domingo, 12 de janeiro de 2020

Benfica x Desp. Aves - Vitória da alma benfiquista

"Foram 23 dias sem vermos o Benfica na nossa casa, uma verdadeira eternidade para quem vive intensamente o nosso clube.
Tudo apontava para um jogo tranquilo, contra um Desportivo das Aves que tem vindo a mostrar muito pouco futebol justificando dessa forma o lugar que ocupa na Primeira Liga. Posto isto, acho que foi o jogo mais enervante da época. Talvez a começar pela hora do apito inicial, que não é nada amigável do adepto de estádio, mas isso são outras histórias.
O Sr. Carlos Xistra também costuma ter o condão de dar sempre nas vistas e apimentar os jogos da Luz. No final do dia, sinto que lhe devo agradecer por ter acordado o Inferno da Luz que empurrou o Benfica para mais uma vitória. Mas, sem dúvida que foram as oportunidades claras, clarinhas de golo que nos iam levando a um ataque de nervos. Todos nós suspiramos com os falhanços do Seferovic, Pizzi, Chiquinho e até do Rúben Dias!
Em jeito de brincadeira recordei com alguns amigos um jogo épico com o Boavista em 2007 ou 2006. Se tiverem oportunidade pesquisem no Youtube. No fim, e como sempre, o que contam são 3 pontos. 

Notas individuais:
Vlachodimos – 6
Mais uma exibição do grego com pouco trabalho. No golo do Aves não podia fazer mais. Destaque para o bom controlo da profundidade, aspecto que melhorou bastante em relação ao ano passado. Esteve bem a sair a jogar, apenas terá de melhorar nos cruzamentos. Aquelas luvas podem e devem agarrar mais bolas. Notei no estádio que era um dos 50 mil que estavam nas bancadas a desesperar com as oportunidades falhadas.
André Almeida - 7
Sem jogar desde 30 de Novembro, o capitão Almeidinhos regressou com uma exibição poética. Depois da não expulsão que acordou o Estádio da Luz, é o homem que marca o golo da vitória. Não foi nenhum Puskas como vem sendo hábito, mas soube tão bem! O que torna isto ainda mais poético é que antes da jogada do golo, o Caio Lucas estava pronto para entrar e provavelmente para o seu lugar. Nota ainda para a falta de frescura física que se nota. Tem sido uma época complicada, mas acredito numa grande 2ª volta do nosso capitão.
Rúben Dias - 7
Exibição segura e corajosa do Ruben. Excelente no controlo da profundidade e na antecipação. Hoje até o vimos a assistir e quase fazer golo em jogadas de bola corrida. Empurrou o nosso Benfica com mais uma grande demonstração do seu carácter, é sem dúvida um jogador à Benfica!
Ferro - 5
Erro crasso no lance do golo consentido que revelou uma das poucas lacunas no seu jogo, a falta de agressividade. Esteve bem no processo de construção de jogo como de costume, mas foi perdendo algumas divididas ao longo do jogo.
Grimaldo - 6
Seguro a defender, audaz na construção de jogo, mas pouco objectivo no último terço. Perdeu-se em alguns dribles e tabelinhas contra uma defesa bastante povoada. Podia e devia aproveitar melhor a sua capacidade para cruzar na segunda parte com 2 homens fixos na área.
Pizzi -7
Desta vez não pudemos contar com a eficácia do melhor marcador do campeonato. Há que dar mérito à frieza demonstrada no penalty, num jogo onde a carga emotiva já tinha tomado conta de nós.
Weigl – 5
A expectativa era grande para vermos em acção o craque alemão. Vimos bons pormenores, mas andou perdido no campo a maior parte do tempo. Há que lhe dar tempo, treino e trabalho. Alguém diga ao speaker que ele não se chama Vigl!
Gabriel – 8
MVP! Esteve insaciável na recuperação, disputando e ganhando vários duelos. Na construção foi o maior municiador de jogadas de ataque. Foi sem dúvida o patrão do meio campo e carregou o Benfica até estoirar fisicamente. Vai ser complicado definir a dupla para o meio campo… Dor de cabeça das boas para o Bruno Lage.
Jota – 6
Saiu demasiado cedo no jogo. Notou-se alguma inquietação e o querer fazer tudo, mas quando se concentrou conseguiu produzir algumas jogadas de perigo. Ora com desmarcações, ora com cruzamentos e passes. Faltou alguma calma na hora de finalizar, mas foi sempre uma ameaça para o adversário. Há que continuar a dar oportunidades como a de hoje para que possa crescer. 
Chiquinho – 6
Teve movimentos muito interessantes ao longo do jogo como habitual, mas faltou-lhe novamente o killer Instinct. Na hora de finalizar e até no último passe nem sempre definiu bem. Contudo há que valorizar o espírito de sacrifício e a capacidade para jogar em varias posições, hoje foram 3…
Seferovic – 4
Exibição fraca, com várias ocasiões de golo que um ponta de lança do Benfica não pode falhar. Deu pouca profundidade e deu-se pouco ao jogo. De positivo hoje, apenas a sua capacidade para pressionar. Esperemos que volte a aproximar-se dos níveis exibicionais da época passado. Com exibições destas ficamos mal servidos de pontas de lança para o que resta da época.
Vinicius – 7
Apesar de ter jogado apenas 45 minutos, foi dos mais inconformados e trabalhou muito para dar a volta aos acontecimentos. Conquistou o penalty atacando a profundidade e assistiu o Almeida com um belo apoio frontal à semelhança do que tinha feito com Pizzi na última jornada na Luz.
Cervi – 6
Trouxe dinâmica e devolveu o Pizzi ao seu lugar. Acelerou o jogo cada vez que pegou na bola e partiu dele o cruzamento que deu o golo do Almeida.
Samaris – N/A
Viram o festejo dele?! Jogador comprometido com o Benfica, quer jogue 90 ou 3 minutos. Bem haja! 
Bruno Lage – 6
O 11 que vinha jogando desde Leipzig estava a dar boa conta do recado, mas em Guimarães notou-se algum cansaço e não nos podemos esquecer do ciclo complicado que aí vem. O raciocínio de Lage passou por Taarabt a folgar com gestão disciplinar, Vinicius e Cervi a terem também direito algum repouso, Almeida a ganhar ritmo e Weigl a entrosar-se. À primeira vista tudo bem planeado, ainda para mais o adversário era o lanterna vermelha. Mas o jogo foi-se complicando com o golo cedo do Aves e com as oportunidades a serem desperdiçadas. O jogo pedia Vinicius, mas penso que devia ter saído o Weigl recuando Chiquinho. Com a substituição que fez acabou por mexer em 3 posições e a equipa andou um pouco aos soluços até à entrada de Cervi. A partir daqui, acabou por colocar as peças nos seus devidos lugares. Bruno Lage normalmente mexe tarde, mas hoje teve a audácia de mexer logo ao intervalo. Nota para mais um record conquistado hoje. Tornou-se no treinador mais rápido da história do nosso campeonato a atingir a meta dos 100 pontos. Enorme Bruno Lage!"

