Cristiano Ronaldo

"Ronaldo deu uma entrevista exclusiva ao France Football, afirmou que é preciso ser esperto para durar tanto tempo como jogador, mas eu acrescento que é preciso ser muito inteligente para saber gerir a sua imagem. É o seu caso, que dá uma entrevista na altura certa, em que estará em jogo a Bola de Ouro do France Football. Não falou da sua nomeação e possibilidade de vencer, mas está implícito. Já foi nomeado para este troféu dezasseis vezes. É obra!
O vencedor do troféu FIFA The Best 2019 foi Messi, pela sexta vez, Ronaldo cinco vezes. Este prémio é distinto da Bola de Ouro entregue pela revista Francesa France Football.
Agora em Dezembro é a Bola de Ouro, mas em princípio serão os mesmos tendo em conta a lista de finalistas, entre eles, Messi, Ronaldo e Virgil van Dijk.
Da entrevista salienta-se a forma como Ronaldo se prepara para se manter ao mais alto nível, a caminho de fazer 35 anos. A preocupação em dosear o esforço quando afirma que se fosse ele a decidir só jogava pela Selecção Nacional e na Liga dos Campeões.
Ronaldo será no futuro um Roger Federer que com 38 anos ainda consegue vencer torneios, recentemente venceu o ATP de Basileia e, logo de seguida, pediu escusa para não ir a Paris para estar em forma e fresco no ATP Finals, em que estarão presentes os 8 melhores tenistas da temporada.
Não deixou de falar de Messi, muito do Ronaldo que é e conseguiu deve-se à rivalidade com Messi e vice-versa.
Ronaldo é inteligente e sabe que tem que dosear o seu esforço, quem lhe meteu isso na cabeça foi Zidane, ele tem aproveitado essa excelente ideia. É impressionante o que consegue fazer com quase 35 anos e numa equipa aparentemente desconhecida para ele. A capacidade de se reinventar e adaptar a algumas carências que vai tendo com a idade, falta de explosão, mas ganhou em remates potentes com os dois pés, tem perdido capacidade de marcar golos de livre, mas cada vez mais, faz assistências e liberta espaços para os seus companheiros com os seus movimentos.
Eu tenho uma enorme admiração por desportistas que se conseguem manter no topo tanto tempo, independentemente da sua idade. Tiger Woods com quase 44 anos, recentemente, venceu um torneio de golfe, Chris Froome a caminho dos 35 anos, depois de um acidente gravíssimo, pensa em vencer um novo Tour, Rossi com 40 anos, vai alterar a sua forma de travar, para tentar ser mais rápido.
A medicina desportiva tem ajudado a prolongar a vida desportiva de uma atleta, mas também, a sua mente e forma de estar na vida com regras.
Não sou um especialista versado em futebol, analiso e reflicto, assim como de outros desportos, Ronaldo defronta e rivaliza com jogadores muito mais novos, mas penso que Ronaldo sabe o que é jogar com a sua idade e o que isso representa, por vezes, joga no limite o que é extraordinário.
Depois há o lado do lucro e ele como ninguém sabe multiplicá-lo. Li há tempos no Record, no Instagram Ronaldo por cada post ganha 870 mil euros e ao ano ganha muito mais em publicidade do que pelo seu salário.
Ronaldo é um grande jogador de futebol, mas para além disso, é uma multinacional de imagem que ele sabe gerir como ninguém.
Daí achar que enquanto der não se vai embora."

A Pérola Vermelha

"Nos 100 anos de Guilherme Espírito Santo (1919-2019)
O Luís tem 12 anos. O Luís tem 12 anos e é uma criança feliz. O Luís tem 12 anos, é uma criança feliz e hoje vai ver o Benfica. O amor do Luís pelo Benfica é tão grande como o areal da Costa da Caparica. Da sua Costa. É maio, está aquela aragem matinal e, ao longe, os pescadores despejam os peixes intermitentes. O Luís e o pai, o Guilherme, estão de olhos presos no mar que vai e vem. Hoje joga o Benfica e o Luís está contente. O Luís gosta destas manhãs de domingo com o pai. Por eles passam o Maninho, o divertido banheiro que tem sempre uma resposta pronta, o Sidónio, antigo campeão do mundo, e a dona Isabel, uma filha da terra. Todos conhecem o Guilherme, todos o respeitam e é tão bom ser filho do pai.
- O meu último jogo foi há 10 anos, Luís. Marquei quatro golos, quatro golos. Ganhámos...
- Quatro golos, pai?
- Quatro golos, sim. Eu e o Pipi. Quatro golos cada...
- Tens saudades?
- Hoje jogamos com o Covilhã. Temos de dar a volta, isso é que interessa.
- Tens saudades, pai? Eu nunca te vi jogar mas o senhor Alcides, do Papo Seco, diz que tu eras tão bom como os maiores.
- Tenho saudades de ouvir os gritos quando entrávamos em campo, quando atacávamos, quando marcávamos. Sim, tenho. Tenho saudades de nunca ter marcado um golo para ti. De nunca ter jogado no novo Estádio da Luz. Talvez. Mas sabes que o Benfica não para e hoje temos o Coluna e o Águas e ainda vamos ter muita coisa boa para celebrar. Silêncio.
O mar da Costa vai e vem e não tarda nada serão eles a ir para Lisboa. Hoje é domingo, é domingo de jogo, domingo de Taça de Portugal e hoje eles vão ao estádio. O Luís vai vestir a camisola do pai, fica-lhe grande mas é bonita. É tão vermelha. É vermelho Benfica. O Luís tem 12 anos e é uma criança feliz. O Luís é filho do Guilherme, o Luís é filho do Benfica. O Luís é cada um de nós que vê o mar, o rio, o campo, as montanhas e em qualquer lugar vê o Benfica em tudo. Em qualquer lugar, vestimos a camisola vermelha, e ela é tão vermelha, que fica tudo tão mais bonito."

Bruno, não és tu, é a estrutura

"Bruno, Conheci-te numa noite fria de inverno, na zona de Benfica e confesso que ao início nem te dei atenção. Ouvi o teu nome mas dizerem Bruno Lage ou António Joaquim foi o mesmo. Estava ainda atordoado com o buraco em que o meu clube se tinha metido. Só eu sei o que me passou pela cabeça na noite em que levámos cinco do Bayern, ou quando o Moreirense veio gelar a Luz com três golos ou no último prego do caixão, aquela derrota no Algarve com dois auto-golos. Tudo era mau demais. Depois do sonho do Penta falhado, eu já me via novamente a ter que viver a pior noite do ano, quando o Porto é campeão. Em que tenho que desligar tv, rádio e internet para fugir a toda e qualquer imagem da festa dos nossos rivais. Não consigo ver aquilo. Lembro-me de ver que tinhas apostado no 4-4-2 com o Félix na frente e pensar "epá, gosto disto". Mas depois aos 15 minutos já perdíamos 0-2 e achei que ias ser apenas mais um a ser engolido pelo buraco negro que ensombrava a Luz. Mas num abrir e fechar de olhos tudo mudou. 1, 2, 3, 4! A equipa alegrou-se e eu alegrei-me. Começaste a vencer jogos, primeiro de forma sólida, depois de forma exuberante. Demos 10 num só jogo, fomos vencer a Alvalade e ao Dragão, fomos campeões com 103 golos. Foste como um daqueles namoros intensos de verão em que tudo é perfeito e já te imaginas a casar e ter filhos, mesmo que só conheças a outra pessoa há alguns meses.
E no início desta época o estado de graça manteve-se. Fomos felizes no Algarve e a felicidade ainda se alastrou durante umas semanas. Só que entretanto, algo mudou. Tu estás diferente. Deixei de gostar das tuas conferências de imprensa. Falavas de futebol. Assumias quando algo não tinha corrido bem. Não me atiravas areia para os olhos. Eu não gosto disso, para cartilhas de comunicação já basta os outros yes-man que estão no nosso clube. Tu não, Lage. E sim, eu sei que o Félix era um portento que fazia jogar os outros. Tal como o Jonas. Mas não pode ser só isso. Explica-me Bruno, porque eu não percebo nada de tácticas, nem processos, nem todos esses chavões que vocês usam. Mas vejo futebol no estádio da Luz há quase 30 anos e sei ver quando a minha equipa joga bem. E nós não estamos bem. Andamos a ganhar porque isto é a Liga Portuguesa e somos muito superiores a 90% das equipas. Porquê a insistência num Seferovic que desde que foi pai não deve dormir à noite com o bebé a chorar e isso nota-se na sua sonolência em campo? Porque mexes na equipa nos jogos da Champions? Então o Cervi não joga nem para a Taça da Liga e depois metes na competição mais difícil? E ouvi-te a dizer que querias contratações cirúrgicas e um guarda-redes que saísse dos postes, onde estão eles Bruno? Porque não insististe mais com o Vieira? Porque já engoliste a cassete que no Seixal há solução para tudo, como se craques fosse a coisa mais natural de criar de forma regular e constante?
Calma. Deixa-me respirar fundo. Estou a ser se calhar demasiado agressivo para ti. A verdade é que a culpa não é só tua. Se calhar nem é sequer tua. Estás inserido numa estrutura com imensos méritos, altamente profissionalizada, que levou a "empresa", a "marca" e a "instituição" muito longe. 10 anos à frente até. Mas que ainda não entendeu que devia ter um único objectivo e não é nem os relvados do Seixal, nem a mudança do emblema para chinês ver. É construir uma grande equipa de futebol (e das outras modalidades, mas aqui para nós que ninguém nos ouve, basicamente a malta quer é uma grande equipa de futebol). Tu não sabes, mas eu digo-te: não gosto nada do Pinto da Costa. Nada, nadinha de nada. Mas um mérito eu dou-lhe: vende a própria mãe se for preciso para fazer o seu clube campeão. E eu não sinto isso nos dirigentes do meu clube. O Beckenbauer dizia que os clubes não devem ter o dinheiro no banco, mas sim no relvado. Pois o nosso clube recebe 200 milhões em vendas, mas pouco direcciona esses fundos para reinvestir na equipa.
Sim, eu sei por esta altura deves estar a dizer "mas calma. Vencemos 5 dos últimos 6 títulos, somos campeões em título e líderes. Nem tudo está mal!". E tens razão. Se calhar isto é a minha emoção a falar, falta-me ser mais frio e distante. Mas é difícil, Bruno. O Benfica é uma parte muito importante da minha vida. O meu sentido de humor durante a semana depende muito do resultado do Benfica ao fim-de-semana. E eu sinto que estamos à beira de um precipício. E não quero que demos um passo em frente, como o outro. Muito menos quero ser eu a dar esse empurrão. Por isso também eu vou tentar ser mais paciente com vocês e tentar suspirar menos e apoiar mais na bancada. Mas tens que me prometer que não me tentarás dizer que a equipa jogou bem quando não jogou nada bem. Que vais repensar essa ideia que na Champions se roda a equipa e coloca miúdos na montra, para olheiro ver. Que vais exigir à estrutura mais investimento na equipa de futebol. Que vais te esforçar em arranjar soluções para que voltemos a marcar todos aqueles golos que eu adorava ver. Não te quero ver mais sentado no banco, com a mão na boca e a olhar para o chão. Quero o Lage enérgico, entusiasmado e entusiasmante. Já fomos felizes e ainda o podemos voltar a ser. Acabemos este filme como os de Hollywood, com os dois no carro a conduzir em direcção ao pôr-do-sol. E metemos a estrutura na bagageira. Ok ok, no banco de trás..."

