sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

Cadomblé do Vata (cartilhas!!!)

""Aqui à coisa de" 2 ou 3 dias, andava eu a navegar pelos jornais desportivos online, quando me apareceu um vídeo de fair play entre árbitro e jogador num jogo de rugby. Cliquei e vi como o juiz olhava para a cara do atleta, indicava-lhe um corte sangrento no sobrolho e de imediato se virava de costas para ele, disponibilizando-lhe a traseira da camisola para ele limpar o sangue que lhe escorria face abaixo. Terminada a bonita sequência de desportivismo, reparei que numa espécie "come lá um doce e depois morde este limão", o vídeo que relacionava com este, era o do comentador portista da CMTV, advogado suspeito de extorsão e defensor de agressores da Academia de Alcochete, afirmando-se enojado com o lance que envolveu Rúben Dias e Davidson na área do Benfica.
Hoje soube-se que a Comissão de Interpretação das Leis do jogo, analisou o lance e concluiu o que toda a gente de boa fé tinha concluído: não há qualquer falta. Ficou assim, uma vez mais demonstrado, que os portistas se enojam com decisões correctas dos árbitros, provoca-lhes asco, vontade de vomitar. É tudo uma questão de falta de hábito. Estômago que se habitua a digerir penaltys por bola no peito, expulsões injustificadas no primeiro minuto de jogo ou golos precedidos de empurrão ostensivo, tornam-se sensíveis a correctas, mas nojentas interpretações das leis
A cartilha do "FC Porto vítima do Benfiquistão" é portanto, apoiada entre outros, num golo "precedido de mão" legal da B. SAD e num "penalty" claro e inexistente de Rúben Dias sobre Davidson. Sérgio Conceição tem razão quando coloca os árbitros como decisores do título. Tivesse Pedro Proença arbitrado o Vitória - Benfica ou Olegário Benquerença estado presente no Jamor e hoje partilhávamos a liderança com uma equipa a quem o VAR já ratificou grandes penalidades por bola no peito. Como bem afirmam, o técnico portista recuperou efectivamente a "identidade do Futebol Clube do Porto"... um clube regional e Dourado, que se entretém a criar mitos."

Todos à Luz

"É já daqui a poucas horas, mais concretamente às 19h00, que a nossa equipa entrará em campo, no Estádio da Luz, para defrontar o Aves.
Apesar da posição dos avenses na classificação do Campeonato, sabemos que só um Benfica concentrado e empenhado poderá cumprir o objetivo de conquistar mais três pontos. Bruno Lage relembrou que “do outro lado está uma equipa determinada e a lutar pela vida”, pelo que caberá à nossa equipa contornar as dificuldades que mais um adversário motivado criará certamente.
Esta mentalidade vencedora deverá estender-se às bancadas. O apoio à nossa equipa será essencial para vencer a partida. Trata-se apenas da penúltima jornada da primeira volta do Campeonato, há ainda muito por disputar na prova e sabemos que o conforto da liderança pode ser ilusório e efémero. Há, portanto, que continuar a lutar por preservá-la, tanto nos relvados como nas bancadas, até à última jornada.
Lage manifestou a vontade da equipa de “fazer um grande jogo, vencê-lo, fazer uma grande exibição e conquistar os três pontos”. A nossa contribuição enquanto adeptos, não duvidemos, será muito importante. Por isso, relembramos, mais uma vez, todos os detentores de Red Pass que, caso não possam estar presentes hoje na Luz, têm a possibilidade de partilhar o seu lugar.
E há muito mais Benfica para apoiar. Dos muitos jogos que as nossas equipas disputarão, destacamos a participação, em Matosinhos, do futsal, que tentará vencer a Taça da Liga. O primeiro desafio será já esta noite, às 21h15, com o Burinhosa.
No basquetebol, a difícil deslocação a Oliveira de Azeméis, para defrontar o campeão em título Oliveirense, será amanhã, sábado, às 15h00. À mesma hora, mas no Seixal, a nossa equipa B de futebol tem partida agendada com o Casa Pia. Às 17h00, na Luz, será a vez da nossa equipa de voleibol receber o Esmoriz, a contar para o Campeonato Nacional.
No domingo, todas as atenções estarão centradas no dérbi com o Sporting no âmbito na Taça da Liga de futebol feminino. O jogo terá início às 15h15 e será realizado no Estádio da Tapadinha, em Alcântara, Lisboa.
As nossas equipas contam com o nosso apoio! #PeloBenfica "

RDT - flop ou falta de paciência?

