quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

Sérgio Conceição já perdeu duas vezes

"Onde se fala do regresso aos túneis da vergonha do futebol português

Não sei, como quase toda a gente, o que se passou no túnel do Jamor: se houve murro ou não, quem bateu em quem, qual dos dois é mais culpado no meio disto tudo.
Mas sei duas coisas.
A primeira é que Sérgio Conceição e Pedro Ribeiro devolveram o futebol português aos túneis, onde costumava andar muito nos anos noventa.
E isso não é bom: é um regresso ao passado que devolve o nosso futebol ao seu lado mais cinzento, polémico e feio. Era bom que isto acabasse de uma vez por todas. Porque é de facto muito triste.
A segunda coisa é que Sérgio Conceição se escondeu atrás de Rui Cerqueira, e isso também não é nada bonito. Bem pelo contrário. Devia ter sido mais frontal e directo, como gosta de dizer que é, e enfrentar as perguntas de frente.
Ninguém acreditará, de resto, que seria Rui Cerqueira a impedir Sérgio Conceição de falar sobre a polémica do Jamor se o treinador de facto quisesse falar sobre ela.
Sérgio Conceição só não falou porque não quis: e para o fazer escondeu-se atrás do assessor. Fica-lhe muito mal.

PS. Resta dizer que Pedro Ribeiro também ficou muito mal no meio disto. Por um lado, porque Sérgio Conceição não criou a polémica sozinho, o treinador do Belenenses também alimentou a zaragata, e por outro lado porque se de facto foi agredido com um murro, como toda a gente o viu dizer que foi, só tinha de apresentar queixa na polícia. Ao não o fazer – e pelo menos ontem ainda não o tinha feito –, só está a ser incoerente com as acusações que fez."

O túnel do Jamor em pratos limpos

"Bom, das duas uma: ou Pedro Ribeiro, treinador dos azuis do Jamor, levou um soco, como gritou alto e bom som (entre outras coisas...) e não pode, depois, fazer de conta de que nada se passou; ou então nada se passou e o técnico da equipa que joga no Estádio Nacional terá muitas explicações a dar. Francamente, numa cena de túnel, com a cabeça a mil, não é crível que alguém venha, tão acalorada e indignadamente, denunciar uma agressão que não tenha acontecido; mas, uma vez que as imagens da SIC Notícias colocaram o assunto, de forma crua, no topo da actualidade, há explicações que têm de ser dadas, para evitar que os julgamentos na praça pública façam escola. O Conselho de Disciplina da FPF, usando de prudência que se compreende, preferiu aguardar pelo relatório policial, na certeza de que os relatos dos delegados da Liga e dos árbitros também assumirão relevância nesta matéria. Mas, episódios destes nada acrescentam à imagem do futebol e apenas servem para afastar-nos dos parâmetros dos países onde este fenómeno é abordado com seriedade e rigor.
Da mesma forma, num futebol que se desse ao respeito não seriam toleradas as tentativas de pressão sobre a arbitragem que despudorada e impunemente campeiam entre nós. Porém - e disso a APAF pouco se queixa - o que se vê é que, muitas vezes em demonstração de flagrante ignorância (como foi o caso do golo da turma de Pedro Ribeiro), todo o bicho careta sobre ao palco para gozar de cinco minutos de fama e debitar as maiores alarvidades. E consequências= E pedagogia? E vergonha na cara? Nem vê-las!

PS - O melhor Benfica ganhou..."

José Manuel Delgado, in A Bola

Já houve mais jogos à segunda-feira na primeira metade desta época do que no ano passado. Mas, a culpa é de quem?

"Em Junho, a directora da Liga de Clubes informou que teríamos "mais jogos de sexta a domingo" e os encontros à segunda-feira aconteceriam, apenas, "por necessidade", no caso de equipas que participassem na Liga Europa, ou por acordo entre os clubes. O campeonato, porém, fechará a primeira metade desta época com 12 jogos realizados à segunda-feira, mais do que no mesmo período da temporada passada. Em parte, porque Sporting, FC Porto, V. Guimarães e Braga competiram à quinta-feira e, no fundo, são eles que decidem quando jogam

Contou-se o dia a trabalhar, na manhã seguinte há que labutar outra vez e chegar-se-á tarde a casa, porventura madrugada dentro, se a equipa a apoiar jogar fora de casa e essa casa forasteira for longe da que nos dá guarida.
São, apenas, alguns factores levantados cada vez que se agenda um jogo da Liga NOS para segunda-feira, ainda mais se for à noite, depois das 20h, como o foram oito partidas marcadas na primeira metade desta época.
Ao todo, entre Agosto e dezembro, quando o campeonato tiver virado a esquina para 2020, ter-se-ão realizado 12 jogos à segunda-feira. No mesmo período da época anterior, foram oito.
E a culpa, simplificando uma questão que não terá bem a ver com culpabilidades, não é, necessária e totalmente, da Liga de Clubes, mas dos clubes que a fazem.
A meio de Outubro, Sónia Carneiro, a directora da entidade, reforçou à Tribuna Expresso o que já explicara, no arranque da temporada, para justificar a marcação de jogos do campeonato para segunda-feira: “Porque os clubes acordaram nessa data e hora. A Liga, inicialmente, não marcou jogos para segundas-feiras, mas a janela de oportunidade desse horário existe e os clubes quiseram jogar”.
É, no fundo, o que consta no Regulamento das Competições para 2019/20, embora escrito com outras palavras, onde se rebate a advérbio “excepcionalmente” e se lê que haverá futebol à segunda-feira se um clube, "na semana anterior, tenha participado em jogos oficiais à terça-feira, quarta-feira ou quinta-feira e pretenda beneficiar da possibilidade de jogar na segunda-feira seguinte, ou no caso de ambos os clubes participantes no jogo assim o pretenderem”.
As mesmas regras ditam que haja um intervalo, pelo menos, de 72 horas entre a hora de início de cada jogo. As partidas da Liga Europa arrancam às 17h55 ou 20h de quinta-feira, portanto, qualquer jogo do campeonato envolvendo as quatro equipas que compete na prova, nessas semanas, poderia ser marcado para o fim da tarde, ou início da noite, de domingo.
Os jogos são marcados pela Liga após reuniões com responsáveis dos clubes. A vontade das equipas, segundo fontes ouvidas pela Tribuna Expresso, são o que mais pesa na decisão. Tendo essa hipótese, é comum um clube que jogue para a Liga Europa, à quinta-feira, sobretudo fora de casa, querer jogar, para o campeonato, na segunda-feira seguinte, para 'dar' tempo ao descanso e recuperação dos jogadores.
Depois, existe a vontade da Sport TV, operadora que detém os direitos televisivos dos 306 jogos do campeonato, que tem uma palavra a dizer na marcação dos encontros, e apraz-lhe ter um jogo no slot da segunda-feira à noite: em teoria, será mais provável haver pessoas em casa, sentadas no sofá, ao fim de um dia de trabalho, sem outros afazeres. O canal, até ao momento, não respondeu às perguntas enviadas pela Tribuna Expresso sobre este assunto.
Em Agosto, numa entrevista ao "Diário de Notícias" e falando sobre o V. Setúbal-Tondela agendado, logo à primeira jornada, para uma segunda-feira, a directora da Liga de Clubes já o sugerira: "Os clubes têm contratos de direitos televisivos e o operador ter-lhes-á dito: 'Meus caros, nós temos um contrato e gostávamos muito de ter o jogo na segunda-feira, e vocês façam o favor de dar acordo a isso." E eles naturalmente deram acordo'.

