sábado, 30 de novembro de 2019

Vitória em Guimarães...

Guimarães 1 - 3 Benfica
17-25, 21-25, 28-26, 18-25

Praticamente sem descanso, continuamos o percurso vitorioso... Na Quarta, já temos jogo em Itália, Perugia...

Vitória confortável...

Benfica 35 - 22 ISMAI
(18-13)

Na 1.ª parte os Maiatos ainda equilibraram, mas no 2.º tempo abrimos uma boa margem...

Na Quinta ficámos a saber a nossa sorte na Europa! Ficámos no Grupo A, com o Melsungen(Ale), o Bjerringbro(Den) e o Gwardia(Pol). Em teoria todos os nossos adversários são mais fortes e estão mais rodados, mas um Benfica a jogar perto do limite, pode ganhar a todos!!!

Nulo em Odivelas...

Belenenses 0 - 0 Benfica


Novo treinador, numa semana onde grande parte dos jogadores, jogou na Quarta em Lyon, contra um adversário com vários jogadores mais maduros fisicamente... Mesmo assim, num jogo com poucas oportunidades, fomos nós que as desperdiçamos...!!!
Gostei de ver a forma como todos os jogadores, incluindo os que estavam no banco, acreditaram até ao último segundo!

Adeptos de alta competição

"Da Alemanha vem a sensação que é possível embalar para uma época com exibições e conquistas

O Benfica nunca tinha conseguido sequer um empate na Liga dos Campeões em território alemão, mas empatar assim não soube bem.
Empatar na Alemanha depois de fazer um jogo competente e estar a vencer por dois golos aos 89 minutos deixa um travo amargo. Da Alemanha vem a sensação que é possível embalar para uma época com exibições e conquistas.
O Benfica montou uma estratégia e cumpriu com rigor durante aos de 80 minutos. Aquele lance de RDT podia ter dado o golo do ano e uma nova perspectiva europeia ao Benfica, mas assim não foi e não se justificam lamentos.
Tem razão Bruno Lage quando diz que não foi este o jogo que nos deixo fora da Liga dos Campeões, mas é também verdade que este poderia ter sido o jogo que nos colocava de novo nessa rota.
No Benfica os adeptos são de alta competição e não têm tempo para amarguras. Em Vizela mesmo quando a exibição não era boa e o resultado era adverso, eram os adeptos que levavam a equipa ao colo e por isso estamos com encontro marcado com o Braga rumo ao Jamor. Na Alemanha, primeiro na Youth Leagie e depois no Red Bull Arena, nunca faltou apoio dos adeptos benfiquistas.
Adeptos de alta competição nunca se deixam abater por resultados ou sorte madrasta. Adeptos de alto competição acreditam na equipa e vão ajudá-la nos objectivos. Objectivos que está aí com Marítimo amanhã e Covilhã na terça-feira.
O Campeonato Nacional é o principal foco, mas os demais não são secundários. O rescaldo das noites europeias trás sempre perigos associados e a exibição conseguida na Alemanha tem que ser tónico forte para consolidar a liderança. Frente a um adversário que vem com novo técnico e motivado.
Palavra obrigatória para os jovens benfiquistas que no frio alemão conseguiram o primeiro lugar no grupo e o apuramento para os oitavos de final. Assisti ao jogo e há ali muito talento. Morato, por exemplo, mostra uma maturidade muito acima do seu escalão.
Por fim referência à classificação do voleibol do Benfica para a fase de grupos da Liga dos Campeões, facto ímpar da nossa história e a classificação europeia do basquetebol encarnado com a vitória em Bratislava."

Sílvio Cervan, in A Bola

Rúben 2024

A renovação que faltava! Mais especificamente o aumento da clausula de rescisão, para números que 'afastam' alguns Clubes, deixando o Rúben 'vulnerável' somente aos mais ricos dos ricos!!!
Estas renovações recentes, deixam o plantel praticamente 'fechado' até 2024!!! Obviamente, vão aparecer 'negócios' e os jogadores não vão ficar cá todos... mas, com estas renovações estamos a dar sinais positivos: o tal Benfica Europeu que tanta celeuma tem dado... uma das variáveis que tem falhado, é o número de jogos que os nossos jovens da formação, fazem na equipa principal, antes de serem vendidos! Por exemplo, o Renato e o Félix! Se o Benfica quer aproveitar desportivamente a 'cantera', as nossas maiores 'potenciais estrelas' têm que fazer pelo menos 3 a 4 épocas na equipa principal, como titulares, e não 6 meses...
O Rúben e o Ferro dão garantias, mesmo com uma falha aqui o ali... e com o Morato e o Pedro Álvaro a crescer, temos o futuro próximo assegurado na zona Central...

