quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

É preciso repensar o 'off side' no VAR

"Decorre, pela Europa, um debate apaixonado sobre a questão do fora de jogo num contexto de VAR, e espera-se que, da reunião do próximo dia 29 de Fevereiro, da IFAB, saiam decisões que alterem um protocolo que carece de afinações. Para que não restem dúvidas, o VAR veio para ficar, os erros dos árbitros diminuíram e o que está em causa, apenas, é encontrar a melhor forma de limar as arestas que subsistem. E é aqui que vale, a pena reflectir sobre o off side. É preciso punir posições que sejam irregulares, para lá de qualquer dúvida razoável. Ou seja, há que criar uma linha de fora de jogo mais larga (Ceferin, presidente da UEFA, já verbalizou esta ideia...) que promova alguma segurança quanto ao momento do passe (e do frame), essencial para a aplicação da lei. Imagine-se que essa linha tem 50 centímetros e que só é considerado fora de jogo quem estiver, braços à parte, para lá dessa marca. A partir daqui, não só desaparece o problema da falta de razoabilidade (está fora de jogo porque calça 46 ou porque não cortou o cabelo...), com que por vezes nos confrontamos, como se obedece aos princípio segundo o qual, na dúvida, beneficia-se o atacante.
 Para outras núpcias ficarão questões igualmente importantes, como a possibilidade de se ouvir as comunicações entre o VAR e o árbitro de campo (em aplicação já no campeonato australiano) e também o derradeiro passo do futebol rumo à modernidade, a cronometragem dos jogos, abandonando-se os 90 minutos e entrando na era do tempo útil de jogo.
A verdade é que o futebol tem sentido a necessidade de modernizar-se e já não é militantemente retrógrado."

José Manuel Delgado, in A Bola

A eficácia e a assistência

"O Estádio da Luz é duplamente  o que tem mais espectadores (até agora, uma média de 54.203), como o que tem a melhor taxa de ocupação (84,48%)

1. Acabaram as festas, recomeça o campeonato. Agora definitivamente, com a luta pelo titulo reduzida a dois. Todavia, o Benfica e o Porto bem podem agradecer a fortuna de terem saído com três pontos, nas suas difíceis deslocações. Em teoria, o embate dos portistas era mais complicado, mas vencer em Guimarães também não é fácil para qualquer um dos dois candidatos. Quer o vitória, quer o Sporting jogaram o suficiente para, pela menos, não perder. O Benfica aproveitou quase a única oportunidade que teve para marcar. O Porto tirou partido dos habituais brindes defensivos dos leões. O Sporting está agora a 28 pontos da liderança (a 16 do Benfica e a 12 do FC Porto, ainda na primeira volta)!
A equipa encarnada continua com os melhores índices de desempenho: mais pontos, mais vitórias, mais golos marcados, menos golos sofridos e os dois melhores marcadores. Seguem-se novas jornadas, porém engasgadas entre a Taça de Portugal e a final four da Taça da Liga. Tudo tão mal-arranjado que, por exemplo, leva a que o Sporting-Benfica e o FC Porto-SC Braga da última jornada da 1.ª volta sejam jogados numa sexta-feira e que o Benfica tenha o mínimo período de intervalo depois de jogar para a Taça de Portugal contra o Rio Ave.
Mais uma ronda de mercado, agora de Janeiro. O Benfica adquiriu o passe do alemão Julien Weigl, por 23 milhões (20 para o Borussia, 3 para o atleta). Não sou suficientemente seguidor do que se vai passando no campeonato alemão e, como tal, não tenho opinião sobre o jogador. Dizem as crónicas que é bom jogador. Dizem as crónicas que é bom jogador. Pois que assim seja, é o meu desejo. As circunstâncias de ser alemão, jovem e vir de um clube exigente são bons augúrios.
Mas no futebol a teoria de melão é bem conhecida. Tal como este que só sabemos se é bom quando o comemos, também no futebol a história está cheia de sucessos inesperados ou de fracassos que suscitam um grande melão. Aguardo, pois, que a cucurbitácea associada a Weigl seja correspondia na relação custo/desempenho do atleta.
Há uma posição no Benfica que me merece alguma preocupação: a dos defesas centrais. Conti lá foi para o México, sem se saber quem era o rapaz. O capitão Jardel está em fase naturalmente descendente e vem acumulando lesões musculares. Há o brasileiros Morato, que veio por uns milhões e que, sinceramente, do que o vi jogar, sobretudo na equipa B, além de espadaúdo ainda tem muito a aprender.

2. A passagem de um ano velho para um ano novo sugere alguma predisposição para fazer balanços, e revisitar assuntos. Foi assim que deambulei pelo sítio da Liga Portugal, onde gosto de visualizar dados que, agora, temos facilmente ao nosso dispor.
Deparei imediatamente, com uma constatação que me chamou a atenção, não só porque gosto de conhecer abordagens, por mim antes desconhecidas, como - neste caso - por me agradarem enquanto benfiquista. Transcrevo parte do que lá li: «Desde que o ano civil de 2010 começou, até ao presente, ninguém fez balancear as redes adversárias como Jonas, que apontou uma impressionante quantia de 110 golos, ao cabo de 132 jogos realizados, (...) entre as épocas 2014/2015 e 2018/2019». Eis mais um feito de que Jonas se pode orgulhar e de que os benfiquistas se podem sempre recordar. Mas também, o 2.º classificado na década que terminou foi jogador encarnado: Lima com 83 golos marcados, nos 165 jogos em que participou (SC Braga em 2010/2011 e 2011/2012 e Befica em 3 épocas, de 2012 a 2015). O pódio é repartido no 3.º lugar entre o sportinguista Bas Dost e o ex-portista e agora portimonense, Jackson Martínez. O primeiro com 76 golos em 84 jogos e o segundo em 128 encontros. O quinto classificado foi o até agora melhor marcador estrangeiro do SL Benfica: Óscar Cardozo. E só não foi o primeiro na década porque o seu desempenho se dividiu por dois decénios, pois, das 7 temporadas que jogou, só 4 foram entre 2010 e 2014. Mesmo assim, na década agora terminada, festejou 68 golos em 107 partidas.

