sábado, 28 de dezembro de 2019

SL Benfica: Jogador do Ano, Desilusão e Revelação de 2019

"2019 está perto do fim e está na altura de eleger os destaques, quer sejam pela positiva, quer sejam na negativa, do Sport Lisboa e Benfica.
O ano que agora finda foi um ano agridoce para os encarnados. O principal objectivo – a conquista do tão almejado “37” – foi alcançado, terminando o campeonato com mais dois pontos que o Futebol Clube do Porto. A conquista da Supertaça, diante do Sporting CP, por uns incríveis 5-0, ajudaram a que o ano de 2019 fosse um ano encarnado.
Ainda assim, as restantes competições internas não foram conquistadas. Na Taça de Portugal, o Benfica caiu nas meias finais frente ao seu eterno rival, Sporting. Na luta pelo “caneco” da Taça da Liga, o carrasco dos encarnados foram os dragões, que venceram o glorioso na “final-four” da competição por três bolas a uma.
A luta pela glória europeia também não correu de feição à equipa das águias, que se viram eliminados na fase de grupos da Liga dos Campeões, tendo caído para a Liga Europa. Contudo, na segunda competição de clubes mais importante organizada pela UEFA, o Benfica chegou aos quartos de final, tendo saído derrotado da mesma, pelo Eintracht Frankfurt, que tinha vantagem pelos golos marcados fora do seu reduto.
Nesta temporada, espera-se que melhores resultados apareçam. Eliminado da Taça da Liga e da Liga dos Campeões, o SL Benfica é líder isolado da Primeira Liga, defrontará o FK Shakhtar em jogo a contar para os 16 avos de final da Liga Europa e tem pela frente o Rio Ave FC na meia final da Taça de Portugal.
Foi, então, o ano em revista, mas ainda falta falar dos protagonistas desta história.

O Jogador do Ano
PizziO motor da equipa, o nosso comandante, Pizzi! O internacional português Luís Miguel Afonso Fernandes é eleito, por mim, como o melhor jogador a actuar com a camisola encarnada no ano civil de 2019.
Arrancadas estonteantes, passes de cortar a respiração, golos de todas as maneiras e feitios. Senhoras e senhores, Pizzi. Que ano incrível para o melhor médio a actuar no campeonato português. 
Traduzindo o seu talento para números, Pizzi, na temporada passada apontou 15 golos e 23 assistências em 55 aparições. Como se já não fossem estes números impressionantes, ainda temos de juntar os números desta temporada. São 19 golos e 10 assistências em (apenas) 25 jogos.
O médio transmontano está a atravessar o seu melhor momento da carreira e está num nível simplesmente fantástico. A sua preponderância no onze de Bruno Lage não se resume ao processo ofensivo, uma vez que tem um papel importante no equilíbrio defensivo dos encarnados.
Que é isto, Pizzi? Que bem que jogas!

A Desilusão do Ano
Raúl de TomásDe maior promessa, a um possível flop. Raúl de Tomás chegou à Luz esta temporada e, até ao momento, nada! Nada que justifique o valor que saíram dos cofres encarnados. Qualquer coisa como 20 milhões de euros.
Já esteve em “período de habituação”, já teve “falta de sorte”, também “não tem oportunidades”, mas a única verdade é que ainda não fez nada. Se tivesse de descrever Raúl de Tomás numa única palavra seria “nada”. Por 17 ocasiões que já vestiu o manto sagrado, em jogos oficiais e apontou, até ao momento, três golos. Três míseros golos.
Contudo, as minhas preces são que em 2020 o jogador espanhol me obrigue a fazer um “mea culpa” e que finalmente comece a jogar à bola. Vá lá, Raúl, és pago para isso.