À mulher de César não basta ser séria...!

"Um ministro da Educação e um secretário de Estado do Desporto que aceitam o futebol profissional na sua tutela, é porque não percebem nada da área. Temos para nós que a Educação é a coisa mais importante e séria em qualquer Estado, e ainda mais numa democracia, porque promove a igualdade. 

Como é possível um político que trabalha no ministério da Educação não perceber que a Educação tem qualquer coisa de sagrado, é um trabalho tão sério e tão importante para o futuro de qualquer país, que precisa de dirigentes cultos, tecnicamente acima da média e com integridade de carácter “à prova de bala”?
Seria importante colocarem nos gabinetes, como consultores, pessoas com competência académica comprovada, e com integridade de carácter.
Não se compreende, que qualquer membro do Governo ponha de lado os princípios, só por uma questão de vantagem pessoal.
Entramos aqui no campo da ética, da moral e da deontologia profissional. É a velha questão da moral de convicção e da moral de responsabilidade que levou Lutero a dizer: ’’Eis as minhas condições e daqui não posso passar”, enquanto Maquiavel afirmava que “o Príncipe perdia a Alma, mas salvava a Cidade”.
Um ministro da Educação e um secretário de Estado do Desporto que aceitam o Futebol Profissional na sua tutela é porque não percebem nada da área e da temática, ou então conseguem sentir-se confortáveis, apesar de saberem que é das actividades mais corruptas da sociedade portuguesa.
É que, por vezes, há membros do Governo que assumem situações de incompatibilidade gritante, e são obrigados a demitirem-se, à pressa, antes que sejam arguidos. Será que o primeiro-ministro foi mal aconselhado na escolha, ou estava mal informado?
O Ministério da Educação não pode continuar a ter a indústria do futebol na sua tutela, esta terá que passar para a Direcção Geral dos Espectáculos, exactamente como a tauromaquia ou o circo.
Certa Imprensa de 10 de Outubro de 2019 noticiava que o D.C.I.A.P. tinha constituído uma equipa especial de Procuradores para coordenar 12 inquéritos que investigam pagamentos e subornos a jogadores e árbitros, jogos combinados para um determinado resultado e vários negócios das S.A.D. 
Como é possível a equipa ministerial da Educação fingir que não sabe de nada, e nada disto a incomodar?
E será que todo o Governo concorda?
“Senhor primeiro-ministro, escusa de me convidar para participar numa farsa” – esta é uma frase que o primeiro-ministro nunca ouviu quando convidou alguém para este sector, mas se tivesse ouvido já teria alterado a situação.
Depois de tudo isto vir a público ainda têm a lata de dizer que o controlo antidoping é para evitar a batota de alguns em relação a outros, enquanto se continua a vender droga á porta das escolas e faculdades.
E onde está o tal Conselho da Educação Nacional, que sobre esta matéria nada diz?
Pobre Educação, que não tem quem a defenda e quem lute por ela, que critique com saber e lealdade e sem esperar em troca outra coisa que ver uma juventude sem droga, com informação, com integridade de carácter e com espírito crítico, de tal maneira que seja ela a obrigar o Governo a colocar o futebol profissional na Inspecção dos Espectáculos, e aí talvez tenhamos Governo não para quatro anos mas talvez para oito."

«Al vent del món»


"Doroteo Guamuch, teve de ser Mateo Flores; Josep Sunyol teve de ser José Suñol. É assim a soberba de Castela!

Os nomes atraem-me como magnetos. Quando o som de um lugar começa a rodar dentro da minha cabeça como se fosse uma canção distante, pego no saco e vou. Uma vez estava na Cidade da Guatemala, aluguei um carro e fui pela estrada de Chimaltenango e Patzún, em direcção a noroeste, San Antonio Palopó e Santa Catarina de Palopó, nas margens do lago de Atitlán. Fui à procura de Panajachel, pode lá haver nome que chame com mais intensidade do que Panajachel, só talvez Ougadougou ou Tirichurappally.
Panajachel desce em ruas de empedrado até à agua escura e tem uma vista larga sobre o vulcão e um mundo hippy que se recusa aceitar a passagem do tempo. E talvez o tempo tenha mesmo parado em Panajachel porque senti uma tranquilidade que costuma andar arredada dos lugares onde as pessoas vivem.
A poucos quilómetro da Cidade da Guatemala, em Mixco, mais precisamente na aldeia de Cotió, nasceu Doroteo Guamuch, um índio quíchua que gostava de correr, de correr muito, por entre as bananeiras que nasciam nos terrenos baldios que separavam as casitas de lata de Colonia Lomas de Portugal, entre a Tercera Calle e o Campo Altapetate. Guamuch corria de casa para o trabalho, logo de madrugada, para uma fábrica de texteis que se encaixava numa esquina entre a Segunda Avenida e a Pimera Calle, e os chefes não deixavam que lhe chamassem Guamuch e obrigavam-no a usar o nome castelhano de Flores. Doroteo gostava de Guamuch, tinha orgulho naquela sonoridade inca da língua que aprendera com a mãe. Sabia dizer de cor «Tukuy kay pachaman paqarimujkuna libres nasekuntu tukuypunitaj kikin obligacionesniycjllataj», a frase inicial da Declaração Universal dos Direitos do Homem, «Todos seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos», mas não sabia quais eram os seus direitos, só conhecia os seus deveres, e um desses deveres era que não se chamasse Guamuch e sim Flores.
Em 1946, Doroteo Guamuch, que para mim será sempre Doroteo Guamuch, foi chamado para representar a Guatemala nos Jogos Centro-Americanos. Inscrevê-lo como Guamuch estava fora de questão para o governo de Juan José Arévalo, por muitas reformas que tivesse prometido. O racismo impôs-se: passou a ser, oficialmente, Mateo Flores.
Guamuch participou nos Jogos Olímpicos de Helsínquia. Tinha 30 anos. Viu Emil Zatopek, a Locomotiva de Praga ganhar a medalha de ouro e ficou-se pelo 22º lugar. Poucos meses depois venceu a Maratona de Boston e tornou-se o maior desportista da história da Guatemala. Quando, em 1955, venceu a maratona dos Jogos Pan-Americanos da Cidade do México, o poder decidiu mudar o nome do Estadio Nacional da Cidade da Guatemala para Estádio Nacional Mateo Flores. Nem uma homenagem respeitava o nome com que nascera.
Porque a opressão me repugna, gosto de ouvir cantar Ramón Pelegero Sanchis:
«Al vent
la cara al vent
el cor al vent
les mans al vent
els ulls al vent
al vent del món».
Ramón nasceu em Valência e compôs Ao Vento do Mundo com apenas 19 anos.
Porque os fascismos me enojam, gosto de saber que essa canção se tornou, nos anos-60, um hino contra o franquismo, cantada por jovens saturados de um poder absurdo que se instalava num cadeirão de uma superioridade que nascia das raízes da raça:
«I tots
tots plens de nit
buscant la llum
buscant la pau
buscant a déu
al vent del món».
Todos, plenos de noite, procurando a luz, procurando a paz... A letra, Ramón escreveu-a em catalão porque o catalão passou a ser o pesadelo do castelhano. Manuel Fraga Iribarne, um canalha galego que foi Ministro da Informação da ditadura militar de Madrid, cuspiu, raivoso como um cão acicatado pelo dono: «No pasa nada porque haya una canción en catalán».Quando alguma coisa se passa, a soberba de Castela ordena: «No pasa nada!» Mesmo que haja gente que morre por exigir ter opinião; mesmo que haja prisioneiros porque não querem escrever de outra forma o nome com que nasceram; mesmo que uma raiva de impotência faça com que muitos queiram pegar fogo ao mundo. «Got Alânia»: a Terra dos Alanos. Catalunha. Josep Sunyol i Garriga teve de se transformar em José Suñol i Garriga. Foi membro da Esquerda Republicana da Catalunha e presidente do Barcelona em 1935. 
Em Agosto do ano seguinte viajava de automóvel pela Serra de Guadarrama, tentando entrar em contacto com a frente republicana. Foi apanhado pelos falangistas e fuzilado sem direito a julgamento. Al Vent foi composta mais de vinte anos após o assassinato de Sunyol que, para mim, será sempre Sunyol e não Suñol. Mas Josep, e não José, gostaria certamente de ter ouvido Ramon cantar:
«La vida ens dóna penes
ja el nèixer és un gran plor
la vida pot ser eixe plor
però nosaltres
al vent...»
Em catalão. E ao vento."