3. Outra estatística interessante é a que se refere às assistências nos estádios. Não que algo de muito substantivo tenha mudado, face a épocas transactas. Contudo, acentuaram-se alguma tendências antes evidenciadas. O Estádio da Luz é duplamente o que tem mais espectadores (até agora, uma média de 54 203), como o que tem a melhor taxa de ocupação face à lotação (84,48%). Um pouco melhor do que no anterior (considerando aqui todos os 17 jogos em casa): 53 824 espectadores e uma ocupação de 83,89%. O FC Porto ocupa a segunda posição quanto ao número de assistentes (35 1010), mas não quanto à taxa de ocupação que é do Famalicão com 81,74% (embora com uma média de 4 333 pessoas a assistir). Ainda quanto ao Dragão, há uma descida significativa face à média do anterior campeonato de cerca de menos 6 500 espectadores (menos 15,6%). Já o Sporting é o terceiro quanto ao número de pessoas em Alvalade (30 590), mas apenas o sexto quanto à taxa média de ocupação (60,59%), pois que Tondela e Portimonense o ultrapassam. Comparativamente com 2018/2019, a quebra em Alvalade é notória: passou de uma média de 41 665 (então à frente do FCP) para 30 590 agora (menos 27%). Só mais dois clubes estão acima dos 10 000 espectadores: Vitória de Guimarães (16 623) e Boavista (11 707). O Sporting de Braga fica-se pelos 9 451. De todos os clubes, só o Benfica e o Boavista cresceram. No caso dos axadrezados, há, porém, uma explicação para tal: é que já recebeu os três grandes no Bessa. E deve dizer-se que se o Benfica já recebeu um dos rivais (FCP), estes ainda não tinham tido até à jornada anterior qualquer clássico em sua casa. No caso do Benfica, se retirássemos o jogo contra os portistas, a média apenas desceria 1219 espectadores (2,2%). Este jogo, aliás, não foi o que mais pessoas viu na Luz, pois esse foi o da jornada inaugural contra o Paços de Ferreira (62 956).
Dos 8 jogos disputados no Estádio da Luz, 7 deles ocupam as primeiras sete posições, sendo que só o disputado contra o Portimonense foi ultrapassado por dois jogos do FC Porto (contra o Famalicão e o Vitória de Setúbal). Já quanto aos leões, o seu jogo caseiro com mais assistência foi contra o Rio Ave (37 942), ultrapassado no domingo passado no clássico contra o Porto, mesmo assim abaixo do que seria esperado (41 247).
Ao invés, as piores assistências são ao do Desportivo das Aves (2031). Moreirense (2241), Paços de Ferreira (2271) e, algo surpreendentemente para mim, o Rio Ave (2456). Já vendo a situação pela taxa de ocupação, o último lugar é o da equipa do B-SAD, com uma percentagem indigente de 14,86%, apesar de já ter recebido Benfica e Porto.
Curioso como sou, fui ver o que se passa na 2.ª Divisão (Liga Pro): A Académica está em 1º lugar com uma média de 2093 espectadores, mas com uma taxa de ocupação de 7,04% do Estádio de Coimbra (é o penúltimo lugar)! Os restantes dezassete clube oscilam entre 1614 do Feirense e 253 do Vilafranquense! Já quanto às equipas B, o Benfica tem uma m´dia de 725 e o Porto de 462 (neste caso, pior só o clube de Vila Franca e o Casa Pia). Enfim, tirando os clubes e os jogos do costume, o famigerado acordo ortográfico vem mesma a calhar para os residentes (não espectadores), mas espeta-dores.
E, por fim, uma comparação que poderia parecer mais do que improvável: o treino de 1 de Janeiro, na Luz (21 800 pessoas) teve mais assistência do que a média de todos os clubes excepto Porto e Sporting e é mesmo superior à soma de média de 7(!) clubes primodivisionários.
Todos estes números e outros que se poderiam analisar evidenciam a debilidade dos nossos campeonatos. Assunto que é, não raro, posto de lado em tantos e polémicos meios de análise e comentário!

Contraluz
- Abominável: O comportamento indigno de uns tantos malfeitores compulsivos que continuam a desrespeitar o futebol e a grande maioria das pessoas que dele gostam. A Benfica SAD emitiu um comunicado em que «condena claramente os adeptos afectos ao nosso clube envolvidos (...) reafirmando o empenho em que tais comportamentos sejam totalmente banidos, considerando que os mesmos só prejudicam o Sport Lisboa e Benfica e a atitude correcta dos milhares e milhares de simpatizantes do nosso clube». Pergunto quando chegará o dia em que esta banditagem é corrida dos estádios e é expulsa dos clubes?
- Revoltante: Qualquer pessoa de bem, qualquer família que se junta para ir ver um jogo de futebol, qualquer criança que sonha em entrar num estádio são revistadas, não podem levar uma garrafa de plástico com água ou outros bens inofensivos. Mesmo já lá dentro, quantas vezes compro uma garrafa de água e só me deixam trazer para o meu lugar tudo o líquido já vertido num copo? Como é que se explica que, com tão espartana e zelosa vigilância, entrem petardos, outro material pirotécnico, tarjas gigantes? É absolutamente revoltante.
- Efeméride: Eusébio morreu há seus anos. Continua sempre presente na memória e vivo no coração."

Bagão Félix, in A Bola

Vaga 'Antibenfica' chega mais cedo

"Único motivo que se enxerga para tanta pressa: há um ano, por esta altura, o dragão estava sete pontos à frente da águia, agora está quatro atrás...

É incontrolável a mania de presidente de clubes se aproveitarem da projecção noticiosa que os jogos com os grandes suscita para dizerem inutilidades e mostrarem-se ao país.
No essencial, foi o que fez o presidente do Vitória SC, sem se dar conta do que seu treinador afirmara minutos antes - e se tivesse esse cuidado talvez a intervenção que resolveu fazer fosse no sentido de valorizar o desempenho da sua equipa e enaltecer a competência de quem a preparou e orientou, Ivo Vieira.
Preferiu enveredar por um discurso inócuo, tradutor de quem se deixou motivar por alguém ou alguma coisa para mostrar uma mão vazia de ideias. Acontece, sobretudo a quem chegou à presidência há pouco tempo e ainda se deslumbra com os recados que hábeis máquinas de propaganda colocam no mercado para consumidores distraídos. Recados com aquele que foi debatido na semana que antecedeu o clássico de Alvalade e assinado por figura de infinda experiência, que faz isto de olhos fechados. A intenção, porém, é a mesma de sempre: confundir, baralhar e voltar a dar de cada vez que a posição que não se desejam.
No último campeonato a epidemia só atingiu o pico a partir da 28.ª jornada, com a ridícula congeminação antibenfiquista relativamente ao jogo da Feira, mas no actual deve começar mais cedo. Creio até que já começou e o único motivo que se enxerga para tanta pressa terá a ver com a diferença no ordenamento classificativo de uma época para outra: se há um ano, por esta altura, o dragão estava sete pontos à frente da águia, agora está quatro atrás, com a particularidade de ter vencido nos dois clássicos que disputou na capital.

Esta jornada 15 interessante e prenunciadora de tempos muito difíceis para o Benfica, no campo, muito naturalmente, e fora dele, no jogo falado, em que o ilimitado exercício da palavra tudo consente, incluindo a intriga rasca e o insulto.
A inusitada atitude do presidente vimaranense provocou igualmente estranheza por trazer à colação o Sporting de Braga, esgrimindo o argumento de a equipa de arbitragem ter sido a mesma nos jogos dos dois clubes minhotos com o Benfica.
Em relação a este ponto, duas observações:
Sobre o trabalho do árbitro, a lamúria do costume, basta ler as opiniões da generalidade dos especialistas na matéria para verificar que lhe falta razão nos reparos que aventou.

Sobre a comparação ao SC Braga convinha que fosse esclarecedor e nada deixasse por dizer de maneira a poder entender-se o objectivo da mensagem. Dizer que o árbitro e o VAR foram os mesmos, sim, e depois? Clarifique!
Tentar argumentar o SC Braga para cruzada vitoriana até nem foi despiciendo, não pela questão esfarrapada da arbitragem, mas numa perspectiva de futuro, de maior abrangência, porque o caminho que Pinto Lisboa tem de trilhar, mesmo sem assumi-lo publicamente, devido às rivalidades pacóvias, será idêntico ao do seu vizinho António Salvador que também chegou à presidência do clube bracarense em cenário de enorme complexidade, mas foi célere a aprender que, se quisesse vingar, teria de ser duro, pensar pela sua cabeça e defender intransigentemente os interesses do seu clube sem se preocupar nem com comentários,, nem com reacções de outros actores, independentemente do peso e da influência que pudessem exercer.


