparo, é a constatação de uma realidade.

FC Porto
No sábado, o FC Porto passeou a sua superioridade no Bonfim, marcou quatro golos e outros quatro ficaram prometidos, com toda a naturalidade deste mundo. A única surpresa, pelo menos para mim, é o Vitória de Setúbal somar 25 pontos, não me lembrando de lhe ter visto uma exibição em casa minimamente entusiasmante. Antes de receber o dragão, em nove jogos no Bonfim, conseguiu 4 pontos, cinco golos marcados e quatro sofridos, três com o Sporting e um com o Guimarães. É a chamada estratégia do pontinho que Conceição desmontou num abrir e fechar de olhos:
1.º - O FC Porto arrumou as peças e as coisas voltaram a sair com fluidez e confiança. Lances bem desenhados e golos bem construídos. Os destemperos narrativos do treinador setubalense não passaram de manobra de diversão na medida em que sua estratégia falhou porque Conceição a amarrotou.
2.º - Das vinte questões que Miguel Sousa Tavares colocou ao treinador portista creio que pelo menos duas terão sido respondidas. Todos os treinadores são caprichosos e os seus caprichos costumam sair caro aos clubes, como frequentes vezes ouvi dizer a Medeiros Ferreira, em programa da Antena 1, conduzido por Tiago Alves, em que participavam também Alfredo Barroso e Miguel Guedes. Sérgio Conceição não foge à regra e tem os dele, que já custaram pontos ao dragão. Insistir em Corona a lateral-direito ou ostracizar Luis Díaz, que forma com Alex Telles uma asa esquerda demolidora, sem benefício claro e óbvio para a comunidade, só se compreenderá à luz da autoridade desregulada que os treinadores detêm.
3.º - Marega ficou de fora em Setúbal, mas a ausência não foi sentida. Pelo contrário, viu-se um Porto consistente e criativo, à esquerda e à direita. Penso que a dispensa do maliano teve já o clássico no horizonte: não atravessando uma fase positiva, a equipa ficará a ganhar se lhe derem arte em lugar de força. Antes do período das experimentações, criou-se, e bem, a ideia de Sérgio Conceição ter trabalhado o plantel em dois sistemas, um para consumo interno, com dois avançados, e outro para as competições europeias, com um terceiro médio e o desvio de Marega para o flanco direito. Tal como apresentou um Setúbal, mas com um Corona titular e no sítio certo, um jogador menos assustador, mas, indubitavelmente, de superior requinte técnico."

Fernando Guerra, in A Bola

Gaiola

"1. Disse Frederico Varandas, após perder 0-5 com o Benfica na Supertaça, em Agosto: «Preocupação? Não. O que se passou é puro futebol. É um resultado extremamente enganador. Muitas vezes o futebol não é justo». Depois de tantas tardes e noites de puro futebol, resultados enganadores e injustiças, já está preocupado?
2. O Sporting deveria dar um passo atrás para dar dois ou três em frente, como Kikas, e não dar dois ou três passos atrás para dar um em frente com a arrogância de um Lewandowski.
3. Não sou a favor da AG destituitiva neste caso, mas Varandas deve demitir-se. Da forma como as coisas estão,  cúmulo da paciência já não é meter uma pedra numa gaiola e esperar que ela cante, mas sim manter Frederico Varandas na presidência e esperar que ele tenha sucesso.
4. Neto: «É fácil bater no Sporting». Não, Neto, é fácil bater o Sporting. E esse problema é bem maior do que uma ou outra arbitragem infeliz que até dá jeito para fazer poeira.
5. A euforia dos adeptos do Man. United em torno de Bruno Fernandes é desmedida e reflecte o estado do clube. Claro que é um craque, mas se não conseguiu mudar sozinho o Sporting, muito menos o fará no Man. United.
6. «Taarabt não deixa ninguém respirar (na luta por um lugar)», diz Bruno Lage. E pensar que em tempos estava a ficar tão gordo que era ele quem se arriscava a não conseguir respirar. Ao pensar nisto custa a entender que Zivkovic não tenha salvação.
7. Firmino: há quem veja um falso 9 nos 76 golos e 59 assistências (3 no último jogo...) pelo Liverpool (em 228 J). Eu vejo o verdadeiro 9. Um Frankenstein futebolístico que incluiu ainda partes de 8, 10, 7 e 11. Quase goleador? Quase maestro? Quase perfeito.
8. Um adepto adormeceu a ver o Super Bowl. Em alguns jogos da nossa Liga hibernaria como um urso. Mesmo que tivéssemos Shakira a fazer acrobacias com a língua ao intervalo."

Gonçalo Guimarães, in A Bola

Grande equipa, este Famalicão!

