quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

O futebol é melhor ou pior com VAR?

"Admito que tenha sido dramático para o Vitória de Guimarães ver um golo decisivo para o resultado do jogo e até para uma eventual presença na final da Taça da Liga, marcado no último minuto do tempo de compensação, ser anulado por intervenção do videoárbitro, que levou Jorge Sousa a ir ver as imagens daquele último lance e a rectificar a sua primeira decisão. Admito, até, que seja anti-climax, que colida com a natureza emotiva do jogo, mas defende a verdade desportiva e esse princípio, aliás, fundamental, deve estar acima de todos os outros.
Não fosse o VAR a esta seria uma meia-final que se decidira nos penáltis. E se não fosse possível ver e rever as imagens do lance que envolveu o jovem guarda-redes portistas apenas os adeptos fanáticos não estariam de acordo com a primeira decisão do árbitro. Muitos jogos, ao longo de mais de um século de existência deste jogo que apaixona o mundo foram decididos por erros humanos (não falo de outros tipos de erro). E, no entanto, foi assim que o jogo cresceu, ganhou a paixão dos adeptos, levou espectáculo a uma dimensão universal. Era melhor antes? É licita a aceitação do erro humano e até admissível acharmos que o erro deve fazer parte do jogo, para não perturbar, como VAR perturba, a essência emocional do futebol?
Eis uma questão difícil de responder. Por mim, até pela natureza permissiva e negociável do género humano, julgo que é preferível a entrada em jogo das novas tecnologias, capazes de dar mais verdade ao resultado. Importante é que sejam usadas com os mesmos critérios e a mesma isenção, como ontem aconteceu em Braga. Depois será, apenas, uma questão de hábito."

Vítor Serpa, in A Bola

As decisões que contam

"1. Diz-se que os futebolistas são por natureza egoístas porque a concorrência é muita e a carreira curta. Um ano a mais ou a menos no clube certo e o contrato certo poderão fazer toda a diferença no futuro. Daí a importância de determinadas decisões dos treinadores relativamente ao jogador X ou Y e que gerem sentimento de gratidão eterna. Recordo um exemplo: em 2013, Jesualdo Ferreira era o treinador do SC Braga e teve de tomar uma opção - ou aceitava a entrada de Luis Fariña, uma daquelas habituais contratações do Benfica para depois emprestar, ou apostava num miúdo contratado ao Feirense chamado Rafa. Optou, o actual técnico do Santos (um dos homens que mais sabem de futebol em Portugal) pelo português.
2. Os jogadores que depois se transformam em treinadores, como é o caso de João Pedro Sousa (carreira modesta, mas futebolistas durante mais de uma década) aprendem a observar o futebol de forma holística e há decisões individuais que são autênticos momentos eureka: tivesse continuado na equipa técnica de Marco Silva e poderia estar hoje sem clube em vez de dirigir o terceiro classificado da Liga ao final da primeira volta. Notável Famalicão.
3. Os adeptos também decidem e na última semana assistimos à mudança de presidente no V. Setúbal (e haver cinco candidatos é sinal de vitalidade em qualquer clube), numas eleições marcadas, também por distúrbios. Coisa normal, dirão uns (porque acontece noutras casas bem maiores), porque o futebol em Portugal é casado com as várias formas de violência. A mãe de todas as decisões teria mesmo de ser supra, numa lógica de tornar a Liga uma competição, moderna e apelativa do ponto de vista dos valores."

Fernando Urbano, in A Bola

Onde anda o denominado serviço público de televisão?

"A Selecção Nacional de andebol, ao vencer ontem a Hungria, atingiu um grande marco no seu vasto e longo percurso. No espaço de uma semana venceu sucessivamente equipas que nos habituamos a admirar como o expoente máximo do andebol mundial, tais como a França a Suécia e a Hungria.
O andebol português conseguiu assim um feito inédito, mas infelizmente não foi dado aos portugueses a oportunidade de verem e puderem vibrar com tão excelentes actuações, por omissão da estação pública de televisão. Aqui a imprensa escrita e os media online em conjunto com as redes sociais, deram destaque a este percurso notável da equipa de andebol.
No entanto, o crescimento do desporto nacional na última metade do século XX, deve-se, e devemos reconhecê-lo, muito à RTP pela promoção que proporcionou à generalidade das modalidades desportivas. Por outro lado, também a RTP deve muito da sua implantação no todo nacional pelas muitas horas de desporto que o movimento associativo desportivo lhes facultou. Diria que é uma relação win win.
Não podemos afirmar que os últimos anos não trouxeram um divórcio, entre a RTP e a generalidade das modalidades desportivas, mas pelo menos, verificou-se um afastamento. A ausência total numa competição com a relevância e importância para o desporto nacional do Campeonato da Europa de Andebol, integra-se nesse incompreensível afastamento.
O povo português foi, assim, impedido de assistir aos grandes momentos vividos pela Selecção Nacional e o andebol foi privado de uma sempre salutar e bem necessária promoção entre os mais jovens.
Onde anda o denominado serviço público de televisão?"

O Processo Eleitoral da Federação Portuguesa de Futebol

"Na semana passada, mais especificamente no dia 14 de Janeiro de 2020 e através do Comunicado Oficial n.º 320, foi dado o “pontapé de saída” no processo do qual resultará a eleição dos novos órgãos sociais da Federação Portuguesa de Futebol para o Quadriénio 2020-2024.
Através deste comunicado oficial informam-se todos os interessados, mais propriamente os sócios ordinários desta federação (as associações distritais ou regionais de futebol, a Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol, a Associação Nacional de Treinadores, o Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol, a Liga Portuguesa de Futebol Profissional), bem como os Delegados da Federação, os Clubes, as Sociedades Desportivas, os Treinadores e os Árbitros, dos prazos decorrentes para que cada uma destas entidades possa indicar os seus delegados à Assembleia Geral da Federação Portuguesa de Futebol, bem como elenca quais os documentos que devem instruir cada uma das referidas candidaturas.
Como fica bem claro, o processo eleitoral da Federação Portuguesa de Futebol é uma eleição indirecta, ou seja, os sócios e todas entidades com direito de voto deixam de participar directamente na Assembleia Geral convocada para o efeito, passando a participar através dos delegados que elegeu para participar na “reunião magna”, ainda que os seus presidentes tenham assento por inerência na referida Assembleia Geral.
Ultrapassada esta fase de indicação dos candidatos a delegados da Assembleia Geral da Federação Portuguesa de Futebol, caberá à Comissão Eleitoral atestar se todos os candidatos preenchem, ou não, os requisitos necessários para o efeito e posteriormente designará uma data para a tomada de posse dos oitenta e quatro membros que irão compor a Assembleia Geral da Federação Portuguesa de Futebol para o Quadriénio 2020-2024, num misto de delegados eleitos e de delegados por inerência. 
Por fim, há ainda acrescentar que há já uma candidatura assumida à Assembleia Geral Eleitoral ainda sem data agendada, do actual presidente Dr. Fernando Gomes, que se candidata a seu terceiro mandato como presidente da Federação Portuguesa de Futebol."