Salvador depressa passou a ser conhecido como presidente de clube em afirmação que, no mesmo dia, tomava o pequeno no almoço em Lisboa com o presidente do Sporting, almoçava com o do Benfica e no regresso a casa jantava com o do FC Porto.
Por isso, fez o SC Braga sair do anonimato e adquirir dimensão europeia. Chegou ao patamar mais elevado, a Liga dos Campeões, e foi finalista da Liga Europa, tendo na presente temporada vencido seu grupo, um dos objectivos desportivos.
Por isso, o SC Braga promove a marca do clube, associada à cidade e à região, à semelhança do Liverpool, por exemplo, enquanto, sabe-se lá por que mistério assim procedem, adeptos do Vitória parecem mostrar-se relutantes em casar com Guimarães por se considerarem honrada e unicamente vitorianos, do Sport Clube, o que, em rigor, não diz nada a ninguém.
É um aliciante desafio que Pinto Lisboa deveria abraçar porque «o mundo pula e avança, como bola colorida». Isto é, ou o Vitória (de Guimarães) alarga os horizontes, sai das muralhas do castelo e enfrenta o risco de ficar eternamente limitado às discussões futeboleiras de café e resignado e testemunhar o crescimento do rival SC Braga, pelo menos enquanto António Salvador for o seu presidente."

Fernando Guerra, in A Bola

O bêbado que inventava o sol

"Canhoteiro parecia ter o pé esquerdo ao contrário, como Sucupira. Não pensava em nada. Só ia. E o povo trapejava gargalhadas

Quando Ribamar surgiu na sua frente, Antoninho fixou os olhos na bola, só na bola, com tanta força que poderia ter rebentado as retinas. Estava farto dos esculhambanços de Ribamar e não ia levar mais desaforo para casa. Era o que faltava ser apepinado a torto e a direito. Dessa vez, Ribamar bem podia ir embora, mas a bola ia ficar ali, quieta, caladinha, como uma cadelinha bem comportada, cachorra da bola, diabo carregasse o Ribamar, filho de um saco de putas. Antoninho estava ali parado, mirando a malvada, decidido a matar o desgraçado canalha do Canhoteiro se preciso fosse, rachar-lhe uma canela, no mínimo, virar-lhe os pés ao contrário como o Sucupira, não tivesse o cafuçu já aquele pé esquerdo virado do avesso. Não sabia se tinha mais ódio à bola se a Canhoteiro. O capa-verde que levasse os dois.
José Ribamar de Oliveira, esse, não pensava em nada. Só ia. E foi. Deu um jeito de cintura para um lado e Antoninho deixou-se cair na armadilha. Instintivamente tirou os olhos da bola e desviou-os para o pé direito de Canhoteiro que, de súbito, rodou para o lado oposto e desapareceu nas suas costas. Antoninho ouviu o trapejar das gargalhadas. Uma sombra perpassou a sua vista que ficou turva. De tanto fixar a bola, perdeu o equilíbrio. Trocou as pernas e tombou na relva. As risadas deram-lhe vontade de morrer ali mesmo, fulminado por um raio misericordioso. Mas, afinal, fulminado já ele tinha sido pelo raio de Canhoteiro.
A infância de José Ribamar de Oliveira em Coroatá, no Maranhão, nos anos-30, foi feita com os pés. Ganhava tostões a fazer embaixadinhas intermináveis com cocos, laranjas, bolinhas de papel, xícaras de café, caixas de fórforos. Renato Pompeu contou a sua vida em O Homem que Driblou a Glória. Zeca Baleiro cantou:
«Um pé de ouro
Um peladeiro
Mata no peito e beija o sol
Balão de couro
Bola de efeito
Mas que perfeito é o futebol».
Canhoteiro cresceu e foi para São Paulo jogar no São Paulo e azucrinar a existência de pobres diabos como Antoninho, do Palmeiras. Certa tarde, Antoninho entrou mais decidido do que nunca a quebrar a tíbia do miserável. Mal Ribamar surgiu disparado em sua direcção, jogou-se pelo chão num carrinho. Canhoteiro parou. Tinha aquele jeito de parar de repente como se não viajasse a 300 mil quilómetros por segundo, que é a velocidade da luz. Antoninho deslizou para fora das quatro linhas e, azarado como era, despencou para dentro das escadas do balneário do Pacaembu. Lá no fundo, dorido por fora mas muito mais doído por dentro, chorou ao som das gargalhadas do povão que faziam eco no lajedo.
Canhoteiro passava o seu tempo livre no restaurante Ponto Chic, no Largo do Paysandu, com vista para a igreja de Nossa Senhora do Rosário. Devorava baurus, uma sanduíche inventada por Casimiro Pinto Neto, repórter radiofónico da Record: pão com rosbife, tomate, picles e queijo derretido. E bebia cerveja. Muita cerveja. Chope atrás de chope. Ribamar de Oliveira foi o Garrincha do lado esquerdo. Para ele, o drible nunca foi um meio, foi um fim. Gostava de atazanar os defesas adversários e não apenas Antoninho. Se fosse preciso voltava para trás e fintava-os outra vez só para ouvir o público rir com gosto. E ele ria também. Adorava rir.
«Corre dispara pára ginga e zás
(Corre dispara pára ginga e jazz)
Mais um zagueiro vai pro chão
Esse já era não levanta mais».
Idário, do Corinthians, era outra vítima. Idário Sanchez Peiñado, caçula de uma família de espanhóis que se instalou no bairro do Cambuci. Era conhecido por Sangue Azul. Ou por apenasSangre. A torcida berrava: «Pega ele, Idário! Mata ele, Sangre!» Mas nem Peiñado, com toda a sua seiva de heróis das arenas podia alguma coisa contra o touro ladino que era Canhoteiro e o seu futebol de serpentinas.
Quando Ribamar parou na sua frente, preparando a ginga, Homero espreitou pelo canto do olho o ar de galhofa dos espectadores que se iam levantando para celebrar mais um avacalhamento do Canhoteiro. Sentiu borborigmos no estômago. Viu a perna maldita fingir ir para a direita e começar a rodar para a esquerda. Fez pontaria. E não falhou. O joelho de Ribamar de Oliveira estalou com o som de um ramo seco que quebra. A hilaridade calou-se nas gargantas aflitas. Homero Oppi não era mau tipo. Mas já não havia lugar para arrependimento.
«Seu pé direito é a bomba que distrai
O esquerdo é o coração».
O pé-coração de Canhoteiro parou aí.
A cachaça foi a maior companheira do resto da vida de José Ribamar de Oliveira. Tornaram-se amantes inseparáveis. Na tarde do dia 13 de Agosto de 1974, almoçou uma feijoada e escorropichou caipirinhas até ficar sonolento. No regresso a casa, amolecido, deixou-se encantar por um banco de jardim à sombra de um jacarandá. À medida que adormecia, uma vaga de sangue derramou-se por dentro da sua cabeça pesada. Estava um céu azul sobre São Paulo. «Só um artista/Um canhoteiro/Acende a tarde/Inventa o sol...»"