Jorge Jesus, louvado seja o seu nome

"O sucesso de Jorge Jesus é inebriante.
E é inebriante sobretudo por uma razão: porque acontece no Brasil. O treinador poderia ter exactamente o mesmo sucesso em Espanha, na Alemanha ou no Japão que não era a mesma coisa.
O sucesso de Jorge Jesus no Brasil não é bem o sucesso de Jorge Jesus. É o nosso sucesso. De todos nós. Por isso, lá está, andamos todos aqui um bocadinho bêbados de felicidade.
Quando Jorge Jesus entra em campo, entramos todos. Quando Jorge Jesus joga, jogamos todos. Quando Jorge Jesus ganha, ganhamos todos, e quando Jorge Jesus perde, perdemos todos.
No fundo milhares de portugueses não ficam acordados até à uma da manhã para ver um Flamengo-Avaí: ficam-no para jogar um Flamengo-Avaí. Ou um Flamengo-Ceará. Ou outro qualquer jogo do Flamengo que há um ano seria impensável e irrazoável manter-nos acordados.
Queremos a todo o custo que o treinador tenha sucesso. Por isso sofremos, suamos, ficamos inquietos. E consumimos avidamente tudo o que tenha a ver com ele.
Quem anda neste meio sabe que o êxito de audiências de Jorge Jesus só tem paralelo em Cristiano Ronaldo ou nos melhores anos de José Mourinho.
Porquê? Porque o sucesso de Jorge Jesus não é só dele, lá está. É nosso. É de Portugal.
O sucesso de Jorge Jesus é um ato de justiça. Finalmente sentimos que fica vingado aquele complexo de superioridade que os brasileiros sempre tiveram em relação a Portugal.
Fica vingado o senhor António, que emigrou nos anos 60 para abrir uma padaria, e fica vingado o senhor Manuel, que foi trabalhar no duro e levou com um país inteiro a rir-se do bigode dele. Fica vingado, no fundo, um país que é muito mais cosmopolita e elitista do que o preconceito dos brasileiros convencionou pensar.
De repente, um tuga, saído aqui da terrinha, que é incapaz de conjugar correctamente um verbo e não acerta um complemento, que troca o significado das palavras e não respeita uma conjugação, está a dar uma tareia aos brasileiros naquilo que eles alegadamente eram melhores: no futebol.
Um tuga, como eu ou o leitor, está a ensinar-lhes que ficaram presos em 1990, que já ninguém joga com dois trincos de pernas grossas, nem defende as bolas paradas em marcações individuais.
Que orgulho.
Que bonito que é Portugal. Que país encantador. Cheio de portugueses a falar português. Que fenómeno ternurento. É um arrebatamento, um fascínio, um caso de amor à primeira vista. É fácil amar Portugal e difícil explicar este amor: como todos os amores, não têm explicação. Ama-se e ponto final. Portugal é adorável, fascinante e épico. É um país cheio de histórias e heroísmos. É uma permanente epopeia à espera de ser feliz. 
Obrigado, Jorge Jesus, por nos encher assim o ego.
Louvado seja o seu nome."

A tecnologia já repôs a verdade desportiva em centenas de situações cruciais, mas tem falhados noutras. Porque parece mais fácil do que é

"Decorridos dois anos após a introdução da "Tecnologia VAR", ainda são muitas as dúvidas relativas à sua utilização.
Faz sentido. Afinal de contas, estamos a falar daquela que é a maior alteração já introduzida nas regras do jogo.
Como qualquer mudança impactante, também a do "Videoárbitro" requer tempo para amadurecer e crescer.
Parece-me, por isso, pertinente recordar algumas das premissas desta ferramenta. Para si, fica o convite: veja se há algo que pode ficar a saber e desconhecia ou se há algo que não recorde e que agora vá reavivar.

1 - VAR Tecnologia & VAR Árbitro
Não são o mesmo. Complementam-se. A tecnologia, em si, é a ferramenta. A máquina, o carro de alta cilindrada. O árbitro é o seu utilizador. O operário. O condutor.
Ambos complementam-se. Um não existe sem o outro. Do trabalho dos dois resultam as intervenções, as acções e omissões. Dessa simbiose sai a indicação para a decisão.

2 - Árbitro é o líder, é quem decide
O VAR, tal como o árbitro assistente ou o 4º Árbitro, estão sujeitos à autoridade do seu chefe de equipa. Podem intervir para indicar potenciais infracções, mas a última palavra cabe sempre ao árbitro principal. Não raras vezes, as suas sugestões não são acatadas porque o poder de decidir está em quem comanda as operações dentro do terreno de jogo.

3 - Protocolo
O VAR só intervém em situações de golo, pontapés de penálti, troca na identidade disciplinar de jogadores e cartões vermelhos diretos (incluindo os relativos a incidentes isolados que o árbitro não tenha visto).
A premissa para intervenção é simples mas não raras vezes esquecida por todos nós: só pode haver indicação quando o erro cometido em campo for claro e óbvio.
Se o lance for dúbio, demasiado subjectivo ou permita várias leituras, o VAR não deve pronunciar-se.

4 - "Cláusulas excluídas"
Por outro lado, o VAR não intervém perante outro tipo de erros (ainda que evidentes), como os relativos à exibição de segundos amarelos, golos/penáltis resultantes de recomeços mal efectuados (lançamentos laterais, pontapés de baliza, de canto, etc), advertências por fazer ou mal decididas, faltas por assinalar ou mal assinaladas, entre outros.

5 - Análise de lances do protocolo
Regra - Todos os lances passíveis de revisão devem ser analisados a partir do momento em que se iniciou a respectiva jogada. Por exemplo, para analisar um possível penálti ou a validade de um golo, o VAR deve recuar até ao momento em que a equipa começou a construir a fase atacante que culminou naquela circunstância de jogo.
Exemplos práticos:
A - Se um jogador da equipa atacante fizer falta no início da jogada que resulta em penálti, o VAR deve dar indicação para o árbitro assinalar a primeira infracção;
B - Se um golo for obtido após cruzamento para a área feito com a bola já fora do terreno, o árbitro deve ser alertado para isso, rectificando o lance;
C - Se um jogador vir vermelho directo por impedir um adversário de concretizar uma oportunidade de golo (estando o avançado em fora de jogo), a expulsão deve ser anulada porque a jogada que a originou estava ferida de legalidade.
Excepção - se um jogador for expulso por entrada grosseira ou violenta, não é suposto rever-se todo o lance. O ato é analisado, isoladamente, pelo VAR porque aquela conduta é sempre censurável, ainda que a jogada que a originou seja irregular. Pune-se o ato, não o contexto.
Exemplo: defesa agride avançado que estava adiantado. O jogo recomeça com o pontapé livre indirecto pelo FJ, mas o agressor é sempre expulso.