Há um clube alemão na mira das autoridades britânicas de contraterrorismo. E o St. Pauli gostava de saber porquê

"A caveira com ossos cruzados que é o símbolo dos adeptos do St. Pauli, clube da 2.ª divisão alemã conhecido pelo seu activismo de esquerda, surge num documento oficial da unidade da polícia britânica de contraterrorismo distribuído por professores, profissionais de saúde e outros trabalhadores públicos. O clube diz estar surpreso, mas as autoridades do Reino Unido garantem que o documento é apenas um “guia para ajudar a identificar e perceber o alcance" de certas organizações

O documento de 24 páginas, tornado público pelo jornal “The Guardian”, foi distribuído por professores, profissionais de saúde e outros trabalhadores do sector público do Reino Unido. Nele, a unidade da polícia britânica de contraterrorismo elenca uma série de símbolos de organizações consideradas extremistas. E nele está o símbolo de um clube de futebol, o St. Pauli, da 2.ª divisão alemã.
A caveira com ossos cruzados, que é uma espécie de emblema não oficial do St. Pauli, adoptado pelos apoiantes do clube, aparece no mesmo documento oficial que vários grupos neonazis, nacionalistas ou jihadistas, bem como organizações antifascistas, anarquistas e de esquerda radical - é neste saco que as autoridades britânicas colocaram o St. Pauli, clube de Hamburgo historicamente ligado à luta antifascista, antirracista e contra a homofobia, algo que está inclusivamente nos estatutos da equipa. Nos últimos anos, o St. Pauli apoiou ainda entrada de refugiados na Alemanha e a causa dos curdos no Médio Oriente.
Ao canal público alemão Deutsche Welle, um porta-voz do St. Pauli reconheceu que o clube foi apanhado de surpresa e que pediu explicações às autoridades britânicas, justificações que, até agora, não chegaram. Contudo, ao “The Guardian”, o comissário Dean Haydon defendeu a presença de várias organizações não-violentas no documento (onde está também, por exemplo, a Greenpeace) por este ser apenas um “guia para ajudar a identificar e perceber o alcance das organizações com as quais os trabalhadores públicos se possam cruzar”, com o objectivo que estes tomem “decisões bem fundamentadas”.
“Não consideramos estes grupos como extremistas, não os vemos como uma ameaça à segurança nacional”, assegurou ainda o comissário, que fala de nada mais do que "um programa preventivo".
O St. Pauli tem o seu estádio, o Millerntor, perto do famoso bairro de Reeperbahn, na zona do porto de Hamburgo, centro da vida nocturna da cidade e do seu red-light district. A partir dos anos 80, o clube e os seus adeptos tornaram-se vozes fortes no activismo social, com ligação às políticas de esquerda. Foi nessa altura que o St. Pauli se tornou no primeiro clube na Alemanha a banir qualquer tarja ou cântico discriminatório nas suas bancadas."

Discursos sobre o Desporto (I)

"Assistimos nos dias de hoje a vários discursos sobre o desporto consoante a sua proveniência. Mas estes discursos, venham de onde vierem, acabaram por se banalizar. E talvez a maior banalização a que assistimos é aquela que confere ao desporto um carácter formativo e educativo, impregnada de valores morais e éticos… produto de crenças que se encontram enraizadas na nossa sociedade. 
Poderemos apontar essencialmente para a constatação quatro tipos fundamentais de discurso sobre o desporto:
1 – o discurso dos investigadores e especialistas em Ciências do Desporto;
2 – o discurso dos intervenientes directos no próprio sistema desportivo (os agentes desportivos – principalmente treinadores e jogadores);
3 – o discurso dos consumidores do espectáculo desportivo e dos receptores daquilo que é divulgado nos mass media desportivos;
4 – e, por fim, o próprio discurso destes últimos.
Os especialistas em Ciências do Desporto procuram causas do fenómeno – e dos fenómenos – desportivo, procuram explicações para o mesmo assim como tentam também elaborar prescrições no seu âmbito. São especialistas desde a Psicologia do Desporto à Metodologia de Treino, desde a Gestão Desportiva ao Alto Rendimento, desde a Sociologia do Desporto à Nutrição, desde a Pedagogia do Desporto à Ergonomia, desde a Traumatologia à Gestão da Formação Desportiva, desde a Ética Desportiva à Medicina Desportiva ou ao Direito do Desporto. Investigam, procuram analisar, descrever e compreender as várias componentes do desporto, tentando por vezes também, dependendo das variáveis consideradas, predizer e até controlar algumas das mesmas, fundamentando as suas conclusões.
Investigam, procuram analisar, descrever e compreender o desporto na sua totalidade. Também aqui tanto encontramos a raposa como o ouriço de Arquíloco (século VII a. C.): "a raposa sabe muitas coisas, mas o ouriço sabe uma coisa importante". Uns vêem a árvore, outros vêem a floresta. Difícil é ver-se a árvore e a floresta. Mas tanto uns como outros têm como missão fundamental divulgar as suas conclusões.
E se em relação aos especialistas em Ciências do Desporto muita investigação é produzida e publicada, nomeadamente em termos de percepções sobre ética e sobre valores, encontram-se praticamente ausentes das investigações as perversidades no desporto (excepção talvez para os estudos sobre doping, agressão e violência) – não só a corrupção, mas também a morte súbita na prática desportiva, a morbilidade, o treino intensivo precoce, a fraude desportiva, o racismo e a xenofobia, o suicídio de desportistas ou o próprio terrorismo que se abate sobre os mesmos. 
Investigam-se imensos parâmetros em Ciências do Desporto, mas o que é feito da sociomotricidade? E dos planos socio-afectivo e relacional?... Será mais importante investigar as virtudes e os valores do desporto do que os contra-valores do mesmo? Será mais relevante pesquisar sobre o espírito desportivo, sobre a ética, sobre a moral ou sobre valores nesta actividade do que pesquisar sobre as perversidades existentes no desporto?
O discurso dos agentes desportivos baseia-se nos resultados que alcançam ou não nas próprias provas, pouco justificando os métodos que utilizam, fazendo referência, no entanto, por vezes, ao espectáculo que produzem. São discursos de circunstância.
São discursos sempre proferidos à frente de um painel cheio de logotipos de patrocinadores a fim de nos impulsionarem ao consumo daquelas marcas. Muitas vezes são discursos vazios de significado: “vamos deixar tudo em campo para ganhar” antes do jogo e “fizemos o melhor que pudemos” ou “fomos os melhores em campo” depois do jogo são os chavões mais utilizados – realçando muitas vezes neste último caso a vitória moral que não a efectiva. “Venho para trabalhar“ e “prometo dar tudo ao clube” são os clichés mais comuns das novas aquisições. Treinadores e jogadores apresentam um discurso corrompido pelo “killer instinct”, pelo “amor à camisola”, pela “verdade desportiva” e pelo “fair-play”. A obrigatoriedade das entrevistas de antevisão do jogo e as entrevistas rápidas no pós-jogo a isso obrigam.
Eduardo Galeano, em “Futebol: sol e sombra” (2006, Viana do Castelo: Livros de Areia) dá-nos um exemplo paradigmático: ”Antes do jogo, os cronistas formulam as suas perguntas desconcertantes: – Dispostos a ganhar? E obtêm respostas assombrosas:
– Faremos tudo o que for possível para obter a vitória.”
Treinadores e jogadores, os principais sujeitos do desporto, ignoram muitas vezes no seu discurso as suas competências técnicas e tácticas, mas também as suas competências pedagógicas, éticas e deontológicas. É enorme a diferença de discurso entre um treinador dos escalões de formação e um treinador de uma equipa profissional… Disso não nos apercebemos porque os primeiros não são mediatizados, ao invés dos segundos. É enorme a diferença de discurso entre jogador amador e um profissional. Disso não nos apercebemos porque, como nos diz Galeano na mesma obra, o jogador “que tinha começado a jogar pelo prazer de jogar, nas ruas de terra batida nos subúrbios, joga agora nos estádios e tem a obrigação de ganhar ou ganhar.”
Não poderemos ignorar aqui também os dirigentes desportivos e os agentes de jogadores, apesar de não intervirem directamente no espectáculo desportivo.
São estes intervenientes directos no desporto os responsáveis pelas maiores e pelo maior número de perversidades – nunca abordadas nos seus discursos a não ser quando chegam à barra dos tribunais, desportivos ou cíveis. Poderemos apontar como (alguns) exemplos Ben Johnson, Marion Jones e Alberto Salazar (atletismo), Tonya Harding (patinagem artística), Marco Pantani e Lance Armstrong (ciclismo), Torres Baena (karate) e os dirigentes Bernard Tapie, Juan Antonio Samaranch, Michel Platini e Joseph Blatter. (continua)"