Balanço das Modalidades

"Há um princípio fundamental comum a todos os que representam o Benfica: o foco está sempre colocado na conquista de títulos. Desta ideia extraem-se pelo menos duas ilações. Semana após semana, jogo após jogo, o trabalho desenvolvido visa sempre obter vitórias de forma a que, no final da temporada, celebremos títulos e troféus; o único balanço relevante é realizado no final da temporada.
Não obstante esta última, é com entusiasmo e confiança que constatamos o percurso globalmente muito positivo que as nossas equipas das modalidades de pavilhão têm feito desde que a época teve início. Das dez equipas, seis – quatro masculinas e duas femininas – são líderes do seu campeonato. 
Começando pelo basquetebol, que ontem conseguiu uma brilhante vitória frente ao Bakken Bears num jogo cheio de intensidade e com uma qualidade basquetebolística de alto nível e que a coloca na liderança do Grupo I na segunda fase de grupos da FIBA Europe Cup, mesmo apesar das lesões que a têm afectado, é também líder da Liga Placard. Vem aí duelo frente à campeã em título Oliveirense e só depois as atenções serão direccionadas para a disputa do primeiro troféu, a Taça Hugo dos Santos. 
No futsal, permanecemos no primeiro lugar – sem derrotas e com a melhor defesa – da fase regular após uma vitória na sempre difícil deslocação a Braga. Um bom tónico antes da Taça da Liga, prova que vencemos nas últimas duas edições. É uma competição disputada num curto espaço de tempo e por isso proporciona surpresas. O pensamento está jogo a jogo, começando com o duelo com o Burinhosa.
Quanto ao hóquei em patins, foi alcançada a liderança isolada após um triunfo inequívoco no dérbi com o Sporting (6-3), dando seguimento ao bom resultado obtido diante da Oliveirense, outro crónico candidato ao título nacional. Uma demonstração do colectivo que trabalha diariamente para voltar às grandes conquistas, incluindo a Liga Europeia. Lutar pela Taça de Portugal é outro objectivo.
No voleibol, após um ciclo desgastante, mas ao mesmo tempo desafiante com jogos nacionais e internacionais, a equipa recarregou baterias na época festiva e arrancou o ano a somar mais uma vitória. Segue 100% vitoriosa internamente e, na Liga dos Campeões, realiza uma campanha muito positiva, mostrando que a aposta foi certa neste passo.
Por fim, o andebol, cuja equipa não tem actividade competitiva neste momento devido ao Campeonato da Europa, mas treina diariamente com o objectivo de melhorar a sua actual posição na tabela classificativa (terceira) e enfrentar os desafios que terá pela frente no resto da época, a começar pela deslocação a Braga para a Taça de Portugal no final deste mês.
Uma palavra ainda para as nossas equipas femininas. Lideramos os campeonatos de futsal e hóquei em patins, dando seguimento a várias épocas de domínio nestas modalidades. No basquetebol, em que esta época já vencemos o nosso primeiro troféu ao mais alto nível, seguimos na quinta posição. No andebol, em época de regresso à primeira divisão, encontramo-nos no segundo posto da classificação. E, no voleibol, está a ser dada continuidade ao percurso ascendente após a revitalização da vertente feminina desta secção, ocupando o segundo lugar na segunda divisão.
Este é o panorama actual das nossas equipas das modalidades de pavilhão, globalmente muito positivo, sabendo-se que o que verdadeiramente interessa é que no final da época, conforme acreditamos que venha a ocorrer, possamos celebrar muitos títulos e troféus.
#PeloBenfica"

Antevisão SL Benfica x CD Aves: 2020 arranca a alta rotação

"Mais Espectáculo, Por Favor
O último lugar avense é um excelente ponto de partida para a “futebolada” que ocorrerá na Luz e permitirá a Bruno Lage outro tipo de gestão no planeamento do jogo, diferente do habitual.
Além da possível introdução de Julian Weigl às rotinas da equipa, há compromissos vitais na semana seguinte e que pedem atenções redobradas, já que definem o que se seguirá na época encarnada. 
Apesar da necessidade de pontos por parte da equipa de Nuno Manta Santos e do estímulo superlativo que se tornam estas viagens à casa dos grandes, o Benfica tem condições para almejar um resultado avultado e um espectáculo divertido para quem comparecer na Catedral, num misto de cura das angústias diárias e compensação pela exibição mais cinzenta no berço da Nação.
Os avenses contam por derrotas todos os jogos fora e, enquanto pior defesa do campeonato (31 golos sofridos) defrontam o melhor ataque (38), que conta com um Vinícius sedento de continuar a sua média absurda de golos, interrompida no último jogo com o seu desaparecimento em campo.
Na totalidade de jogos oficias entre as duas equipas (12), os maiores feitos dos visitantes são dois empates, um dos quais o divertido (e trágico) 4-4 de 2000-01, que, aos 23 minutos, o Benfica já perdia por 3-0! Tempos difíceis e ultrapassados, só relembrados de forma momentânea naquele recepção ao Boavista FC com Rui Vitória no banco.

Como Jogará o SL Benfica?
Seria pergunta inconsequente e de resposta pronta – estabilizado está o onze base -, não fosse a limpeza de amarelos de Adel Taarabt. A dúvida prende-se entre a fórmula original desta época, onde Florentino tinha lugar assegurado no centro do terreno, e a estreia do recém-chegado Julian Weigl, que difere do perfil do luso-angolano na maior predisposição para as tarefas ofensivas.
Julian destaca-se pela sua capacidade de passe e pela visão de jogo, assumindo-se não raras vezes como quarterback de serviço, papel onde Gabriel também é figura principal. Os dois, lado-a-lado, seriam uma ajuda extraordinária aos desequilibradores, num jogo que se espera de constante cerco à área adversária. Assim, a aposta na maior criatividade do alemão não seria surpreendente, além de que iria acelerar a sua integração entre os titulares e permitiria-lhe já boa dose do entrosamento necessário para ser ajuda válida na semana seguinte.

Jogador a Ter em Conta
Carlos Vinícius – Haverá melhor oportunidade para voltar aos golos? Espera-se um Aves a apostar nas transições rápidas e em bloco baixo, habitat que onde o brasileiro tanto gosta de pernoitar. Será a aríete que permitirá a entrada dos assassinos encarnados na estrutura avense, já que no castelo de Guimarães foi impotente perante as boas exibições de Tapsoba e Pedro Henrique, ficando a zero e fazendo a sua média de minutos entre golos aumentar para 56 minutos, quando na semana passada se fixava nos 49. Uma catástrofe que não pode voltar a acontecer.

XI Provável:
4-4-2 – Odysseas, Tomás Tavares, Rúben Dias, Ferro e Grimaldo, Pizzi, Weigl, Gabriel e Cervi, Chiquinho e Vinícius.