Quem joga mais vezes
Os clubes que mais partidas têm agendadas para uma segunda-feira são o Sporting, o Braga, o Rio Ave e o Tondela. Cada um tem três, em 14 jornadas. Sempre que Sporting, Braga e FC Porto (dois encontros) jogaram, à segunda-feira, para o campeonato, aconteceu depois de uma jornada da Liga Europa, mas, dentro deste contexto excepcional, existe uma excepção em Guimarães.
O único jogo, até ao momento, que o Vitória, a outra equipa que compete na segunda prova de clubes da UEFA, realizou a uma segunda-feira, deveu-se a um adiamento, na primeira jornada do campeonato, devido à deterioração de uma bancada do estádio do Rio Ave.
A Tribuna Expresso quer então saber se a iniciativa de jogar à segunda-feira partiu, de facto, dos clubes. O Sporting preferiu não comentar, o Braga não reagiu às questões enviadas e tão pouco o fez o Tondela, que no seu trio de jogos só teve um adversário da Liga Europa do outro lado do campo.
O Rio Ave teve o seu terceiro encontro à segunda-feira, anteontem, contra o Gil Vicente. Nenhuma das equipas joga na Europa. “Devemos proteger as equipas que estão nas competições europeias e o Rio Ave sempre foi defensor do ajuste do calendário em função desta excepção”, explicou fonte do clube à Tribuna Expresso, salvaguardando que a segunda-feira “não é, de todo, o melhor dia para a marcação de um jogo do campeonato”.

As segundas-feiras lá fora
O berbicacho de ter tantas equipas com deveres a cumprir na Europa, à quinta-feira, explica, em grande parte, o facto de o campeonato português já contar com 12 jogos agendados à segunda-feira. Pela mesma ordem de ideias, em outros países, os adeptos também deveriam ocupar a cabeça com as diligências de ter de ir ao futebol à segunda-feira.
Em Espanha, contudo, onde há três equipas (Sevilha, Getafe e Espanyol) a competir na Liga Europa, ainda não foram marcadas partidas a esse dia da semana. Até esta semana, a La Liga teve duas jornadas feitas a meio da semana, entre terça, quarta e quinta-feira, devido a calendarização e não a marcação - culpa das paragens para jogos de selecções. A outra excepção é um Barcelona-Real Madrid, adiado devido aos protestos na Catalunha.
A Bundesliga conta, também, com três clubes a fazer pela vida na Liga Europa, mas apenas o Eintracht Frankfurt e o Wolfsburg tiveram, para já, um jogo cada à segunda-feira. O Borussia Mönchengladbach, líder do campeonato alemão, não realizou qualquer partida a esse dia da semana. 
A Premier League, mesmo tendo que lidar com a agenda preenchida do Arsenal, do Wolverhampton de Nuno Espírito Santo e do Manchester United, agendou apenas seis jogos, em 16 jornadas, à segunda-feira, em que quatro envolveram as tais três equipas (em dois encontros, aliás, jogaram entre si).
Entre os três maiores campeonatos que se jogam na Europa houve, até meio de dezembro, nove partidas à segunda-feira. Só em Portugal, o único campeonato, dos já mencionados, que não tem os direitos televisivos centralizados, já houve 12."

A despedida do menino japonês que viu Eusébio jogar

"Quem diria que aquele menino, grande admirador de futebol, que ficou encantado ao assistir ao jogo de futebol do Benfica em Tóquio em 1970, visitando até o hotel no dia seguinte para pedir o autógrafo de Eusébio, e que estudou seis anos num liceu fundado pelos jesuítas, de 1968 a 1974, tendo até a disciplina de educação moral, seria nomeado posteriormente como Embaixador do Japão em Portugal?
Queria transmitir a minha profunda gratidão pela vossa amizade e apoio que recebi durante o tempo que estive em Portugal.
A minha chegada a Portugal foi no início de Novembro de 2017. Ao reflectir sobre estes últimos dois anos, não posso deixar de afirmar que tive a felicidade de ter iniciado a minha missão em Portugal numa boa altura deste país. O período de dois anos pode ser considerado curto para a missão de um Embaixador, mas tenho certeza que foi uma experiência muito rica e frutífera, repleta de várias realizações importantes.
Para começar, a relação económica entre o Japão e Portugal estava estagnada devido à crise financeira global, mas a situação reverteu-se com o crescimento do comércio e do investimento nos últimos anos.
Além disso, importa ressaltar que foi assinado o Acordo de Parceria Económica entre o Japão e a União Europeia em Julho de 2018. Este acordo poderá favorecer largamente o crescimento do comércio bilateral. Tenho-me esforçado para promover e divulgar os possíveis benefícios que esta parceria pode trazer para Portugal, através da audição na Assembleia da República e das palestras realizadas em várias cidades em Portugal.
No mesmo ano, a Keidanren, confederação das grandes empresas japonesas, e outras entidades económicas japonesas enviaram missões a Portugal. Tivemos também, pela primeira vez, a presença de empresas japonesas de start-up na Web Summit no ano passado, que contou com a participação de 6 empresas japonesas. Este ano, na segunda edição, registou-se um aumento significativo com a participação de 24 empresas japonesas. Por outro lado, devo salientar que houve um salto no domínio do diálogo político neste ano. Recebemos a visita do Sr. HIirai Takuya, Ministro da Política Tecnológica, e mais três delegações oficiais dos parlamentares do Japão.
De Portugal para o Japão, por sua vez, foram também realizadas visitas de personalidades importantes, nomeadamente, Suas Excelências o antigo Primeiro-ministro e ex-Presidente da República, o Prof. Doutor Aníbal Cavaco Silva, o Ministro do Planeamento e da Infraestrutura, Dr. Pedro Marques, a Secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Dra. Teresa Ribeiro, o Secretário de Estado da Internacionalização, Dr. Brilhante Dias e o Presidente da AICEP, Dr. Castro Henriques. As suas visitas ao Japão foram fundamentais para intensificar ainda mais o intercâmbio entre os nossos países.
O desenvolvimento das relações bilaterais, tanto na área política como na económica, baseia-se no crescimento mútuo de interesses entre os dois povos. O facto de o número de turistas japoneses a visitar Portugal ter aumentado para o dobro, e o número de portugueses a viajar ao Japão ter aumentado ao triplo, demonstra este elevado grau de interesse mútuo. Os japoneses têm vindo a valorizar cada vez mais os pontos fortes de Portugal, tais como a estabilidade política e económica, a segurança pública, e o povo qualificado, trabalhador e fluente em várias línguas.
A história entre o Japão e Portugal remonta ao ano de 1543, e o próximo ano também será um marco histórico: estamos a preparar as celebrações de 160 anos de relação diplomática. Além do mais, os jogos olímpicos e paraolímpicos em Tóquio também serão certamente uma ocasião relevante e única para aprofundar o intercâmbio entre os dois países. Estou cada vez mais certo de que a nossa relação de amizade será ainda mais reforçada através destas oportunidades.
Durante a minha missão em Portugal, consegui visitar várias regiões de Portugal, do norte ao sul, incluindo a Madeira e os Açores. Recentemente, tive a oportunidade de visitar o famoso Vale do Côa, Património Mundial da UNESCO. No entanto, Portugal ainda tem muitos outros lugares maravilhosos que gostaria de ter visitado e não consegui.
Deixarei Portugal no dia 13 de dezembro, mas parte do meu coração, com as recordações e saudade, continuará a ficar em Portugal. Por isso, não direi agora "Adeus!", mas despedir-me-ei de vós "Até à próxima !!"."