Casos do Benfica vandalizadas

"Infelizmente, começam a tornar-se demasiado frequentes as notícias de actos de vandalismo perpetrados por energúmenos, sem qualquer punição conhecida, a Casas do Benfica. Só nos últimos dias foram vandalizadas as Casas localizadas em Matosinhos e Braga.
Esta última já o havia sido no ano passado, juntando-se a, pelo menos, às Casas sitas no Porto, Vila Nova de Gaia, Gondomar (tentativa de incêndio), Ermesinde, Vila Nova de Famalicão, São João da Madeira, Aveiro, Mortágua, Faro, Moura, Algueirão Mem Martins, Loures, Samora Correia, Pombal e Vila Real, na lista das que foram vandalizadas em 2019, a qual deveria envergonhar e preocupar as autoridades e todos os que se dedicam ao desporto e ao associativismo em Portugal.
E somos obrigados a relembrar o ato selvagem e cobarde do apedrejamento, em Barcelos, no dia 23 de dezembro de 2018, de um autocarro, em andamento, que transportava benfiquistas regressados do Estádio da Luz para assistirem ao Benfica–Braga, resultando em ferimentos graves e hospitalização do jovem Bruno Simões. E nem sequer queremos imaginar o que poderia ter acontecido se as pedras tivessem atingido o motorista do autocarro. Até hoje desconhecemos qualquer evolução na investigação policial deste caso. O que é incompreensível e injustificável.
Lamentamos e repudiamos profundamente este contexto adverso e deveras preocupante com que os muitos e dedicados benfiquistas espalhados pelo País têm, infelizmente, de lidar diariamente, sem que percam o ânimo, a determinação e a abnegação que os caracterizam e que tão importantes são para o fortalecimento do Sport Lisboa e Benfica.
A enorme implantação no País (além de no estrangeiro), bem como a impressionante dinâmica imprimida nos últimos anos nas Casas do Benfica em prol do desenvolvimento associativo e comercial do Sport Lisboa e Benfica, granjeiam-lhes enorme notoriedade, a qual é, aliás, mais do que justa.
Mas os seus méritos extravasam estes domínios, pois a sua inserção nas sociedades locais gera benefícios para as populações, sem distinção da preferência clubística. São locais de convívio abertos aos cidadãos em geral e tantas vezes onde convivem adeptos de diversos clubes, inclusive dos nossos principais rivais, e que na maior parte dos casos proporcionam também a possibilidade da prática de desporto. São cerca de 30 mil praticantes, dos 3 aos 80 anos, em 30 modalidades diferentes.
O projecto das Casas do Benfica é de tal maneira estruturante que todos os dias cresce e é pensado. As reuniões de trabalho são constantes e a solidez do projecto é uma realidade. Este mês, por exemplo, estão a reunir, a nível regional, todas as Casas do Benfica com o Sport Lisboa e Benfica para definição de estratégias e sua implementação. Hoje e amanhã é a vez de as Casas das Beiras se reunirem no Sabugal e Castelo Branco, sendo que nos próximos dias será Alentejo, Algarve, Minho, Trás os Montes, etc.
Estamos conscientes de que esta enorme evolução verificada no Projecto Casas do Benfica, único em todo o mundo, é causador de uma absurda inveja e motiva um certo tipo de "adeptos" a tentarem travá-lo, porém, estamos igualmente convictos que não o conseguirão. Reiteramos que estes actos são criminosos, atentatórios da liberdade individual e da integridade física de pessoas e bens, os quais têm de ser parados por a quem compete zelar pela segurança no País. É uma questão de cidadania que está em causa e onde a clubite não deve nunca ter lugar!"

Rafa Silva: O sucessor de João Félix?

"Afastado dos relvados durante mais de dois meses e meio, após sofrer uma desinserção do tendão médio adutor à esquerda, frente ao Olympique Lyonnais, em jogo a contar para a terceira jornada da fase de grupos da Champions League, Rafa Silva mostrou-se determinante no primeiro dérbi da década.
O extremo entrou aos 74 minutos para o lugar de Chiquinho e demorou apenas seis minutos para abanar as redes leoninas. Redes essas que voltaram a mexer aos 99 minutos, após um remate em trivela do internacional português. Com o regresso de Rafa, começam a surgir várias questões no que ao papel deste na equipa diz respeito. Se é verdade que à data da sua lesão Rafa era o principal elemento no ataque encarnado, actualmente a situação é diferente.
A equipa parece ter estabilizado quer no plano ofensivo, quer no plano defensivo. A entrada de Franco Cervi veio dar consistência às “águias” porque, apesar de não ter os mesmos argumentos técnicos que o português, oferece uma maior capacidade de pressão e de recuperação de bola, para além de “dobrar” constantemente Alejandro Grimaldo nas tarefas defensivas. Há, por isso, algumas reticências em retirar o argentino do onze titular.
Outra alternativa possível poderá ser a transformação de Rafa numa espécie de segundo avançado, a aparecer entrelinhas para ligar o meio campo ao ataque. Actualmente, essa função tem sido desempenhada – relativamente bem – por Chiquinho. No entanto, tem sido notória a falta de capacidade de finalização apresentada pelo médio ofensivo das águias – que ainda não marcou na presente edição da Primeira Liga -, estando as despesas do ataque das “águias” entregues a Vinícius e Pizzi.
No dérbi, os benfiquistas tiveram um pequeno vislumbre sobre o que Rafa pode acrescentar ao SL Benfica nesse lugar visto que, nesse jogo, ocupou “as costas” do ponta de lança – e devastou, por completo, a defensiva leonina. Aliada à grande capacidade que tem em jogar em entrelinhas adversárias, o internacional português apresenta movimentos de ruptura interessantes que podem ser fatais para as defesas contrárias.
Cabe agora a Bruno Lage decidir o que quer fazer: tirar Franco Cervi, que tem contribuído muito para o colectivo ao vestir o “fato de macaco” para ajudar Grimaldo e colocar Rafa na sua posição de origem; ou tirar Chiquinho que, apesar de estar a conseguir ligar o ataque das águias ao meio campo, tem demonstrado alguma incapacidade para finalizar – algo que, como foi notório na última partida, não é problema para Rafa.
Poderá o internacional português ser o tão desejado segundo avançado que tem faltado ao Benfica desde a saída de João Félix?"