"O Benfica confirmou hoje à CMVM a transferência de Raul De Tomás para o Espanyol por 20M + 2M em objectivos e 20% de mais-valias em futura transferência.
Antes de mais é preciso dizer que estes números são bastante bons para um jogador que não foi feliz nos 6 meses que esteve no nosso clube, saindo sem glória com 1072 minutos jogados, distribuídos por 17 jogos, e apenas 3 golos. Sejamos honestos: estes números são manifestamente curtos para um jogador que vinha rotulado como craque e nos custou 20M em Agosto.
Mas isto significa que o jogador tem falta de qualidade? Nem por isso. Pudemos ver alguns, poucos, momentos de grande qualidade técnica e inspiração, como o golo na Rússia frente ao Zenit, o pontapé do meio-campo que quase dava um golo digno de um Prémio Puskas em Leipzig e a famosa cueca a Bruno Fernandes na Supertaça. Mas isto foi, de facto, muito pouco.
Então o que levou um jogador com qualidade técnica indiscutível e capacidade goleadora comprovada em Espanha a falhar no Benfica? Na minha opinião, 3 factores:
1 - Erro de casting
É público que o espanhol foi indicado pelo departamento de scouting que nele viu um goleador com grande capacidade técnica e margem de progressão. Infelizmente não era de um jogador com estas características que a equipa precisava nem tão pouco o que o treinador queria. Com a saída de João Félix ficou uma vaga por preencher entre o meio-campo e o ataque, área onde o nosso miúdo se sentia como peixe na água, e Bruno Lage foi forçado a colocar RDT com missões de distribuição, último passe e posicionamento entrelinhas que, diga-se, o espanhol nunca conseguiu cumprir com qualidade. Andou sempre muito longe da baliza e a falta de golos foi pesando ao ponto de nos últimos tempos parecer um jogador banal e sem motivação para jogar futebol.
2 - Falta de garra
O jogador não tem culpa que o clube tenha errado na avaliação das suas características, mas na verdade também nunca demonstrou muita vontade para dar a volta à situação. Mal ou bem, o Benfica acreditou no seu potencial e pagou um valor significativo para o trazer do campeonato espanhol. Infelizmente o ex número 9 nunca pareceu feliz e demonstrou até alguma falta de garra em vários jogos quando as coisas não lhe corriam bem. É pena porque tinha tudo para dar certo e certamente daqui a uns tempos vai olhar para esta aventura em Portugal com alguma tristeza e uma sensação que podia ter feito muito melhor.
3 - Falta de paciência
Com a saída confirmada de RDT, já são 4 os jogadores de qualidade reconhecida que saem do clube pela porta pequena menos de 6 meses após serem contratados: Gabriel Barbosa, Castillo, Ferreyra e Raul De Tomás. Há aqui um padrão e a culpa não pode recair apenas sobre os jogadores. Algo está a falhar, seja no departamento de scouting, que faz uma avaliação errada ou insuficiente das características técnicas e psicológicas dos jogadores; dos treinadores, que não conseguem tirar proveito de investimentos altos (Gabigol jogava a extremo com Rui Vitória e RDT a segundo-avançado com Lage) e também na estrutura que não dá aos jogadores tempo suficiente para se estabelecerem num país e campeonato diferentes, carregando no botão de pânico de forma precoce. Entendo que a perspectiva de uma perda de um investimento de 20M assuste, mas por vezes é preciso ter mais fé nos jogadores e dar-lhes tempo para que possam mostrar o que valem. Já tivemos inúmeros exemplos de jogadores que demoraram algum tempo a justificar o investimento mas que depois se revelaram grandes jogadores: Di Maria, Fábio Coentrão (eu sei, eu sei...), Miguel, Rafa e certamente existirão mais exemplos. É preciso mais paciência e não pensar apenas na vertente financeira.

Então RDT foi um flop ou houve falta de paciência?
Um pouco dos dois, na verdade. Sendo verdade que não deram tempo ao jogador para se adaptar e ganhar confiança, este também não soube aproveitar as oportunidades que teve e nunca mostrou sinais que a situação iria melhorar num futuro próximo. A saída por valores semelhantes aos da aquisição acabam por ser aceitáveis dadas as circunstâncias.
De qualquer modo, espero que mais este falhanço na identificação das características de um jogador sirvam de lição para o futuro e que, ao menos, estes 20M sirvam para financiar a contratação de um atleta para a posição deixada em aberto por João Félix."

Como se experencia a experiência?