OPA II

"Na semana passada enquadrei a OPA à SAD na promessa de 'devolução do Benfica aos benfiquistas'. Hoje, sem desprimor de outras questões que me parecem igualmente relevantes, abordarei a vertente do investimento financeiro.
Muito se tem falado sobre o custo desta operação - cerca de 32M€ - caso se revele inteiramente realizada. Erradamente, há quem refira que este montante poderia ser aplicado no reforço do plantel, mas não será a SAD a depender esse montante, será a SGPS, que em nada contribui para o orçamento da equipa de futebol.
Outros defendem que o dinheiro seria mais bem aplicado num aumento de capital da SAD, mas esse, se fosse, por exemplo, de 50M€ (para manter a quota do SLB - 63,65%), seria relativamente insignificante pois equivaleria a menos de um terço das receitas operacionais sem atletas e a cerca de 20% das receitas operacionais incluindo atletas da época passada. E está por provar se haveria investidores para os restantes 18M€ - há quase vinte anos, a procura ficou muito abaixo do expectável e foi necessário que três ou quatro sócios investissem largas somas para 'salvar' a operação. Mas há que considerar o lado do investimento financeiro. Nas últimas seis épocas, o SLB apresentou sempre lucro, e o resultado líquido acumulado neste período chegou aos 111M€. O impacto da SAD nestes lucros ascendeu a 80M€ (seis anos consecutivos a dar lucro, total de 136M€). Se, em vez dos 63,65%, o SLB detivesse 91% do capital da SAD, estimo que o impacto teria sido cerca de 113M€, ou seja, mais 33M€ em seis anos. E, com uma percentagem de capital tão elevada, será de considerar a possibilidade de a SAD optar pelo que, compreensivelmente, nunca fez até hoje, a distribuição de dividendos."

João Tomas, in O Benfica

O exagero

"Parece que já não há limites para a parolice e para o provincianismo. Há já algumas semanas que a coisa se estava a intensificar, mas no fim de semana passado ultrapassou todos os limites. Os sites dos jornais desportivos descobriram um filão com as 'noticias' relacionadas com o Flamengo e o seu treinador. E passaram a inundar as suas páginas com curiosidades, revelações e faits-divers sobre a actualidade do maior clube brasileiro de futebol, o SL Benfica do Brasil, portanto.
A actualidade desportiva portuguesa passou para segundo e terceiro plano porque o amigo treinador endeusado pela comunicação social ia disputar uma final. Frederico Morais, o surfista, venceu uma das mais importantes competições internacionais e assegurou, para 2020, um lugar entre a elite do surf mundial - nem uma chamada de capa; O andebol nacional, através dos seus principais clubes, faz brilharetes nas competições europeias - quase um total esquecimento; Dérbi endiabrado na principal divisão de voleibol com vitória fora do campeão nacional - olharam para o lado, como se de um Cashball se tratasse; Mentira desportiva sempre no hóquei em patins - assobiar bem alto para disfarçar as debilidades de uma modalidade sem expressão internacional.
Atenção, isto não é para tirar o mérito à equipa técnica portuguesa que alcançou o sucesso no Brasil, tal como Manuel José e seu staff já o tinham feito na maior competição futebolística de clubes em África ou José Mourinho e seus pares na Europa. É só para lamentar termos tido mais jornalistas a cobrir a carreira do Flamengo do que as eleições que colocam um boçal no poder do mesmo país. Sim, a bola é importante, mas não é tudo na vida. E tentar fazer portuguesa uma vitória de um clube de outro país é só coisa de gente sem mundo."