Razão e coração

"Os últimos dias mostraram que é possível jogar melhor em Portugal. Os jogos grandes, em particular os do campeonato, não foram grandes jogos. O saldo é favorável a Benfica e Braga, agora mais candidatos ao título e à Europa, mas nada está decidido e verdadeiramente ninguém produziu futebol que emocione. Nem o Benfica, apesar dos melhores argumentos individuais e do um rendimento pontual inatacável, que 16 vitórias em 17 jogos não se questionam. Ainda assim, não só não jogou bem em Alvalade – a exemplo do sucedido diante de Aves e Rio Ave – como, em bom rigor, correu sério risco de ceder pontos perante o Sporting mais frágil em várias épocas. Bruno Lage estará decerto a ser sincero quando refere um Benfica em «alto ritmo colectivo», mas parece não valorizar o que lhe faltou em relação a partidas anteriores: uma maior capacidade de alternar ritmos e uma evidente falta de paciência, que se traduz em menor critério com bola. E esta circunstância está longe de ser, obviamente, um exclusivo da equipa que lidera o campeonato, é antes um ponto comum em relação às principais equipas nacionais. Joga-se demasiado depressa, muito a partir de momentos de transição, a assumir, quase a desejar, que o jogo se parta para ter mais espaço e atacá-lo: E a este factor acresce uma emotividade excessiva, que tantas vezes tolhe a tomada de decisão dos atletas. Genericamente, e este é o ponto, faltam pausa e racionalidade.
No Benfica, os sintomas agravam-se quando Lage prescinde de Taarabt. O jogo de correria que é habitado por Vinicius (ou Seferovic) e Cervi, reforça-se na tentação de lançar depressa e longo de Gabriel e nas oscilações de humor até de Pizzi, ora dominador ora tenso. E a situação pode agravar-se se, na inevitável recondução de Rafa à titularidade, for Chiquinho e não Cervi o preterido. Foi na associação de Grimaldo-Taarabt-Pizzi-Chiquinho que o Benfica melhorou, sem dois deles fatalmente piorará.
No Sporting, o exemplo acabado de querer fazer depressa e bem, desesperando-se e destemperando-se quando não o consegue, é Bruno Fernandes. Resultados sombrios reforçam-lhe as características de emotividade, mas Bruno, o melhor futebolista do campeonato, deveria focar-se bem mais em jogar como tão bem sabe, sem se perder em picardias sucessivas com árbitros e rivais. E quando se vê Mathieu, outro dos poucos craques verdadeiros da equipa e do alto da sua maturidade, fazer o que fez em Braga, percebe-se que está ali uma equipa em que a estabilidade emocional é quase nula.
O FC Porto é o rosto do treinador Sérgio Conceição e isso diz quase tudo quanto ao estilo – jogo mais directo e sempre acelerativo - e à condição emocional. O técnico valoriza a atitude, refere-a com ênfase no discurso, e os jogadores não a regateiam quase nunca. Os planos apertados de homens de talento indiscutível como Alex Teles ou Otávio, após cada lance dividido, são elucidativos. Nada é sereno, tudo parece mais sentido que pensado, como se lutar e jogar estivessem na mesma linha de prioridades. Muitas vezes, só a escolha de jogadores, quando são mais os que gostam de se associar para jogar, tem equilibrado as doses de razão e coração.
O Braga de Amorim dá uns primeiros sinais de qualidade estratégica sem bola e personalidade quando a tem. Assim o vimos no Dragão e frente ao Sporting. Com propósitos de equipa grande, dando a ideia de que o novo técnico sabe para onde vai mas ainda não exactamente… por onde vai. É que uma dupla de médios Palhinha e Fransérgio garante equilíbrio e capacidade nos duelos mas não faz fluir o jogo interior como André Horta conseguiria. E perceber quem jogará mais vezes entre Ricardo Horta, Galeno e Wilson Eduardo (e Trincão, claro!) será indicativo do jogo que se procura. 
Também o Vitória de Guimarães teve rival de topo esta semana para a Taça da Liga, e, se estão sempre lá os princípios ofensivos ambiciosos, não é menos verdade que a equipa tem muitas vezes pressa de concluir o que prepara – e bem! – a construir. Claro que finalizadores de maior qualidade individual atenuariam sempre o problema, mas não duvido que Ivo Vieira ganharia em fazer a equipa aguentar até ao momento certo para atacar a definição junto da área rival.
A correr por fora, mas metido na luta dos maiores está o Famalicão, racional, deve reconhecer-se, até no modo como distribui os jogadores pelo terreno. Percebem-se a ideia e os princípios. A eles hei de voltar. Hoje interessa-me em particular a serenidade que se nota quer nas imagens no banco quer no discurso após os jogos do treinador João Pedro Sousa. Porque não duvido que o tom do líder, ao mesmo tempo sereno e convicto, contamina a equipa. E só lhe tem feito bem."

As leis do futebol e a verdade desportiva

"Consubstanciado em causas de força maior, o direito desportivo em Espanha prevê o adiamento de jogos de futebol, sem necessidade de acordo entre os clubes, caso o plantel de uma das equipas seja afectado por doença.

No passado dia 11 de Janeiro de 2020, realizou-se o jogo entre o Vitória Futebol Clube (VFC) e o Sporting Clube Portugal (SCP). Seria um evento normal, não fosse o facto de, nos dias antecedentes, 14 jogadores do VFC serem portadores de uma virose, e outros atletas apresentarem sintomas do mesmo quadro clínico.
Por via desta incapacidade física, e da consequente e previsível indisponibilidade para jogar, o VFC requereu à Liga Portuguesa de Futebol Profissional (Liga) e ao SCP o adiamento do jogo. Tal solicitação não mereceu o acolhimento da Liga, que condicionou o adiamento à anuência do SCP. Sucede que VFC e SCP não alcançaram o acordo, em virtude de, numa primeira fase, o SCP alegar incompatibilidades de calendário e, numa segunda, exigir que o seu departamento clínico atestasse o estado de saúde dos jogadores.
Esta enfermidade, sendo acontecimento natural inevitável, em si mesmo e nas suas consequências, e estendendo-se a um número tão significativo de jogadores do plantel sénior do VFC, configura, segundo se crê, um caso de força maior.
A este respeito, o Regulamento das Competições Organizadas pela Liga Portugal estabelece que os casos de força maior são motivos de adiamento de jogo, determinando que este seja transitado para as 30 horas seguintes, a não ser que, por acordo dos clubes envolvidos, seja reagendado para as seis semanas subsequentes (nos casos de jogos integrados na primeira volta), ou até para data posterior (nesta última hipótese a situação de força maior tem de ser expressamente reconhecida pela Liga). 
Note-se que a contagem dos prazos citados para reagendamento do jogo parecem, de acordo com o referido diploma, iniciar-se na data e hora inicialmente determinadas para a realização da partida, e não com a verificação da remoção da situação de força maior. Parece, pois, que o diploma apenas previu hipóteses típicas de eventos impeditivos súbitos ou de muito curta duração, tais como, intempéries, mas já não casos que se prolonguem no tempo, tal como o em apreço.
Assim, perante tal situação de doença, ainda que a Liga concedesse, unilateralmente, no adiamento do jogo, o decurso de 30 horas seria insuficiente para potenciar o regular e expectável decurso de um jogo de futebol. Nessa medida, e em face das actuais disposições do mencionado regulamento, apenas seria alcançável a situação desejável de reposição da capacidade física dos jogadores, se ambos os clubes, por via de acordo, designassem data ulterior. Parece, portanto, que o referido diploma legal deveria passar a contemplar a data de remoção da situação de força maior e não apenas a data inicialmente prevista para a realização do jogo.
Por outro lado, pese embora reconheçamos o cariz amplo e subjectivo do conceito de "força maior" e a necessidade de uma análise casuística, somos do entendimento de que situações como a aqui analisada, em que uma doença se espalha por um número significativo de jogadores, deveriam ser, ainda que por meio de uma cláusula aberta, integradas a título exemplificativo em norma que definisse o conceito de força maior.
Na verdade, deixar nas mãos dos clubes o adiamento de um jogo, perante a verificação de uma limitação significativa da capacidade física de um plantel (por motivo que não lhe seja imputável) põe seriamente em risco o princípio basilar da verdade desportiva.
A este propósito, apontamos como meritório o caminho traçado pela regulamentação desportiva espanhola, que, sensível a esta máxima, previu objectivamente que uma doença instalada num plantel de uma equipa, que determine a capacidade física de apenas dez (ou menos) jogadores, se consubstancia numa causa de força maior e, nessa medida, possibilita o adiamento do jogo, sem sujeição ao acordo dos clubes em confronto.
Em suma, apesar das restrições normativas a nível de inscrição de jogadores, deveria haver uma reformulação dos motivos de adiamento, por forma a evitar que uma limitação física desta extensão pudesse desvirtuar uma igualdade de armas em campo."

