sábado, 19 de outubro de 2019

Goleada...

Benfica 14 - 0 Herringen

Resultado esperado contra os amadores alemães... Na próxima jornada vamos a Itália jogar com o Sarzana, jogo importante, pois com o Barcelona no grupo, não podemos ter 'descuidos' com 'terceiros'!!!

Amanhecer vitorioso!!!

Benfica 2 - 1 Sporting


Vitória moralizadora, contra uma equipa mais velha, fisicamente mais forte, que estava invicta, mas hoje perdeu...
A equipa está a 'assentar' jogo, estamos de facto a jogar melhor... hoje o Morato foi um bom reforço, mas do outro lado, houve vários jogadores supostamente do plantel principal dos Lagartos a jogar!!!

Mais uma arbitragem inacreditável: o Ronaldo tenta fintar um matacão adversário, leva uma cotovelada mesmo à frente do apitadeito, penalty claro... e segue jogo!!!

Novas gerações: futuro garantido no Seixal

"Nuno Tavares, Tomás Tavares, Jota, David Tavares, Úmaro Embaló, Pedro Álvaro, João Ferreira, Tiago Dantas, Gonçalo Ramos, etc. Assim como em Portugal, de forma geral, a academia do Seixal não peca pela falta de talento, e muito dele está às portas da equipa sénior. Olhando em perspectiva para as equipas encarnadas, é inegável que é na equipa B (exceptuando os jogadores já inseridos na equipa de Bruno Lage) que está concentrado o maior número de jogadores de qualidade e os que geram mais mediatismo. No entanto, não podemos limitar a nossa visão apenas à equipa B. Em todas as equipas de formação, o Benfica tem diversos jogadores de imensa qualidade e com um futuro muito promissor. É justamente deles que irei falar hoje, fazendo um resumo muito ligeiro das suas qualidades. Irei focar-me sobretudo nos sub-19 e nos sub-23 (apenas com uma excepção), e apresentarei, na minha opinião, alguns dos mais promissores jogadores destes escalões. Peço desde já perdão se não incluir um determinado jogador, mas o talento é muito abundante no Seixal.

Rafael Brito
Esta é precisamente a excepção a que me referia. Apesar de alinhar já na equipa B, decidi incluir o jogador face à sua tenra idade (apenas 17 anos) e por achar que é merecedor de um maior reconhecimento. Rafael Brito é um jovem jogador, pertencente à grande geração de 2002 dos encarnados. Alinha normalmente a médio defensivo, a sua melhor posição, mas é conhecido pela sua polivalência, já tendo actuado a defesa central e defesa esquerdo, no entanto com menor brilhantismo. Rafael Brito é um jogador extremamente inteligente na leitura do jogo e na tomada de decisão. A capacidade de passe do jogador é essencial para uma equipa que constrói o jogo a partir de trás, como o Benfica. É também bastante forte no transporte de bola, o que o torna um jogador versátil no momento de transição.
Tem tudo para evoluir na equipa B e afirmar-se no patamar de sénior, num médio-curto espaço de tempo. Com a baixa forma de Samaris e a inadaptação de Fejsa ao modelo de jogo de Bruno Lage, Rafael Brito pode ser opção mais cedo do que o esperado. É já internacional sub-19 pela selecção das quinas.