Como Jogará o CD Aves?
Nuno Manta Santos teve na derrota frente ao Santa Clara duas baixas de peso:
Mohammadi e Welinton, os principais finalizadores da equipa. Com cinco e sete golos, respectivamente, destacam-se no capítulo ofensivo, e os seus golos representam 63% das concretizações bem sucedidas da equipa, número demonstrativo da sua influência enquanto dupla atacante.
Com os dois de regresso das ausências causadas por motivos díspares – o iraniano ficou retido no país natal pelos recentes distúrbios políticos, o brasileiro apenas a cumprir castigo –, a equipa avense pode aspirar a sair da Luz com pontos, se a moral dos seus atacantes estiver em alta.
Espera-se, por isso, que os confrontos entre os dois, ocorridos no Bonfim, na derrota frente ao Vitória, não tenham tido consequências na química da equipa e no ambiente do balneário. Aliás, o presidente Armando Silva foi pronto a desmentir quaisquer agressões na cabine, afirmando que «não houve pancadaria nenhuma», mas que houve sim «um desaguisado entre os dois sobre quem marcava o penálti, que toda a gente viu e uma discussão entre os dois no final», sendo expectável então que a preparação da equipa para o encontro decorra sem grandes tumultos e na máxima concentração.
Nuno Manta tem apostado no 4-2-3-1, seu sistema predilecto desde os tempos de Santa Maria da Feira, não sendo esperadas grandes alterações à estratégia habitual. A aposta na formação será para continuar, dada a regularidade das oportunidades dadas nos últimos encontros às principais figuras da equipa sub-23: Mangas, Bruno Morais e Banjaqui.

Jogador a Ter em Conta
Cláudio Falcão – Num jogo onde a obtenção de pontos pela equipa avense será sempre resultado directo da sua consistência defensiva, Cláudio Falcão tem todas as capacidades para se assumir como uma das figuras do jogo e o líder da equipa em campo, mais uma vez. Será ele o principal farol posicional dos colegas, actuando como homem mais recuado dos cinco da linha média. O seu posicionamento e a forma como ocupará os espaços à frente da linha defensiva – por onde circulam em carrossel Pizzi, Chiquinho e Cervi – será chave para o bom desempenho da equipa.

XI Provável:
4-5-1 – Bernardeau, Jaílson, Dzwigala, Rúben Morais e Ricardo Mangas, Cláudio Falcão, Estrela, Yamga, Banjaqui, Welinton e Mohammadi."

Mata-Sentenças !!!

"Curioso percurso. Não é caso único. Interessante verificar que o Porto de Pinto da Costa, continuamente, privilegia o perfil de dirigentes com passagens pelos Tribunais Superiores. Deve ser por acaso e daí se compreender a revolta do Juiz Conselheiro Matos Fernandes, "dirigente portista do ano em 2018", contra a revisão do estatuto dos magistrados que previne possíveis promiscuidades entre a magistratura e o futebol. É que foi, certamente, por acaso que o desfecho do processo apito final, nos tempos do Juiz Conselheiro Lucio Barbosa, levou à absolvição de Pinto da Costa e da SAD do FC Porto, que integrava o actual Presidente da FPF na sua administração. Enfim, continuemos à espera de novidades porque estas proclamações não têm nada de novo."

A questão mais premente do futebol moderno: o fora de jogo milimétrico... não é fora de jogo?

"A pergunta é simples e igual a tantas outras no futebol: uma bola que ultrapasse a linha de golo, por um milímetro, não é golo? Uma rasteira involuntária, cometida por um jogador, não é falta? Uma escorregadela de um defesa que faz cair o adversário, não é punida?
Há aqui um princípio de alguma "injustiça legal", idêntico a muitos que conhecemos na sociedade. Podemos nem sempre concordar, sabemos que podem melhorar, mas há que respeitar.
Vem esta introdução acerca da discussão da moda, relativa às tecnologias que existem para avaliar foras de jogo.
Sobre isto, tenho posição bem clara:
- Será que já nos esquecemos das polémicas gigantes que existiam antes de haver linhas tecnológicas? Será que já nos esquecemos das discussões eternas sobre ser inaceitável que o VAR não tivesse linhas credenciadas para avaliar offsides? Será que ja nos esquecemos das suspeitas semanais provocadas pelo facto de haver jogos com "linha" e outros sem referência? Será que já nos esquecemos das guerrilhas que existiram anos a fio, por causa de lances mal avaliados, devido a foras de jogo tão milimétricos como aqueles que agora se discutem?
Bem, eu não esqueci. Nem eu nem a FPF que, procurando ir mais uma vez ao encontro da voz do povo, investiu muito para adquirir a linha tecnológica mais credível do mercado. Sim. A melhor que há. A mesma que é também utilizada pela FIFA e UEFA.
Mas esta ferramenta topo de gama tem uma característica que nenhuma inovação de ponta conseguiu ainda resolver: não se coloca sozinha. Não é 100% automatizada.
Por exemplo, não sabe definir - por si só - qual o exacto momento em que um pé ou cabeça começam a tocar na bola quando esta é passada para a frente. Não sabe definir, com exactidão, qual a última parte do corpo do penúltimo defesa, da bola ou do último avançado.
Para terem uma ideia, a "Goal Line Technology" só não depende de dedo humano porque a bola, os postes e as balizas estão carregadas de mil e um sensores que disparam informação automática para um hiper-mega-super relógio do árbitro. A brincadeira custa milhões para ser usada duas, três vezes por época.
Moral da história: em matéria de fora de jogo, é o VAR - em Portugal, na Alemanha ou em Espanha - quem diz ao seu Técnico de Imagem onde deve colocar as tais linhas, com base naqueles que são, aos seus olhos, os pontos exactos.
Ora, como num só segundo cabem pelo menos 25 frames televisivos, uma linha que seja colocada num ponto microscopicamente errado - daqueles imperceptíveis a olho nú - pode significar a diferença entre acertar ou errar na decisão. Involuntariamente.
É dramático? Claro que é! Todos os erros o são e a tecnologia nasceu para anula-los, mas neste caso serão sempre inevitáveis se tudo se mantiver como está.
Portanto, das duas uma: ou algum génio informático encontra o sistema perfeito, retirando esse fardo das mãos dos videoárbitros ou a coisa não tem solução fácil à vista.
E não tem porque esta novela recente - que começou no Presidente da UEFA, passou pelo IFAB e atingiu agora as massas (a de se passar a punir apenas FJ com um "corpo de intervalo" ou com "20cms de adiantamento") -, é bem intencionada mas mal pensada:
- Então alguém acha mesmo que as discussões terminarão aí? Acham mesmo que a contestação não passará para a parte do corpo que não parece estar toda à frente do defesa... ou para a unha do pé, que não parece estar adiantada em relação ao adversário?
Então a discussão não passará da ponta do nariz de hoje para os 19cms/21 cms de amanhã, se a tolerância passar a ser de 20cms?
Mas quem é que nós queremos enganar?
A resposta ideal para isto não é fácil, mas pior são soluções de recurso, propostas por quem nunca calçou um par de botas e pensadas à pressa, só para diminuir o ruído e evitar a polémica. Tenham lá paciência, mas não é reactivamente que se resolvem coisas importantes.
Soluções? Bem... acabem com o fora de jogo. Destrói o futebol por completo e a beleza da sua componente táctica, mas corta o mal pela raiz.
Mudem a lei/protocolo, de modo a que o fora de jogo passe a ser algo absolutamente factual e objectivo (aceitam-se alvíssaras, porque não é coisa fácil de concretizar).
Até que algo bem reflectido (ou milagroso) apareça, qualquer mudança nesta matéria será apenas mais do mesmo: um adiar da discussão. Um adiar do problema. Um adiar da contestação.
Vale uma aposta?"