Ricardo Santos, in O Benfica

Prontíssimo para a estreia na campeoanto

"Estou um pulgas para o arranque da nova temporada que se inicia amanhã. Parece que nunca mais chega a hora, irra! Não houve contratações, no entanto acredito plenamente no plantel para atacarmos o título em força. A pré-época foi curta, mas confio totalmente em Bruno Lage, que optou por testar a equipa apenas em dois desafios, diante do Vizela e do Leipzig.
O entusiasmo a cada estreia no campeonato é imenso, portant... alto, calma lá, o leitor dê-me só um segundo para escutar este anúncio da BTV, hum-hum, jogo com o Marítimo, muito bem, ah?!?! Da 12.ª jornada?! Pode lá isto ser possível! Ah, pode, pode! Agora é que me lembro! Até me sinto mal. Peço desculpa ao leitor por esta minha confusão, mas estas pausas no campeonato deixam-me completamente baralhado. Ainda nem sequer terminou a primeira volta, e eu sinto que já vamos para a quinta ou sexta. A liga portuguesa tem intervalos mais longos do que as temporadas de Game of Thrones. Gostaria muito de conhecer em pormenor quais as razões que motivam este tipo de calendário, pelo que vou continuar a aguardar na mesma cadeira onde tenho estado à espera das explicações sobre o preço de alguns bilhetes e tempo de entrada nos estádios.
Daqui a uma semana, no Bessa, um casal com dois filhos poderá ter de desembolsar 160€ para assistir ao jogo ao vivo, mas pelo menos haverá oportunidade de apreciar como deve ser o ambiente à porta do estádio - se chover, os miúdos até podem chapinhar nas poças de água e divertirem-se à brava. Enfim, é possível passar ali um bom bocado em família, afinal o acesso às bancadas costuma levar tanto tempo como o acesso à Wortem no Black Friday."

Pedro Soares, in O Benfica

Uma fraude

"Em criança, o Benfica chegava-me pela rádio. Ouvia futebol e hóquei em patins - que era então a segunda modalidade no país, e merecia transmissões directas até mesmo do Torneio de Abertura.
Desenvolvi, por isso, uma paixão muito especial pelo hóquei. Paixão essa que, anos mais tarde, alguns sujeitos tudo têm feito para aniquilar. Jogos e títulos totalmente adulterados parecem coisa banal para a FPP e seu Conselho de Arbitragem. Caso contrário já não veríamos nas pistas árbitros ostensivamente parciais, que de forma reiterada vão guiando jogos a seu bel-prazer, e oferecendo vitórias ao clube que não escondem proteger: o FC Porto.
Nos últimos 20 anos, os portistas conquistaram 35 competições nacionais enquanto os restantes clubes ganharam, no total, apenas 29.
Além-fronteiras, no mesmo período, o FC Porto não ganhou nada, enquanto as outras equipas portuguesas ergueram 15 troféus. Só isto já permitiria tirar algumas conclusões. Percebe-se porquê.
Aquilo que se vê semanalmente é algo que me enjoa, mais do que como benfiquista, enquanto desportista e amante da modalidade.
Com a mudança das regras, o hóquei tornou-se terreno ainda mais fértil para a arbitrariedade. Qualquer jogo pode ser decidido pelo juiz a qualquer instante, e basta uma interpretação enviesada de faltas e simulações para atribuir a vitória a quem bem entendem. E entendem sempre para o mesmo lado.
O presidente da FPP já foi vítima, enquanto treinador do Benfica, deste estado de coisas. Muito se estranha que agora, no lugar que ocupa, nada esteja a ser feito para ajudar o hóquei a sair das catacumbas onde o enfiaram."

Luís Fialho, in O Benfica

Parabéns!

"Esta edição do nosso jornal assinala mais um aniversário. Passaram 77 anos e continuamos na crista da onda, a informar, de forma rigorosa, lúcida e apaixonada tudo o que acontece no universo do Sport Lisboa e Benfica. O nosso clube cresceu muito, e o nosso jornal é um dos melhores meios de prova desse facto. Nesta edição, destaco a fantástica entrevista a Nené, um verdadeiro símbolo do Glorioso. Não havia melhor forma de comemorar o actual aniversário do que entrevistar o jogador que mais jogos realizou com o Manto Sagrado.
Cresci e aprendi a gostar do SL Benfica durante o período em que Nené fez as nossas delícias e ajudou a conquistar títulos atrás de títulos. Sou dos privilegiados por conhecê-lo pessoalmente. Nas conversas que tive com ele aprendi sempre. Nené respira Benfica e com ele percebemos que o Clube não se explica, sente-se.
A forma tão carinhosa como se refere ao maior clube português e a um dos maiores clubes da Europa é impressionante. O que mais admiro é a sua forma de estar. Nené revela sempre uma calma e uma serenidade incomuns numa figura pública.
A sua entrevista merece ser lida e relida. Está lá tudo o que é o SL Benfica e como se deve viver a instituição que atravessa a sua fase mais gloriosa do ponto de vista desportivo, económico, financeiro e patrimonial.
Advinham-se tempos ainda mais grandiosos, pois Luís Filipe Vieira vai cumprir a principal promessa que fez aos Sócios - devolver o Benfica aos Benfiquistas.
E sempre com o testemunho do jornal O Benfica.
Ao José Nuno Martins e a toda a equipa que lidera, um abraço muito apertado."