A Revelação do Ano
João Félix Este é o miúdo! Fez correr muita tinta, fez capas, fez golos e assistências, fez um ano 2019 incrível enquanto esteve ao serviço do Sport Lisboa e Benfica.
De camisola 79 nas costas, João Félix espalhou a sua magia pela Catedral e fez os fiéis encarnados levantarem-se das suas cadeiras, vezes sem conta, para aplaudir o seu génio. Foi, sem qualquer margem de dúvida, a grande revelação do ano de 2019.
Jovem formado na academia do seixal, João Félix chegou à equipa principal do Benfica e de lá não saiu até se ter transferido, no defeso de verão, para o Club Atlético de Madrid, por qualquer coisa como 126 milhões de euros.
Na última temporada, de águia ao peito, o miúdo-maravilha disputou 43 partidas e apontou 20 golos, em todas as competições. O ano de Félix não podia ter corrido melhor e acabou mesmo por vencer o prémio Golden Boy – de melhor jogador jovem da Europa (sub-21)-, juntando-se a Renato Sanches como os únicos portugueses detentores do troféu.
A presença de Félix no plantel encarnado foi fulcral e é um dos grandes responsáveis pela “Reconquista” do título de campeão nacional. Obrigado, João! Vai puto!"

A mulher e a prática desportiva

"Para Amade-Escot, ex-presidente da rede europeia “European, Women and Sport” (EWS), defender as mulheres, em geral, e as mulheres no desporto, em particular, é defender a igualdade e o progresso da liberdade. São palavras nobres. Mas, a realidade, é que existe, na actualidade, um desfasamento importante entre as práticas desportivas propostas pelos clubes, virados essencialmente para a competição, e as aspirações das mulheres, mais diversas e orientadas para a convivialidade, as práticas familiares, a saúde e o lazer. Este desfasamento, explica, em parte, o número insuficiente de mulheres a praticar desporto. Resulta daqui também a fraca presença nos centros de decisão (federações, por exemplo). Os mitos, os estereótipos e o sectarismo fizeram com que o direito à prática desportiva lhes fosse negado durante muito tempo. Durante décadas, a questão central debatida foi quais as práticas desportivas e quais as provas que se poderiam oferecer às mulheres. Em 1900, por exemplo, elas participam, pela primeira vez, nos JO modernos em duas disciplinas: o ténis e o golfe. O fundador da “exposição universal do músculo” (JO modernos), o barão Pierre de Coubertin, não queria que as mulheres participassem. Em 1912, quando dos JO de Estocolmo, escreve mesmo que “os Jogos Olímpicos devem ser reservados aos homens”. Confirmando a sua posição negativa, declarou que “uma olimpíada com a participação de mulheres seria pouco prática, desinteressante, pouco estética e incorrecta”. Para si, elas estavam lá apenas para aplaudir e coroar os vencedores. Apesar do seu desacordo e os seus discursos, as mulheres entraram, progressivamente, nos JO e aí permaneceram. É inseparável da realidade do desporto moderno. A participação das primeiras mulheres desde os primeiros JO aumentou substancialmente. Esperemos que se continuem a promover iniciativas para uma maior participação das mulheres na prática desportiva. São os meus votos para 2020, não esquecendo que o progresso desejado de maior participação no desporto passa pela educação."