6 - (Outros) Amarelos e vermelhos
Por aqui se percebe que há cartões que se mantêm (mesmo que a jogada seja anulada) e outros que não.
Na prática, os que permanecem são os que resultam de gestos individuais, não de faltas tácticas da equipa.
Exemplos:
A - Um avançado despe a camisola para festejar golo que é, entretanto, anulado: a advertência permanece porque o ato antidesportivo é seu;
B - Um jogador faz entrada negligente, em lance entretanto rectificado: o amarelo mantém-se porque esse foi um gesto isolado;
C - Um atleta corta, com rasteira apenas imprudente, um ataque prometedor. O amarelo é retirado, porque a jogada que foi anulada deixou de existir e a atitude, por si só, não justificava cartão.
Difícil? Lembrem-se desta dica: nas entradas/condutas isoladas a sanção disciplinar mantém-se sempre; nas estratégicas, de enquadramento de jogadas (entretanto anuladas), é retirada.

7 - Casos atípicos
Há vários. Tantos, que ainda surgem uns quantos que nos surpreendem.
O último "mais visível" é interessante:
- Equipa ganhou posse de bola com falta clara sobre um adversário; a jogada prosseguiu até à área contrária, onde ocorreu um possível penálti. O árbitro não considerou a falta inicial nem a infracção na área. A bola saiu tocada, por último, pelo defesa e foi assinalado pontapé de canto.
Por ter entendido ter existido um erro claro e evidente no lance do possível penálti, o VAR alertou o seu colega de campo. Este reviu a jogada (porque não foi factual e objectiva, o que o dispensaria desse processo).
Vistas as imagens, entendeu não haver motivo para castigo máximo (manteve, por isso, o pontapé de canto).
Caso tivesse aceitado a indicação de penálti dada pelo VAR, só nesse momento é que este o alertaria para a existência d tal falta na fase de construção atacante.
O jogo recomeçaria então com o respectivo pontapé livre no local da primeira infracção.

Parece mais fácil do que é, certo?
A ideia é que saibamos nos ajustar a uma realidade diferente e complexa. A tecnologia já repôs a verdade desportiva em centenas de situações cruciais. Tem falhados noutras, porque estamos todos - todos nós (árbitros incluídos) - a assimilar ainda o potencial tremenda que ela pode oferecer ao jogo."

Competições Europeias dos Clubes de Basquetebol Profissional

"Actualmente, o basquetebol profissional na Europa, possui em actividade várias centenas de clubes nas competições nacionais dos diversos países, dos quais cerca de uma centena também estão envolvidos em provas de âmbito europeu. A participação nas competições do velho continente implica, à partida, pertencer à elite dos clubes europeus (42) quando se trata das provas geridas pela Euroleague Basketball (Euroleague e Eurocup). Em relação às provas organizadas pela FIBA Europa (Champions League e Europe Cup) é necessário ter sido campeão nacional ou 2º classificado no respectivo campeonato podendo, ainda, haver outras presenças em função do ranking europeu das respectivas selecções nacionais de seniores.

Turkish Airlines Euroleague
Esta época desportiva (2019/2020) é a 20ª da era moderna organizada pela Euroleague Basketball que, há duas décadas, assumiu a gestão da prova e deu continuidade à habitual Taça dos Clubes Campeões Europeus, então promovida pela Federação Internacional de Basquetebol (FIBA). O actual quadro competitivo passou a englobar mais duas equipas em relação ao do ano passado e continua a ser patrocinada, pelo 10º ano consecutivo, pela companhia aérea Turkish Airlines. A Euroliga é a competição de maior qualidade e prestígio a nível mundial, logo a seguir à NBA, pelo facto dela fazerem parte os melhores clubes europeus de basquetebol: Barcelona, Baskonia Vitoria, Real Madrid e Valencia Basket (Espanha), CSKA Moscovo, Khimki de Moscovo e Zenit St. Petersburgo (Rússia), Anadolu Efes e Fenerbahce de Istambul (Turquia), Olympiacos Pireu e Panathinaikos Atenas (Grécia), Alba Berlim e Bayern Munique (Alemanha), Crvena Belgrado (Sérvia), Olimpia Milão (Itália), Asvel Villeurbanne (França), Maccabi Tel Aviv (Israel) e Zalgiris Kaunas (Lituania).
O sistema competitivo começa com uma fase regular (1 jogo semanal) em que todas as equipas realizam (34 jogos) entre si (casa e fora), no período de 3.Out.2019 a 10.Abr.2020. Os primeiros oito classificados da fase regular são apurados para a fase seguinte que é disputada no sistema de playoffs a eliminar à melhor de cinco jogos. Os quatro vencedores destas eliminatórias ficam apurados para a derradeira fase, denominada “Final Four”, a efectuar de 22 a 24 de Maio de 2020, na Lanxess Arena na cidade de Colónia (Alemanha).

7DAYS Eurocup
A Eurocup também é organizada pela Euroleague Basketball e é a segunda liga mais competitiva de clubes profissionais de basquetebol de âmbito europeu, na medida em que nela participam equipas que já competiram na Euroliga ou que ambicionam conseguir os requisitos necessários para o fazer. O número total de clubes participantes é de 24 o que implica, numa primeira fase, um sistema competitivo apropriado em que as equipas são agrupadas em 4 grupos de 6 equipas cada, por sorteio condicionado à não inclusão de equipas do mesmo país no mesmo grupo.
Grupo A – Virtus Bolonha (Itália), Promitheas Patras (Grécia), AS Monaco (França), MoraBanc Andorra (Espanha), Maccabi LeZion (Israel), Ratiopharm Ulm (Alemanha).
Grupo B – Partizan Belgrado (Sérvia), Lokomotiv Kuban (Rússia), Limoges Elite (França), Umania Veneza (Itália), Tofas Bursa (Turquia), Lietuvos Rytas (Lituania).
Grupo C – Darussafaka (Turquia), Joventud Badalona (Espanha), Unics Kazan (Rússia), Germani Brescia (Itália), Nanterre 92 (França), Olimpia Ljubljana (Eslovénia).
Grupo D – Unicaja Malaga (Espanha), Galatasaray Istambul (Turquia), Dolomiti Trento (Itália), Asseco Gdynia (Polónia), Buducnost Voli (Montenegro), Baskets Oldenburg (Alemanha).
Sistema de competição:
Regular Season
Nesta fase inicial (2.Out. a 18.Dez. de 2019) as 6 equipas de cada grupo jogam entre si (casa e fora), apurando as quatro primeiras classificadas, por grupo, para uma segunda fase denominada Top 16. 
Top 16
As 16 melhores formações são distribuídas por quatro grupos de 4 equipas que, no período entre 8 de Jan. e 4 de Mar. 2020, disputam entre si o apuramento das 2 melhores formações de cada grupo que avançam para os quartos de final.
Quartos de final
Os quartos de final, realizam-se de 17 a 25 de Março entre as 8 equipas apuradas na fase anterior, em sistema de playoffs, através de uma eliminatória à melhor de 3 jogos.
Semi-finais
As quatro equipas vencedoras dos quartos de final disputam as meias finais, igualmente em sistema de playoffs, numa eliminatória à melhor de 3 jogos (31 de Março a 8 de Abril).
Final
As duas equipas finalistas disputam à melhor de 3 partidas (21 a 27 de Abril de 2020) o título de campeão da “7DAYS Eurocup.

FIBA Basketball Champions League
A Basketball Champions League, da responsabilidade organizativa da FIBA Europa, deu início à sua quarta época desportiva e é considerada como a terceira competição europeia de clubes (Divisão III). Teve como vencedores nos anos anteriores a equipa espanhola do Iberostar Tenerife (2016-17) que na final venceu a formação turca do Banvit Bandirma por 63-59, a equipa grega do AEK BC (2017-18) que no encontro decisivo derrotou os franceses do AS Monaco por 100-94 e os italianos do Virtus de Bolonha (2018-19) que na final superaram a equipa espanhola do Iberostar Tenerife por 73-61, vencedora na época inaugural.
Inscreveram-se 48 equipas, em que após algumas serem sujeitas a duas fases de qualificação, ficaram reduzidas a 32 formações que competirão na fase regular, sendo os não apurados enviados para a competição da FIBA Europe Cup. Como por exemplo, o nosso representante o Sport Lisboa e Benfica que na 1ª fase eliminou o clube holandês Donar Groningen por (161—141) no conjunto dos dois encontros, tendo sido posteriormente eliminado (2ª fase) pelos montenegrinos do KK Mornar Bar (150-167), pelo que está a participar na competição europeia FIBA Europe Cup (Divisão IV).
As 32 equipas apuradas para a fase regular foram divididas em quatro grupos, cada um com oito equipas:
Grupo A – SIG Estrasburgo (França), Baxi Manresa (Espanha), Turk Telecon (Turquia), Dinamo Sassari (Itália), BC Lietkabelis (Lituania), Unet Holon (Israel), Polski Torun (Polónia), Flou Oostende (Bélgica).
Grupo B – AEK Atenas (Grécia), San Pablo Burgos (Espanha), Rasta Vechta (Alemanha), Hapoel Jerusalem (Israel), Teksut Bandirma (Turquia), Anwil Wloclawek (Polónia), Giants Antwerp (Bélgica), Pau Orthez (França).
Grupo C – Era Nymburk(R. Checa), Iberostar Tenerife (Espanha), VEF Riga (Letónia), Peristeri Winmasters (Grécia), Mornar Bar (Montenegro), Gaziantep Basketbol (Turquia), Nizhny Novgorod (Rússia), Brose Bamberg (Alemanha).
Grupo D – JDA Dijon (França), Baskets Bonn (Alemanha), Basketball Neptunas (Lituânia), Besiktas Sigorta (Turquia), PAOK (Grécia) , Casa Brindisi (Itália), Casademont Zaragoza (Espanha) , Falco Vulcano (Hungria).
Sistema de competição:
Fase regular
As oito equipas de cada grupo jogarão todas entre si (casa e fora), no período de 15 de Outubro de 2019 a 5 de Fevereiro de 2020, para apuramento das quatro primeiras classificadas por grupo, num total de 16 que irão disputar a Round 16.
Round 16
Nesta fase que decorrerá entre 3 e 18 de Março de 2020, participam 16 equipas que em sistema de playoffs disputarão uma eliminatória (à melhor de 3 encontros), sendo apuradas oito formações que seguem para os quartos de final.
Quartos de final
Os quartos de final com a participação de 8 equipas, efectuam-se também em sistema de playoffs, através de uma eliminatória (à melhor de 3 jogos), entre 24 de Março e 8 de Abril, para apuramento das 4 equipas que irão participar na final four da prova.
Final Four 
A Final Four será disputada de 1 a 3 de Maio no recinto de um dos 4 clubes finalistas.