Rússia, 'doping' e o incompreensível

"A Agência Mundial Antidopagem tomou a decisão unânime de proibir a Rússia de realizar grandes competições internacionais, nos próximos quatro anos, e de apresentar equipas oficiais, sob a bandeira do estado russo, em grandes competições que se realizem noutros países. Do ponto de vista mais emblemático, está em causa a participação da Rússia nos Jogos Olímpicos de Tóquio, no próximo ano, e no Mundial de futebol do Catar, em 2022.
Porém, nem tudo o que parece, é. Atletas russos que estejam comprovadamente limpos de um cadastro de doping poderão participar em todas as provas internacionais, desde que não representem, oficialmente, o seu país e não desfilem com a sua bandeira.
A decisão, vista à luz deste regime excepcional, já poderia ser considerada suficientemente vaga e hipócrita, mas ela torna-se absolutamente lamentável e, mais do que isso, incompreensível, se considerarmos o que se irá passar com o futebol.
A própria FIFA não sabe como proceder e - soubemos de fonte oficial da organização que tutela  futebol mundial - vai pedir explicações à Agência Mundial. Em primeiro lugar, porque a FIFA faz, ela própria, um controlo anti-doping independente e, até agora, não detectou qualquer irregularidade nas equipas e na selecção russa de futebol; depois, porque a própria Agência aceita que São Petersburgo, não só seja palco da final da Champions, que será vista pelo mundo inteiro e tem uma dimensão universal indiscutível, como ainda permitirá que São Petersburgo seja uma das cidades sede do próximo Campeonato da Europa de futebol. Ninguém percebe o critério e, sobretudo, ninguém o poderá achar credível."

Vítor Serpa, in A Bola

Kremlin ainda não domina tudo

"Pelo menos no caso do campo do doping, pode-se afirmar que não é o chamado Ocidente que tenta isolar a Rússia, mas ela isola-se com uma política que não olha a meios para atingir os fins.

Os dirigentes russos quiseram incluir o desporto como arma na actual guerra fria, não olhando a meios para que os seus atletas sejam os “melhores do mundo”. Foram apanhados com “a mão na massa” numa grave crise de doping, mas continuam a fazer-se passar por “santos” e “moralistas”.
O escândalo em torno do emprego do doping no desporto russo veio mostrar que os dirigentes russos se consideram no direito de mandar ou comprar tudo e todos, mas esbarraram numa organização internacional que não se vendeu.
A WADA (Agência Mundial Antidoping) baniu a Rússia de grandes provas desportivas internacionais durante quatro anos, incluindo os Jogos Olímpicos de 2020 e o Campeonato do Mundo de 2022, mas fê-lo depois de os líderes russos terem gozado, caluniado e enganado os dirigentes dessa organização que luta pela saúde dos desportistas, incluindo os russos.
Além disso, importa sublinhar que a decisão da WADA protege os atletas russos limpos, embora eles não possam participar em competições internacionais sob a bandeira do seu país.
Antes de tomarem essa decisão, pediram à Rússia acesso à base de dados sobre as análises clínicas dos desportistas russos, o que lhes foi recusado alegadamente porque os aparelhos utilizados pelos peritos da WADA não estavam certificados no país. À segunda, entregaram a base de dados, mas falsificada. O que estavam à espera em Moscovo? Que a WADA tivesse medo das sanções russas? Que se podia comprar os dirigentes dessa agência internacional? Que a Rússia se pode comportar no campo do desporto como actua no campo internacional?
Desta vez, enganaram-se, mas o mais interessante (não digo que tenha sido surpreendente para aqueles que seguem a política russa) foi a reacção dos políticos e de alguns altos funcionários desportivos russos: no lugar de tomarem medidas para pôr ordem na luta contra o doping, acusam a WADA de participar numa conspiração contra a Rússia!
O deputado Leonid Slutski, acusado por duas jornalistas russas de assédio sexual, considerou a decisão aprovada por unanimidade como “provocatória, politizada, forçada”. Vladimir Konstantinov, presidente do Parlamento da Crimeia, região da Ucrânia ocupada pela Rússia, foi mais longe, acusando a WADA de querer destruir o desporto russo.
Isto são apenas duas vozes do inteiro coro “patrioteiro” que visa envenenar a opinião pública, campanha já iniciada também na imprensa escrita, televisão e rádio.
Claro que, no meio desta campanha histérica contra a “coitadinha da Rússia” que todos sonham em destruir, há vozes sensatas. Iúri Ganus, director-geral da RUSADA, Agência Antidoping da Rússia, não só veio reconhecer a existência de graves problemas no desporto russo, como apontou também a forma como os resolver: “É importante mudar as abordagens na Rússia. O problema do desporto russo consiste em que são empregues abordagens inaceitáveis, que, no quinto ano da crise, afogam-nos ainda mais nessa crise. É preciso mudar as abordagens e as pessoas que recorrem a essas abordagens. O desporto russo necessita de novos líderes que gozem da confiança dos atletas. Cinco anos de restrições já passaram e, agora, os desportistas compreendem que essas restrições irão vigorar durante mais quatro anos”.
Por isso, Iúri Ganus considera que o Tribunal Arbitral Desportivo não deverá anular a decisão da WADA. Aliás, esse órgão judicial pode ainda agravar a pena.
Por muito que o Kremlin nos tente fazer crer que é um exemplo de moral e honestidade no campo internacional, este e outros numerosos casos tornam cada vez mais evidente a hipocrisia da política de Vladimir Putin. São um sinal do perigo que constitui esse regime para o povo russo e o mundo. 
Pelo menos no caso do campo do doping, pode-se afirmar que não é o chamado Ocidente que tenta isolar a Rússia, mas ela isola-se com uma política que não olha a meios para atingir os fins."

Entre Nadal e Djokovic venha o diabo e escolha

"Os números provam que, embora Djokovic tenha sido o nº 1 mundial de 2018, e Nadal o nº 1 de 2019, este foi indiscutivelmente o melhor dos dois últimos anos

Patrick Mouratoglou, o treinador de Serena Williams e Stefanos Tsitsipas, opinou que quando o ‘Big-3’ está ao seu melhor nível, Novak Djokovic é o que ganha mais vezes.
Radek Stepanek, que que chegou a integrar a equipa técnica de Djokovic, prognosticou que o sérvio irá deter o recorde de títulos do Grand Slam – uma aposta corajosa, dado ‘Nole’ contar com 16, Rafa Nadal com 19 e Roger Federer com 20.
Eu também considero que, embora ao mais alto nível, Federer tenha o estilo mais deslumbrante; apesar de Nadal, no seu topo de forma, ser a maior força mental jamais vista num court; foi em Novak Djokovic que vi o melhor ténis de sempre. O seu ‘cosmic tennis’ não é poesia como o de Federer, não é apaixonante como o de Nadal, chega a ser robótico e previsível, mas é diabolicamente eficaz.
Não prevejo quem terá mais Majors no final da carreira e acho graça que Nick Kirgyos tenha declarado que Federer será sempre o melhor jogador de todos os tempos, mesmo que um dia deixe de deter o recorde de títulos do Grand Slam.
Nunca imaginei que fossem capazes de chegar onde estão. São três monstros que pulverizam todos os recordes, que ultrapassam os seus próprios limites. Repare-se como, quase a completar 38 anos, ‘King Roger’ teve dois match-points para ser de novo o campeão de Wimbledon. Simplesmente impensável!
Dito isto, tenho sempre a sensação de que Djokovic é o mais forte na actualidade e que depende mais dele próprio. No entanto, afastando essa subjectividade, os números provam-me que, embora o sérvio tenha sido o n.º 1 mundial de 2018 e o espanhol o n.º 1 de 2019, o melhor jogador dos dois últimos anos foi Nadal.
Poderia dizer dos três últimos anos, mas em 2017 Djokovic andou lesionado e não jogou entre Julho de 2017 e Janeiro de 2018.
Vamos então a esses números, com a ressalva de que Djoko jogou lesionado no inverno de 2018 e Rafa desistiu por lesão em 4 meias-finais nestes dois anos, e sempre em Majors ou Masters 1000.
Em 2018 e 2019 Rafa somou 103 encontros ganhos e perdeu apenas 11! Uma taxa de sucesso de 90,3%. Conquistou 9 títulos, dos quais 3 Majors e 5 Masters 1000, devendo ainda juntar-se uma Taça Davis. Em dois anos só perdeu antes das meias-finais em três torneios.
No mesmo período, Djoko coleccionou 110 encontros ganhos e perdeu 24, uma taxa de sucesso de 82%. Arrebatou 9 títulos, dos quais 4 Majors e 4 Masters 1000. Nessas duas épocas perdeu antes das meias-finais em 14 torneios.
Há um equilíbrio extraordinário, uns poderão mais valorizar isto e outros aquilo, mas Nadal foi mais consistente."