Benfica x Desp. Aves - Une victoire arrachée dans les dernières minutes

"La soirée s’annonçait plutôt tranquille pour Benfica, meilleure attaque du championnat, qui reçoit la lanterne rouge et l’équipe avec le plus de buts encaissés, le Club Desportivo das Aves. Mais il n’en a pas été ainsi, rien ne s’est passé comme nous aurions pu le croire.
Pour l’occasion, Bruno Lage avait décidé de faire tourner l’effectif. Alors que les supporters s’attendaient principalement à la titularisation de Weigl, qui a récemment rejoint les rangs benfiquistes, le 11 de départ (4-4-2 classique) a finalement révélé bien d’autres surprises. L’entrée d’Almeida sur le côté droit de la défense, au détriment du jeune Tomas Tavares, et surtout la paire Jota / Seferovic à la pointe de l’attaque avec Carlos Vinicius débutant la rencontre sur le banc.
Dès les premières minutes de jeu, le ton était donné avec un rythme assez fort imposé par les joueurs du SLB. Mais rapidement, on se rend compte que la soirée ne se passera pas aussi sereinement qu’initialement envisagée. En effet, Benfica a dominé toute la première mi-temps mais les contres et les attaques d’Aves s’annonçaient dangereuses pour Benfica. Autant les attaquants d’Aves montraient une rapidité dans les mouvements et une forte efficacité pour se rapprocher et inquiéter Vlachodimos, autant Benfica semblait très fébrile défensivement en multipliant les erreurs défensives.
Et c’est justement sur une grossière erreur défensive de Ferro qui se fait chiper le ballon par l’Iranien Mohammadi que ce dernier s’en va battre Vlachodimos et ouvre le score pour la lanterne rouge du classement à la 20ème minute de jeu. On a pourtant vu aussi des choses très intéressantes et prometteuses côté Benfica, comme Jota qui s’est montré très vif sur les mouvements offensifs et de plus en plus à l’aise techniquement, en réalisant notamment un joli coup du sombrero à la fin du premier quart d’heure de jeu, ou les très bons premiers signes d’une entente prometteuse entre Pizzi et Weigl, ce dernier se retrouvant en situation de débordement à la 15ème minute mais son centre ne trouve pas preneur.
Le but d’Aves ne semble pas affecter Benfica qui, même s’il n’arrive pas à augmenter son rythme de jeu, parvient facilement au sein de la défense adverse mais sans parvenir à égaliser. Chiquinho déclenche une belle frappe à la 24ème minute mais sans succès et Pizzi frappe sur la barre à la 28ème minute mais se révèle finalement être en position de hors-jeu. Et cela va durer jusqu’à la mi-temps, avec une très belle action à la 40ème minute, Gabriel lance Grimaldo en profondeur qui centre immédiatement vers le point de pénalty où est positionné Pizzi, mais celui-ci frappe à côté des buts de l’équipe d’Aves. Enfin, avant la mi-temps (47ème minute), Jota se met de nouveau en évidence en réalisant une jolie passe vers Seferovic qui butte sur le gardien d’Aves à deux reprises.
L’arbitre siffle la fin de la première période et c’est la stupéfaction pour les supporters de Benfica qui s’attendaient à tout sauf à ce résultat. L’équipe domine largement le match et la possession de balle, mais n’arrive pas à conclure et se montre très limitée défensivement avec des erreurs incompréhensibles pour la meilleure défense du championnat. La réaction de Lage ne s’est pas fait attendre et dès le début de la 2ème mi-temps, l’entraineur du SLB lance Vinicius au détriment de Jota qui sort alors qu’il a montré de belles choses en première mi-temps. Vinicius rejoint alors Seferovic, assez maladroit devant les buts, à la pointe de l’attaque.
Benfica presse mais ne trouve toujours pas le chemin des filets et on sent que les supporters commencent à s’impatienter.
Mais, c’est à la 51ème minute que l’on assiste à un fait de match qui aurait pu se révéler être une tragédie pour le club de la Luz. Sur une entrée dure d’Almeida, l’arbitre sort immédiatement le carton rouge puis décide d’interroger la VAR. Certes, le tacle d’Almeida doit être sanctionné mais en visionnant de nouveau les images, on s’aperçoit vite que le capitaine du SLB ne touche finalement pas l’adversaire. L’arbitre annule le carton rouge au profit d’un carton jaune pour André Almeida. 
S’ensuit une nouvelle série de frappes aux buts mais sans succès. Que ce soit Chiquinho à la 60ème minute, Seferovic à la 65ème minute en plaçant une tête à côté, ou Pizzi à la 68ème minute qui frappe au-dessus de la cage d’Aves. Benfica pousse mais n’y parvient toujours pas. On notera également la sortie de Weigl à la 61ème, qui a d’ores et déjà montré de très bons signaux mais qui doit encore s’adapter aux mécanismes de l’équipe et au style de jeu. Enfin, à la 76ème minute, Vinicius est accroché dans la surface de réparation et l’arbitre siffle un pénalty en faveur du SLB. Pizzi prend alors ses responsabilités et trompe le gardien d’une belle frappe à mi-hauteur.
A ce moment-là on comprend que le dernier quart d’heure va être très dur pour Aves et que Benfica va pousser et tout donner pour arracher la victoire. On note une forte envie du côté des joueurs mais avec une certaine dose de nervosité également.
Et c’est à la 89ème minute qu’arrive la délivrance pour Benfica, Vinicius reçoit un ballon dans la surface dos au but et le glisse à André Almeida qui frappe et bat le gardien. On assiste alors à l’explosion de joie de tous les joueurs et supporters, un but énormément fêté car très attendu. Le Benfica assurera ensuite pour les dernières minutes du temps de compensation.
Benfica arrache une victoire dans les derniers instants, en s’imposant difficilement d’un but d’écart contre le dernier du classement. Mais une chose est sûre, on gagne des titres aussi sur ce type de matchs.
On notera enfin une forte envie et implication de l’équipe de la Luz, avec un Ruben Dias endiablé en tête de file. Une incroyable envie de bien faire malgré des signes inquiétants défensivement et une attaque sans réussite dans la grande majorité du match. Il faudra, pour Bruno Lage, en retirer les bons enseignements en vue des prochains évènements à venir pour Benfica."