FIBA Europe Cup
Nesta liga estão a evoluir os clubes profissionais de basquetebol que, do ponto de vista desportivo, ainda não reúnem condições para competir na Champions League. A participação nesta prova proporciona a aquisição de alguma experiência competitiva a um patamar mais elevado. No entanto verificamos que as diferentes equipas estão repletas de estrangeiros o que, à partida, não favorece a valorização dos atletas nacionais que não vão ter muito espaço de manobra para a aquisição da maturidade necessária para, em termos futuros, poderem entrar nas convocatórias das respectivas selecções nacionais.
Grupo A
SL Benfica (Portugal), Inter Bratislava (Eslováquia), PVSK Veolia (Hungria), ZZ Leiden (Holanda).
Grupo B 
Keravnos Basket (Chipre), Kapfenberg Bulls (Áustria), Ironi Ness Ziona (Israel), Landstede Zwolle (Holanda).
Grupo C
Ventpils Basket (Letónia), Sigal Prishtina (Kosovo) , Apoel Nicosia (Chipre), Medi Bayreuth (Alemanha).
Grupo D
Fribourg Olympic (Suiça), CSM Oradea (Roménia), BC CSU Sibiu (Roménia), Bahcesehir College (Turquia).
Grupo E
Donar Groningen (Holanda), Spirou Chaeleroi (Bélgica) , Pinar Karssiyaka (Turquia), Phoenix Brussels (Bélgica).
Grupo F
Tsmoki-Minsk (Bielorrússia) , BC KYIV Basket (Ucrânia), BC Dnipro (Ucrânia), BC Levski-Lukoil (Búlgaria).
Grupo G
Cluj Napoca (Roménia), BC Balkan (Búlgaria), Enisey Krasnoyarsk (Rússia), Sodertalje (Suécia). 
Grupo H
Legia Warszawa (Polónia), Egis Kormend (Hungria), Bakken Bears (Dinamarca), Kataja Basket (Finlandia).
Sistema competitivo:
Regular Season
Participam 32 equipas distribuídas por oito grupos de 4 equipas que jogam entre si (a partir de 22.Out.2019), para apuramento dos 1ºs e 2ºs classificados de cada grupo, num total de 16 formações. 
Second Run
As 16 formações apuradas são divididas por quatro grupos de 4 equipas que jogam uns com os outros (a partir de 11.Dez.2019), para apuramento dos 2 primeiros classificados de cada grupo, num total de 8 clubes.
Quartos de final
Jogos de eliminatória directa (4 Março 2020) entre as oito equipas apuradas.
Semi-finais
Jogos de eliminatória directa (25 Março 2020) entre as 4 equipas apuradas.
Final
Jogo de disputa do título (22 Abril 2020) entre os dois clubes finalistas.

Considerações finais
A “Euroleague Basketball” e a “FIBA Europa”, cada uma na sua área de intervenção, prestam um bom contributo aos clubes profissionais de basquetebol do continente europeu, atendendo a que um total de 106 clubes (18 na Euroliga, 24 na Eurocup, 32 na Champions e 32 na Europe Cup) têm a oportunidade de participar nas fases regulares das respectivas competições internacionais no espaço europeu. A Euroliga e a Eurocup englobam os 42 melhores clubes do basquetebol da Europa que, não é por acaso, representam os países melhor posicionados no respectivo ranking continental: 1º Espanha (7 clubes), 2º França (4 clubes), 3º Sérvia (2 clubes), 4º Grécia (3 clubes), 5º Lituania (2 clubes), 6º Rússia (6 clubes), 8º Itália (4 clubes), 9º Polónia (1 clube), 11º Turquia (5 clubes), 12º Eslovénia (1 clube), 13º Alemanha (4 clubes), 14º Montenegro (1 Montenegro) e 22º Israel (2 clubes). A Liga dos Campeões é uma competição que, em princípio, deveria ser destinada aos clubes que conquistaram os títulos nacionais nos países que não têm acesso às provas da “Euroliga” e “Eurocup”. No entanto, a exemplo do que se passa no futebol (UEFA) a FIBA Europa entendeu submeter as equipas campeãs nacionais a eliminatórias prévias de apuramento em benefício de equipas de segundo plano dos países que estão no topo do ranking europeu. Essa decisão fez com que a maioria dos clubes que conquistaram os títulos nacionais fossem relegados para a “Europe Cup”, atendendo a que somente os campeões da Bélgica, Hungria, Letónia e R.Checa asseguraram a participação na fase regular na Liga dos Campeões. Os líderes nacionais da Áustria, Bielorrússia, Bulgária, Chipre, Dinamarca, Eslováquia, Finlandia, Holanda, Kosovo, Portugal, Roménia, Suécia, Suiça e Ucrânia tiveram que se contentar com a participação na prova equivalente à “IV Divisão Europeia”.
O critério adoptado pela FIBA Europa, à semelhança do que se passa no futebol (UEFA) não me parece o mais aconselhável pelas seguintes razões:
1ª - Impedir as equipas que conquistaram os títulos nacionais de entrar directamente na fase regular da Liga dos Campeões é desvalorizar a mais popular, publicitada e competitiva prova nacional de clubes em metade dos países europeus;
2ª – Organizar uma Liga dos Campeões com 27 equipas, que não são campeãs de coisa nenhuma e, ainda por cima, são oriundas dos mesmos países que já estão representados nas duas principais competições profissionais europeias (Euroliga e Eurocup), não é desenvolver o basquetebol de forma equilibrada no contexto europeu;
3ª – Pretender aplicar ao basquetebol profissional europeu o mesmo sistema competitivo em vigor no futebol (UEFA) só serve para cavar um fôsso, cada vez maior, entre os clubes dos países ricos e países pobres;
4ª – Permitir a invasão indiscriminada dos clubes da Europa por jogadores não europeus, significa desperdiçar os recursos necessários para a valorização dos praticantes jovens formados no velho continente."

Ingleses desafiaram o haka e foram multados: "Têm carradas de dinheiro, conseguem pagar a multa"

"Antes de, incrivelmente, subjugarem a Nova Zelândia como há muito não se via e impedirem que marcasse pontos durante quase uma hora, os ingleses alinharam-se em forma de 'v' e avançaram contra os adversários durante o típico ritual maori. Os neozelandeses gostaram do desafio e elogiaram-no, mas a World Rugby, mesmo achando graça à resposta que partilhou como "incrível", multou a Inglaterra por alguns jogadores terem ultrapassado a linha do meio campo

Um jogo não se ganha, perde ou empata pela forma como os adversário escolhem reagir ao haka. Quem assiste de fora, sem os píncaros da adrenalina na pele, como quem o vive no campo, julga que o ritual maori interpretado, religiosamente, pelos neozelandeses antes de cada jogo, julgará que as encenadas caras, gritos e gestos são um desafio guerreiro para o qual a reacção dada determina o quão bem os neozelandeses e os adversários se portarão quando começarem a tocar na oval.
Não foi por os ingleses se alinharem em forma de 'v', no sábado, unidos numa seta invertida contra os homens que se mascaram de ferozes durante um minuto, que encolheram o poderio do melhor conjunto de jogadores do mundo, e do Mundial, durante os 80 minutos seguintes de jogo, para ganharem e garantirem a presença na final do torneio.
O público adorou, os All Blacks apreciaram, a World Rugby partilhou o momento, cavalgando na inspiração, como "uma resposta incrível" e a meia-final virou epicamente memorável ainda antes de ser jogada.