Cadomblé do Vata

"1. Tal como nos últimos 7/8 anos, começamos a jogar à bola a sério apenas a partir do final de Novembro... afinal a "Maldição de Guttman" não passa de uma infeliz calendarização das competições europeias por parte da UEFA.
2. Vencemos o campeão russo, com o melhor resultado do SLB na Champions desde 2010 e as reacções são "estes deviam levar 5" ou "este grupo era para ganhar à 3ª jornada" e até "se o Lage tivesse ido ao jogo na Alemanha..."... andamos com a língua tão afiada para a crítica, que ela já nem consegue degustar os sucessos.
3. Ontem fizemos uma primeira parte de bom nível e segundo tempo arrasador... quer dizer que a empregada também está de esperanças, óhh Bruno?
4. Se tudo correr como esperado no Dragão, Portugal vai ter SL Benfica, FC Porto, Sporting CP e SC Braga na Liga Europa... SIC/SportTv 4-0 TVI/ElevenSports.
5. Nota final para Fábio Veríssimo... vês o que é um auto golo, caralho?"

As instruções de Lage que Samaris transmitiu e cumpriu à risca: Pelo Amor de Deus Não Se Deixem Empatar, Outra Vez

"Vlachodimos
Mais uma defesa para a fotografia aos 77'. Começam a ser muitas. Estão proibidos de fazer um daqueles vídeos com os melhores momentos que abundam no youtube.

Tomás Tavares
Foi um dos mais activos no Benfica Crossing Show que foi a primeira parte, mas soube corrigir o erro. Aos 18 anos descobriu o prazer de saborear um bom bife tártaro, fazendo dos portentosos adversários um saboroso picadinho de carne temperada com vodka e lágrimas russas. Repetiu, pois claro.

Rúben Dias
Estranha amizade esta que Rúben Dias forjou com Dzyuba, mutação em forma de humano que consegue juntar os bons pés à compleição física de um urso polar. Foi tentando fugir ao abraço caloroso do nosso Rúben, mas quase sempre sem causar perigo à população.

Ferro
Adquiriu ontem a sua primeira coleção de matrioskas, arrumando por ordem de tamanho os pobres dos russos que tentaram disputar lances com ele. Vai ficar especialmente bonito quando, em maio do próximo ano, for colocado sobre o naperon comemorativo da vitória na Liga Europa. 

Grimaldo
Afinal o que é Grimaldo? Tal como as novas gerações que recusam ser identificadas pelo género e se dizem gender-fluid, também o espanhol se recusa a assumir uma única posição no relvado: ora é lateral esquerdo, ora direito, ora extremo, ora médio interior. Seja onde for, jogou quase sempre bem. Abracemos sem preconceitos este magnífico pansexual futebolístico. Gabriel Bem a cortar as vazas aos espertalhões que tentavam romper pelo corredor central, ainda melhor a gizar as variações de flanco e passes para colegas entre linhas que lhe têm saído quase sempre mal. É isto até maio, 

Gabriel
Não mexe mais!

Taarabt
24 horas depois de sabermos que a Rússia será suspensa das competições desportivas de países, um vendedor de tapetes com pés abençoados consegue envergonhar ainda mais todo um país de perna aberta sem saber exactamente o que lhe aconteceu. Carrega Adelio. Procura-nos nas bancadas que os teus fãs encontram-te.

Pizzi
Na manhã antes do jogo houve pessoas - vamos chamar-lhe João - que prometeram a amigos, familiares e demais benfiquistas que se penitenciariam de uma vez por todas se Pizzi fizesse um bom jogo nesta última noite de Champions. Pois bem, estamos à espera. E escusam de tentar justificar-se com os quarenta e sete cruzamentos inconsequentes que Pizzi fez na primeira parte. Estava a afinar a pontaria. Cervi Mais uma noite de labuta com o argentino a chegar sempre primeiro à bola, sempre no estrito cumprimento das leis do jogo. Quem discordar pode enviar as suas queixas para ninguemquersaber@conselhodearbitragem.fpf.pt.

Chiquinho
Passou uma parte do jogo perdido na floresta boreal russa. Quando os colegas finalmente o encontraram entre linhas estava hipotérmico e a precisar desesperadamente de um golo para arrancar de vez com a sua trajetória de ídolo benfiquista.

Vinícius
Noite sem pose já não é a mesma coisa, mas felizmente soube manter-se dentro do jogo. Só há um problema: Vinícius precisa de um novo festejo para celebrar as muitas assistências que faz. São muitos meios golos que têm ficado por assinalar. Sugiro aquela pose de CEO do LinkedIn com o braço direito encostado ao peito como se estivesse engessado e a queixo pousado sobre a mão direita. Isso ou continuar a marcar golos e mandar-me dar uma volta ao bilhar grande.

Samaris
Assim que entrou no relvado explicou em três idiomas - português, francês e português brasileiro do Maranhão - as instruções que Lage lhe tinha transmitido: Pelo Amor de Deus Não Se Deixem Empatar Outra Vez. Os jogadores cumpriram, incluindo Samaris.

Seferovic
Parece mostrar alguma fome de bola, ainda que neste momento as emissões do Canal Vinícius façam do brasileiro o Panda desta analogia e o pobre do Seferovic um dos Caricas. Pessoas com filhos talvez percebam melhor o que quero dizer.

Caio Lucas
Grande momento "agora sem mãos" de Bruno Lage provando a todos os presentes que é possível vender uma partida da Liga dos Campeões com Caio Lucas em campo. Não gostei da provocação."

Bela exibição

"Depois dos bons sinais deixados na Alemanha, continuados nas partidas do Campeonato Nacional ante Marítimo e Boavista, ontem atingimos o objectivo possível – o apuramento para a Liga Europa – fruto de uma bela exibição coroada com três golos sem resposta.
Naquele que era considerado, após o sorteio, o grupo mais equilibrado da Liga dos Campeões, os resultados e a classificação confirmaram a ideia de que qualquer dos clubes poderia ter passado aos oitavos de final. À nossa equipa teria bastado, por exemplo, a obtenção dos três pontos em Leipzig, o que não aconteceu por mera infelicidade nos minutos finais da partida.
A vitória, por 3-0, frente ao Zenit, o líder destacado do campeonato russo com dez pontos de avanço do Krasnodar, além de ter possibilitado a continuidade nas competições europeias, confirmou o bom momento que a nossa equipa atravessa, quer no plano dos resultados como no exibicional. Desde 2010 que não marcávamos pelo menos três golos no Estádio da Luz num jogo a contar para a fase de grupos da Liga dos Campeões (Lyon). E é preciso recuar a 2006 para encontrarmos uma vitória por três golos de diferença (Celtic).
Este foi também um resultado importante na consolidação da posição de Portugal no ranking de clubes relativo às competições europeias e abre agora um novo objectivo, que é o de chegarmos o mais longe possível na Liga Europa.
Mas, entretanto, o foco já está redirecionado novamente para o Campeonato Nacional. No próximo sábado defrontaremos o Famalicão, na Luz, às 18 horas. Os famalicenses têm feito um campeonato notável, ocupando presentemente o terceiro posto da classificação.
Restam-nos duas notas individuais: para Pizzi, que chegou aos 16 golos na temporada ainda a meio de dezembro, superando o recorde de carreira conseguido na época passada; e para Gabriel, que chegou à meia centena de jogos de águia ao peito.