SL Benfica - CD Aves 2:1

"Vor einer vermeintlichen Pflichtaufgabe stand Benfica am Freitagabend gegen den Clube Desportivo das Aves. Nach dem Sieg in Guimarães und vor dem Stadtderby bei Sporting lag das Heimspiel gegen den Tabellenletzten wie ein appetitliches Fleischstückchen im Sandwich zweier richtig schweren Auswärtsbegegnungen.
Die Unterschiede zwischen den beiden Klubs könnten größer nicht sein: Musste der Tabellenführer im bisherigen Saisonverlauf erst eine Niederlage hinnehmen, konnte der Tabellenletzte bislang nur einen einzigen Sieg feiern. Von den Marktwerten sollten wir an dieser Stelle eigentlich erst gar nicht reden. Ich tue es trotzdem, weil die Unterschiede einfach unglaublich sind: Transfermarkt.de schätzt den Kader des Rekordmeisters aktuell auf 352 Millionen Euro, das Team von CD Aves bringt es auf zwölf Millionen.
Die Siegesgewissheit unter den Anhängern von Benfica vor der Partie war also kein Zeichen von Überheblichkeit, sondern spiegelte lediglich die Realität in der Liga NOS wieder. Trotzdem hatte ich ein mulmiges Gefühl, als die Startelf von Benfica bekannt wurde. Mit Neuzugang Julian Weigl, Jota und Seferovic rotierte Trainer Bruno Lage gleich auf drei Positionen. Sollte unser Trainer das Tabellenschlusslicht etwa doch ein kleines bisschen unterschätzen? Andererseits ist Rotation beim vollgepackten Terminplan der Adler in den nächste Wochen Pflicht, und Kritik am so unglaublich erfolgreichen Coach mutet dieser Tage sowieso ein wenig wie kindische Gotteslästerung an.
Wer das Spiel nicht verfolgen konnte, ahnt spätestens nach dieser Einführung, was kommen sollte. Unter dem Motto „wir haben keine Chance, aber die wollen wir nutzen“, spielten die Kellerkinder fröhlich drauf los und brachten die nicht immer hellwach wirkende Defensive der Hausherren mit ihren Kontern mehr als einmal in Bedrängnis. Nach 20 Minuten war die Überraschung perfekt, als Mohammadi auf der rechten Seite loslief und den Ball aus spitzem Winkel in die Maschen drosch. 
Zwar kamen die alles andere als schlecht spielenden Adler bis zum Pausenpfiff noch zu einigen Chancen. Doch jedesmal fehlten entweder Zentimeter, oder der bärenstarke französische Gästetorhüter Beunardeau bekam doch noch irgendwie die Finger an den Ball.
Im zweiten Durchgang dann ein Spiel auf ein Tor. Benfica griff unverdrossen an, Aves verschanzte sich vor dem eigenen Strafraum. Die Einwechslungen von Vinícius und Cervi brachten mehr Dynamik in die Offensivaktionen, doch es sollte bis eine Viertelstunde vor Schluss dauern, bis endlich der Ausgleich fiel. Nachdem Vinícius im Strafraum umgerempelt wurde, verwandelte Pizzi den fälligen Foulelfmeter gewohnt zuverlässig.
Eine Minute vor dem Ende dann der erlösende zweite Treffer: Nach einer Flanke von Cervi liess Vinícius den Ball auf André Almeida abtropfen, der Schuss des Außenverteidigers aus zwölf Metern Entfernung wurde von einem Gästespieler nur leicht aber damit unhaltbar für Beunardeau abgefälscht. Vielleicht einer der wichtigsten Treffer in der bisherigen Spielzeit, denn es sind genau diese Tore, die am Ende Meisterschaften entscheiden.
Nach dem ebenso schwer erarbeiteten wie hoch verdienten Heimsieg von Benfica gewann der FC Porto mit 4:2 bei Moreirense. An der Tabellenspitze bleibt damit alles beim Alten, der Vorsprung von Benfica auf die Nordportugiesen beträgt unverändert vier Zähler.
Weiter geht es schon am Dienstagabend mit dem Viertelfinale des portugiesischen Pokals gegen Rio Ave, am Freitagabend folgt dann das Spiel bei Sporting. Das Derby wird erst um 22.15 Uhr deutscher Zeit angepfiffen, DAZN und sportdigital übertragen live.
---
SL Benfica - CD Aves 2:1
Liga NOS, 16. Spieltag
Freitag, 10. Januar 2020, 19 Uhr 
Estádio do Sport Lisboa e Benfica, 50.760 Zuschauer
Mannschaftsaufstellung: Odysseas, André Almeida, Rúben Dias, Ferro, Grimaldo, Pizzi, Weigl (61. Cervi), Gabriel, Jota (46. Vinícius), Chiquinho, Seferovic (90.+3 Samaris)
Torschützen: 0:1 Mohammadi (20.), 1:1 Pizzi (76. FE), 2:1 André Almeida (89.)"