Contadas quase quatro milhões e meio de visualizações no vídeo em que, de facto, elogia a postura da Inglaterra, a World Rugby multou-a em 2000 libras (cerca de 2.300 euros), noticiou a "BBC", por violar as regras "relativas aos desafios culturais". Por outras palavras, em causa está o protocolo de rituais culturais, que impede os adversários de ultrapassarem a linha do meio campo durante estes momentos. No sábado, seis jogadores chegaram a estar para lá desse limite.
Além da Nova Zelândia, também as Ilhas Fiji, a Samoa e o Tonga o fazem. O protocolo foi criado em 2007, após os franceses, nos quartos-de-final do Mundial, quase roçarem as caras nos neozelandeses - fora outras reacções mais ou menos desafiantes.
As regras existem para serem cumpridas, as multas aparecem quando não o são e, confirmado o castigo imposto pela entidade que apreciou a atitude que o causou, várias vozes opinaram sobre o que aconteceu. "Acho que foi fantástico, é essa a natureza do haka, é um desafio. Eles caminharam em frente e sei que os rapazes estavam todos motivados, olhámos à volta e pensámos 'vamos a isto'", explicou Dan Coles, talonador da Nova Zelândia, na conferência de imprensa em que foi ainda mais cândido: "Os ingleses ganham carradas de dinheiro, portanto, conseguem pagar a multa".
Algum fundo de razão terá Dan Coles, pois o "New Zealand Herald" escreveu que, por chegarem à final, a Federação Inglesa de Râguebi deverá pagar perto de 41 mil libras (ou cerca de 47 mil euros) a cada um dos 31 jogadores do plantel.
Para Steve Hansen, o seleccionador neozelandês, a reacção dos ingleses também foi "fantástica", explicando o óbvio de que "eles não foram multados por responder como o fizeram, mas por atravessarem de a linha do meio campo". Vários All Blacks já tinham elogiado a postura, antes de o castigo ser conhecido, como Aaron Smith, formação que até revelou que Owen Farrell lhe estava a piscar o olho durante o haka.
O capitão inglês, sorridente durante o ritual, disse que a equipa "não queria apenas ficar parada, à espera" que os neozelandeses "fossem contra" eles. Manu Tuilagi, centro que marcou um ensaio aos 96 segundos do jogo, explicou que a ideia partiu de Eddie Jones, seleccionador da Inglaterra, para "toda a gente mostrar que estava pronta para aceitar o desafio".
Porque o ritual não tenciona ser guerrilheiro, violento ou agressivo. É, sim, um ritual desafiante que clama por ser aceite em quem tem como alvo. "As pessoas acham que é desrespeituoso, mas, se perguntarem a um maori, ele dirá que o haka é isso mesmo: apresentar um desafio e, se a outra equipa te desafiar de volta, está tudo bem", resumiu Tapeta Wehi, um perito em rituais e cultura maori, questionado pelo "The Guardian".
Na Nova Zelândia, há vários tipos de haka praticados em cerimónias distintas, como aniversários, casamentos ou funerais."

Música de tourada na Luz: Tribunal Central deu razão ao Benfica e Supremo recusou rever a sentença

"Após a vitória de há um ano na Luz contra o Futebol Clube do Porto, o Benfica foi multado em 765 euros por ter passado um " pasodoble" no sistema de som do seu estádio. O caso chegou ao Supremo Tribunal Administrativo, que manteve a sentença do Tribunal Central: o Benfica não tem de pagar

O episódio tem um ano: a 7 de Outubro de 2018 o Benfica bateu o Futebol Clube do Porto por 1-0 e no final da partida o sistema de som do Estádio da Luz passou um "pasodoble". A música de tourada valeu às águias uma multa de 765 euros, deliberada pelo Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol (FPF). O Benfica desde logo anunciou que iria recorrer. E a Justiça deu razão ao clube da Luz.
Um acórdão do passado dia 14 de Outubro do Supremo Tribunal Administrativo (STA) sobre este caso veio manter a sentença que tinha saído do Tribunal Central Administrativo (TCA) do Sul, dando razão ao recurso do Benfica e libertando o clube do pagamento da multa.
Nessa sentença, o TCA anulou a multa por duas razões: "porque a música difundida pretenderia enaltecer o vencedor – e não achincalhar o vencido; e porque a conduta da Benfica, SAD, sempre estaria legitimada pela sua liberdade de expressão", segundo se lê agora no acórdão do STA.
A FPF recorreu da sentença do TCA para o Supremo, mas não teve melhor sorte. Os juízes do STA consideraram que o assunto não é suficientemente relevante para merecer a sua atenção e a reapreciação da sentença do TCA. "Em geral, e por muito que interessem aos aficionados, as disputas futebolísticas não possuem importância ou dignidade justificativas de uma intervenção do Supremo", pode ler-se no acórdão."

Líderes idolados

"A noite de ontem poderá ser resumida da seguinte forma: no relvado, boa exibição colectiva, espírito de grupo, respeito pelo adversário, organização, confiança, concentração, ambição e quatro golos marcados sem resposta. Nas bancadas, apoio do primeiro ao último minuto, culminado com uma estrondosa ovação à nossa equipa após a partida. E, mais uma vez, demonstrou, pelo onze inicial escolhido por Bruno Lage, que todos contam realmente neste plantel.
A oitava vitória em nove jornadas reflecte a consistência do percurso benfiquista neste campeonato que, à semelhança da temporada passada, tem sido encarado jogo a jogo, com enfoque permanente na tarefa seguinte. Não surpreende, portanto, que Bruno Lage, instado a comentar os factos do Benfica ser, agora, líder isolado e ter o melhor ataque e melhor defesa do campeonato, tenha afirmado que irá “pensar no próximo jogo, que é com o Rio Ave, que é a menos de três dias”.
O foco estar sempre apontado para o adversário seguinte é, talvez, a característica mais singular da nossa equipa desde que Bruno Lage assumiu o comando técnico. As treze vitórias consecutivas em deslocações no campeonato (terceiro melhor registo de sempre), os 26 triunfos em 28 partidas (uma marca que distingue Lage) ou, entre outros dados estatísticos interessantes e reveladores do bom desempenho conseguido, os apenas três golos sofridos à nona jornada e os sete jogos sem sofrer qualquer golo (é preciso recuar a 1990/91 para encontrar um início de temporada mais sólido defensivamente), nada significam para a preparação do próximo jogo.
E esta é uma receita comprovada ao nível dos resultados e que certamente será repetida para o embate com o Rio Ave já no próximo sábado, na Luz, às 18 horas.
Os vila-condenses ocupam, neste momento, a sexta posição e são, reconhecidamente pela generalidade dos analistas, uma das equipas que melhores níveis exibicionais têm apresentado nesta temporada. Será o quinto jogo do ciclo intenso de sete partidas em 23 dias, que até agora se saldou inteiramente vitorioso e se deseja que assim continue. #PeloBenfica

Nota: A News Benfica regressará na 2.ª feira. Bom feriado!

P.S.: O Sport Lisboa e Benfica lamenta que, passados quatro dias das insultuosas declarações, amplamente divulgadas e comentadas, por parte de um jornalista do Jornal de Notícias, durante a conferência de imprensa realizada pelo treinador Jorge Jesus no final do jogo Flamengo – CSA, até hoje, da parte da Direcção daquele órgão de Comunicação Social, não exista nenhum esclarecimento sobre se aquela intervenção se identifica ou está de acordo, ou não, com as orientações da sua linha editorial.
Face a este silêncio e não esclarecimento da sua posição, entendeu o Sport Lisboa e Benfica não acreditar e autorizar o acesso às suas instalações por parte de representantes de um órgão de comunicação social que não se comporta como tal, de acordo com todos os códigos orientadores do sector e da prática do jornalismo."

(...) tem uma mensagem especial para Chiquinho: que saudades de ver um futebolista em campo. Tu não te lesiones, c#$%$%#!

"Vlachodimos
Exibiu grande segurança em dois lances que fizeram lembrar o jogo da época passada contra o Belenenses. Já eu soltei uma pinguinha.

André Almeida
Desta vez o ritual de atirar bolas para os adeptos começou quando o jogo ainda decorria. A primeira meia dúzia foi cortesia do nosso grande Almeidinhos, que depressa percebeu que a noite estava mais propícia a marcar golos do que a assistir. Daí arrancou para uma excelente exibição.

Rúben Dias
muito que nos conquistou, mas continua a marcar pontos no coração dos benfiquistas. Não é só o que faz a defender, quase sempre bem e com critério. É a gana de estar nos momentos capitais do jogo, como demonstrado em Moreira de Cónegos e novamente ontem, com um golo logo a abrir a segunda parte que devolveu o meu batimento cardíaco à condição de repouso no primeiro lugar da liga.

Jardel
Fez tudo o que lhe competia para garantir o sétimo jogo consecutivo sem sofrer golos na Liga, uma prestação meritória que ainda assim fez lembrar Alec Baldwin a atribuir o terceiro prémio em Glengarry Glen Ross. Vá, ninguém o vai despedir, mas é certinho que voltará a ceder o lugar ao Ferro. Não desanimes, capitão! Precisamos de adultos no balneário!