Alguns ligeiros pensamentos sobre o futebol

"1. Quem ganha e perde jogos poucas vezes é o corpo, é quase sempre a alma. E há tão poucos treinadores que se ocupam da alma dos seus jogadores!
2. O primeiro Benfica-Porto realizou-se noventa e poucos minutos antes de nascer o mundo. Findo o jogo e com tanta balbúrdia e ressentimentos acumulados, ocorreu o big-bang.
3. No futebol, há mais instinto do que inteligência. Porque se utilizam mais os pés do que as mãos. No futebol, o que se perde de inteligência compensa-se com o instinto. Será por acaso que o o Eusébio era o “pantera negra”, o Kempes era a “gazela”, o Butragueño o “abutre”, o Ardiles a “formiguinha”, etc., etc.? O futebol é a mais espectacular celebração do instinto.
4. O futebol-espectáculo reproduz e multiplica, demasiadas vezes, a sociedade altamente competitiva em que vivemos. Se gostassem de ler, certas pessoas. ligadas ao futebol fariam d'O Príncipe de Maquiavel o seu livro de cabeceira. Mas não, um pouco de reflexão não é com eles. A sua cultura desportiva parece não passar da “doença infantil da banalidade”.
5. Se não existissem árbitros, seriam poucos os críticos do futebol, no nosso País. Tombaria sobre o futebol português um tédio irremediável, insuportável. Pois se há programas televisivos (não são todos, evidentemente) que levam duas horas a falar dos “erros dos árbitros”. Ou o futebol é só isto, ou aqueles senhores representam o zero nacional – consagrado!
6. Extraindo do maço, com solenidade, um cigarro, o escritor e jornalista brasileiro, Nelson Rodrigues costumava dizer. “Cada brasileiro, vivo ou morto, já foi Flamengo por um instante, por um dia”. E o Nelson era um fluminense doente. Ora, eu que sou belenenses, desde muito antes de ter nascido, sou forçado a dizer: “Cada português, vivo ou morto, já foi Benfica por um instante, por um dia”.
7. O Nelson Rodrigues era um criador de piadas incomparáveis. Como esta: “A fidelidade havia de ser facultativa”. Até no futebol! Quando será que nos convencemos que o espetáculo desportivo é a mais importante das coisas pouco importantes?
8. Não jogamos porque há jogo, mas há jogo porque jogamos. Daí, a irracionalidade que percorre o futebol onde quase todos pensam que ninguém ganha porque sabe, mas que sabe porque ganha. A irracionalidade, no futebol, é uma força latente. Se não se vê – paira!
9. Não há jogos, há pessoas que jogam. Não há remates, há pessoas que rematam. Não há fintas, há pessoas que fintam. Se eu não compreender as pessoas que fintam e rematam, jamais entenderei as fintas e os remates.
10. Esta alegoria surge nas Teses sobre a Filosofia da História, um texto curto, fulgurante, desesperado, escrito por W. Benjamin, em Setembro de 1940, poucos dias antes de suicidar-se: “Paul Klee tem um quadro intitulado Angelus Novus. Parece um anjo que paulatinamente se afasta de algo que olha fixamente. Tem os olhos esbugalhados, a boca aberta e as asas insufladas. Assim deve ser o Anjo da História. O seu rosto está virado para o passado. Onde nós vemos uma cadeia de acontecimentos, ele vê apenas uma única catástrofe que vai amontoando escombros sobre escombros, lançando-os perpetuamente aos seus pés. O anjo gostaria de demorar-se um pouco mais, ressuscitar os mortos e juntar o que foi desmembrado. Do paraíso porém sopra uma tempestade que lhe agita as asas com violência e o impede de as poder utilizar. A tempestade impele-o irresistivelmente para o futuro, mas ele vira-lhe as costas, diante do monte de escombros que cresce até ao céu. A tempestade é aquilo a que chamamos progresso”. Ora, o progresso, que o século XVIII proclamou a sua grande paixão, conduziu a inúmeras ditaduras e à exploração da classe trabalhadora, fenómenos que ilustram o fracasso de um progresso sem valores de forte carácter antropológico. Temo que o progresso desportivo se resuma aos desempenhos espectaculares de atletas superdotados e supertreinados. Temo que muitos “agentes do desporto” desconheçam que há valores, para além dos económicos, ou de um individualismo sem regras, na prática desportiva. Temo que nas Faculdades onde o Desporto se estuda, sejam a fisiologia e a biomecânica as ciências fundantes e não a complexidade humana, no movimento intencional e solidário da transcendência. Ou seja, não temo o progresso, mas o progresso daqueles que o põem ao serviço de inconfessáveis interesses...
11. As indústrias culturais, designadamente o cinema, inventaram um homem e mulher novos: a estrela! Mas o star-system alargou-se ao Desporto e principalmente ao futebol, que o mesmo é dizer: são, vezes sem conta, alienação e fanatismo e mercado. E o que resta do humanismo de Espinoza e de Kant e de Hegel e de Marx? E o de Jesus, o homem que é Deus e o Deus que é homem?
12. É de Fernando Pessoa o Poema em Linha Recta: “Nunca conheci ninguém que tivesse levado porrada. / Todos os meus conhecidos têm sido / campeões em tudo (…). / Quem me dera ouvir de alguém a voz humana; / que confessasse não um pecado, mas uma infâmia; / que contasse, não uma violência, / mas uma covardia! / Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam. / Quem há, neste largo mundo, que me confesse / que uma vez foi vil? (…). / Arre, estou farto de semi-deuses! / Onde é que há gente no mundo?”. E o Fernando Pessoa nunca leu o que hoje se diz das celebridades futebolísticas. Trata-se de uma euforia que atinge o ridículo.