Filipe Cruz
Filipe Cruz é um lateral direito, de 2002, e é mais um atleta que vai oscilando entre juniores e sub-23. O jovem lateral, de apenas 17 anos, é conhecido pela polivalência, podendo alinhar também a lateral esquerdo ou mesmo a extremo direito, posição onde começou a sua formação. No capítulo defensivo, Filipe Cruz é um jogador muito difícil de ultrapassar, pois, apesar de não ser muito possante, é muito agressivo defensivamente e é extremamente veloz. No computo ofensivo, o jovem lateral, que entra agora no seu primeiro ano de júnior, é igualmente competente e eficaz. A sua melhor característica é, sem dúvida, o facto de poder ser considerado um atleta quase ambidestro. Esta capacidade permite ao jogador cruzar de forma positiva com ambos os pés, algo muito raro num lateral, mas também lhe traz opções, como o remate com o pé esquerdo ou uma maior procura do jogo interior. Com a bola nos pés, é igualmente veloz e tem uma boa capacidade de um-para-um, perdendo muito poucas vezes a posse de bola. Filipe é ainda um dos marcadores de serviço das bolas-paradas.
Para mim, Filipe Cruz é o próximo “grande lateral” a sair da academia do Seixal, podendo passar à frente de João Ferreira. O jogador beneficiou bastante com a descida no terreno, mas ainda tem muita margem de progressão na sua “nova” posição. Filipe Cruz é uma escolha habitual na selecção de sub-17, comandada por José Guilherme.

Paulo Bernardo
Mais uma “jóia” da geração de 2002. Paulo Bernardo é um médio ofensivo que vai alinhando entre os sub-23 e os sub-19. É um jogador absolutamente fundamental na organização ofensiva da equipa, contribuindo muito com a sua ótima leitura de jogo e excelente capacidade na execução. Contudo, o jogo do jovem jogador não se limita à distribuição, pois Paulo Bernardo é muito forte na chegada a zonas de finalização, onde faz uso do seu bom remate para faturar com alguma frequência. A sua elevada qualidade técnica é ainda uma das “armas do seu arsenal”, sendo muito forte no um-para-um. O jogador dá, obviamente à escala, “ares” de Rui Costa quando entra em campo. Paulo Bernardo movimenta-se muito pelo terreno podendo aparecer no centro do terreno (mais recuado ou mais perto das zonas de finalização) ou nas alas.
Dentro de pouco tempo o jogador deverá ingressar nos trabalhos da equipa B, onde continuará a sua evolução de forma progressiva. Um jogador de enorme qualidade, um dos mais promissores do Seixal. Numa altura em que falta um verdadeiro médio ofensivo que ligue a linha média ao último terço, na equipa A do Benfica, o carácter promissor de Paulo Bernardo parece ainda mais apelativo. É já internacional sub-19 por Portugal.

Ronaldo Camará
Sem dúvida um dos jogadores com mais qualidade da formação do Benfica e, para mim, a maior “jóia” do Seixal. Ronaldo Camará tem apenas 16 anos, mas alinha já, como médio ofensivo, na equipa de sub-23, onde enfrenta adversários até sete anos mais velhos do que ele. No entanto, esta diferença etária não é nem um pouco percetível, pois o jogador joga de uma forma que não faz, de todo, transparecer a sua falta de experiência. O ainda muito franzino Ronaldo Camará compensa a falta de poder físico com uma capacidade técnica muito acima da média. O luso-guineense é um médio centro extremamente criativo, conseguindo, literalmente, fazer tudo o que pretende com o esférico. A sua qualidade de passe – tanto curto como longo – é excelente; muito disto deve-se à sua excelente visão de jogo e ao elevadíssimo QI futebolístico do qual já dispõe. Ronaldo Camará é ainda incrivelmente jovem e muito pode ainda acontecer na sua carreira, mas que tem um potencial gigantesco é inegável.
Muitos jogadores caracterizam-se, no início das suas carreiras, pela vertigem, pelos grandes golos ou momentos individuais, mas têm sérias lacunas nas competências básicas do jogo. É aqui que Ronaldo Camará se distingue dos demais. O jogador é exímio na recessão e no passe, compreendendo o jogo como poucos. Resumindo: Ronaldo Camará aparenta fazer tudo de forma competente em todas as áreas do jogo. Tem tudo para ser muito bem-sucedido ao mais alto patamar. Irá ainda, provavelmente esta época, bater o recorde de João Félix, como o jogador mais jovem de sempre a alinhar na equipa B. Já representou a selecção de sub-17 por cinco ocasiões.