Grimaldo
Nada espelha melhor a harmonia de que fala Lage do que ver Grimaldo e Cervi de volta às transições ofensivas letais. Depois de rever algumas das suas combinações, sugiro que façam o mesmo ao som de "Two Become One" das Spice Girls. Não cometam o mesmo erro que eu e certifiquem-se que o bluetooth dos AirPods está ligado. Felizmente a minha masculinidade não é ameaçada por estes deslizes, caso contrário teria abandonado o local onde estou e continuado a escrever o texto noutro café.

Samaris
O Tino que me perdoe, mas depois do que vi em Tondela soube muito bem voltar a ver um jogador dos seniores nesta posição. Samaris ainda não afinou aquele passe para as costas da defesa, mas soube assassinar inúmeras tentativas de ataque dos algarvios. Terminou impávido e sereno, sem uma gota de sangue nas mãos.

Gabriel
Como se não lhe bastasse ser a unidade mais cerebral em campo, junta a isso uma enorme disponibilidade física que, aliada à inteligência e a um refinado sentido estético, fazem com que cada gesto técnico seu, até mesmo os que parecem reservados ao operariado, seja uma coisa maravilhosa de ver, como uma recuperação de bola ontem em que Gabriel aguarda pacientemente pelo timing certo para aniquilar os sonhos de criança de um avançado do Portimonense cujo nome não consigo recordar neste momento, tal como deve ser. São jogadores como Gabriel que ficam na história dos jogos.

Gedson
Em termos ofensivos, manifesta a vontade de quem se juntou a uma manifestação pela independência da Catalunha e a clarividência de quem não sabe onde fica a Catalunha. Muito trabalhador, mas este poderá ser um daqueles casos em que o trabalho não compensa. Não obstante a boa vontade, antecipo um regresso ao banco.

Cervi
99% de transpiração e 101% de inspiração. Não é bem isto, mas se há gajo que desafia a definição de percentagem é o nosso baixote argentino. Jogão.

Chiquinho
Maravilha. Que saudades de ver um futebolista em campo. Não, não me refiro a um daqueles produtos laboratoriais gerados por indivíduos de bata branca, nem tão pouco ao corolário de uma fórmula criada num software de estatísticas de bola. Estou a falar de um futebolista mesmo, com virtudes e defeitos, com aquela centelha dos jogos de rua nos pés, absolutamente sempre à procura da baliza, imperfeito como todos nós, ou seja, mesmo aquilo que estávamos a precisar. Tu não te lesiones, c#$%$%#!

Vinicius
Tem o melhor festejo de golo do futebol português, como quem pede satisfações a todos os que duvidam do seu valor ou aguarda que o speaker diga o seu nome. Chega a ser intimidante. Por momentos cheguei a pensar que se tinha lesionado no lance do primeiro golo, motivo pelo qual terei de me deslocar esta tarde ao Media Markt da Luz para adquirir um novo televisor. Felizmente vou ser aumentado aqui na Tribuna, por isso não há stress. Se jogar sempre assim, só por manifesto infortúnio não será vendido por 50 milhões no final desta época.

Pizzi
Os haters encontraram finalmente uma oportunidade para estabelecer um nexo de causalidade entre a ausência de Pizzi no onze titular e a capacidade de marcarmos mais golos. Só descansarão quando o homem chegar aos 30 golos esta temporada, lá para finais de dezembro. É urgente fazer alguma coisa. Esta gente está a mais no futebol.

Seferovic
Sabes que o plantel está forte quando o futuro suplente do Vinicius exibe um sorriso de felicidade genuína no momento de ocupar o seu lugar para um singelo quarto de hora a correr atrás da bola.

Jota
Cada presença sua em campo é uma oportunidade para os analistas do Goalpoint com um copo de CRF à frente explicarem com detalhe porque é que Jota é um jogador do caraças, independentemente de o futebol apresentado quase nunca o demonstrar. Ou muito me engano ou não vamos passar dos 30 milhões com esta venda."

Vinícius e Chiquinho, a sua nova dupla de bossa nova

"Não foi um regresso das grandes exibições, mas terá sido um dos melhores jogos do Benfica nos últimos meses: em casa e com uma equipa cheia de novidades, os encarnados golearam o Portimonense por 4-0, com Vinícius e Chiquinho a estrearem uma prometedora sociedade no ataque 

lá dizia Gil Scott-Heron que a revolução não será televisionada e as mudanças de fundo que Bruno Lage operou no onze do Benfica para o encontro com o Portimonense não chegaram a ser uma revolução neste Benfica descaracterizado dos últimos meses, mas foi pelo menos uma pequena revolta, um chocalhar no marasmo, que trouxe um resultado simpático, 4-0, e a liderança do campeonato.
A exibição esteve longe de ser assombrosa, mas foi sólida e consistente o suficiente para ultrapassar uns algarvios que até assustaram no início mas rapidamente se eclipsaram mal sofreram o primeiro golo. E teve o condão de revelar uma nova dupla de ataque que trouxe qualquer coisa a mais, pelo menos qualquer coisa a mais do que aquilo que os encarnados têm apresentado, qualquer coisa que se calhar o Benfica tinha na última temporada mas que perdeu com as saídas de João Félix e Jonas: mobilidade, critério, ataque ao espaço, eficácia.
Chiquinho e Vinícius, que parece nome de dupla de bossa nova mas que é afinal a nova sociedade de ataque do Benfica, foram eles que estiveram em boa parte dos momentos decisivos desta vitória, que apareceram no melhor período do Benfica, na 2.ª parte, para resolver um jogo que, tirando talvez os primeiros 10 minutos de jogo, nunca esteve propriamente fora do controlo para a equipa da casa. O Portimonense criou muito perigo aos 11’, num remate ao segundo poste de Anzai que Vlachodimos defendeu bem com os pés, e o Benfica marcaria logo aos 17’, por André Almeida, na sequência de um canto, golo que anestesiou a equipa de Folha, ainda que também não tenha tido o condão de deixar o Benfica a jogar bem.
Da 1.ª parte, para lá do golo, há apenas um portfólio bem grande de passes falhados, acções desastradas, cruzamentos errados e ritmo inconstante - em suma, e perdoem-me o francês, um aborrecimento.
A 2.ª parte arrancou quase de imediato com o 2-0, cortesia de Rúben Dias, e esse golo sim parece ter dado ao Benfica a tranquilidade necessária para voltar a experimentar jogar bem, ou pelo menos bem q.b.
Apareceu aí Chiquinho, a mostrar um acervo de recursos interessante, com várias recepções orientadas de encher o olho, foco na baliza e vontade de fazer jogar. E apareceu Vinícius, que até então tinha estado apagadote, a marcar de rompante dois bons golos. Aos 63’ recebeu um passe na profundidade de Grimaldo, bem antes do meio-campo, desmarcou-se, tirou Ricardo Ferreira do caminho e atirou para a baliza. E dois minutos depois, ainda mal refeito do esforço do primeiro golo, que o deixou com queixas físicas, viu Chiquinho oferecer-lhe um cruzamento em trivela, que transformou, com apenas um toque, no 4-0 final.
Foi a primeira vez que Vinícius foi titular no campeonato e mesmo assim já é o mais eficaz dos avançados do Benfica, com quatro golos. E a parceria com Chiquinho parece ter espaço para evoluir. E evoluirá, para já, na frente da tabela, que não é um mau sítio para se estar."

Cadomblé do Vata

"1. Oito vitórias em nove jogos, melhor ataque, melhor defesa e líder isolado... diz que não presta, tem bicho, deita fora.
2. No meio de tantas alterações promovidas por Bruno Lage, a maior surpresa acabou por ser o relvado... apesar da bátega de água que se abateu sobre ele, não se confirmou o meu receio de ver o apito inicial no novo Estádio da Luz e o silvo final no Estádio Adelino Ribeiro Novo dos anos 90.
3. Senhores analistas que estão lá em cima, filmaram o primeiro golo do Vinícius? Sim? Então fechem o Seferovic numa sala e obriguem-no a ver as imagens durante três dias.
4. Três golos sofridos em nove jogos é um registo absurdo... só confirma que fizemos bem em substituir o fracote guarda redes alemão do ano passado por este excelente guardião grego.
5. Confesso que me enganei em relação ao Bruno Lage, porque afinal o homem não passa de um reles ingrato... está no comando da equipa do SL Benfica graças ao Portimonense e em apenas dois jogos já lhes enfaixou nove golos."