Pedro Guerra, in O Benfica

Eu quero!

"'Eu quero' remete para o lugar do sonho, mas também do projecto, que mais não é a que intenção da mudança ou da conquista. É de vontade que se fala e do caminho que se traça para a alcançar. É assim para todos e é também assim para aqueles a quem a natureza negou algumas das capacidades que deu à maioria, de onde se faz norma e termo de comparação. Mas que não se iluda quem anda na média ou se considera acima dela: os sonhos não são fáceis de atingir para ninguém, e a vontade, essa ocorre ou falta a cada um sem escolher normalidades ou deficiências. O valor deste 'querer' é universal e todos, sem excepção, podemos entendê-lo, porque é também o nosso, que se segue na nossa própria história de vida e uma das perguntas mais difíceis de responder: 'O que quero ser?' A coisa começa de brincadeira, na infância, atirando para a frente um 'quando for grande...'. Mas verdadeiramente acompanha-nos ao longo da vida porque nos remete para o sentido da mesma e para busca de felicidade que todos almejamos. Às vezes a pressão social é tanta, que as opiniões dos outros misturam-se com percepção que temos daquilo que o mundo espera do nós, e abraçamos por ceder à maré e abraçar estudos e profissões que, não raro, fazem toda a gente feliz excepto quem as exerce. Bem, o mundo gira assim e há sempre as férias, os hobbies, o voluntariado e, evidentemente, o futebol que tem o poder de levar multidões a pertencer e a conquistar, fora das lógicas mundanas do dia a dia, bem longe, na esfera do imaginário e das emoções. Não é, pois, de admirar que muitos sonhem participar no grande jogo, seja em que posição for, e que procurem o seu lugar na máquina complexa que movimenta o futebol, acreditando que as suas capacidades bastam para isso e não desistindo nem desacreditando deles próprios.
O futebol sabe disso e está cada vez mais atento, torna-se mais e mais inclusivo, proporcionando experiências de contacto e desenvolvimento para que todos, sem excepção, possam perseguir nele o sonho e encontrar nele bem-estar e alegria de viver. A vida, essa não se resume ao futebol, sabemos disso, mas que pode ser, e é em muitos casos, melhorada por ele, disso não tenhamos a menor dúvida. Que o digam os jovens que participam nesta campanha feliz!"

Jorge Miranda, in O Benfica

Estatuto Editorial

"O jornal O Benfica é o semanário oficial do Sport Lisboa e Benfica, em publicação semanal impressa praticamente constante desde 28 de Novembro de 1942 e actualmente também editado em plataformas digitais.
O jornal O Benfica mantém os mesmos desígnios fundacionais segundo as orientações definidas pela direcção do jornal em articulação com os restantes suportes que constituem a esfera de comunicação audiovisual do Sport Lisboa e Benfica. A direcção e os jornalistas do jornal O Benfica reveem-se e pautam a sua conduta de acordo com os princípios da Constituição da República Portuguesa e procuram agir no respeito pela pessoa humana e pelos valores éticos do desporto, mediante o constante exercício da liberdade de expressão e sempre de acordo com a Lei de Imprensa e com o Estatuto do Jornalista.
O jornal O Benfica dedica-se fundamentalmente à publicação de conteúdos desportivos eminentemente consagrados à vida interna do Clube e às entidades que integram o grupo empresarial Benfica, considerando todas as temáticas dedicadas ao universo dos Sócios, adeptos e simpatizantes do Sport Lisboa e Benfica.
O jornal O Benfica pauta-se pelo rigor com que são reportados e publicados os registos das performances, marcas, testemunhos, imagens e gráficos relativos e todas as modalidades que reúnem centenas de equipa com milhares de praticantes em múltiplos escalões.
Os jornalistas do jornal O Benfica têm como princípio fundamental a minúcia com que constantemente pesquisam e referenciam as matérias informativas que produzem com estrito rigor jornalístico.