A integridade desportiva é uma causa global

"A manipulação de resultados sempre existiu e é uma questão global, que apenas pode ser mitigada de uma forma também ela global.

O jornal Público deu recentemente destaque de primeira página ao tema do jogo online, incluindo um conjunto de artigos assinados pelo jornalista Paulo Curado e que abordam temas de elevada relevância para o sector. Neste artigo, e na qualidade de presidente em exercício da APAJO – Associação Portuguesa de Apostas e Jogos Online, gostaria de acrescentar algumas novidades que complementam a informação recolhida pelo jornalista no que diz especificamente respeito ao tema da integridade desportiva.
No final de 2019, a APAJO assinou um Memorando de Entendimento pioneiro com a Sportradar Integrity Services, visando precisamente a prevenção da manipulação de resultados de maneira organizada e global. É claro que todos os nossos membros estabeleceram sistemas e parcerias que ajudam a monitorizar padrões incomuns de apostas e actividades das contas. Mas este acordo com a Sportradar vem reforçar as actividades individualmente desenvolvidas pelos operadores, ao nível da integridade desportiva. E não apenas no futebol, mas em todos os desportos.
O pioneirismo deste Memorando de Entendimento advém do facto de ser a primeira vez que a Sportradar Integrity Services celebra um acordo deste teor com uma associação do sector. Pioneirismo esse que conjuga bem com o facto de Portugal ter sido um dos primeiros países a ratificar a Convenção de Macolin, nome pela qual é conhecida a Convenção do Conselho da Europa para a Manipulação de Competições Desportivas, em vigor desde 1 de Setembro de 2019.
Quer a Convenção de Macolin quer o Memorando de Entendimento entre a APAJO e a Sportradar partem do mesmo pressuposto: o de que o ‘match fixing’ é uma questão global que apenas pode ser mitigada de uma forma também ela global, através de estratégias, parcerias e acordos internacionais, eficazes e assentes em sinergias.
A manipulação de resultados sempre existiu. Mas, hoje em dia, também graças ao rastreamento completo das actividades na Internet, é possível identificarmos esses problemas de uma maneira mais fácil e rápida. Temos em Portugal uma regulamentação muito estrita e rigorosa, que por si só já mitiga possíveis riscos básicos. No entanto, como o artigo escrito pelo jornalista Paulo Curado salientou, o futebol português é usado para a manipulação de resultados que ocorre na Rússia ou na Ásia. E isso evidencia bem que, particularmente no que diz respeito à integridade desportiva, não basta desenvolver um trabalho selectivo, sendo indispensável cooperar a todos os níveis numa escala internacional.
Naquilo que à APAJO diz respeito, iremos apoiar todas as iniciativas internacionais que ajudem a reduzir e impedir manipulações nos desportos. Estamos a avaliar também a realização de um programa educacional que gostaríamos de apoiar. Muitas vezes os atletas não têm dinheiro para viver da sua prática desportiva e financiam-na até do próprio bolso. Se queremos eliminar a viciação de resultados, precisamos primeiro de informar os jovens atletas sobre os riscos relacionados com a fraude, mas precisamos também de promover um melhor financiamento do seu envolvimento no desporto. É aí que queremos participar e ajudar.
A APAJO foi fundada no final de 2018. Mas desde então já divulgámos estudos e sondagens que permitem definir com maior precisão o sector do jogo online em Portugal e os hábitos dos apostadores, face a outros países. Actualmente, estamos a explorar novas oportunidades de cooperação com parceiros nacionais e internacionais. Este é o caminho a seguir para bem da integridade desportiva e para o qual estamos certos de continuar a contar com a companhia de jornais como o Público, que acompanham de perto o sector e os seus desenvolvimentos."

Estamos na luta...

Benfica 90 - 79 Bakken Bears
17-18, 33-21, 17-21, 23-19

Bom jogo, contra o adversário mais forte do grupo... Grande forma do Betinho... Aquela 2.ª parte na Alemanha, foi de facto muito estranha!!!

Liderança...

Benfica 2 - 1 Setúbal


Vitória e liderança isolada... com uma equipa reforçada com alguns jogadores da B que não jogaram em Faro... e com alguns Juniores!!!

Cadomblé do Vata (Cores...)

"Os 24 fundadores do Benfica eram jovens rapazes de uma simplicidade desarmante. Quiseram jogar à bola, juntaram-se numa farmácia e formaram um clube. Sem problemas, chamaram-lhe simplesmente Sport Lisboa e definiram para equipamento calções brancos e camisola rubra, sem listas, quadrados ou cornucópias. Apenas vermelha com uma pequena barra branca no colarinho e um maravilhoso bolso branco ao peito que muito jeito daria hoje a Rúben Dias e Ferro para lá guardarem os atacantes adversários. A linha de pensamento sem rodeios manteve-se quando a bater à porta dos 40 anos de existência, a presença do Salgueiros na 1ª Divisão obrigou à escolha de equipamento alternativo, definido em singelo uniforme branco da cabeça aos joelhos.
Assim, durante cerca de 50 anos, o Glorioso deu espectáculo pelo Mundo fora em modo bi-cromático, alternando apenas a cor do Manto Sagrado entre vermelho e branco, juntando-lhes esporadicamente uns garbosos calções encarnados. Até que quando se queimavam as últimas tochas dos miseráveis anos 90, o mercantilismo futeboleiro passou a ditar regras e em nome do merchandising começamos a brincar às passarelas com o equipamento alternativo, mantendo felizmente a classe característica da pele principal, com notáveis excepções naquelas Olympics que pareciam 3 tamanhos acima em todos os jogadores, umas Adidas com 3 enormes listas verticais de cada lado do peito a abraçar o logo da Telecel e (a verdade tem que ser dita) aquela muito mal amanhada réplica do manto original que nos levou ao fim do jejum em 04/05.
Se em relação ao equipamento principal, os tiros ao lado foram excepções, no alternativos estas aconteceram nos sucessos. A branca do ano transacto debruada a preto e outra ligeiramente mais antiga pintada a vermelho ou o preto de 09/10 mereceram aplausos. Outras houve que foram insólitas mas não más, como o famoso "azul à Benfica" ou o rosa que viu a estreia de Cardozo na Roménia. O pior foram aquelas mesmo execráveis, onde é obrigatório destacar acima de todas, um amarelo torrado vindo do inferno, a feita em folha de alumínio com quase invisíveis letras e números vermelhos e meus amigos... a cinzenta de 19/20.
Para o comum mortal, não é fácil adivinhar como se chega a uma camisola como a envergada em Guimarães (podia haver perigo de confundir as brancas deles com as nossas vermelhas?). Não sou ingénuo a ponto de pensar que saiu da pena de alguém no Benfica. Claramente, falamos de t-shirt de catálogo. Há mais quem jogue e treine com aquilo vestido. Pergunto-me é o que terá sido recusado antes para se chegar... aquilo? Foi aplicada a "lei dos 3 vetos" e no final sobrou uma camisola cinzenta raiada? Se sim, mostrem-me as outras 3 que quero rir. E alguém se deu ao trabalho de se afastar 3 metros da camisola para tentar ler o que nela está escrito a vermelho morto? A Emirates paga milhões pelo patrocínio nas camisolas, mas quando optamos por deixar a Vermelhona em casa (e já nem acontece só em jogos contra outras equipas encarnadas), ninguém sabe que partilhamos parceiro com o Arsenal.
Tenho por hábito tentar sempre ver as coisas pelo lado positivo. Quando Chano eliminou o Dinamo de Bucareste vestido com o mesmo material em que se enrolam as sandes para meter na marmita, pensei "valha-nos ao menos que pior que isto é impossível". Entretanto os "Chanos" desapareceram do Glorioso, os clubes romenos deixaram de fazer sequer cócegas e os equipamentos não voltaram a ser tão maus. Mas quando vejo esta roupa alternativa, fico mesmo com vontade de comprar uma e enviar ao andaluz, para que ele junte à sua infeliz colecção."