Cangurus, raquetes e gemidos

"Está aí o Open da Austrália, o que vem provar que os australianos não produzem apenas cangurus, Hugh Jackmans ou Nicole Kidmans, ok mates?
Também têm um Grand Slam de ténis, por sinal o primeiro do ano, jogado lá nos confins do mundo. 
E porque naquelas bandas ainda é verão e os australianos adoram churrascos, também o torneio segue essa tradição, com jogos realizados sob um sol tórrido de queimar a pele. Quando o árbitro diz «30-40» nunca se sabe se está a dizer o resultado, ou a mínima e a máxima da temperatura.
Seja como for, não tenho pena nenhuma dos jogadores pois sabem ao que vão, e quem corre por gosto não cansa. Por isso toca a dar o litro, rapaziada. Os jogos só acabam quando alguém ganhar três sets ou tiver uma taquicardia.
Este torneio também marca, de certa forma, o início da época tenística. É a partir daqui que os jogadores afinam o seu jogo, em particular um dos factores mais importantes do ténis actual: os gemidos.
Nada é mais eficaz do que um serviço feito com aquele gemido que não é carne nem é peixe, tipo «AaaaaaaaAAaaaaaaaaaa....» Começa lá em cima, vai lá abaixo, volta novamente lá acima, e termina com um longo vibrar da traqueia. Será desespero? Será garra? Será um grito de acasalamento? Será clamídia? É uma dúvida angustiante para o adversário.
Mas se de gemidos percebo muito, a jogar ténis sou mais fraquinho.
Para terem uma noção do meu nível, eu estou para o ténis como a Maria Leal está para a música.
Em termos práticos, a minha pancada mais forte sempre foi partir raquetes no chão. Era poderosíssimo. E confesso que durante grande parte da adolescência achei que um passing shot era uma bebida. A única coisa em que tinha algum jeito no ténis, era a apertar os atacadores dos ténis. Em tudo o resto tinha o talento de um canalizador.
Vai daí, pus termo à minha trágica carreira o quanto antes, algo que o mundo do ténis aplaudiu com veemência.
É um desporto curioso, o ténis. É a única modalidade em que tanto os jogadores como o público têm cãibras: eles nas pernas, o público no pescoço.
Quanto ao Open da Austrália, tem tudo para ser um excelente torneio; Estão presentes os melhores jogadores da atualidade e há muitos nomes que podem ganhar a prova, como por exemplo o Federer, o Nadal, o Djokovic, o Nadal, o Federer, o Djokovic, o Federer, o Djokovic ou o Nadal. É esta imprevisibilidade que torna o ténis apaixonante.
Claro que se fosse eu a escolher, o vencedor masculino seria a Serena Williams. A ganhar, que ganhe um homem musculado e com voz grossa."

Desporto vs futebol e violência

"Quando a Comunicação Social fala em Violência no Desporto ela está a referir-se ao “Futebol Profissional”, que é apenas, e tão-só, a profissão e o ganha pão desses profissionais, nada tendo a ver com o Desporto que é tutelado pelo Ministério da Educação.

Desde cedo aprendemos, em casa, já que a Senhora nossa Mãe era Filóloga, tendo ensinado Latim e Língua e Literatura em, Português, Francês, Inglês e Alemão, durante 45 anos, que os vocábulos têm um conteúdo próprio que deve ser respeitado, e utilizado, em contexto próprio, para não distorcer a ideia que se quer transmitir. Quando não observávamos essa concordância éramos castigados, já que a língua é o capital mais importante de uma cultura que se quer transmitir aos vindouros, e que marca, definitivamente, o carácter nacional de um Povo.
Vem isto a propósito de um erro crasso, que a nossa Comunicação Social, incluindo a Oficial, ou seja, a Estatal, pratica todos os dias, nos noticiários, quando a certa altura dizem: “e agora o desporto”, e começam a falar do Futebol Profissional, que, como é sabido, não pode estar incluído no Desporto por ser um “Espectáculo Desportivo Profissional”, que deve estar dependente da “Inspecção dos Espectáculos”.
É uma indústria, não é um Desporto.
O Circo e a Tauromaquia estão ao mesmo nível que o Futebol Profissional, mas não dependem do Ministério da Educação. O futebol Profissional depende, mas só por Razões Políticas.
O Desporto, em conceito, é 100% Amador, ou seja, quem o pratica, nada recebe em troca, e, por norma, paga pela sua orientação. É praticado na Infância, Adolescência e Juventude, como fazendo parte integrante da Educação-Formação dos futuros adultos, e é fundamental para a formação do carácter, com espírito solidário e de coesão social, relevante numa Sociedade Democrática, isto é, igualitária, predicado essencial de uma verdadeira Democracia Social.
Quando a Comunicação Social fala em Violência no Desporto ela está a referir-se ao “Futebol Profissional”, que é apenas, e tão-só, a profissão e o ganha pão desses profissionais, nada tendo a ver com o Desporto que é tutelado pelo Ministério da Educação. É evidente que é um meio difícil, devido às suas origens sociais e educacionais, aonde são recrutados esses trabalhadores do Futebol Profissional, que, na sua maioria, fugiram ao Ensino Obrigatório normal e, acima de tudo, não foram submetidos a uma aprendizagem Sócio-Pedagógica, por parte de especialistas em Cinesiologia, ou seja, a Ciência que estuda e depois ensina, o Movimento Humano, levando a uma Motricidade diferenciada de gestos e atitudes com relevo para a intencionalidade de objectivos do Gesto Motor, através da concretização das suas finalidades, que no Desporto-Educação se destinam à formação do carácter, ao convívio social, à solidariedade, à amizade, ao espírito de grupo, à tolerância e ainda à aprendizagem, do ganhar com humildade e do perder, com altivez, quando se lutou com lealdade, esforço e sem batota, respeitando ainda o adversário e respeitando-se a si próprio.
Estas são as diferenças entre o Desporto Amador e o Profissional, só que ao Poder Político, convém-lhe uma certa Alienação do Povo, em relação à Política exactamente igual ao que Salazar fazia. 
Foram 40 anos assim, mas agora, já lá vão 46 anos..."

Vitória em Charleroi...

Spirou Basket 78 - 85 Benfica
16-19, 25-24, 21-22, 16-20

Grande vitória, numa partida contra um adversário acessível, mas com muitas ausências: Betinho, Coleman, além do Dows e do Barroso... e com o Murry no banco, mas sem 1 segundo!
Ireland o MVP mais uma vez, a decidir nos últimos minutos, e com um Hillard finalmente a dar bons indicadores, e com o Lima a fazer 6/6 nos Triplos!!!