O jornal O Benfica, como referência da livre expressão, também não dispensa a opinião crítica com que outros colaboradores que honram as suas páginas defendem os princípios da verdade desportiva e analisam os contextos sociodesportivos nos planos nacional e internacional."


A Direcção do jornal O Benfica

77 anos cumpridos

"Do que está cumprido até aqui, podem restar as memórias inertes mas preservadas, dos grandes momentos de vitória, como dos sinais de infortúnio: essa é a essência do Jornalismo - não falhar no registo e na descrição pura do que aconteceu; não ignorar os protagonistas que se diferenciam dos restantes; dar notícia do que sucedeu, a quem não esteve lá ou a quem venha depois.
Os leitores veem os jornalistas como testemunhas e reconhecem que os jornais são pontes que em cada Presente estabelecem a ligação entre o Passado e o Futuro. Ou não. Tudo depende do cumprimento de códigos escritos que o tempo apurou quanto à conduta dos próprios jornalistas e do comprometimento que cada um deles assume, por si e no seio de cada Redacção, com os princípios e modelos de mediatização da Informação, conformes ao ambiente profissional em que operem.
No Jornal O Benfica, durante os setenta e sete anos que ontem se completaram e logo desde o primeiro dia em que, sob a ilustre pena do Director fundador José de Magalhães Godinho, o 'Semanário Oficial do Sport Lisboa e Benfica' viu a luz, em 28 de Novembro de 1942, escolhemos dedicar-nos à mesma rigorosa matriz de serviço informativo e jornalístico guiada pelos desígnios primordiais ratificados no Estatuto editorial que publicámos em 11 de Novembro de 2016 (edição #3785).
Aqui nos mantemos, assim, no mesmo caminho e com a mesma determinação. Ou seja, 'de acordo com os princípios da Constituição da República Portuguesa', os jornalistas do nosso Jornal 'procuram agir no respeito pela pessoa humana e pelos valores éticos do Desporto, mediante o constante exercício da liberdade de expressão e sempre de acordo com a Lei de Imprensa e com o Estatuto do Jornalistas', sendo certo que o 'Jornal O Benfica se dedica fundamentalmente à publicação de conteúdos desportivos eminentemente consagrados à vida interna do Clube (...), considerando todas as temáticas dedicadas ao universo dos Sócios, adeptos e simpatizantes' do nosso querido Benfica.
Por isso, setenta e sete anos cumpridos, nos sentimos orgulhosos com o que recebemos de volta, da parte dos nossos leitores: eles fazem-nos sentir que escolhemos bem esta via do rigor com que aqui são reportados e publicados os registos das performances, marca, testemunhos, imagens e gráficos relativos a todas as modalidades.
Considerado interna e exteriormente um ícone indispensável na vida do Grande Clube, o nosso Jornal há de permanecer muitos novos setenta e sete anos como referência da livre expressão, no qual todos defendemos os mesmos princípios da verdade desportiva, sabendo analisar a diversidade dos contextos sociodesportivos nos planos nacional e internacional.
É mediante o permanente compromisso com estes fundamentos essenciais que o Jornal o Benfica sempre servirá e continuará a defender a grandeza ímpar do Sport Lisboa e Benfica."