13. É famosa a tese de Marx: “Os filósofos têm apenas interpretado o mundo de diversos modos, mas trata-se de transformá-lo”. De facto, não é a filosofia que transforma o mundo; não é certamente só com teoria que se ganha um jogo de futebol. Mas, sem filosofia, não há transformação, nem conveniente, nem duradoura. Porquê? Porque quem não compreende não sabe transformar. Portanto, no remate da tese décima primeira sobre Feuerbach (“trata-se de transformá-lo”) não se trata de praticar sem pensar, mas de fazer mais humanamente o que se tem de fazer. Para transformar, humanamente, não há teoria sem prática, nem prática, sem teoria. Embora o primado da prática...
14. Alfredo Teixeira, professor da Universidade Católica Portuguesa e um ensaísta questionador e denso, observa: "A posição dos indivíduos, na hierarquização social é, agora, relativizada pelo capital próprio das diferentes redes sociais. Neste quadro, as redes por afinidades ganham terreno face às estruturas que impunham a homogeneidade própria dos grupos sociais" (Religião na sociedade portuguesa, Fundação Francisco Manuel Dos Santos, Lisboa, 2019, p. 33). É nos Fundamentos da Metafísica dos Costumes e na Doutrina da Virtude que Kant propõe as suas definições de dignidade. Para ele, o ser humano é um fim-em-sí, o que significa não poder (e dever) transformar-se em instrumento, em objeto de quaisquer outros interesses. E porquê? Pela dignidade do ser humano, um ser com razão e liberdade, a qual (acrescente-se) é a presença da razão ao nível do agir. Portanto, a dignidade do ser humano impõe que o consideremos como um fim e não como um meio. Segundo os textos bíblicos, Deus fez o Ser humano à Sua imagem e semelhança. Fácil, à perspectiva cristã, fundamentar e delinear a incomparável dignidade do ser humano. Por isso, já o tenho dito: uma lágrima humana vale mais do que todas as taças e campeonatos do mundo!
15. No livro do meu querido Amigo e Mestre, José Eduardo Franco, intitulado A Europa ao espelho de Portugal - Ideia(s) de Europa na Cultura Portuguesa (Círculo de Leitores, Lisboa, 2019) pode ler-se: "A afirmação da ideia de Europa, no dealbar da Modernidade, não pode ser desligada daquilo a que Fernando Catroga, no seu livro sobre a problemática da secularização, chama "a depreciação sacral do mundo, a cientificação do universo e a historicização do devir" de que o saber humanístico-renascentista foi protagonista. Portugal foi timoneiro neste processo, operando a revolução do conhecimento do mundo com a abertura proporcionada pelas viagens marítimas. É então que se vence o medo do desconhecido. Pela ousadia portuguesa, "o desejo revelou-se mais forte do que o medo", no dizer de Lucien Boia" (p. 44). Relembro as Sete Centúrias das Curas Medicinais do médico português, professor de anatomia em Ferrara, Amato Lusitano (1511-1568), que chegou a ser considerado o mais notável anatómico do seu tempo. Portugal, com os Descobrimentos, rasgou horizontes de imaginação criativa, no conhecimento científico dos séculos XV e XVI. Dizem, por aí, com oratória enfática, que os nossos treinadores de futebol fazem, actualmente, o mesmo, por esse mundo além. Quero eu dizer: também eles rasgam horizontes de imaginação criativa, no conhecimento científico do futebol. Relembro-os, por ordem alfabética: em Fernando Santos, Jorge Jesus, José Mourinho, Manuel Jesualdo Ferreira, Manuel José, Nuno Espírito Santo, Paulo Fonseca, etc. - nalguns mais, noutros menos, em todos se descobrem assomos de indiscutível talento. Nalguns, que conheço melhor, aprendo com eles a aprender-me.
16. Mas é evidente que as razões das conquistas, bem amadurecidas em conhecimento e trabalho, dos nossos treinadores de futebol, não se devem à formação científica e pedagógica, únicas no mundo todo, dos mestres dos cursos de treinadores ou das escolas superiores de Desporto. O que cientificamente nós sabemos os outros também sabem. A ciência não tem adjetivo nacional. Não há sociologia portuguesa, nem matemática francesa, nem física inglesa, mas há sociologia e matemática e física, que se estudam em Portugal e França e Inglaterra. Acerca da filosofia o Padre Manuel Antunes, já o escreveu: "Sim: as filosofias têm uma pátria. Porém, esta é, muito mais que um espaço geográfico, um espaço espiritual" (Do Espírito e do Tempo, Edições Ática, 1960, p. 146). Ora, porque não há jogos, há pessoas que jogam, qualquer modalidade desportiva, cientificamente falando, é uma ciência humana. Que o mesmo é dizer: no futebol, antes da tática - está o homem; antes da técnica - está o homem; antes da preparação física - está o homem. Ou seja, é mais pelas suas qualidades humanas do que pelo seu saber livresco que o treinador se afirma e triunfa. O melhor teórico do mundo pode ser um péssimo treinador de futebol."