Benfica Play

"O lançamento do Benfica Play, no início do ano, foi mais um passo importante englobado na forte aposta no digital iniciada há três anos. O digital é uma das vertentes mais relevantes de uma filosofia transversal no Benfica e implementada desde há vários anos, que passa pela inovação contínua para que o Clube esteja sempre mais e melhor preparado para enfrentar os desafios vindouros.
Esta mentalidade, disseminada por todos os departamentos, tem permitido que o Sport Lisboa e Benfica se coloque na vanguarda das boas práticas dos clubes a nível mundial, sendo muitas vezes apontado pelos seus pares e pela comunicação social especializada como exemplo do melhor que se faz em matéria de inovação, metodologias e ferramentas de trabalho e tecnologia.
Foi também este o espírito que norteou a concepção, desenvolvimento e operacionalização do Benfica Play. O Benfica é pioneiro no lançamento de uma plataforma própria de disponibilização de conteúdos exclusivos e diários, com subscrição paga. Repetimos: com conteúdos fornecidos Diariamente, somos os primeiros.
A propriedade da plataforma é uma questão importante. Já existem alguns clubes, como o Real Madrid, Barcelona ou Liverpool, entre outros, que disponibilizam conteúdos exclusivos. No entanto, fazem-nos através de plataformas detidas por parceiros comerciais. O Benfica, ao optar por deter a plataforma pela qual os conteúdos são disponibilizados, terá a possibilidade de conhecer mais aprofundadamente os subscritores desses conteúdos e ajustar mais rapidamente a oferta às preferências dos adeptos.
Mais que uma fonte adicional de receitas, o Benfica procura, com o Benfica Play, estimular a aproximação aos benfiquistas, tendo em conta a tendência, a nível mundial, de mudança do perfil de consumo de conteúdos relacionados com o Desporto, nomeadamente nas gerações mais jovens.
É também por esta razão que se definiram preços muito comportáveis para a subscrição do Benfica Play. Os Sócios do Sport Lisboa e Benfica poderão aceder a todos os conteúdos por apenas 19,99€ por ano. Considerando um mínimo de 365 conteúdos anuais, ver cada um deles fica a um pouco mais de cinco cêntimos, no máximo.
Apesar do Benfica Play estar ainda a dar os primeiros passos, são notórios o entusiasmo e o interesse gerados entre os benfiquistas. “Seixal não falha”, “Bastidores” ou “Protagonistas” são apenas alguns dos vários tipos de conteúdos que permitem conhecer melhor todos os que contribuem para o sucesso desportivo do Clube, além de dar a oportunidade de espreitar o que se passa nos bastidores, algo que, até ao lançamento do Benfica Play, estava vedado a quase todos.
O Benfica do futuro faz-se no presente! #PeloBenfica"

Bordel...

"Vamos falar novamente no Bordel Unânime do jornal O Jogo hoje. Para desmascará-los de forma definitiva, se é que isso ainda fosse preciso.
O Bordel Unânime é serviço público no seu melhor.
É público porque serve, também, para uma quantidade absurda de Benfiquistas, que continuam a comer a tese de que A Bola faz o mesmo com o Benfica, deixarem de ser otários.
O jornal O Jogo poderia ser um jornal aceitável se assumisse a sua preferência fanática. Cada um come o fanatismo que quiser.
Mantendo a linha editorial de jornal isento, é só o perfeito desenho da instituição Calor da Noite liderada por Pinto da Costa.
Compadrio, desonestidade, hipocrisia e muita falta de vergonha.
Os três "ex-árbitros" que lá estão apenas confirmam aquilo que toda a gente já sabia desde o tempo do Apito Dourado. Estão pagos para branquear os erros a favor do Calor da Noite.
São uns vendidos. Sempre foram e sempre estiveram ao serviço dos mesmos.
A teia montada por aquele clube corrupto é enorme."

SL Benfica ativa o radar: 5 jogadores que podem chegar em Janeiro

"O mês de Janeiro é sinónimo de mexidas nos plantéis e o Sport Lisboa e Benfica não é excepção. Após confirmada a transferência de Julian Weigl, a troco de 20 milhões de euros, o clube encarnado tem agora novos alvos na sua mira.
Com o intuito de melhorar o plantel para o que falta da temporada, Bruno Lage tem, nesta janela de transferências, a oportunidade de tornar este plantel num ainda mais competitivo.
O principal objectivo das águias é a revalidação do título de campeão nacional, mas a promessa de um Benfica europeu não caiu no esquecimento, por parte dos adeptos, e é também nesse sentido que há a possibilidade de novos reforços chegarem a Lisboa.
Estes são, então, as cinco possíveis contratações dos encarnados neste defeso de inverno.
1. Bruno Guimarães Muito se tem falado na contratação deste jogador do Atlético Paranaense. O médio de 22 anos é visto como reforço prioritário e deverá mesmo rumar a Lisboa. Guimarães ocupa bem o seu espaço em campo, tem uma excelente capacidade de passe e sobe bastante no terreno.
O Sport Lisboa e Benfica já terá apresentado uma proposta com números astronómicos. Fala-se em 20 milhões de euros pelo médio que foi um dos destaques do Brasileirão. Contudo, o clube canarinho pretende ficar com uma percentagem de uma futura venda do jogador, o que não agrada à direcção encarnada.
Bruno Guimarães tem vários clubes interessados na Europa, sendo que Chelsea e Arsenal se perfilam como principais interessados. Assim, os responsáveis do glorioso estão a tentar selar o acordo o mais rápido possível, pelo que se espera que o negócio esteja fechado nos próximos dias.
2. Nicolás GaitánJogador de boa memória para a massa adepta encarnada, Nico Gaitán terminou contrato com os norte americanos do Chicago Fire e é, actualmente, um jogador livre.
O argentino já afirmou, em público, que vê com bons olhos um regresso ao Sport Lisboa e Benfica. O clube lisboeta não demonstrou, ainda assim, qualquer interesse na aquisição no extremo, que seria uma boa adição ao plantel das águias.
Actualmente com 31 anos, Gaitán está a analisar as propostas que lhe chegam às mãos. Será que receberá uma do SL Benfica?
3. Edmond Tapsoba O eixo defensivo encarnado está muito bom e recomenda-se! Rúben Dias e Ferro, actuais titulares da formação inicial, estão a dar mais que conta do recado. No entanto, o Benfica tem de se precaver para a perda das suas pérolas da formação.
Assim, Tapsoba assume-se como uma opção viável para reforçar os encarnados. A realizar uma boa temporada ao serviço do Vitória SC, o central do Burkina Faso está no radar encarnado.
O jovem jogador de 20 anos está blindado por uma cláusula de rescisão de 50 milhões de euros, e o facto de ter interessados um pouco por toda a Europa dificulta um pouco o negócio.
Ao serviço dos vimaranenses, já disputou, nesta temporada, 28 partidas e já apontou uns impressionantes sete tentos. A veia goleadora do defesa central é um dos pontos que o tornam um alvo apetecível.
4. Yony González Speedy González, como é apelidado, é um extremo colombiano que já está referenciado pelos olheiros do Benfica há algum tempo. Espera-se, assim, que a contratação de Yony seja oficializada brevemente.
O jogador já confirmou o interesse do Benfica e até referiu que “o Benfica é uma grande oportunidade”. O seu vínculo com o Fluminense terminou, pelo que deverá assinar pelo SL Benfica a custo zero, recebendo um prémio de assinatura.
Dono de um drible veloz, são as suas rápidas mudanças de direcção e de desequilíbrio que o diferenciam. O colombiano aparece facilmente em zonas de finalização e tem faro de golo.
Espera-se que seja emprestado até ao final desta temporada, para ganhar minutos de competição, habituando-se, também, ao futebol europeu.
5. Giorgi MakaridzeO guardião georgiano do Vitória FC é uma possível contratação do Sport Lisboa e Benfica, não para o onze inicial, mas porque a estrutura encarnada reconhece talento ao guarda-redes de 29 anos.
Actualmente ao serviço dos sadinos, o jogador de 1,93 metros de altura é visto como uma alternativa mais experiente em relação a Zlobin e Svilar. Na presente temporada, o guardião já disputou 20 jogos, em todas as competições, tendo concedido 22 golos.
Também alvo de assédio por parte do Sporting CP, o Vitória de Setúbal pede, a troco do passe de Makaridze, um milhão de euros, e ainda o empréstimo de Nuno Santos. Em contra proposta, o Benfica pretende manter o valor, mas emprestar Zlobin ao invés de Nuno Santos. Será uma boa aposta dos encarnados?"