"O Famalicão confirmou ontem, na Luz, para a Taça de Portugal, tudo o que de bom tem feito no campeonato. E se a equipa de João Pedro Sousa tivesse abandonado o anfiteatro encarnado com um empate, ninguém colocaria, por certo, a justiça desse desfecho em causa. Ou seja, o Benfica vai ter de suar as estopinhas para garantir uma presença no Jamor no próximo dia 24 de Maio.
Mas, detenhamo-nos um pouco mais nesta belíssima surpresa que tem sido o conjunto famalicense, uma equipa bem orientada e muito organizada, que possui excelentes executantes, muito deles ainda jovens, que se bate pelos lugares cimeiros do nosso futebol. Com uma SAD privada, formada por investidores que conhecem o negócio do desporto e se movimentam bem em vários tabuleiros internacionais, o actual Famalicão é um mosaico de jogadores de origens dispersas, em muitos casos com vínculos precários ao clube minhoto. De alguma forma, este Famalicão é comparável ao Estoril ou ao Portimonense de há alguns anos, quando receberam novos investidores, que procuraram afirmar-se pela vertente desportiva. Porém, quando o negócio falou mais alto, gerando proventos para os accionistas que não cuidaram de manter a qualidade dos plantéis, as equipas desfizeram-se e o declínio foi evidente: o Estoril mora na Liga 2 e o Portimonense está abaixo da linha de água no principal campeonato.
Este é, pois, o desafio que se coloca ao Famalicão: como fazer evoluir este magnífico projecto desportivo que nos tem deixado de água na boca em 2019/2020? Que Famalicão teremos na próxima época, com que jogadores e a olhar para que objectivos?"

José Manuel Delgado, in A Bola

Ousadia deixa tudo em aberto

"A segunda parte trouxe emoção e o Benfica venceu por acréscimo de qualidade e volume ofensivo que resultou, também, das entradas de Rafa e Carlos Vinícius

As equipas
1. Benfica e Famalicão apresentaram onzes a respeitar o momento e importância da prova, logo, muito próximos do habitual e com alterações pontuais, mas, em ambos os lados, sustentadas em jogadores rotinados e de utilização frequente. As duas equipas foram fiéis à sua estrutura táctica usual: o Benfica no seu usual 4-4-1-1 e o Famalicão num ortodoxo 4-1-4-1, dando continuidade à ideia de jogo de uso corrente e sem alterações estratégicas visíveis.

A primeira parte
2. O bom nível técnico geral por parte dos jogadores proporcionou 45 minutos agradáveis, com dois ou três momentos de finalização para cada um dos lados. O equilíbrio numérico dos sectores fez o jogo transitar para um conjunto de indicadores estatísticos que denunciaram grande equilíbrio. Uma única intervenção - Vaná, após bola parada - denunciou a ausência de capacidade de jogo ofensivo do Benfica, sempre sujeito à superioridade defensiva notória do adversário.

O segundo tempo
3. Numa época em que a posse e a lateralização marcam a forma de jogar e o pensamento dos técnicos de actual geração, a segunda parte trouxe emoção, golos e, fundamentalmente, melhoria do espectáculo. Não por esse meio, mas através de movimentos mais verticais e ataque rápido das duas equipas. Assim se chegou à maioria dos golos, com o Benfica a vencer por acréscimo de qualidade e volume ofensivo que resultaram, também, das entradas de Rafa e Carlos Vinícius. A isso, o técnico famalicense, na lógica de um resultado para si positivo (o marcador estava em 2-2 na altura), respondeu aquando da entrada de Roderick, dando maior consistência ao espaço central da sua defesa.

Conclusões
4. Assistimos na Luz a um jogo de boa qualidade, nomeadamente no segundo tempo, com cinco golos. O destaque vai para a coerência e ousadia do futebol do Famalicão, que, por força disso, deixa a eliminatória em aberto para o jogo da segunda mão."

Manuel Machado, in A Bola

Coação, Pressão, Cartilha

"Para o #PortoaoColo, as estratégias de sempre.
Haveria muito a dizer, recordar os múltiplos casos de intimidação a árbitros e/ou agentes desportivos, no entanto, sublinhamos apenas a génese das práticas de quem quer sempre mais, talvez, mediado pelo clima de impunidade em que vive.
Amparados consequentemente e ao longo de épocas por árbitros e VAR a preceito, enquanto passeiam na Taça de Portugal, defrontando adversários de divisões inferiores, nunca contentes, aproveitaram para lançar o ataque habitual e que os caracteriza: pressão e coação.
Num ápice, treinador, clube, director de comunicação e cartilhados, vieram a terreno numa tentativa desesperada de condicionar e pressionar as nomeações e a arbitragem do próximo sábado.
Todos sabemos aquilo que está em causa. O #PortoaoColo não pode perder o próximo jogo e como sempre, não olham a meios para atingir os seus fins, sendo que isto, é provavelmente e apenas a face visível de comportamento e práticas que os caracterizam e definem.
Como sempre, estaremos atentos e na luta pela verdade desportiva!"