Henrique Jocu
Henrique Jocu é um médio defensivo, da geração de 2001, que vai alternando entre a Liga Revelação e o Nacional de Juniores. Jocu é um autêntico “polvo” no meio campo. A sua noção de posicionamento defensivo e leitura do espaço é já bastante avançada e permitem ao jogador estar sempre no sítio certo à hora certa. O jogador tira imenso proveito destas qualidades sendo igualmente exímio no momento do desarme e na antecipação. No momento de construção, o jovem luso-guineense é extremamente competente. A sua visão de jogo é muito apurada conseguindo fazer o esférico chegar, em excelentes condições, aos seus colegas de forma curta ou longa. Henrique Jocu não é, de longe, um dos jogadores que gera maior atenção, fruto de não ser um jogador muito vistoso, mas pode vir a ser extremamente bem-sucedido ao mais alto patamar, pois dispõem das ferramentas físicas e mentais necessárias para tal.
No que diz respeito ao capítulo defensivo, Jocu aparenta ser um “novo Florentino” em desenvolvimento, mas tem, na minha opinião, mais qualidade na construção e na compreensão do momento ofensivo. Muita atenção a este “menino” que já representa a selecção de sub-19.

Jair Tavares
Jair Tavares, mais um integrante da geração de 2001 e da geração “Tavares”, é um extremo, preferencialmente esquerdo, que tem vindo a captar a atenção com as suas exibições nos sub-23 e na Youth League. Jair é um jogador muito potente e explosivo a nível físico, dando sempre muito uso à sua excelente velocidade com a bola controlada. Tecnicamente é muito evoluído, tendo uma enorme facilidade em ultrapassar o adversário em drible curto ou em velocidade. Jair tem o que falta a muitos extremos em desenvolvimento: golo. É um jogador muito competente em frente à baliza, tendo a rara capacidade de finalizar bem com ambos os pés (marca um golo, sensivelmente a cada dois jogos). Os movimentos característicos de Jair são diagonais vindo das alas para dentro à procura do remate.
O jovem extremo é primo de Renato Sanches e, apesar de jogarem em posições completamente distintas, é possível detectar algumas semelhanças a nível físico, nomeadamente na explosão. Um dos talentos mais intrigantes na academia do Seixal, Jair Tavares representa a selecção de sub-19.

Samuel Soares
Samuel Soares é um jovem guarda redes, de apenas 17 anos. O jovem entrou apenas esta época no seu primeiro ano de júnior, no entanto, vai já impressionando com as suas exibições. Samu, como é conhecido, é um guarda redes muito reactivo e veloz na saída dos postes e possui uma excelente noção do controlo da profundidade, uma capacidade indispensável num guardião de uma equipa que joga habitualmente com uma defesa mais subida. Dentro dos postes, Samu é igualmente reactivo e pode contar com os seus reflexos felinos para negar o golo aos adversários. O jovem guardião contribui também de forme bastante aceitável na construção, sendo muito competente a jogar com os pés, iniciando muitas vezes contra-ataques perigosos.
Samu é, para mim, juntamente com Celton Biai e potencialmente Leo Kokubo, a maior promessa das balizas do Seixal. Samu já treinou com a equipa A dos encarnados e acabou mesmo por ser inscrito na Liga. O jovem já representou a selecção de sub-19 por uma ocasião e é já um habitue na selecção de sub-17.