Era decisivo vencer hoje para mantermos a esperança da qualificação... mas para as próximas precisamos do Betinho e do Coleman...
Depois da derrota no Domingo na Final da Taça Hugo dos Santos, com uma viagem à Bélgica pelo meio... era muito importante vencer hoje para não entrar em 'depressão', até porque no Sábado recebemos os Corruptos na Luz...

Fácil...

Benfica 3 - 0 Sporting
25-19, 25-14, 25-21

Sim, foi fácil, e nem sequer é preciso recorrer ao sarcasmo!!! Diferença brutal para o 2.º plantel do campeonato... muita competência.

A palhaçada em patins continua...!!!!

Barcelos 6 - 4 Benfica

Este era um daqueles jogos, que nem sequer valia a pena ter feito a viagem! As nomeações de dois árbitros ladrões de Barcelos (sim, de Barcelos), com um vasto curriculum de roubos, anunciou antecipadamente o resultado... E a palhaçada só não foi maior, porque o jogo ficou decidido no início da 2.ª parte! E quando o Benfica mais tarde reduziu para um golo de diferença, saiu logo um Azul...!!!
O facto do Benfica ter entrado muito bem no jogo, com um 0-3, 'obrigou' os apitadeiros a atingirem a proeza de assinalar aos 10 minutos de jogo 10 faltas contra o Benfica (o Barcelos terminou o jogo com 7 !!!) Foram 6 Livres Directos, contra 2... Foram 4 Azuis, contra 2... Sendo que a intimidação das faltas constantes 'resultou', pois obrigou o Benfica a ser menos agressivo nos duelos...

Uma nota ainda para o Miguel Rocha: atitude nojenta, simulações atrás de simulações... Provocações atrás de provocações... A mim não me surpreendeu, carácter zero: não vale um corno...

Jaula

"1. O Sporting pagou €600 mil (salários) para reabilitar Fernando e devolvê-lo ao Shakhtar. Muito nobre. Já dizia Varandas: «Quem contesta o trabalho desta Direcção ou não percebe nada de futebol ou é intelectualmente desonesto».
2. «Ontem estava a passear com vacas e hoje estou a treinar os melhores jogadores do mundo», disse Quique Setién, novo treinador do Barcelona. Também terá de lidar com vacas (sagradas).
3. Silas: «Para encontrarmos um substituto para Bruno Fernandes precisamos de três jogadores: um que marque golos como ele, um que organize como ele e um que defenda como ele». Precisa então, na verdade, de quatro jogadores: falta um com o carácter dele.
4. Por estranho que possa parecer, uma das perguntas no Google em 2019 foi: «Como é que identifico uma pessoa virgem pela andar?» A minha questão é bem mais simples: para que serve a Autoridade para a Prevenção e o Combate à Violência no Desporto?
5. As claques do Sporting vão para a gaiola (caixa de segurança) na próxima época. Neste caso também podemos usar, sem reservas, o termo jaula.
6. Um surdo processou o site de pornografia Porhub por falta de legendas nos vídeos. Queixa-se de não conseguir acompanhar os diálogos, ou seja, não ter uma experiência plena. Já eu tiro o som de alguns programas desportivos televisivos e meto a música do Benny Hilll para ter uma experiência plena (já agora, Jurgen Kloop vê futebol sem som).
7. Um jogador do Newcastle pontapeou a bandeirola de canto durante os festejos de um golo e acertou na zona pública de um adepto. O cúmulo do azar era o videoárbitro ter anulado a jogada.
8. O Anderlecht, em crise, pediu ajuda a uma famoso director de ciclismo. Palpita-me que agora os jogadores até vão a correr para casa depois dos jogos."

Gonçalo Guimarães, in A Bola

Como sair da mãe de todas as crises?

"O Sporting despediu-se, sem glória, da Taça da Liga, numa noite em que ficaram à vista as fragilidades do plantel, as dúvidas dos técnicos e o nervosismo dos dirigentes. Foi a décima segunda derrota dos leões na temporada, estando agora a apenas três desaires do pior registo, em quase 114 anos de história. Qualquer solução para esta crise sem precedentes deverá ser sempre encontrada para lá de sacudir a água do capote para cima dos árbitros, ou maldizer a situação herdada. Para dar a volta por cima, construindo um plantel com condições para vestir a camisola verde e branca, são precisos meios e critérios; algo que não aconteceu, por exemplo, no início da temporada, quando algumas contratações de última hora não seviram para mais do que depauperar ainda mais os cofres leoninos. Numa equipa onde não abundam grandes valores, Bruno Fernandes é a jóia da coroa, líder indisputado do balneário e farol dos adeptos que continuam a ir aos estádios. Mas, não obstante Bruno Fernandes, o Sporting está a 19 pontos do líder da Liga, à 17.ª jornada e já saiu da Taça de Portugal e da Taça da Liga. Ou seja, o capitão dos leões, por mais que ande com a equipa às costas, não é capaz de fazer a diferença face à concorrência, porque no futebol ninguém ganha nada sozinho. Não será, pois, mais avisado, encetar a reconstrução do plantel, de olhos postos em 2020/2021, com meios provenientes de uma transferência de Bruno Fernandes? E como estará a cabeça do playmaker leonino, que não será, de certeza, imune a todas as movimentações do mercado? Em plena maior crise de sempre, o Sporting deve jogar com os pés e pensar com a cabeça..."

José Manuel Delgado, in A Bola

Entre Ponta Delgada e (talvez) Manchester

"Bruno Fernandes bem merece ser respeitado e recompensado. E o que adiantou ao SCP que ele tivesse ficado até este momento da época?

1. Na passada sexta-feira, eu estava em Ponta Delgada. Fui lá fazer uma conferência que, por ironia, se iniciou no preciso momento em que, em Alvalade, começava o dérbi mais representativo do campeonato nacional. Minutos antes, soube do desaire do FC Porto diante do SC Braga. Uma boa notícia para mim, ainda que, então, sem saber os detalhes do que se passou no Dragão. Entre a conferência e as perguntas e respostas subsequentes mediou, mais minuto, menos minuto, o tempo que estimara ser o do jogo, em Lisboa. Todavia, entendi, só voltar a ligar o telemóvel quando chegasse ao hotel. Chuviscava e na cidade açoriana havia já o silêncio de uma noite de Inverno. Mas, como não ia a conduzir, estive vai não vai para ligar o telemóvel. A meio do trajecto, e no meio de uma amena conversa com quem me levava ao hotel (e para quem o futebol é uma realidade longínqua), olhei para um café onde se via uma televisão, ainda que ao longe. A brevíssima imagem que pude entrever foi a de uma abraço colectivo da equipa do meu Benfica. Olhei para o relógio, fiz um cálculo aproximado, e concluí que o encontro já deveria ter terminado há alguns minutos. Como tal, fiquei na dúvida entre uma feliz expectativa de ser uma imagem de quem, no fim, se abraça para festejar uma vitória ou a de um momento de um golo do Benfica num daqueles resumos que se fazem a seguir aos jogos. De um ponto apenas, tinha a certeza: que o meu clube marcara pelo menos um golo, independentemente do resultado. Na altura, lembrei-me dos anos que vivi bem perto do velhinho. Na altura, lembrei-me dos anos que vivi bem perto do velhinho Estádio da Luz e em que os jogos eram às 15 ou 16 horas da tarde, sem transmissões televisivas. Era tão perto, que a minha mulher, na maior parte dos casos, sabia - sem lá estar e sem ouvir a rádio - se a quantos golos o Benfica marcara, apenas lhe faltando saber se e quantos sofrera, pois que, para estes, o barulho do festejo era substituído pelo silêncio do não festejo. Imaginei até que hoje tal contabilidade de golos à distância já não seria possível, sobretudo por causa da existência do VAR, o que levaria a contar em versão duplicada os golos confirmados em jeito de festejo a papel químico, ou a não descontar os golos que o VAR anularia, depois de fartos minutos.
Volto à minha curta viagem até ao hotel em São Miguel. Entrei, com indisfarçável ansiedade, no meu quarto, onde, finalmente, anulei o modo de voo do telemóvel e logo fui a voar para o desfecho da vitória do Benfica por 2-0. Regressado a Lisboa, no dia seguinte, pude então verificar que o momento que vi, de permeio, na principal avenida de Ponta Delgada, era, afinal, a apoteose do segundo golo de Rafa e também só então me apercebi de uma compensação de 10 minutos e das tochas dos vencidos.