SL Benfica - Portimonense SC

"Numa noite chuvosa, o Benfica recebeu o 5-4-1 do Portimonense e acabou por fazer o melhor jogo das últimas semanas. Abrimos o marcador com um golo de bola parada. Na segunda parte Rúben Dias marca o segundo e a partir daí o Portimonense deu mais espaços permitindo que o Carlos Vinícius brilhasse. 4-0. Umas notas sobre o jogo.
1. André Almeida. Bom jogo do Almeidinhos. A dar profundidade à ala direita sem dar oportunidades ao Boa Morte. Marcou o primeiro golo num canto. Gabriel desviou ao primeiro poste e ele marcou ao segundo.
2. Rúben Dias. Desta vez a acompanhar Jardel, Rúben Dias teve uma ou outra distracção, mas voltou a estar imperial. Tem sido dos melhores jogadores do Benfica nesta época. Sendo hoje premiado com o golo que acabou por matar o encontro pois a partir desse momento o Portimonense deu mais espaços.
3. Carlos Vinícius. Começou logo bastante bem ao oferecer ao jogo uma pressão mais intensa do que o costume. Depois a dupla com Chiquinho simplesmente combinou bem. O Benfica tentou construir das alas para dentro, dando oportunidade para haver combinações entre Chiquinho e Vinícius com Grimaldo, Almeida, Gedson ou Gabriel e houve movimentos bonitos e eficazes. Antes de ser substituído, ainda bisou com dois golos na cara do guarda-redes. No primeiro sentou Ricardo Ferreira. No segundo finaliza isolado com classe.
4. Chiquinho. É ele que bate o canto no primeiro golo e faz a assistência no quarto golo. Dá outra qualidade ao ataque do Benfica quando a bola lhe chega no espaço entre linhas. Sabe decidir bem e tem muita técnica. Dificilmente não ganhou a titularidade hoje.
5. Gabriel. Hoje dividiu o meio campo com o Samaris e fez dos melhores jogos dele nesta época. Muito forte na pressão, o que permitiu recuperar muitas bolas e voltou a ter uma série de passes incríveis que dão muita versatilidade e imprevisibilidade ao ataque do Benfica, com mudanças de flancos ou procurar os espaços nas costas da defesa ou o espaço entre linhas. Samaris também esteve bem. Dá mais agressividade ao meio campo do que Florentino.
6. Alex Grimaldo. O melhor jogador do Benfica nesta época até agora. Ataca muito bem. A ala esquerda não tem permitindo muita coisa aos adversários. Combina bem com os avançados. Hoje fez duas assistências. O passe para o terceiro golo é incrível. Quem nos dera ter dois ou três assim.
Ainda houve alguns cruzamentos meio disparatados, não só porque saíram mal, mas porque estávamos a jogar com um ponta de lança no meio de três centrais. No entanto, a segunda parte foi à Benfica. Soubemos aproveitar o espaço que o Portimonense nos deu quando subiu as linhas e o resultado até acabou por ser curto. Vem aí uma sequência de jogos complicada. Mas hoje passámos com distinção."

SL Benfica 4-0 Portimonense SC: Mais fogo do que vista

"Depois do desaire portista na Madeira frente ao CS Marítimo, o SL Benfica encontrava o Portimonense SC, num jogo a contar para a 9.º jornada da Liga Portuguesa, com o objectivo de se tornar líder isolado. Dito e feito. A partida teve um resultado positivo para os comandados com a vitória por 4-0.
As águias começaram a partida com muitas alterações no onze inicial com a inclusão de Jardel, Samaris, Gedson, Chiquinho e Vinicius. Ainda assim, o Benfica mostrava que estava disposto a mudar o momento de forma – tanto criticado pelos adeptos encarnados. Já do lado dos algarvios, houve as entradas de Koki Anzai e de Iury Castilho e ainda uma mudança no esquema táctico. 
Começou muito melhor o Portimonense e mostrava em pleno Estádio da Luz que estava muito mais confiante na partida. Aos dez minutos, foi a confirmação disso mesmo com um aviso daquilo que a equipa de António Folha podia fazer. Depois de uma boa jogada colectiva dos alvinegros, cruzamento de Tabata onde apareceu no poste mais distante Kodi Anzai para finalizar e salvou Vlachodimos com o pé um golo mais do que certo. Passou o perigo, mas ficou o aviso.
Já se sabe que no futebol tudo é imprevisível e um golo pode acontecer a qualquer momento e foi o que aconteceu. Aos 17 minutos, foi marcado canto na direita do ataque para ser batido e uma bela oportunidade para os encarnados marcarem. Depois do canto batido por Chiquinho, houve um primeiro desvio de Gabriel e depois apareceu André Almeida para marcar um golo e que bela fotografia deve ter dado este momento! Estava aberto o marcador a favor dos encarnados (1-0). 
Depois do golo, como normalmente acontece, o jogo acabou por ter uma quebra de ritmo intensa. Havia jogadores que em diversas ocasiões estavam a mostrar sinais de cansaço. Não sabemos porquê, mas acredito que o peso da jornada anterior estava a notar-se em ambas as equipas.
As equipas recolheram para o intervalo com a vantagem de 1-0 para o SL Benfica num jogo em que não houve muito para contar ou emoção para retirar do mesmo. As ideias de ambas as formações percebiam-se quais eram, mas faltava conseguirem impor as mesmas em pleno campo. Pedia-se mais a Benfica e Portimonense e assim havia o desejo que voltassem para a segunda parte para tornar o jogo mais apelativo.
Ao que parece, os jogadores benfiquistas concederam-nos o pedido. O Benfica entrou e, não há como dizer de outra forma, marcou! Aos 46 minutos, depois de um grande lance de perigo na área do Portimonense onde a bola foi parar à barra, eis que surge o segundo golo do Benfica: Grimaldo cruza para Rúben Dias que levou a bola ao fundo das redes da baliza adversária. Agora restava para ver se, à semelhança do primeiro, o golo viria a adormecer o jogo.
Pelos vistos não ou, pelo menos, por enquanto. Aos 53′, Cervi serve Chuiquinho pela esquerda. O número dezanove ainda tenta o remate, mas Ricardo Ferreira nega a oportunidade de criar maior perigo. Aos 59′ foi a vez da equipa de António Folha ameaçar: Lucas Fernandes, através de um livre batido pela esquerda, testa a atenção de Odysseas. A bola vai em arco e com efeito, mas, ainda assim, o guarda-redes defende sem grande problema.
Por esta altura, o Portimonense era uma equipa sem vontade, apática e com transições muito lentas e, após um mau passe por parte da equipa alvinegra, as águias chegam mesmo ao 3-0 (63′). Grimaldo faz um passe a rasgar para Vinicius que, com toda a eficácia, faz o golo. Vinicius ganhou-lhe o gosto e, passados dois minutos, lá está ele a dar mais dores de cabeça à equipa algarvia. Após um passe de Chiquinho, e com a defesa do Portimonense completamente adormecida, Vinicius marca o segundo da noite e o quarto para o SL Benfica.
Não se enganem. O Benfica estava a marcar mais golos do que aquilo que realmente estava a jogar. Claramente que os adeptos querem é golos, mas o conjunto de Bruno Lage estava a ser muito mais eficaz e pragmático do que propriamente a jogar bem e bonito. Aos 80′, valeu ao Portimonense Ricardo Ferreira que negou a mão cheia do Benfica a Gedson. A bola ainda rasou o poste, mas a sorte não estava com os de Portimão.

Onzes Iniciais e Substituições:
SL BenficaOdysseas Vlachodimos (GR), André Almeida, Rúben Dias, Jardel, Grimaldo, Samaris, Gabriel (Jota, 81′), Gedson, Cervi, Chiquinho (Pizzi, 72′) e Vinicius (Seferovic, 67′)
Portimonense SC – Ricardo Ferreira (GR), Rodrigo, Jadson, Lucas Possignolo, Koki Anzai, Lucas Fernandes (Rômulo, 72′), Pedro Sá, Hackman (Fernando, 79′), Bruno Tabata, Aylton Boa Morte (Marlos, 57′) e Iury Castilho

A Figura
Vinicius Dois golos dos quatro tentos do SL Benfica. E tudo isto em dois minutos! É preciso dizer mais alguma coisa? Vinicius esteve particularmente bem hoje em noite de Primeira Liga. Nota positiva para Chiquinho, Cervi e Grimaldo que cumpriram também com aquilo que lhes competia ou, quem sabe, até mais esta noite.

O Fora de Jogo
Tabata Não apareceu em jogo. Para além do ataque do Portimonense estar muito apagado, o jogador pouco ou nada se mostrou dentro de campo e nós bem sabemos que tem qualidade para o fazer.

SL Benfica
Bruno Lage
Não foi possível fazer questões ao treinador do SL Benfica.

Portimonense SC
BnR: Defensivamente, acabava por ter, em alguns momentos do jogo, um linha com cinco defesas. O que quis fazer no jogo com esta solução?
António Folha: Nós já no último jogo jogámos assim.Também porque perdemos alguns médios de qualidade que nos permitiam jogar num outro sistema. Mas este já foi um sistema que jogámos. Ainda no último jogo jogámos assim. Não foi uma tática específica para o jogo de hoje. Foi mais por ver aquilo que eu tenho melhor neste momento por causa das lesões como o Dener ou o Paulinho que nos fazem falta. Foi mais adaptar as armas que tínhamos no momento. Podíamos ter ganho e estamos contentes com o que vimos. Por isso, foi uma continuidade do sistema e não porque viemos ao Benfica jogar."