Defender também é tomar decisões – Ferro


"O registo defensivo do Benfica no campeonato é tão mais extraordinário quando se percebe que de toda a linha defensiva, apenas Rúben Dias é um jogador verdadeiramente competente nos momentos sem bola no que concerne à Técnica Individual Defensiva.
Ao seu lado Ferro, embora seja diferenciado em momentos de construção, continua a ter dificuldades imensas em tudo o que seja defender. Abordagens sucessivamente erradas, dificuldade gritante em defender espaços largos, e erros de decisão:
- Sobre o quando ir roubar ou esperar;
- Sobre a quem sair e quando sair;
- Sobre como orientar o corpo nos duelos – Seja no balanço para que o salto não seja vertical para disputa de bola aérea, seja nas fases da contenção"

Carta aberta aos benfiquistas: Que em campo só arda a paixão das papoilas saltitantes

"Caros benfiquistas,
Escrevo esta pequena carta não para criticar, mas para reflectir sobre um dos temas que mais tinta tem feito correr em Portugal: a pirotecnia no universo encarnado.
Pessoalmente, acho que o uso de artefactos pirotécnicos dá uma certa beleza e até poder às coreografias que costumamos ver nos estádios. No entanto, parece que a maior parte das pessoas não sabe usar este tipo de objectos nem com moderação, nem para os fins adequados.
Ao longo dos últimos tempos tem sido recorrente o arremesso de artefactos pirotécnicos para o terreno de jogo, fazendo com que o Sport Lisboa e Benfica esteja, jornada após jornada, sob a alçada do Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol.
O caso mais recente aconteceu no dia quatro de Janeiro, em jogo a contar para a 15ª jornada da Primeira Liga, contra o Vitória SC, onde a partida foi interrompida por três vezes devido ao arremesso de tochas por parte dos benfiquistas presentes na bancada destinada aos visitantes.
A perpetuação deste tipo de comportamento só prejudica o clube, que paga milhares de euros em multas por época devido ao uso – e arremesso – deste tipo de materiais.
Há que começar a mudar o comportamento no que ao uso destes materiais diz respeito, visto que, se este tipo de situações continuar a acontecer, o mais provável é que o Sport Lisboa e Benfica seja castigado com jogos à porta fechada. Está na hora de apoiar o Glorioso, e esperar que a única coisa a arder em campo seja a paixão das papoilas saltitantes."