P.S.: Ontem vencemos também noutras duas frentes europeias. Na Youth League, o apuramento para os oitavos de final já estava garantido e derrotámos o Zenit. E, no voleibol, tivemos um final de tarde glorioso, conseguindo somar os três pontos (vitória por 3-1) no confronto com os polacos do Verva Varsóvia, um clube que conta, nas suas fileiras, com vários jogadores vencedores de títulos pelas suas selecções, nomeadamente a polaca e a francesa."

Estamos a entrar em 2020 e a lengalenga é exatamente igual à de 1980: até quando temos que levar com isto?

"Não sei se por masoquismo ou se por manifesta incapacidade em fazer mais, mas a verdade é que as más notícias estão de volta ao futebol português.
Esta constatação torna-se difícil de digerir por coincidir com mais um momento em que muitos dos nossos talentos voltaram a encher-nos de orgulho e alegria, mas... Jordan e Madjer, Hélio Sousa e José Morais, Jorge Jesus e Cia, esqueçam lá isso.
Há quem esteja demasiado ocupado a tentar ser estrela. É por isso que nem vos vêem, tal a cegueira em chamar para si todo o protagonismo.
Diga-se, em abono da verdade, que eles, coitados, não são os únicos responsáveis por essa figura. 
Também o é quem insiste em lhes dar voz, palco e importância. Quem precisa deles para sobreviver, para vender jornais e garantir audiências. E de quem, cá fora, precisa de consumir avidamente tudo isso, só para se entreter. Como se essa droga putrefacta resolvesse o vazio existencial e a melancolia social de todas as pessoas.
Não caiam nessa, meus amigos. O futebol é demasiado grandioso e não precisa disso para despertar emoções ou adrenalina.
Agora convenhamos, o que se tem visto, lido e ouvido ultimamente é mau demais.
Há quem insista que é sistematicamente prejudicado e perseguido pelos erros dos árbitros. Há quem passe para fora a ideia - criada há séculos - que "o sistema" está enviesado e que os grandes rivais são estrategicamente beneficiados. Há quem se dê até ao trabalho de andar de calculadora na mão a fazer contas dos "pontos da verdade", como se a verdade dependesse apenas de uma variável, quando assenta em tantas outras.
Agora digam-me: se os meus amigos consideram-se pessoas inteligentes... como é que é caiem nisso?
Da minha parte, confesso. Já não há pachorra para tanta treta. Desculpem, mas não há.
Estamos a entrar em 2020 e a lengalenga é exactamente igual à de 1980. Quarenta anos (!!) de mais do mesmo.
Mudaram os meios e os actores, entraram uns e saíram outros, mas a pequenez do discurso manteve-se inalterável. Arrrgghhh!
O futebol cresceu e evoluiu, a indústria modernizou-se, as estruturas profissionalizaram-se, a qualidade do produto explodiu... e o raio do ruído é o a mesma de sempre.
Até quando é que temos que levar com isto?
Ouçam o que eu vos digo, por favor: ninguém é prejudicado deliberadamente! Ninguém é perseguido estrategicamente! Ninguém é lesado propositadamente!
Não há complôs para beneficiar uns e prejudicar outros. Não há esquemas maquiavélicos para entregar o título a uns e tirar a outros. Não há fantasmas, não há perseguições, não há agenda própria. O que há são sótãos sombrios em vez de almas bondosas. O que há são tentativas recorrentes de vos dar a volta à cabeça.
Os erros a que muitos se referem, de facto, existem. Não todos (nem metade), mas alguns existem sim. E existem como resultado de um cocktail que, em alta competição, é explosivo: aquele que resulta da mistura da inexperiência com a incompetência.
De facto, há demasiada incompetência no actual quadro de árbitros, sobretudo porque tem agora todas as condições e meios para fazer muito mais e muito melhor. Portanto, se quiserem abordar a questão de forma didáctica e séria, façam-no nessa perspectiva, porque fazem-no muito bem.
Agora, por favor, párem de vender a mentira que os rotula, directa ou indirectamente, de profissionais desonestos, de pessoas dependentes ou de agentes subservientes. Além de todas as outras, isso tem hoje consequências pesadíssimas nas suas vidas pessoais. Não é justo!
É bem verdade que a arbitragem tem um longo caminho a percorrer para chegar ao patamar que se deseja e não é menos verdade que a exigência sobre ela deve ser cada grande, mas acreditem, em matéria de carácter e dignidade, o desafio que o futebol enfrenta é bem maior.
Sejamos honestos: não são os árbitros que continuam a afastar-se da realidade europeia, no que diz respeito à competitividade desportiva e à saúde financeira. São os clubes e o futebol português.
Não são os árbitros que insistem em olhar para o umbigo, em vez de olhar para o todo, para o bem maior. Não são os árbitros que actuam como se o campeonato se jogasse com uma só equipa, ignorando ou conflituando com todas as outras.
Não são os árbitros que vêm os adversários como inimigos e a crítica como declaração de guerra. 
Não são os árbitros que têm a visão estratégica toldada pela egoísmo e pela incapacidade em pensar além do próprio perímetro.
Não são os árbitros que falham ao efectuar contratações duvidosas (e dispendiosas) nem são eles que cometem equívocos tácticos ou más opções estratégicas durante o jogo. 
 Não são os árbitros que têm culpa da maioria dos estádios estarem quase sempre vazios.
Não são os árbitros que têm culpa que os clubes dependam, em demasia, das transmissões televisivas, não encontrando meios alternativos de crescerem a outros níveis.
Não são os árbitros que andam de costas voltadas com os adeptos.
Não são os árbitros que passam a vida a criticar a gestão da sua própria equipa.
Não são os árbitros (até hoje, 11. Dez. 2019) que se vão sentando, à vez, no banco dos réus, por alegadas condutas ilícitas.
Não são os árbitros (até hoje, 11. Dez. 2019) que têm estado envolvidos em escândalos de apostas ou em viciação de resultados.
Não são os árbitros (até hoje, 11. Dez. 2019) que são arguidos em processos menos claros e pouco abonatórios.
Não são os árbitros que ameaçam e batem nos jogadores da sua própria equipa.
Não são os árbitros que põem dinheiro na conta de dirigentes para os tentar expor como corruptos nem foram eles que invadiram centros de treino ou andaram a atropelar adeptos na rua.
Os árbitros erram nas avaliações que fazem em campo, mas não são os culpados de haver gente mal-formada no futebol em Portugal.
Portanto, vamos lá deixar de achar que toda a gente come gelados com a testa e vamos começar a tratar as pessoas como seres inteligentes e pensantes.
Fica o desafio sincero: mudem de estratégia, porque tudo o que impulsiona o conflito e alimenta a suspeição, afasta-nos do lugar onde queremos e merecemos estar. Joguem limpo fora de campo, porque lá dentro toda a gente dá o litro.
Sejam genuínos no discurso. Sejam educados, tenham respeito por quem vos segue e admira, não ofendam o futebol com menoridades.
Não pode valer tudo. Mostrem-nos a vossa grandeza e o vosso carácter.
O futebol português precisa de vocês no vosso melhor. Precisa da vossa visão, do vosso talento e da vossa capacidade de organização e gestão. Orientem o discurso e a táctica para as coisas que verdadeiramente importam: as coisas boas.
Tentem brilhar, cá fora, como muitos outros brilham lá dentro.
Não pode ser assim tão difícil, caramba."