"Estranho jogo este, no qual parece postular-se que a experiência se ganha não experimentando. O futebol é talvez a única actividade assim. O que falta a este jogador? Experiência. E o que se faz então? Espera por uma oportunidade, não experiência. Treina. Ou joga, mas pouco. Mas depois também se diz que é nos jogos e não nos treinos que se adquire maturidade. Valham-nos as equipas B e os sub-23, sim senhor, mas é terreno curto quando o talento é amplo. Os melhores não têm idade e antecipam a maturidade. Só não dispensam a coragem de quem os lance.
Há muito anos - que há coisas de que só os do século passado se lembram bem - o Benfica lançou cedo Chalana e aproveitou-o em pleno durante umas oito épocas até o trocar por um mealheiro gordo de Bordéus. Já o Sporting hesitou com Futre, admitiu cedê-lo por empréstimo à Académica - a ele, Futre, que é, como Chalana, um dos 5 melhores portugueses que vi jogar - e acabou por perdê-lo para o Porto. Perdeu o jogador e a transferência, a maior até então do futebol português, para o Atlético de Madrid. A história dá lições e deveria ensinar-nos que os maiores talentos não são como secretárias de recepcionista: ficam mal na sala de espera. Bernardo Silva valeu 15 milhões ao Benfica, num alegado bom negócio - diziam muitos ao tempo - porque não jogava. Foi duplo mau negócio, porque deveria ter jogado mais pelas águias e teria rendido muito mais dinheiro. Ponto comum: o talento que se espera que cresça quando já está maturado, ou então que ganhe músculo, na ilusão tonta de que se pode desenvolver no ginásio a concretização do talento que só o jogo autoriza. Não separe a máquina o que deus uniu.
Até porque alguns já trazem de origem tudo o que é necessário, como Trincão. Deixá-lo crescer? Não, deixá-lo é jogar. Reconhecer que o despedimento de Sá Pinto foi extemporâneo e mal explicado – e foi! - não impede que se pergunte como não houve mais cedo espaço para Trincão. Está ali um dos melhores da grande colheita portuguesa de 99, vintage seguramente, a mesma de Félix. E Félix é um bom exemplo de alguém que devia ter estado menos tempo na sala de espera.
No mesmo ano, 1999, nasceu no exótico Burkina Faso aquele que já é -demonstrou-o exuberantemente diante do Benfica - um dos melhores centrais do campeonato português, e dos melhores três ou quatro, não de um grupo anónimo de dez ou quinze. Tapsoba vai jogar em breve num grande da Europa, seja por cá ou noutro país. A maturidade precoce está lá toda, num pacote completo que inclui personalidade, qualidade técnica, velocidade, sabedoria na utilização do físico. O Vitória de Guimarães tem ouro. Ele e Marcus Edwards só não atingem o topo se não quiserem. Eles e quem os escolhe. E querem outra previsão de ano novo? Fábio Silva. Não engana. Está aí, pronto a explodir no Porto, o melhor ponta de lança português dos próximos anos, acima do bom nível de André Silva ou Gonçalo Paciência. E é mais que um ponta de lança, que Fábio sabe também associar-se e servir. Estou mesmo convencido de que já o melhor de todos os homens de área que treinam no Olival. Só falta prová-lo. E para isso só falta jogar mais vezes.

Nota colectiva – Nápoles É o exemplo de um clube sem estratégia, que está em perda sem entender porquê. Aurelio de Laurentis é o exemplo de presidente - como há alguns em Portugal – que por andar nisto há uns anos pensa saber mais que os treinadores e acredita poder impor-lhes regras absurdas no futebol. Não percebeu que foi Maurizio Sarri, na sua imensa competência técnica, a causa principal do crescimento da equipa que mais mordeu os calcanhares da Juventus em anos recentes. A opção seguinte foi pela experiência de Ancelotti e agora pela agressividade de Gattuso. Tinha tudo para dar mal, e está a dar. No futebol, ser competente vale sempre mais que ser experiente ou agressivo.

Nota individual– Romelu Lukaku No latifúndio, ele reina. Se há espaço, desbrava-o como ninguém. Conte, que o conhece bem, não hesitou em fazer crescer o novo Inter em redor do mais potente ponta de lança deste tempo. Com Lautaro Martínez faz uma daquelas duplas que os italianos adoram, de gigante e esquivo, como Skhuravy e Aguilera há um par de décadas num Génova memorável. E no país das marcações ao homem, está como peixe na água. Se cada um marca o seu, é só passar o dele, que o relvado se abre a seguir como as águas do mar Vermelho na história bíblica. E esta história acaba muitas vezes no fundo da baliza contrária."