Os «22» campeonatos do Sporting

"Se dúvidas houvesse, a 15ª jornada do nosso campeonato colocou tudo em pratos limpos: este será um título disputado entre Benfica e FC Porto. Mais um. O Sporting de tempos a tempos intromete-se na luta, mas fica-se por aí. Desde a última liga verde, já no longínquo ano de 2002 (onde ainda nem Facebook ou Youtube existiam) que os campeonatos têm sido divididos entre azuis e vermelhos: 10 títulos para o FC Porto, 7 para o Benfica. Este ano iremos para um 11-7 ou para um 10-8. Já o clube de Alvalade caminha para ultrapassar a sua famosa seca entre 1982 e 2000. Uma seca tão incrível que todos achámos na altura que era algo de raro e irrepetível. Soubéssemos nós. Encontra-se já a 16 pontos da liderança e na melhor das hipóteses só será campeão em 2021. Mas alguém acredita nisso? Tudo bem que no futebol as coisas podem mudar muito rapidamente, mas é difícil ver o Sporting a ser campeão num futuro próximo...
À falta de títulos no presente, o Sporting vira-se para o passado. Ainda neste clássico se voltou a ver tanto no seu autocarro como no estádio referência aos seus "22" campeonatos. Assumindo como seu até um ano que foi de título Benfiquista, o de 1937/38, por exemplo. É o clube a carregar a fundo na loucura iniciada por Bruno de Carvalho. Recorde-se que até 2016 sempre foi pacifico para todas as cores que só tinham existido 5 clubes campeões em Portugal: Benfica, FCPorto, Sporting, Belenenses e Boavista. Qualquer pessoa interessada pelo futebol local, responderia assim à pergunta. Da mesma maneira que a contagem do Sporting sempre foi pacífica: em 2002 todos se referiram ao 18º título leonino. Tal como nunca ninguém colocou em causa a sequência de títulos Portistas e Benfiquistas, com uma excepção: uma dúvida relativa às quatro primeiras edições do Campeonato Nacional. Que foram «experimentais», dizem eles. E portanto pegue-se nessas taças e atire-se para o lixo, pelos vistos. A verdade é que é perfeitamente normal que se tenha tido que avaliar o sucesso financeiro de uma competição regular jogada no país inteiro nos anos 30 em que os acessos rodoviários eram o comboio e pouco mais. Aliás, que competição nova não é experimental? A Taça da Liga não foi experimental, até se provar que tinha condições financeiras para se estabelecer? E onde é que a palavra «experimental» equivale a zero? Experimento fumar um cigarro. Gostei, quero fumar outro. O outro é o primeiro ou o segundo cigarro que provo?
Continuemos: aferido o sucesso, a FPF apostou definitivamente na nova competição iniciada em 1934 e terminou com o Campeonato de Portugal. O relatório da FPF de 1938 é demasiado claro: «Por virtude da reforma a que se procedeu nos estatutos e regulamentos da Federação os Campeonatos das Ligas e de Portugal passaram a designar-se, respectivamente, Campeonatos Nacionais e Taça de Portugal». Ou seja, o Campeonato da Liga (as tais quatro primeiras edições) passou a ser designado Campeonato Nacional e o Campeonato de Portugal passou a ser a Taça de Portugal. Basta aliás, olhar para os troféus! A Taça de Portugal tem uma réplica exacta da Taça do Campeonato de Portugal e o mesmo se passa em relação às Taças do Campeonato da Liga e Nacional.
O que o Sporting propõe é uma chico-espertice surgida no exacto momento em que se viu dobrado pelo Benfica no número de campeonatos (36-18) tentando misturar alhos com bogalhos e fazendo-nos querer acreditar que afinal Carcavelinhos, Olhanense ou Marítimo já venceram a competição que disputamos nos dias de hoje. E arranjam argumentos para isso: descobrem capas antigas relativas a conquistas do Campeonato de Portugal em que se escreve «O Sporting é Campeão de Portugal!». Como se isso fosse prova. Ora quem vence uma competição chamada Campeonato de Portugal é normal que fosse considerado o Campeão de Portugal. Mas a pergunta não é «quantas vezes o Sporting já foi chamado Campeão de Portugal ou Campeão Nacional?». A pergunta é «da competição que disputamos actualmente, quantas vezes o Sporting a venceu?». E a resposta é 18 vezes. Outro argumento é tentar anular as tais edições ditas «experimentais», tudo isto e só porque o Benfica venceu três delas (e o FC Porto venceu uma, mas essa não os incomoda tanto). Até descobrem capas do jornal Record que até 2010 não as considerava e portanto titulou em 2005, por exemplo, que o Benfica tinha vencido o seu 28º título, enquanto todos os outros referiram o 31º. O jornal era o único que se baseava numa tese do historiador Henrique Parreirão em que as quatro primeiras edições não deveriam ser contadas, mas como escreveu em tempos o jornalista António Tadeia, conhecedor dessa decisão do Record, tal tratava-se mais de uma posição estratégica que histórica: "...a tese defendida pelo Record servia sobretudo de afirmação ante o gigante que era A Bola - era preciso contrariar o establishment para poder vir a superá-lo.". Entretanto, o Record já contabiliza os títulos como toda a restante comunicação social.
É tempo da FPF parar com esta loucura de um clube reclamar para si mais quatro campeonatos do que aqueles que efectivamente tem. A História do futebol Português merece ser tratada com respeito e consideração e não sofrer de revisionismos 80 anos à posteriori, quando até então ninguém teve dúvidas (e isso vale a pena destacar: se a ideia fosse os títulos do Campeonato de Portugal passarem a ser incluídos, por que razão quem viveu nos anos 50 ou 60, por exemplo, nunca o fez? Sabemos nós mais agora em 2020 que as pessoas que viveram nesses tempos?). De modo a acalmar o insaciável Bruno de Carvalho, o presidente da FPF Fernando Gomes, prometeu em tempos um estudo independente (que nem devia ser necessário, mas enfim...). Onde está ele? Não basta colocar os títulos de forma correcta no site da FPF, é altura do organismo dizer que esta fake news tem de terminar. O Sporting parece apostado na teoria que uma mentira ditas muitas vezes pode passar a verdade e é por isso que, mesmo entendendo a opinião de alguns que isto até deve ser minimizado e ridicularizado, sinto-me impelido a lutar para que se trave esta mentira.
Rivalidades à parte, o Sporting é um grande clube com um enorme historial em todas as modalidades, incluindo no futebol. Um clube que possui uma Taça das Taças, 18 Campeonatos, 17 Taças de Portugal, duas Taças da Liga e oito Supertaças é um clube que deve ter muito orgulho no seu palmarés, mesmo que no seu país haja quem tenha maior. E se quer ser mais laureado, tem uma boa solução: olhar para o futuro e conquistar títulos no relvado e não na secretaria com fake news."

Manifestações políticas nos Jogos Olímpicos

"A Regra 50 da Carta Olímpica estabelece o enquadramento que visa proteger a neutralidade do desporto e dos Jogos Olímpicos. Nessa regra é dito que «nenhum tipo de demonstração ou propaganda política, religiosa ou racial é permitida em nenhum local onde se realize um evento Olímpico» (tradução livre)
Naturalmente, esta regra restringe o direito à liberdade de expressão dos atletas participantes.
Assim, o Comité Olímpico Internacional (COI) publicou um documento com directrizes objectivas de interpretação da Regra para os atletas, portanto considerou-se necessário esclarecer sobre quando e onde eles poderiam expressar as suas opiniões durante os jogos (disponível para consulta no site do COI).
Não são permitidas, em nenhum caso, manifestações nos seguintes locais e momentos: no campo de jogo; na Vila Olímpica; durante cerimónias de medalhas olímpicas; durante a abertura, encerramento e outras cerimónias oficiais.
Durante os Jogos Olímpicos, os atletas têm a oportunidade de expressar as suas opiniões durante conferências de imprensa e entrevistas, em reuniões de equipa e nos meios de comunicação tradicionais ou digitais, ou outras plataformas. O COI alerta, contudo, que expressar opiniões é diferente de protestos e manifestações. São dados exemplos do que constituiria um protesto numa lista não exaustiva: qualquer mensagem política, incluindo sinais ou braçadeiras; gestos de natureza política; recusa em seguir o protocolo de cerimónias.
Se um atleta infringir a Regra 50 e a Carta Olímpica, o caso será avaliado pelo respectivo Comité Olímpico Nacional, pela Federação Internacional e pelo COI, de modo a serem levadas a cabo acções disciplinares."