PS: Excelente manifesto eleitoral, seja ao CA da FPF, seja à APAF, mas totalmente desfasado da realidade... por ingenuidade, ou por tentativa de encobrir a mafiosice da classe!
Em 1980 não havia fenómenos como o Canelas...!!!

SL Benfica - FC Zenit

"O Benfica apresentou aquele que tem sido a base do melhor onze até agora na tempos ou seja, sem dois pontas de lança e com Taarabt-Gabriel no meio campo. O Zenit apresentou-se com linhas baixas, à procura do contra-ataque. Criou perigo, mas o Benfica marcou primeiro. Vitória esclarecedora. Umas notas sobre o jogo.
1. Pizzi. Mais um recital de Pizzi. Marca o golo de penalty, faz a assistência para o primeiro e está em grande parte das melhores jogadas. Ao ter Chiquinho na frente consegue ocupar melhor os espaços e tem alguém para fazer combinações rápidas pelo corredor central.
2. Adel Taarabt. É um dos jogadores que revoluciona o Benfica. Consegue jogar no meio dos médios adversários, algo que Florentino não é tão forte, consegue receber a bola e criar desequilíbrios, quer seja com movimentos individuais ou passes verticais ou passes de primeira. Perdemos um pouco defensivamente, mas com uma boa reacção à perda da bola e dado que assim temos mais posse de bola, é um risco que tem compensado. Taarabt com um pouco disto tudo consegue ligar o corredor central. Era um dos nossos problemas. A bola não chegava dos centrais aos avançados. Agora chega e com qualidade.
3. Carlos Vinícius. Não marcou nenhum golo, mas a maneira como cria o primeiro golo faz dele um grande ponta de lança. Ao segurar a bola, atrai três defesas e deixa Pizzi sozinho na direita. Vinícius não sendo um avançado muito completo tem duas coisas muito boas: segura muito bem a bola e finaliza com muita qualidade. É perfeito para o nosso sistema.
4. Chiquinho. Não revoluciona tanto o jogo como o Taarabt, mas também é muito importante. Chiquinho combina bem com Pizzi, Taarabt e Carlos Vinícius. Cria espaços para as movimentações dos colegas, cria oportunidades, mexe-se bem entre linhas, é muito bom a fazer combinações rápidas. É o homem que se procurava para ali. É importante arranjar uma alternativa, porque se lhe acontece alguma coisa, ficamos à rasca de novo, visto que não temos ninguém parecido.
5. Rúben Dias e Ferro. Agora sem Florentino, tem-se pedido mais deles. Estão mais presentes na fase de construção. Hoje cheguei a ver o Rúben Dias a construir dentro do último terço. E muitas vezes são o primeiro e único tampão para os contra-ataques. Cumpriram na perfeição. Não se podem esquecer de deixar o Dzyuba no balneário do Zenit.
Seguimos para a Liga Europa por um mísero ponto, mas é a vida. Fica a sensação que com outro tipo de atitude e sem lesões podíamos até ter ganho o grupo, apesar do Leipzig ser a melhor equipa das quatro. A passagem para a Liga Europa cria o incentivo à Direcção para se mexer em Janeiro. É preciso reduzir o tamanho do plantel (Fejsa, Zivkovic, Caio Lucas e/ou Cervi deveriam partir) e é preciso arranjar soluções para as duas-três posições que não estão tão bem preenchidas."

SL Benfica 3-0 FC Zenit: Grupo de trocas e baldrocas dá último bilhete europeu a encarnados

"Último jogo da Liga dos Campeões para os campeões nacionais de Portugal e da Rússia e muito estava em disputa neste Grupo G – para todas as equipas. O SL Benfica tinha mais do que obrigação para vencer para ainda sonhar jogar na Europa neste ano e o FC Zenit queria estar na próxima fase da Liga Milionária. Um grande jogo em perspectiva e onde os dois clubes tinham de estar sempre de olho no que ia acontecendo em França, entre o Olympique Lyon e o RB Leipzig.
Antes do jogo, foi respeitado um minuto de silêncio em memória a Rogério Pipi, antigo jogador dos encarnados na década de 40 e 50. Durante um minuto não se ouviu nada excepto o barulho no exterior do estádio (arrepiante).
Aos nove minutos, houve motivos de destacar, mas em Lyon – jogo que interfere directamente no do Benfica. O Leipzig marcou por Forsberg de penalti, porém, nada se sentiu no Estádio da Luz ora fosse nas bancadas ora fosse em pleno campo. As duas equipas estavam a estudar-se mutuamente e não saía nada deste jogo – por enquanto.
O desespero encarnado era notório e jogava-se mais com o coração do que com a cabeça. O Zenit estava muito bem em termos defensivos e sabia, de forma muito pragmática, sair da primeira linha de pressão do Benfica. O jogo estava a ser muito jogado a meio campo e longe das balizas de Kerzhakov e Vlachodimos, que eram ambos meros esperadores.
Não acontecia golos em Portugal, mas muito ia acontecendo em França – aqui bem perto. O Leipzig voltava a marcar e desta vez por intermédio de Timo Werner, novamente de penalti. Contudo, isto pouco ou nada contava para o Benfica visto que precisava de marcar um golo caso contrário estaria fora das competições europeias.
O intervalo ia chegando na partida entre portugueses e russos com um nulo no marcador. Faltava perigo junto das balizas das duas equipas e também golos – e tão bom que era um golo dos encarnados para virar as contas do grupo. Podia ser que a paragem no jogo pudesse ser benéfica para os comandados de Bruno Lage.
O Benfica entrou a todo o gás para a segunda-parte. É certo que o resultado em França pode ter tido algum impacto nos encarnados, visto que só lhes restava cumprir a sua parte: marcar. Depois de uma excelente jogada começada por Vinícius, Pizzi faz um cruzamento para a pequena área e eis que surge o golo tão ansiado pelos adeptos benfiquistas. Franco Cervi marcou aos 47′ e estava feito o prenúncio para a continuação do Benfica na caminhada europeia.
Para os lados franceses, o Lyon encurtava a vantagem aos 50 minutos, mas em Lisboa gritou-se golo uns minutos depois. Depois de Douglas Santos tocar com a mão na bola, o Benfica ficou a jogar com mais um. Havia sido assinalada uma grande penalidade que aos 58 foi convertida pelo capitão, Pizzi. Já lá vão 16 golos para o número 21 dos encarnados que arrecadou o melhor registo de sempre da carreira.
Aos 64 minutos, valeu Osório ao Zenit num corte fulcral que impediu o 3-0. Depois de uma grande jogada entre Pizzi e Vinícius, o número quatro travou as intenções dos encarnados num instante de grande aflição para os defesas do Zenit.
A grande entrada do Benfica na segunda parte dava algum balão de oxigénio à equipa de Lage. Os resultados quer em Portugal quer em França estavam a favor dos portugueses e isso só deu mais confiança ainda para o Benfica se impor no jogo. As águias estavam a pressionar alto e à procura do segundo golo para que não houvesse desculpas.
Aos 75 minutos, Vinicius, muito interventivo durante o jogo, pica a bola dentro da área e abre espaço para Grimaldo e Pizzi tentarem o golo. Valeu ao FC Zenit Kerzhakov que, com os punhos, socou a bola para fora de perigo. O Zenit respondeu aos 77 minutos depois de um canto em que Azmoun remata de primeira. Vlachodimos, apesar de não ter sido obrigado a intervir muitas vezes, responde com uma grande defesa.
O número sete do Zenit foi capaz do melhor e do pior. Depois de um canto batido por Grimaldo, um grande erro de Azmoun melhora ainda mais as contas para a equipa de Lage. Passado três minutos Azmoun marcou, sim, mas não na baliza certa…
As coisas não podiam estar melhores para o Benfica. Por outro lado, não podia mesmo haver outro cenário pior para os russos. Isto porque houve golo do Lyon em França que complicava, e muito, as contas do FC Zenit na Europa.
O SL Benfica garante um lugar na Liga Europa, assim, com esta vitória que não espelha as suas últimas, com uma exibição convincente de uma equipa que, agora sim, parece querer começar a construir um “Benfica Europeu”. A chave do jogo? Foi claramente a competência dos jogadores encarnados na entrada para a segunda parte.