2. Depois da vitória em Alvalade, sem casos técnicos da arbitragem para excitar pacóvios, ficou concluída a primeira metade do campeonato nacional, com uma pontuação recorde de 94% do líder Benfica, com 16 vitórias em 17 partidas. É o melhor ataque com uma média de 2,5 golos por desafio, é a melhor defesa, consentindo que apenas em 5 dos 17 jogos a sua baliza tivesse sido alcançada (6 golos, média de 0,35). Tem os dois melhores marcadores da Liga, Pizzi e Vinícius. Leva 14 jogos consecutivos sempre a vencer. E, com Bruno Lage no comando, atingiu um novo e categórico recorde de 17 jogos fora de casa sempre vitorioso. Se lhes juntarmos todas as jornadas sob o seu comando, alcançaram-se 103 pontos em 108 possíveis (95,4%)! E está com 7 pontos de vantagem sobre o Porto e 19 (!) sobre o seu rival mais histórico.
Esta expressão indesmentível de supremacia, nesta contagem parcelar, só por si não significa, porém, que a vitória final esteja assegurada. Fez bem Luís Filipe Vieira em avisar para a necessidade de se continuar, concentradamente, no mesmo trilho, fez bem Bruno Lage em não entrar em exaltações prematuras, faremos nós sócios e adeptos do clube bem em não sermos sobranceiros e nos deixarmos enlevar pelo registo até agora. Precisamente no mesmo ponto da época passada, tínhamos 5 pontos de atraso em relação ao então líder (chegaram a ser 7) e, como tal, é necessário entender que o futebol tem imprevistos que, não obedecendo às estatísticas, podem surgir pela imprevisibilidade inerente a este desporto. Basta, aliás, comparar os últimos dois jogos: a partida contra o Desportivo das Aves, último classificado e então com apenas 6 pontos, acabou por ser bem mais complicada do que a vitória em Alvalade, onde o Benfica não perde para o campeonato vai para o nono ano consecutivo.

3. Com a reabertura do mercado de transferências neste mês de Janeiro, voltou, em reprise, o sai-não-sai de Bruno Fernandes. Liga-se a rádio, lêem-se os títulos dos jornais e, sobretudo, abrem-se todos os programas televisivos das variadas séries  mercado e só dá quase ouvir, chega mesmo a ser patético e ridículo. Parece ser a grande questão do desígnio nacional. Depois de, no Verão, haver o Tottenham e outros clubes interessados, do anúncio do R. Madrid de atacar em Janeiro, desta feita tudo se vem concentrando na cidade inglesa de Manchester. Escutam-se «notícias de última hora» da hora anterior. Com voz de quem está a anunciar um armistício (ou o seu contrário) e com semblantes patrioticamente carregados, há uns mais dotados do que outros a criar suspense quase hitchkokiano (abro um parêntesis para registar o equilíbrio, a sensatez, a competência mediática de Cândido Costa). Umas vezes são milhões com monos de jogadores, alguns dos quais o comum dos mortais jamais saberia da sua existência, outras vezes são milhões mais bónus com ónus. Umas vezes «podemos garantir que o desfecho do negócio está preso por detalhes», outras alturas nos anunciam que «há mais interessados» ou que «afinal os detalhes não eram detalhes». Ainda e sempre a comparação com João Félix, numa contabilidade tão criativa, como inconsequente (não esqueçamos a natureza do investimento do clube comprador: Félix foi transferido com 19 anos, Bruno vai o caminho dos 26).
Uf! Vá lá, decidam: ou vai ou fica, mas por uma questão de despoluição, arrumemos o assunto que, entre os canais generalistas por cabo, supera largamente horas e horas, com direito a repetição, música de fundo e oráculos a correr nos ecrãs desde a madrugada até à noite.
Então nos dias que antecederam o dérbi lisboeta, foi um fartote especulativo sobre a magna questão de sabermos se o craque ainda jogaria contra o Benfica ou não. Houve informação a insinuar que o Sporting ia protelar a conclusão do negócio para que ele jogasse contra o Benfica e contribuísse para um dos maiores desejos verde-e-brancos que é o de vencer o campeonato da segunda circular. Cheguei a pensar que o atleta terminaria o encontro a pegava na mala direitinho ao aeroporto. E, de quando em vez, pensei na pequenez dos jogadores do Benfica face à presença do magno jogador. Qual Pizzi, qual Rafa, qual Rúben, qual carapuça. Até me tirou o sono tal problemática. Tudo istom numa sequência de responsabilidade do SCP de agir, por acção ou omissão, como quem está a exportar mercadoria e como se o atleta (e a pessoa) pouco contasse. Ora Bruno Fernandes bem merece ser respeitado e recompensado, pois se trata de um jogador de excepção, que tudo deu e aceitou no Sporting. E o que adiantou ao SCP que o jogador tivesse ficado ao SCP que o jogador tivesse ficado na equipa até este momento da época? Se se vier a concretizar a transferência para o melhor campeonato do mundo, desejo-lhe, sinceramente, as maiores felicidades, a que apenas acrescentaria o imperativo de, em terra de Sua Majestade, não estar sempre a barafustar com tudo e com todos como faz por cá (e já agora cuidado com as portas que não são as do Boavista, nem a disciplina da nossa Liga é a da Premier League...).

Contraluz
- Lapidar: «Agora (com o VAR) estamos a celebrar 'não golos'», disse, há dias, Nuno Espírito Santo numa feliz expressão para lamentar um dos pontos mais sensíveis da introdução do videoárbitro, qual seja a de tirar a espontaneidade à festa do golo, com a agravante do tempo que, não rato, se demora a decidir. Por exemplo, aqueles 4 minutos para confirmar o primeiro golo do Benfica em Alvalade são de todo injustificáveis, pois mesmo à vista desarmada se via que Rafa estava em posição legal.
- Abominável: o que, na CMTV, se especulou delirantemente sobre a absurda «tradução labial» de umas palavras de Rui Costa junto do árbitro Artur Soares Dias, no intervalo do jogo da Taça contra o Rio Ave. Vale tudo, menos tirar olhos (por enquanto)...
- Escolhas: Além de ser, é necessário parecer ou não deixar dúvidas, sejam de que natureza forem. Na Taça de Portugal, em dois jogos seguidos na Luz (Braga e o referido Rio Ave), o árbitro foi o mesmo: Artur Soares Dias da AF Porto. Será que, nesta competição, não haverá mais nenhum juiz que impedise esta repetição? Estranho, inadequado e suscitando especulações desnecessárias."