Marta Vieira da Cruz, in A Bola

As expectativas aos 19

"Quando lemos afirmações de jogadores de que se já cansam as perguntas, constantes, que lhes fazem sobre um miúdo de 19 anos, estamos perante um quadro de enorme pressão. Para todos. Principalmente para quem chegou há pouco tempo, ao nível mais elevado, mas pelo seu enorme potencial, reflectindo no valor da transferência, criou expectativas nos adeptos de quem em todos os jogos seria a chave para a resolução dos problemas. Esta situação não acontece hoje pela primeira vez, é a repetição de algo que se passou com outros jovens com 19 anos, ou próximos dessa idade. Nestes dias fala-se de João Félix, mas podemos relembrar, por exemplo, João Vieira Pinto, Simão Sabrosa ou Ricardo Quaresma.
Quando se aposta num jovem de enorme talento, independentemente do valor da sua transferência, deve-se estar preparado para lhe dar tempo. Ninguém cresce sem fazer, e numa fase inicial tem mais probabilidades de cometer erros. O único caminho é potenciar as capacidades excepcionais que esses jovens têm. Perceber que a equipa tem que os ajudar a crescer para posteriormente eles darem ao colectivo aquilo que a maioria não tem, a capacidade de resolver jogos. Não precisam de jogar sempre, se o fazem é porque o treinador já entende que o jovem se tornou a melhor opção. Contudo, o jogador também tem que ter capacidade para perceber como se estabelece o seu percurso de crescimento e influência no jogo da equipa. Ronaldo e Messi, para dar como exemplo, os dois maiores casos de influência no rendimento das suas próprias equipas, também passaram pelo seu processo de desenvolvimento individual e colectivo. Hoje lideram, não só pelo talento, mas também pela experiência.
Torna-se decisivo perceber que este momento, entre 17/18 anos e os 21/22, é fundamental para o que sucede posteriormente. Este entendimento deve ser de todos, do jogador e do treinador, do clube e do adepto. A pressão é para ser vencida com trabalho e paciência."

José Couceiro, in A Bola

'Bluff', uma ideia

"Talvez seja por estas aragens de fim do Mundo, que nos trazem presidentes e líderes religiosos sentados em mísseis ao som da Cavalgada das Valquírias, que penso na importância do bluff nas coisas: «Se querem destruir-nos à bomba, lembrem-se de que temos bombas que podem destruir-vos ainda mais!», parecem avisar. Recordam-me um desenho que vi, esqueci-me onde, no qual estavam dois homens mergulhados até à cintura numa piscina de gasolina, um deles ostentando uma caixa de fósforos e o outro, do mesmo modo poderoso, erguendo um fósforo apenas. É a chamada paz nuclear, assegurada pela certeza de destruição mútua.
O bluff está tanto na iminência de mundos exterminados como no desporto, sobriamente implícito naquele vago encorajamento que nos impede de mostrar medo ao adversário, mesmo que o tenhamos, ou que nos proíbe de confessar cansaço, ainda que o sintamos.
Ademais, também se usa como estratégia de ataque. No boxe, simulando um jab de direita para sair um directo de esquerda. No póquer, claro, o bom jogador tem de fazer bluff de vez em quando, caso contrário torna-se-á no jogador mais previsível da mesa, ou toda a gente saberá que se vai a jogo é porque te boa mão, será um jogador pior ainda do que aquele cão de anedota que ao ver boas cartas não resiste e abana a cauda.
O bluff está em tudo. Também dos negócios, da minuciosidade das negociações entre clubes e atletas (pagar o mínimo de modo a que o jogador aceite; e do outro lado, exigir o máximo desde que o clube não se desinteresse) às variações misteriosas dos mercados de valores.
É, o bluff, um jogo nele próprio, porventura o maior de todos, e quem o domina, ganha. É o mérito principal, portanto sugere cartas que até podem estar na mão de quem enganamos, convence de vantagens que na verdade pode ser o outro a ter. Eu, por exemplo, neste texto a fingir que sei do que escrevo."