Onzes Iniciais e Substituições:
SL Benfica Vlachodimos (GR), Grimaldo, Rúben Dias, Ferro, Tomás Tavares, Gabriel (Samaris, 81′) Taarabt, Cervi (Seferovic, 81′) e Pizzi, Chiquinho e Carlos Vinicius (Caio 89′)
FC Zenit Kerzhakov (GR), Osorio, Ivanovic, Douglas Santos, Barrios, Erokhin, Ozdoev (Smolnikov, 60′), Shatov (Mak 89′), Karavaev, Azmoun e Dzyuba

A Figura
Entrada encarnada na segunda parte Se se disse que o intervalo poderia fazer bem aos encarnados… Bem, tivemos a resposta muito cedo: fez mesmo! Um grande início de segunda parte foi importante para começar a vencer e ficar à vontade na partida. O golo de Cervi logo aos 47 minutos foi importante para o desenrolar da partida e para o desfecho da mesma.

O Fora de Jogo
Douglas Santos O jogo dos actuais campeões russos não foi dos melhores esta época, mas vimo-nos obrigados a entregar o título de pior em campo ao número três do Zenit. A sua expulsão e também o penalti que provocou foram as piores coisas que podiam acontecer na partida. Foram dois erros fatais que prejudicaram gravemente a sua equipa ao sair eliminada das competições europeias.

BnR na Conferência de Imprensa
SL Benfica
Bruno Lage: «declarações mais importantes»
«Demos algumas indicações e realçar os aspectos positivos para entrar bem na segunda parte. Tentámos corrigir o posicionamento dos nosso laterais para que não fossem para a profundidade tão cedo. A partir do primeiro golo, ficámos muito mais tranquilos na partida».
«Não fizemos gestão de ninguém. Usámos o mesmo critério em todas as situações. Tomei sempre as melhores opções a cada momento. Este onze jogou pela primeira vez na Alemanha e depois fizemos algumas alterações. Qual é a diferença? É termos ganho. Não podemos trazer emoções negativas para as competições, temos de trazer o nosso emblema e fazer de cada jogo aquilo que fizemos hoje: lutar para vencer».
«O objectivo tem de ser ter uma mentalidade forte e competitiva. Mas é preciso pensar jogo a jogo e preparar o próximo jogo contra o FC Famalicão, que é a equipa sensação do campeonato».
«[Em resposta ao facto de ter sido o principal culpado de o Benfica não passar na Champions] Serei sempre o rosto do insucesso quando algo corre mal».

FC Zenit
Sergi Semak: «declarações mais importantes»
«Durante a primeira parte tivemos um grande jogo. Na segunda parte com o golo sofrido e também a expulsão tornou-se num jogo difícil para nós. O resultado mais importante era o nosso jogo e não era tão importante aquele que estava a ser jogado em Lyon».
«Em termos de exibição do Erokhin não foi dos piores jogadores e não vamos considerar uma má exibição de um jogador, mas sim temos de olhar para este resultado como algo mau do colectivo». 
«Podemos considerar que tivemos culpa, porque não aguentámos a parte emocional no jogo e o facto de sofrermos muitos golos foi fundamental para esta derrota e, consequente, eliminação».
«O resultado não podemos considerar uma catástrofe e isto é Liga dos Campeões todos os jogos são difíceis e sabíamos aquilo que íamos enfrentar nesta competição».
«Claro que as posições são importantes e os jogadores têm de fazer as suas posições e fizemos muitos erros por estes não terem estado nas respectivas posições»."

Pizzi, a noção europeia do Benfica

"Três derrotas, um empate, uma vitória e uma eliminação da Liga dos Campeões depois, o Benfica ganhou (3-0) ao Zenit, na última jornada da fase de grupos e garantiu que continuará na Liga Europa jogando com muito espaço e à boleia de Gabriel, Taarabt e, sobretudo, de Pizzi para o aproveitar