A Taça de Portugal está a ser a prova rainha da sucata

"Vamos todos ser adeptos do Rio Ave por uns minutos. E vamos imaginar o que teríamos de passar para estar com o clube do nosso coração no Estádio da Luz, dia 14 de Janeiro, terça-feira, às 21h15. 
Primeiro obstáculo: sair a tempo do emprego, na zona de Vila do Conde, para estar em Lisboa antes das 21 horas. Difícil, não é? Pode ser que o patrão seja um tipo porreiro.
Segundo obstáculo: como o jogo acabará já depois das 23 horas – rezemos para que não haja prolongamento -, é possível estar de volta a casa lá pelas três da manhã. Mas temos de carregar no acelerador e exceder todos os limites de velocidade. Não queremos isso, pois não?
Terceiro obstáculo: ter forças e energia para acordar lá para as oito e partir para mais uma jornada no trabalho. Dureza.
Caros leitores, é mais ou menos isto que a FPF e a RTP calendarizaram para as gentes de Vila do Conde no jogo dos quartos-de-final da prova rainha nacional. Rainha? Rainha da Sucata [telenovela da Globo, 1990], olhando ao modo como está a ser tratada.
Garantem-me que a responsabilidade aqui é do canal público de televisão, que se mostrou indisponível para antecipar o Telejornal, ao contrário do que tantas vezes já fez no passado. Quando transmitia os jogos da Liga dos Campeões até à época passada, por exemplo.
Mas há mais. Os adeptos do Varzim [e do FC Porto, já agora] têm um jogo no Dragão às 18 horas. De uma terça-feira! Um jogo naturalmente histórico para os poveiros, que não têm o seu amado emblema nas meias-finais da Taça de Portugal desde 1985. 35 anos à espera de um jogo que, muito provavelmente, não conseguirão ver no estádio.
E as gentes de Canelas? Fazer 130 quilómetros [260 no total] numa quinta-feira à noite, para poder estar em Viseu e regressar a horas razoavelmente decentes. E estamos a falar de um clube do Campeonato de Portugal, que ainda por cima tem vários futebolistas amadores. Isto é tratar bem o futebol português?
Isto é respeitar os clubes e os adeptos? Não teria sido de bom tom colocar os quatro jogos relativos a esta fase já adiantada da nobre Taça de Portugal a um fim-de-semana?
Eu cresci a amar os jogos da prova rainha. A ver o FC Porto num pelado em Moura, o Benfica num campo de terra no Cartaxo, o Sporting a fazer parar a ilha de Porto Santo, sempre em domingos à tarde.
Mudaram-se os tempos, mudaram-se os critérios e as condições das transmissões televisivas, mas há uma condição que continua estanque, absolutamente inabalável: só há futebol profissional se os consumidores (adeptos) confiarem no produto. Os sintomas não são nada bons.

PS: a continuidade de Fernando Gomes na FPF é uma notícia excelente. O trabalho do dirigente, e da sua equipa, tem sido notável em quase todos os departamentos. Diria mesmo que, nalguns casos, inacreditavelmente bom. Mas há um desafio grande para o próximo mandato: a calendarização e os quadros competitivos. Mesmo nos dossiers em que não possa intervir directamente, a federação pode e deve influenciar, apelar à sensatez e ao equilíbrio. Outro exemplo: é incompreensível que do Campeonato Portugal só continuem a subir dois dos 72 participantes. No mínimo, cada vencedor da sua série tem de ser premiado com a ascensão à II Liga. É difícil impor isto?"

Matar o borrego

"A jornada da Liga NOS que terminou domingo à noite justificou todas as expectativas que à sua volta haviam sido criadas nos dias antecedentes.

Claro que a goleada alcançada pelo Sporting de Braga frente ao Belenenses SAD fica inscrita no calendário como um dos momentos altos do campeonato, sobretudo por coincidir com a entrada de um novo técnico no comando dos arsenalistas, mas foram os desafios de Guimarães e de Alvalade aqueles que nos vieram lembrar que o futebol português, por vezes, ainda vale a pena.
E de facto assim foi. Na cidade do Fundador, o Benfica suou as estopinhas para de lá sair com três pontos na bagagem após um jogo em que também poderia ter acontecido um resultado diferente.
É que lá para os lados de Guimarães mora uma senhora equipa, que promete causar muitos engulhos a todos os adversários que ainda irá ter pela frente.
E no estádio do Sporting as previsões só saíram furadas porque os leões foram capazes de colocar os dragões em sentido durante uma boa parte dos noventa minutos, tornando o jogo no mais difícil que os comandados de Sérgio Conceição defrontaram nesta época, como reconheceu, no final, o próprio treinador.
Só que da banda leonina poderia ter ressoado a frase já repetida muitas vezes, segundo a qual, 
“jogámos como nunca, mas perdemos como sempre”.
Furadas, portanto, as previsões quanto à exibição da equipa de Jorge Silas, porque em relação ao desfecho a maioria tendeu sempre a considerar o Porto como favorito.
Contrariando uma tendência que ia já em onze anos, o FC Porto ganhou em Alvalade, embora não tenha sido a melhor equipa em campo.
Agora, “morto o borrego”, os dragões reanimam-se e reanimam o campeonato, colocando o Benfica em alerta máximo até ao próximo dia 9 de Fevereiro.
E depois, nessa altura logo se verá o que o futuro nos poderá dizer."