Miguel Cardoso Pereira, in A Bola

Tatuagens de ternura futebolística

"Já aqui disse e repito: sempre sonhei ser jogador de futebol. Só não o fui, obviamente, porque não tenho tatuagens.
Como todos sabemos, para se ser jogador de futebol, é preciso ter a pele igual à de um recluso da Carregueira, ou de um projecto do Vhils. Às vezes, de ambos.
Até o Cristiano Ronaldo, que dizem não ter nenhuma tatuagem, foi o mais esperto de todos: tatuou um six-pack na zona abdominal, e aos 80 anos ainda vai andar a sacar octogenárias à conta dele.
É um facto e não há volta a dar: todos os futebolistas têm tatuagens.
Chego portanto à conclusão, que hoje não sou futebolista, não por falta de talento, mas por falta de tinta.
Mas vamos a casos práticos de tatuagens futebolísticas.
Ninguém duvida que Jesus nos ama, mas os jogadores de futebol amam que Jesus os ame, pois está escarrapachado no corpo de muitos deles. Jesus ama-os no peito, Jesus ama-os no braço, Jesus ama-os nas costelas, aí a um palmo debaixo do sovaco. Se isto não é um grande amor, meus amigos, não sei o que será. Eu, por exemplo, gosto muito da minha namorada, mas não debaixo do sovaco. Sei muito bem os meus limites.
É também durante um jogo de futebol, que ficamos a perceber que ninguém gosta tanto dos filhos como os jogadores da bola. É enternecedor ver os pequenotes tatuados no corpo dos craques, a sorrir alegremente entre caveiras que deitam fogo pela boca, e raios pelos olhos. Um pai que nunca tenha pensado fazer isto, para mim perdia já a custódia, o desnaturado.
Outro grande clássico são as citações em caracteres japoneses. É sempre lindo imaginar, que na pele daquele jogador está escrita uma grande mensagem como «Não ao racismo no desporto», mas é ainda mais bonito imaginar que o tatuador era um brincalhão e escreveu «Aluga-se T2 na Reboleira». Nunca saberemos se não formos japoneses.
Há tatuagens para todos os gostos nos jogadores de futebol. Muitas têm, também, o propósito de intimidar os adversários. Um jogador com uma cobra tatuada no braço, digamos, intimida porque tem uma cobra tatuada no braço, mas intimida ainda mais porque é o dono do T2 na Reboleira e já espancou três inquilinos que se atrasaram na renda.
É por estas e por outras que eu jamais poderia ter sido jogador de futebol; Não tenho tatuagens nem nunca pensei ter. Aliás, a fazer alguma, teria sido um cavalo no ombro, o que nunca intimidaria ninguém. Excepto, claro, quem tivesse medo de cavalos. Ou de ombros."

O fim de um rumor sobre hegemonia

"A recente hegemonia do Sport Lisboa e Benfica no futebol em Portugal tem como efeito colateral um estreitar de laços entre verdes e azuis, levando às campanhas comunicacionais mais sujas de que tenho memória desde que comecei a gostar de futebol, no início dos anos 90.
Contextualizando, vivemos na era da comunicação. Tudo acontece demasiado rápido, as pessoas apenas lêem títulos, os media têm como principal objectivo serem os primeiros a publicar no sentido de obter a melhor audiência. A verdade deixou de ser importante, criando-se o ambiente perfeito para a calúnia e desinformação (ver link com sucinto e assertivo discurso de Denzel Washington). 


Aproveitando esta realidade da MDCSDQT (by Guachos Vermelhos), em 2015 e já com um bicampeonato no "bucho", veio um badocha acusar-nos de alimentarmos outros (a cerveja, bitoques e pack Eusébio) em troca de altos favores desportivos. Essa acusação demorou cerca de 3 anos a ser esclarecida, com todos os efeitos negativos para a imagem do clube que daí vieram. 
Independentemente disso, o Benfica continuou a ganhar. Tri, Tetra...e o pânico tomou os clubes azul e verde. Laços estreitados numa famosa reunião no final da época do tetra (16/17) e eis que começa o chorrilho dos emails. Era urgente manter o nome do Glorioso na lama, onde com a sua experiência nos poderiam derrotar. O ruído em volta dos emails terá sido mal gerido pela Direcção do SLB, acabando por ter o impacto desejado pela aliança: a não-conquista do Penta.
Continuaram a chover casos a envolver o SLB e a figura do seu Presidente, que uns atrás dos outros têm conhecido o mesmo fim favorável ao nosso clube. Porém, o objectivo principal da aliança foi alcançado, manchando o nome do SLB e associando-o a práticas mais comuns no norte do país. Apesar de todo este "terrorismo comunicacional" (by Jaime Antunes) e denúncias anónimas com aliados de peso, o Benfica continuou a ganhar internamente. Enumerando: 5 Ligas, 2 Taças de Portugal, 3 Taças da Liga e 4 Supertaças. Em 24 títulos possíveis, 14 para Benfica, 5 para SCP e 2 para FCP. Claramente a estratégia comunicacional precisava de um novo argumento.
E eis que surge o "benfiquistão" (by José Pina), consubstanciado pelo Porto Canal na pessoa execrável que o Vasco Mendonça muito bem descreveu como cancro do futebol português. Incapazes de analisar as razões da actual situação decrépita dos seus clubes, "paineleiros" verdes e azuis foram passando a ideia (num OctávioMachadês fluente) que existiam forças ocultas do Benfica que permitiam à equipa continuar a ganhar.
Com uma paupérrima situação financeira, escasso número de títulos conquistados, papel secundário na formação de novos talentos, inexistência de Investigação & Desenvolvimento capaz de explorar novas tecnologias e aumentar receitas, e com estruturas que se auto-gratificam monetariamente independentemente da ausência de títulos, Porto e Sporting apontaram baterias para o fraco desempenho desportivo do SLB a nível internacional.
A âncora desta campanha foi a miserável prestação na UCL (Uefa Champions League) do Glorioso na época 17/18, que ganhou consistência com as muito boas participações do FCP nessa época e na seguinte.
Em virtude dos maus resultados europeus do Glorioso nesse e noutros anos, tentou criar-se o seguinte pressuposto:
▶ Se FCP tem melhor desempenho na UCL, tem de ser campeão por decreto (caso contrário, vivemos no "Benfiquistão"). Extrapolando, pode assumir-se que:
▶ O campeão nacional no país tem de ser sempre a equipa (ou uma das equipas) que vai mais longe na competição europeia mais relevante (UCL).
Para tentar desmontar esta teoria bacoca, nada melhor que a frieza dos números. Analisaram-se as últimas dez épocas (de 09/10 a 18/19) de participações na UCL das 10 melhores ligas no ranking UEFA (à data de Jan-2020). Indo ao encontro da análise tripeira na classificação de melhor equipa europeia, ignoraram-se os resultados na UEL (Uefa Europa League), considerando-se somente os da UCL.
Critério para melhor desempenho europeu: equipa(s) que avançam mais fases na UCL.
Conclusões gerais:
▶ Salvo algumas excepções, as equipas com melhor desempenho na UCL tendem a terminar o campeonato nos primeiros lugares das ligas nacionais;
▶ 79% das vezes, pelo menos uma das equipas com melhor desempenho europeu terminou no pódio do seu país;
▶ 54% dessas melhores equipas são campeãs;
▶ 37% dos campeões nacionais são destacadamente a equipa do país com melhor desempenho europeu (6x Shakhtar, 5x Bayern, 4x Ajax, Barcelona, PSG e Juventus; etc);
▶ Contrariando a teoria azul e branca, ser a equipa (ou uma das equipas) com melhor desempenho na UCL não é garantia do título nacional;
▶ 63% o campeão nacional não é destacadamente a melhor equipa europeia;
▶ 17% o campeão foi tão bom na UCL como pelo menos mais outra equipa do país;
▶ 46% o campeão nacional tem pior desempenho europeu que outra equipa do mesmo país, sendo que 28% dos campeões nacionais nem sequer participaram na UCL desse ano (exemplo: Benfica em 09/10 ou o Porto em 10/11);
▶ Em Portugal, em 5 dos últimos 10 anos a melhor equipa (ou melhores equipas) europeia não venceu o campeonato, com o Porto a vencer 2 desses campeonatos e o Benfica 3.
Como fica patente nos números, não é invulgar o campeão nacional não ser a equipa com melhor desempenho a nível europeu nessa época. Sucede mais frequentemente em países como Bélgica e Rússia (8x) ou Inglaterra (7x), em que não existe um clube hegemónico, mas também acontece nos países com clubes mais dominadores (Alemanha, Espanha, Ucrânia ou França). Em média, 1 a cada 2 campeonatos são vencidos por uma equipa que tem pior desempenho a nível europeu.
Gráfico 1 - #Épocas em que campeão nacional tem pior desempenho europeu que outra equipa do mesmo país