Basquetebol feminino Lusófono reforça liderança Africana

"Decorreu durante o mês de Dezembro no “Indoor Stadium” da cidade do Cairo (Egipto), a fase final do Campeonato Africano de Basquetebol de Equipas Femininas (FIBA Africa Women´s Champions Cup) com a participação das formações campeãs nacionais dos respectivos países: Al Ahly Sporting Club (Egipto), C.N.S.S. (R.D.Congo), Energie BBC (Benin), FAP Basketball (Camarões), Ferroviário Maputo (Moçambique), Inter Clube Luanda (Angola), MFM Queens Basketball (Nigéria) e Sporting Alexandria (Egipto). As equipas do Ferroviário do Maputo e do Inter Clube de Luanda, representantes da Comunidade Lusófona em África, demonstraram novamente a sua enorme capacidade competitiva e sagraram-se respectivamente campeãs e vice-campeãs do continente africano.

Sistema competitivo:
Na primeira fase do torneio as equipas foram distribuídas por dois grupos de 4 equipas cada, jogando entre si em cada grupo. A classificação em cada grupo definiu o calendário para a fase derradeira (quartos de final) através de eliminatórias imediatas, de acordo a seguinte fórmula: A1-B4; A2-B3; A3-B2; A4-B1. Os vencedores desta eliminatória ficaram apurados para as meias finais e os vencidos disputaram o apuramento do 5º ao 8º classificado. Por sua vez, os vencedores das meias finais disputaram a final para se decidir o título de campeão e o de vice-campeão, enquanto os vencidos jogaram para o 3º e 4º lugar.