Bagão Félix, in A Bola

O golo de Vieira no dérbi

"Ao pedir aos adeptos para imaginarem que só têm ponto de avanço convida-os a serem como ele, sofredores confiantes em vez de convencidos arrogantes

Luís Filipe Vieira, além de ser um presidente de clube com obra notável, provavelmente como nenhum outro no futebol português, tem a capacidade de compreender o presente e desafiar o futuro para manter o Benfica na crista da onda, como instituição de referência e mundialmente prestigiada.
Não foi por acaso que, após a vitória no dérbi, aproveitou a presença significativa de jornalistas para enviar uma mensagem à nação benfiquista, jogadores e técnicos incluídos. Apelou ao respeito por todos os adversários e à concentração máxima em cada jogo, porque «nada está ganho», sublinhou, colocando o acento tónico na seriedade com que a águia continua a voar cada vez mais alto, convicta da trajectória que escolheu e segura de que a sua grandeza em permanente ampliação é o único passaporte que lhe abre as fronteiras de todos os países e, talvez mais breve do que se julga, lhe dá acesso ao lugar que em tempos ocupou no topo da hierarquia mundial.
Na ideia de muita gente, até da sua cor, terá sido uma intervenção desajeitada, mas do meu ponto de vista fez todo o sentido, pela oportunidade, pela surpresa e pelo impacto que provocou, através da diferença. Quando se esperaria a promoção de um ambiente de festa na sequência do reforço na liderança no campeonato, Vieira também marcou o se golo, igualmente importante, ao simbolizar a imagem da contenção, da responsabilidade e da competência, na medida em que sabe muito bem como são violentas as dores provocadas por vaidades tolas ou expectativas desmesuradas.
Vivei essa experiência em 2011, quando ficou a 21 pontos do FC Porto, depois ter sido campeão um ano antes e ter de prolongar a travessia no deserto de campeonatos por mais duas épocas. Voltou a sentir um soco no estômago mais tarde, em 2018, quando o objectivo do penta se esboroou por demérito na abordagem de quem detinha o comando técnico e não pelo desinvestimento no quadro de jogadores, como durante meses se vendeu, devido às saídas de Ederson, Nélson Semedo e Lindelof, sem que, em algum instante, o treinador em exercício tivesse a coragem de se chegar à frente e dar o peito às balas. O plantel pode ter ficado mais fraco, mas não foi por causa das vendas daqueles três elementos que o Benfica perdeu o título e teve participação humilhante na Liga dos Campeões, com seus derrotas em seis jogos, um golo marcado e 14 sofridos.
Vieira nunca se lamentou, mas no seu íntimo deve sentir o desconforto por terem ficado três títulos em falta desde a altura em que conseguiu devolver ao Benfica as condições necessárias e suficientes para, em respeito pela sua história, voltar a posicionar-se na linha da frente à partida para todas as competições. Hoje, poderia estar a lutar pelo 41.º título, mas os equívocos técnicos nos anos 12, 13, e 18 deste século não permitiram.
Na primeira crónica de 2020 chamei a atenção para a curiosidade de a vaga antibenfiquista ter chegado mais cedo. Na temporada transacta apenas se fez sentir com inusitado despropósito a partir da 28.ª jornada, na viagem do Benfica à Feira e que serviu de mote a uma encenação ridícula, como os resultados e a classificação final demonstraram. Mais ou menos por esta altura, o emblema da águia estava sete pontos atrás do dragão e, mesmo assim, foi campeão, com dois de avanço. Agora, está sete à frente e essa inversão de posições é o único motivo que se enxerga para tamanha atrapalhação por parte de quem não quer ver o Benfica líder.
No entanto, a vantagem pontual, apesar de apreciável, não tranquiliza o presidente encarnado. Pelo contrário, agudiza-lhe a ansiedade, por temer que deslumbramentos precipitados interfiram no rendimento da equipa. Razão pela qual pede aos associados e adeptos para imaginarem que apenas têm um ponto de avanço. No essencial, faz um convite a serem como ele, sofredores confiantes em vez de convencidos arrogantes.

O FC Porto nunca se viu tão distante da liderança no virar de página do campeonato desde que Pinto da Costa é presidente, há mais de 37 anos, o que, em concreto, pouco significa quando falta ainda uma volta completa por disputar.
O problema existe, mas creio não residir no plantel. Repetidamente tem sido dito que todos os pedidos do treinador foram atendidos, nomeadamente Zé Luís, o que mais volume de notícias suscitou, até pelo preço. Contudo, estará agora em cima da mesa na perspectiva de sair. O que se compreende, na medida em que o rigor financeiro da administração não teve a devida correspondência no plano desportivo. Bloqueada a entrada na Liga dos Campeões, por manifesta ligeireza na preparação da eliminatória com os russos do Krasnodar, a sociedade portista viu escaparra-se-lhe os 50 milhões com que justificadamente contava.
O plantel do FC Porto, com a segurança que a defesa transmite, a estabilidade, explosão e criatividade que a região do meio-campo oferece, mais uma frente de ataque de infindas soluções (Zé Luís, Marega, Soares, Aboubakar, Fábio Silva) deve produzir mais e melhor, ou, no mínimo, não ser tão acentuadamente oscilante nas suas exibições.
Tenho uma opinião, que vale zero, mas se estivéssemos a falar da Liga inglesa, no mesmo ambiente ou parecido, gostaria de partilhá-la. Como falamos da portuguesa, com as peculiaridades que a distinguem, dou a vez a outro."

Fernando Guerra, in A Bola

O ministro, os clubes e o monstro

"O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, deu uma entrevista ao DN e à TSF. Entrevista longa, polémica, a merecer diversa contestação política e na qual originalmente considerou que os polícias andam a comprar equipamento é «porque querem, não têm necessidade disso».
A entrevista ficou também aspectos relacionados com a segurança nos estádios, a violência das claques e o recente pedido de reunião com o governo, por parte da Liga.
Para o ministro, porém, o problema resume-se à «responsabilidade da comunidade», entendendo ele por comunidade o conjunto dos clubes e das suas organizações. Não há novidade nessa linha de pensamento primário que também tinha sido seguida pela área governamental que tutela o desporto. É uma forma de desresponsabilização do governo, que se sente de consciência tranquila desde que criou uma autoridade para a violência, retirando do IPDJ a manifesta incomodidade de ter um organismo do governo «a tratar de assuntos do futebol».
Entende-se a razão da inconveniência. O futebol só dá votos na sua parte de sucesso, o resto são só chatices e incomodidades políticas e, por isso, quanto mais afastadas, melhor.
Mas há, quer o governo goste, quer não goste, um problema com o qual os clubes estão a ter sérias dificuldades em lidar. O crescimento das claques, eventualmente por responsabilidade dos dirigentes dos clubes, deu a algumas dessas claques um perigoso poder de influência e de acção que põe em causa aspectos essenciais à segurança e à credibilidade do jogo. E, sozinhos, os clubes já não conseguem controlar o monstro que criaram."

Vítor Serpa, in A Bola

Desaparecido em 'combate'!!!

"O Secretário de Estado que tutela o Desporto desapareceu. Foi visto pela última vez a comentar a deslocação do Benfica a Guimarães. Volvidas cerca de duas semanas não se lhe conhece o paradeiro. Algumas fontes não seguras dizem que pode ter estado incógnito na bancada do topo sul de Alvalade, no passado dia 17. Outros dados apontam para um retiro em local próximo de Braga, para melhor interpretar as actualizações do boletim meteorológico. Já sobre a prevenção da violência no desporto deve estar por Viseu, a sua sede, a engarrafar vinho espumante, para brindar ao fim da época 2019/2020. Se terminar só com casas do Benfica partidas, de Coimbra para cima, é certo que teremos festa rija. A prevenção da violência do desporto em Portugal é um mito político. É um manto de vergonha. Um pretexto de despesa ineficiente."