Não sendo fluente em OctávioMachadês, aponto alguns argumentos plausíveis para justificar um eventual sucesso nacional e insucesso europeu:
▶ priorização de competições (poupando jogadores na UCL; ou utilizando a UCL como montra para jogadores jovens);
▶ melhor numa competição não tem forçosamente de o ser nas restantes (caso contrário, o melhor na UCL ganharia Liga e taças do respectivo país, e vice-versa);
▶ sorteios desfavoráveis (pode ditar maiores dificuldades no trajecto europeu).

Para "matar" este argumento da aliança, esmiúcem-se os três campeonatos vencidos pelo Benfica em que não fomos a equipa nacional com melhor desempenho europeu:
▶ 09/10 - Quartos-Final da Europa League, vencendo um campeonato disputado contra o SCB, com FCP moribundo;
▶ 14/15 - 4º lugar na fase de grupos da UCL, fora das competições europeias em Dezembro. Total disponibilidade para o campeonato e com um aliado de peso em Lloropegui;
▶ 18/19 - Quartos-Final da Europa League depois de 3º lugar na fase de grupos. Priorização de jogos nacionais permitiu vitórias saborosas contra Tondelas e afins, mas uma amarga eliminação perante um Frankfurt acessível.
Por último, com campeonatos vencidos na última jornada (09/10 e 18/19), penúltima jornada (14/15); com campeonatos perdidos com 5 pontos de avanço no final da primeira volta (11/12), com 4 pontos de avanço com quatro jogos por disputar (12/13); com cúpula directiva da Liga e Federação claramente associada a outros clubes; "benfiquistinho" deveria ser o termo OctávioMachadêsiano utilizado pelos paineleiros na avaliação da influência benfiquista no futebol nacional."

Condolências por Paulo Gonçalves

"O piloto de motos português Paulo Gonçalves faleceu hoje, aos 40 anos, após acidente na sétima etapa do Rali Dakar (este ano a realizar-se na Arábia Saudita).
Paulo Gonçalves participava de forma regular na mítica prova – esta era a sua 13.ª presença – tendo alcançado quatro vezes o top 10, uma das quais em segundo lugar.
Era um dos mais credenciados pilotos portugueses de sempre, tendo-se sagrado campeão do mundo Rally Cross em 2015. Paulo Gonçalves
Foi parceiro do Sport Lisboa e Benfica em vários anos e sentia grande orgulho em ostentar a águia no equipamento de motard, nomeadamente no capacete, durante as provas sobre duas rodas.
O Sport Lisboa e Benfica endereça sentidas condolências à família e amigos de Paulo Gonçalves neste dia de luto para o desporto motorizado."

Amanhã temos Final...

Eléctrico 0 - 4 Benfica

Estamos na Final, sem sofrer um golo nos dois jogos. Hoje como esperado, não foi fácil, mas por culpa nossa, com algum desperdício à mistura...!!!

PS: Parabéns aos nossos fundistas da secção de Atletismo, que se sagraram hoje Campeões Nacionais de Estrada...

Invencibilidade interna...

Benfica 3 - 0 Esmoriz
25-21, 25-20, 25-22

Regresso do campeonato, com mais uma vitória, contra uma equipa 'reforçada' em relação às épocas anteriores!

Confirmada a subida de forma...

Benfica 4 - 0 Casa Pia


O melhor momento da temporada, hoje contra uma equipa mais acessível, o que permitiu assistir-se a um agradável jogo de futebol...

Vitória em Fão...

Braga 0 - 1 Benfica


Liderança defendida, com um excelente golo do Ronaldo... mas a gestão da vantagem na 2.ª parte, podia ter sido feita de outra forma: com bola!!!