Fase de Grupos:
Grupo A (resultados):
Energy BBC- 56 Sporting- 104; Queens- 96 Energie BBC- 50; Sporting- 67 Inter Clube- 73; Inter Clube- 79 Queens- 43; Energie BBC – 53 Inter Clube- 103; Queens-42 Sporting- 63.
Classificação:
1º Inter Clube (3 vitórias – 0 derrotas) (255-163); 2º Sporting Alexandria (2 vit. – 1 derrota) (234-171); 3º Queens Basketball (1 vit. – 2 derrotas) (181-192); 4º Energie BBC (0 vit. – 3 derrotas) (159-303).

Grupo B (resultados):
FAP- 47 Al Ahly- 78; Ferroviário- 48 FAP- 40; Al Ahly- 117 CNSS- 53; CNSS- 57 Ferroviário- 89; FAP- 52 CNSS- 56; Ferroviário- 84 Al Ahly- 73.
Classificação:
1º Ferroviário Maputo (3 vitórias – 0 derrotas) (221-170); 2º Al Ahly (2 vit. – 1 derrota) (268-184); 3º CNSS (1 vit. – 2 derrotas) (166-258); 4º FAP Basketball (0 vit. - 3 derrotas) (139-182).

Quartos de final:
FAP Basketball – 43 Inter Clube – 81;
MFM Queens – 62 Al Ahly – 78.
Energie EBC – 40 Ferroviário – 104;
CNSS – 42 Sporting – 86.

Apuramento do 7º e 8º classificado:
MFM Queens Basketball- 71 Energie BBC – 59

Apuramento do 5º e 6º Classificado
 CNSS – 54 FAP Basketball – 49

Meias Finais:
Inter Clube – 86 Al Ahly – 85
Ferrovário – 86 Sporting – 70

Apuramento do 3º Classificado:
Al Ahly – 88 Sporting – 65

Final:
Ferroviário Maputo – 91 Inter Clube Luanda – 90 (após prolongamento).

Classificação final: 1º Ferroviário do Maputo (Moçambique), 2º Inter Clube Luanda (Angola), 3º Al Ahly Sporting Clube ((Egipto), 4º Sporting Alexandria (Egipto), 5º CNSS (República Democrática do Congo), 6º FAP Basketball (Camarões), 7º MFM Queens Basketball (Nigéria) e 8º Energie BBC (Benin).

Cinco ideal e MVP: Ingvild Mucauro (Ferroviário do Maputo) foi nomeada jogadora mais valiosa do torneio (MVP) e, como tal, integrante do cinco ideal (All Star), do qual também fizeram parte Kelsey Mitchell (Al Ahly Sporting Club), Astou Traore (Inter Clube Luanda), Odelia Mafanela (Ferroviário Maputo) e Shawnta Dyer (Sporting Alexandria).