José Nuno Martins, in O Benfica

Benfica Europeu para totós

"Desde o último Verão que se tem voltado a falar muito do denominado Benfica Europeu. O Benfica Europeu que tem sido tão apregoado pela estrutura e que nós vemos estar cada vez mais distante.
Não é preciso perceber muito de futebol para chegar à conclusão de que o Benfica Europeu que a estrutura pretende e tanto fala não é o mesmo Benfica Europeu que nós desejamos e aquele que fez do Sport Lisboa e Benfica, um clube reconhecido no mundo inteiro e com uma dimensão à escala mundial.
Aquilo que vemos nos dias de hoje é um Benfica que procura encher os cofres e valorizar os seus próprios activos ao máximo, um Benfica que procura utilizar a Champions como uma rampa de lançamento para miúdos que por muito potencial que tenham, ainda se mostram verdes para estas andanças.
Actualmente, a política desportiva do Benfica está assente numa aposta cega na formação, política na qual se troca qualidade por potencial ao substituir uma figura de proa no plantel por um miúdo da cantera sem provas dadas na equipa principal; e na qual não se contrata um determinado jogador feito e com provas dadas para não tapar o lugar a um miúdo da mesma posição.
Quando jogadores como João Cancelo e Bernardo Silva começaram a dar-se a conhecer, foi quando se começou a falar de aposta na formação no seio dos adeptos do Benfica. Na altura, eu era um bocado céptico em relação a essa aposta na formação, pois duvidava que o Benfica fosse capaz de manter uma equipa competitiva em Portugal e lá fora apostando em jogadores sem experiência numa Primeira Liga ou em competições internacionais a mais alto nível.
Para além disso, apesar de sempre ter enaltecido a capacidade de Jorge Jesus em potenciar jogadores e espremer-lhes o seu melhor rendimento, tinha dúvidas de que o clube fosse capaz de valorizar os seus próprios jogadores da mesma forma que valorizava os jogadores recrutados através da política de prospecção que na altura vigorava no Benfica.
Ao longo dos últimos anos, verificando o exemplo do Benfica nos primeiros dois anos após a saída de Jorge Jesus e também alguns exemplos no estrangeiro, o futebol viria a mostrar que estava enganado. E isso deixou-me optimista quanto ao futuro do Benfica.
No entanto, o cenário que começou a verificar-se nos últimos dois anos é diferente. É possível construir uma equipa competitiva com uma base assente em jogadores da cantera. Mas essa aposta na formação tem de ser feita de forma gradual, com cabeça, tronco e membros, algo que não se verifica nos dias de hoje.
Mas afinal, o que é necessário para termos um Benfica Europeu? Quais é que serão os ingredientes necessários para se construir uma equipa capaz de dominar a nível interno e capaz de fazer frente aos tubarões europeus? Para começar a responder a esta pergunta, relembro aqui as declarações proferidas por Ricardo Araújo Pereira num episódio do "Governo Sombra" em 2016, após o Benfica se ter sagrado tricampeão nacional:
"No Real Madrid houve aquela coisa dos Zidanes e Pavones. (...) No Benfica tem de ser Renatos, Gaitáns e Jonas."
Após a saída de Jorge Jesus do Benfica, Ricardo Araújo Pereira assumiu imediatamente ser um crítico da mudança de política do clube, mais assente na aposta na juventude, reiterando a sua opinião em relação ao assunto um ano mais tarde, após a conquista do Tricampeonato.
Nessas declarações, Ricardo Araújo Pereira fez alusão à expressão "Zidanes e Pavones", que ficou célebre na primeira metade da última década, quando Florentino Pérez pretendia adoptar uma política desportiva na qual pretendia dosear a contratação de jogadores de topo com a aposta na formação. E defendeu que o Benfica deveria apostar numa política semelhante, adaptando a expressão para Renatos (formação), Gaitáns (prospecção) e Jonas (jogadores experientes).
Uma coisa que é necessário esclarecer antes de explicar estas três componentes é que, da mesma forma que Ricardo Araújo Pereira disse no programa que entre o Benfica e o Barcelona existe uma diferença radical, entre o Benfica e o Real Madrid também o é. Seja no Barcelona, no Real Madrid ou em qualquer outro clube de topo, só mesmo um pré-destinado consegue transitar directamente da formação para a equipa principal. Como tal, uma política de "Zidanes e Pavones" não iria resultar no Real Madrid.