batemos e rebatemos a fábula que é esta Liga dos Campeões para o Benfica. Pelas impressões, são sempre elas que ficam, a desventura ficará como aquela rocambolesca vez em que, antes de o cântaro ir à fonte, já presidente, treinador e clube vertiam litros de água esperançosa cá para fora, enchendo baldes com vontade em fazer uma prova condizente com a “dimensão europeia” do clube.
Olharam para um conceito abstracto, feito com dois títulos reais nos anos 60, várias finais perdidas e uma chegada aos quartos-de-final fresca na memória, fizeram por inflacionar as expectativas e, no topo, colocaram a ideia de fazer crescer tudo isto com mais miúdos fabricados no Seixal que, por mais histórias que lhes contassem, desabituados estavam a pisar a prova em que só o hino já arrepia. 
Uma derrota, outra derrota, uma vitória, de novo uma derrota e um empate depois, a dimensão do Benfica circunscreveu-se, cinco jogos depois, a lutar por uma repescagem para a Liga Europa, condicionado por resultados de terceiros e a puxar por três particulares jogadores, contra um Zenit desorganizado sem bola, por vezes com toda um mundo por explorar entre as linhas de defesas e médios, com futebolistas afastados uns dos outros para haver compensações.
E Gabriel bailava com tempo, os dois braços abertos e suspensos, como as pontas dos dedos sentissem água gélida, variando jogadas com passes longos. Taarabt, não pressionado, sempre com espaço para receber e rodar, batia adversários com passes rasteiros, ligando a equipa à área quando o centro da decisão não estava em Pizzi, o crónico fabricador de tabelas que mais acelera qualquer forma de atacar da equipa.
O Benfica rematou por ele, à entrada da área, por Chiquinho servido por ele, no minuto seguinte, e durante quase meia hora manteve-se a pressionar os russos uns contra os outros, tendo cinco ou seis jogadores diferentes, constantemente, a tocar na bola nos últimos 30 metros.
Mas, fora um livre top spin de Grimaldo, a bola não era finalizada na baliza e Vinícius, o finalizador recente, só tocava nela para tabelar ou ir buscar rasgos de passe de Taarabt.
O Zenit só se compôs da desorganização quando sacudiu a mansidão vinda, quiçá, de empate, vitória ou até derrota se lhe poderem servir para sobreviver na Champions. Quando mais gente ousou esticar corridas até as bolas que Dzyuba dominava, segurava e protegia da pressão, um remate do iraniano Azmoun rasou o poste direito no fim de uma transição a trote dos russos - a que os jogadores do Benfica reagiram a passo.
O problema, já com barba de alguns meses, foi tapado com área ao primeiro minuto da segunda parte, quando Ivanovic não interceptou um cruzamento de Gabriel e, sem médios a cobrirem a entrada da área, a bola chegou a Vinícius, que se virou para a baliza e a passou a Pizzi, que cruzou rasteiro para um Cervi isolado pelos olhos que os centrais do Zenit não tiveram para os espaços na área.
Nem 10 minutos depois, uma mão na área expulsava Douglas Santos, os russos perdiam um lateral esquerdo, Pizzi ganhava um penálti e o Benfica um 2-0 tranquilizador e, sejamos bruxos, sinalizador para se agarrar à bola e amansar o Zenit com ela. Passando-a, concentrando-a num lado do campo, atraindo a pressão e filtrando-a, depois, rápido para onde está o espaço.
Os só 10 jogadores do Zenit concederam-no, cada vez mais, a cada minuto, porque o Benfica abusou, ainda mais, dos pés extrovertidos e sociáveis de Taarabt e Pizzi, fez os russos correr atrás da bola e não de adversários a correr com ela, cansou-os e dominou-os através da posse de bola.
Pacientes, não se precipitando e arriscando, com justificação, só perto da área, os jogadores tricotaram passes pela relva e, resumindo, geraram coisas. O central Osorio teve elasticidade de yoga para evitar um golo de Cervi, quase na linha. O pé esquerdo de Vinícius finalizou, à bruta, dois remates que deram canto. E, num deles, Azmoun desviou para a própria baliza a bola que tentou evitar que entrasse na zona do primeiro poste.
Antes, só um chutão que a gravidade abateu sobre Dzyuba o fez arrancar um canto, em que a marcação à zona do Benfica foi estática, o mesmo iraniano rematador apontou à baliza certa e só a mão de Vlachodimos reagiu, evitando o golo que, nos últimos cinco minutos, muita trepidação teria injetado na Luz - porque, às tantas, o Lyon empatou com o Leipzig no outro jogo do grupo e, sofrendo um golo, a equipa de Bruno Lage teria de vencer por três de diferença.
Nesta altura, já Pizzi se encostara ao banco com sede nos gestos, pediu água, hidratou-se e manteve-se em campo como nunca acontecera, esta época, na Liga dos Campeões, onde o espaço e o tempo diminuem em proporção inversa à exigência que aumenta, fazendo o tipo que mais tabelas, passes, ligações e acelerações de jogadas provoca e, enfim, mais jogo gera, ganhar importância numa equipa que, aqui, clama por jogadores que se elevem à dimensão da circunstância.
O Benfica ganhou na contagem certa de golos para cair da Liga dos Campeões e evitar uma queda chapada, com estrondo, no chão, para aterrar sobre o amparo da Liga Europa.
É aí que a mentalidade, de que o trintão Pizzi falou - entre o “temos que nos soltar mais” e o “povo português que limita-se um pouco a fazer o normal”, terá sido outra forma de mencionar, subtilmente, coisas como pedalada e acusar a pressão -, passará a ter que jogar.
Na espécie de segunda divisão das competições europeias, onde a noção europeia do Benfica, esta época, mais hipóteses terá de se sobrepor a adversários e ter uma aventura condizente à dimensão do clube, que a construiu chegando longe em provas da UEFA. Seja ela qual for."

Vermelhão: Bilhete Europeu... em 2.ª classe!!!

Benfica 3 - 0 Zenit


A boa entrada na 2.ª parte garantiu praticamente a vitória no jogo, mas a qualificação para a Liga Europa, acabou por ser sofrida até ao último minuto, devido às notícias que foram vindo de Lyon... um golo do Zenit, teria mudado tudo!

Voltámos a fazer um jogo bastante sólido, quase sempre bem nas marcações, e quando criámos desequilíbrios fomos sempre objectivos... mas desta vez, os primeiros remates foram ao lado! A diferença para os últimos jogos, foi mesmo o 'matacão' do Dzyuba, que é de facto um jogador difícil de marcar, não é nada tosco e os companheiros estão 'mecanizados' para 'tabelar com o 'gigante'...
A meio do primeiro tempo, perdemos um pouco o controlo do ritmo da partida, permitimos alguns contra-ataques, o jogo ficou algo 'partido', o Lage 'refilou', as bancadas pediam 'parada e resposta', mas voltámos a temporizar e a tentar ataques organizados, fazendo a vontade ao treinador... e de facto, o plano de jogo era o ataque posicional!
O golo na entrada do 2.º tempo tudo mudou... o Zenit não reagiu, e logo a seguir, veio o penalty (com expulsão) que o Pizzi não perdoou...! Acabámos por baixar o ritmo, a jogar com mais um, com um resultado favorável, algo que com esta sucessão de jogos, veio mesmo a calhar...

Mas com a recuperação do Lyon (2-2), ficámos à 'bica' e se o Zenit marcasse estávamos fora da Europa! Aquele recuo nos descontos era evitável, mas não é fácil gerir os nervos com os 90 minutos nas pernas!!!

A frustração desta noite, é pensar que aqueles 2 pontos perdidos em Leipzig à duas semanas, nos descontos, teriam sido suficientes para nos qualificarmos para os Oitavos da Champions!!!
Grande jogo do Gabriel... Com a melhoria significativa da equipa, o Gabriel nos últimos tempos, terá sido o jogo 'menos', mas hoje esteve 'tremendo', a defender e a distribuir. Não me recordo de um passe errado! Outra exibição em grande: Ferro! Outro jogador que este ano, 'tremeu' em alguns jogos, hoje, foi grande... com a agressividade necessária para a posição!
Grimaldo, Rúben, Cervi e Taarabt também muito bem, mas notaram-se menos, porque tem estado bem, em praticamente todos os jogos...
Pizzi vai misturando as jogadas decisivas, com as 'brancas'...  sendo que é o principal beneficiado da enorme generosidade do Chiquinho, que vai 'cobrindo' as 'não recuperações' defensivas do Pizzi!
Está de facto a faltar o golo ao Chiquinho, de resto, tem tudo... Talvez o jogo mais conseguido o Tomás na Champions!
O Vinícius não marcou... mas deu muito trabalho aos defesas e foi fundamental no 1.º golo...
Uma última palavra para o Ody: 1 defesa digna desse nome, e que defesa!!!
A Liga Europa só volta daqui a 2 meses, até lá vamos jogar com o Famalicão, Guimarães, Lagartos, Corruptos e o Braga... Se chegarmos ao meio de Fevereiro com uma boa vantagem no Campeonato, poderemos apostar tudo na Liga Europa, mas com o Campeonato 'apertado', tenho quase a certeza que vamos fazer uma gestão parecida com a do ano passado! E se não houver grandes alterações no plantel, na minha opinião, não temos equipa para chegar longe da Liga Europa, com segundas opções! Portanto, se calhar o melhor é mesmo 'cavar' uma diferença significativa para os Corruptos...!!!

Histórico !!!

Benfica 3 - 1 Verva Varsóvia
25-19, 25-17, 22-25, 25-21


Tinha uma esperançazinha, esta equipa merece a nossa confiança, mas nunca esperei um jogo contra um adversário deste nível, com o Benfica a ser tão dominador, como fomos!!! Espectacular...
Todos merecem destaque, mas ver o 'avó' Gaspar, a jogar como um 'puto', é delicioso!!!

E agora, com esta vitória, até podemos sonhar com a qualificação para a próxima fase!!!! A única nota 'negativa' é mesmo a mais que provável 'saída' do Marcel no final do ano, com exibições deste nível!!!

Primeiro lugar...


Benfica 1 - 0 Zenit


Já com o 1.º lugar garantido, aproveitámos para estrear vários jogadores a titular, que até agora não tinham sido primeira opção!
E mesmo assim, sem deslumbrar, ganhámos...