Considerações finais: As classificações alcançadas pelas equipas femininas de basquetebol, campeãs nacionais de Angola e Moçambique, nas competições africanas nestas últimas duas décadas, falam por si. Se quisermos ser mais precisos verificamos que neste século, só por três vezes (2005, 2009 e 2011) os clubes de Angola e Moçambique não obtiveram os dois primeiros lugares. Nos últimos 8 campeonatos africanos as equipas de lingua portuguesa conquistaram sempre as duas primeiras posições. Assim, vejamos o quadro das equipas lusófonas que ganharam medalhas neste período: 
(2001-Abidjan/Costa do Marfim)
1º -Académica, 2º -1º Agosto;
(2003-Maputo/Moçambique)
2º - 1º Agosto, 3º-Maxaquene;
(2005-Bamako/Mali)
2º-1º Agosto;
(2006-Libreville/Gabão):
1º-1º Agosto, 2º Ferroviário;
(2007-Maputo/Moçambique)
1º Desportivo, 2º- 1º Agosto, 3º Ferroviário;
(2008-Nairobi/Kenia)
1º Desportivo, 2º- 1º Agosto;
(2009-Cotonou/Benin)
3º Desportivo;
(2010-Bizerte/Tunísia)
1º Inter Clube, 2º Desportivo;
(2011-Lagos/Nigéria)
1º Inter Clube;
(2012-Abidjan/Costa do Marfim)
1º Desportivo, 2º Inter Clube;
(2013-Meknes/Marrocos)
1º Inter Clube, 2º- 1º Agosto;
(2014-Sfax/Tunísia)
1º Inter Clube, 2º-1º Agosto;
(2015-Luanda/Angola)
1º-1º Agosto, 2º Inter Clube, 3º Ferroviário;
(2016-Maputo/Moçambique)
1º Inter Clube, 2º Ferroviário;
(2017-Luanda/Angola)
1º- 1º Agosto, 2º Ferroviário;
(2018-Maputo/Moçambique)
1º Ferroviário, 2º Inter Clube
(2019- Cairo/Egipto)
1º Ferroviário, 2º Inter Clube.
Este final de ano encerra da melhor maneira com a conquista dos dois primeiros lugares, a exemplo do ano passado, pelas equipas do Ferroviário do Maputo (Moçambique) e do Inter Clube de Luanda (Angola) no “FIBA African Women`s Champions Cup 2019”. Deste modo, podemos afirmar que os clubes de basquetebol feminino da comunidade lusófona reforçaram, uma vez mais, a sua liderança no continente africano. Parece que a semente do basquetebol lançada pelos portugueses, adeptos da modalidade, há muitos anos pegou de raíz."

É no 38 que pensamos

"Ganhámos o último campeonato mas essa conquista já tem o pó da história, queremos o brilho do próximo título

Termina o ano de 2019 marcado, na perspectiva benfiquista, pela reconquista do campeonato, com quatro pontos de vantagem sobre o principal rival. Bem vistas as coisas nada disso interessa, de nada serve dividir a história em retalhos, em períodos de tempo manipulados para criar sensações de vantagem ou desvantagem na contagem dos êxitos. Interessam duas coisas: as 37 títulos de campeão nacional conquistados e a vontade de vencer esta época um novo campeonato.
A história é importante mas o presente é tudo. A situação financeira é importante para vencer mais vezes, a boa gestão é decisiva para vencer, estar na frente é melhor se permitir vencer no fim. No desporto há um longo sofrimento para a efémera alegria da vitória, por isso ela é tão importante e tem de ser tantas vezes repetida. Bruno Lage sabe disso, não alimenta lateralidades e não desvia o foco daquilo que interessa: vencer.
Ganhámos o último campeonato mas essa conquista já tem o pó da história, queremos o brilho do próximo título, queremos a adrenalina do próximo Marquês, queremos a eternidade do próximo Campeonato Nacional. É no 38 que pensamos. Não é verdade que não se ligue ao resto, mas, sem a Liga, liga-se pouco. Porquê? Porque é o próximo e para os adeptos o próximo é sempre (quase) tudo.
Esta fase da época, com a janela de mercado, traz sempre instabilidade, nem que seja noticiosa, mas Bruno Lage tem sido implacável com a estupidez. A resposta de Bruno Lage sobre RDT é, a respeito deste tema, paradigmática: «Vai trabalhar como um bicho». Há duas verdades que não serão fáceis de contrariar sobre a matéria. Primeiro, o espanhol ainda não rendeu o que se espera; segundo, RDT é dos melhores valores a jogar futebol em Portugal e vai dar alegrias aos benfiquistas em grande quantidade. Bem se percebe a vontade dos adversários que o queriam ver pelas costas, eu também faria o mesmo se não fosse benfiquista. Na resposta do treinador está o único ingrediente que se pode juntar ao talento para chegar ao êxito, o trabalho. Por isso foi tão importante e concisa a resposta dada.
Comprar pouco e muito bem, valorizar o que temos, jogar cada vez melhor e de forma mais consistente são os desejos para ter um benfiquista ainda mais feliz. Foi um grande 2019, mas só pensamos num enorme 2020 para o Benfica."

Sílvio Cervan, in A Bola