Agora, começando a falar da componente dos Renatos, um clube como o Benfica não tem as ferramentas financeiras que um clube de topo tem. Por isso, a aposta na formação não deixará de ser uma realidade e o futuro também terá de passar pelo Seixal. No entanto, também é preciso entender que cada caso é um caso. Por muito potencial que um determinado jogador tenha, isso não significa que tenha a capacidade e maturidade necessárias para a assumir a titularidade no curto prazo. É preciso ter a capacidade de entender qual será o seu patamar competitivo mais adequado e fazê-lo evoluir sem queimar etapas.
Para além da formação e da prospecção, também existem certas oportunidades de mercado que o Benfica pode e deve aproveitar. A aposta em "Jonas" como Ricardo Araújo Pereira se referiu, resume-se a contratar jogadores que já têm uma certa experiência e provas dadas no futebol europeu, mas que por um ou por outro motivo, se encontram desacreditados ou desvalorizados no mercado .Foi nessas circunstâncias que chegaram ao Benfica jogadores como Aimar, Saviola, Júlio César e Jonas. A experiência destes jogadores também pode ser uma mais-valia para o balneário.
Quis deixar a componente da prospecção (Gaitáns) para último lugar porque é algo que deve ser explicado com maior detalhe. Tradicionalmente, os grandes clubes nacionais faziam uma forte aposta no mercado sul-americano, no qual o Benfica recrutou muitos jogadores que viriam a deixar a sua marca de águia ao peito.
No entanto, ao longo desta década, o mercado sul-americano foi-se tornando cada vez mais caro e concorrido, tornando-se num mercado cada vez mais difícil de apostar. Com isto, é necessário mudar a política de recrutamento e apostar noutros mercados mais "alternativos".
Um dos motivos pelo qual o futebol europeu está mais competitivo, é porque estão a aparecer cada vez mais equipas de campeonatos periféricos a deixar a sua marca nas competições europeias. Clubes como o RB Salzburg, o KRC Genk, o Estrela Vermelha e o Slavia de Praga têm conseguido competir na Europa e bater o pé aos tubarões graças a uma boa política desportiva, assente na prospecção e valorização de jovens talentos e na prática de um futebol positivo que valoriza o jogo e o jogador. 
Estes clubes apostam muito na prospecção de jovens jogadores em mercados com pouca visibilidade a preços acessíveis, que posteriormente se transferem para clubes e/ou campeonatos de topo por bons preços. Vou deixar aqui alguns exemplos de jogadores que foram contratados no âmbito dessa política:
Alfredo Morelos - do HJK Helsínquia para o FC Rangers por 1 milhão de euros
Sander Berge - do Valerenga para o KRC Genk por 800 mil euros
Giorgi Chakvetdze - do Dínamo Tbilisi para o KAA Gent por 750 mil euros
Petr Sevcik - do Slovan Liberec para o Slavia de Praga por 900 mil euros
Lovro Majer - do NK Lokomotiva para o Dínamo Zagreb por 2,5 milhões de euros
Ianis Hagi - do Vitorul Constanta para o KRC Genk por 6 milhões de euros
Daichi Kamada - do Sagan Tosu para o Eintracht Frankfurt por 750 mil euros.
O Benfica claramente tem condições para seguir uma política de prospecção deste género. Para isso, precisa de voltar a apostar forte no scouting em vez de agir tanto sob a influência dos empresários. 
São estes os ingredientes necessários para se construir um Benfica capaz de lutar em todas as frentes, capaz de dominar internamente e de ser competitivo contra os tubarões Europeus. Mas ainda há uma coisa a esclarecer: se tivéssemos coberto todas as lacunas no plantel no mercado de Verão, teríamos já um Benfica Europeu? Não. Um Benfica Europeu não se constrói de um ano para o outro. É preciso que esta política desportiva estabilize e que a equipa ganhe experiência, entrosamento, raízes e estabilidade.
Por exemplo, no jogo da primeira jornada contra o RB Leipzig na Luz, jogámos com uma linha defensiva na qual, o jogador mais velho (Grimaldo) tinha apenas 23 anos. Para termos um Benfica Europeu, é necessário que estes quatro jogadores permaneçam no clube por mais 3/4 anos no mínimo, ou, na melhor das hipóteses, que sejam substituídos por jogadores de igual valia. Na época passada, a comunicação do Benfica tanto enalteceu a prestação do Ajax na Champions com base na sua cantera, mas a verdade é que o clube holandês, para além de ter uma filosofia formativa que dura há décadas, também aposta na prospecção, como são os casos de David Neres, Lisandro Martínez, Edson Alvarez e Razvan Marin; e também aposta em jogadores feitos, tais como, Dusan Tadic, Daley Blind e Quincy Promes.
É esta a política desportiva que o Benfica deve adoptar para ter condições para chegar longe na Champions. Tem de encontrar um ponto de equilíbrio entre as três vertentes, estabelecendo uma política fiável, eficiente e menos movida por interesses externos."