Tiago Araújo
Tiago Araújo é um jovem extremo esquerdo, de 2001, que vai alinhando ao serviço da equipa de sub-23 dos encarnados. Tiago é um extremo muito vertical, com uma velocidade extrema, com e sem a bola dominada. Tiago Araújo é um jogador dotado tecnicamente e muito forte no momento de transição. Com bola no pé é, como já referi, muito rápido, mas o seu jogo está longe de ser limitado. O jovem internacional sub-18 tem uma capacidade anormal de cruzamento, conseguindo servir, com o seu excelente pé esquerdo, os companheiros dentro grande área. A nível defensivo, contribui sempre com uma pressão ofensiva elevada, mas é também capaz de fazer boas transições defensivas e apoiar o seu lateral. Tiago é igualmente um excelente batedor de bolas-paradas.
Pondo em perspectiva as suas características, Tiago é um extremo de muito boa qualidade, mas creio que tinha condições e qualidades para se tornar um lateral de excelência. Depois da geração “Tavares” parece estar a aparecer a geração “Araújo” do qual Tiago faz parte. Tomás Araújo, defesa central, e Henrique Araújo, um dos melhores projectos de avançado no Seixal, completam esta geração homónima.

Outros nomes
Atenção ainda a Silton Bacai, extremo rápido e finalizador, Diogo Prioste, protótipo de um médio criativo e Hugo Félix, um falso 9 muito dotado tecnicamente, semelhante ao seu irmão, João Félix. Os três jovens pertencem à geração de 2004.
Martim Neto, outro médio criativo (tipologia de jogador bastante abundante no Seixal) e João Resende um avançado goleador que chega este ano ao Benfica vindo do Vitoria Sport Clube. Os dois jogadores pertencem à geração de 2003.
Diogo Nascimento, um pequeno criativo que lembra Daniel Bragança, e Gerson Sousa, um extremo fortíssimo no desequilíbrio, ambos pertencentes à geração de 2002. E por fim, Tiago Gouveia, um extremo virtuoso proveniente da geração de 2001.
É por demais evidente que nem todos os jogadores anteriormente referidos vão chegar à equipa principal do Benfica, e nem sequer é certo que se sejam totalmente bem-sucedidos enquanto jogadores profissionais, mas o que não é passível de debate é que apresentam todos um elevadíssimo potencial, o que prova que o Seixal tem jogadores de qualidade para anos a fio. O futuro está assegurado."

Duas frases de Borisov

"O primeiro-ministro búlgaro, Boyko Borisov, obrigou o presidente da federação de futebol a demitir-se na sequência das ofensas racistas dos adeptos à Inglaterra, escrevendo no Twitter: «Peço a Borislav Mihaylov que se demita imediatamente. É inaceitável que a Bulgária, um dos países mais tolerantes do mundo, no qual pessoas de diferentes etnias e religiões convivem em paz, seja associado a racismo e xenofobia». Tem, claro, razão no que aponta. Mas, já agora, para que vejamos as coisas em perspectiva, recupero uma ideia que o li num livro de título McMáfia, de 2008, sobre o crime organizado e suas ramificações; é uma obra do reputado jornalista e historiador britânico Misha Glenny, que cita a seguinte frase do mesmo Boyko Borisov, à data ministro da Administração Interna da Bulgária, depois de, especialista em artes marciais, ter aproveitado, segundo muitos críticos, o controlo intimidatório de uma empresa de segurança para ascensões políticas: «Ao surgirem nos primeiros anos da década de 90, foi no início da guerra que os grupos búlgaros de crime organizado começaram por contactar com os seus parceiros jugoslavos. Tiveram um grande choque. Os nossos homens estavam apenas a brincar aos gangsters, enquanto os jugoslavos já matavam e roubavam a sério, na Europa, havia décadas. Eram verdadeiramente agressivos e, ainda hoje, se quisermos matar alguém na Búlgaria, de forma fiável e mais em conta, então contratamos um sérvio. São os melhores assassinos».
Claro que se admite que o Borisov descrito no livro, com o tempo, tenha abordado a política búlgara com ideias mais serenas, ou até que o referido conhecimento fosse genérico e não de causa, mas o que me parece claro é que quando duas frases assim são associados à mesma pessoa, acreditar que qualquer violência no futebol é um problema do futebol é de uma inocência embaraçosa."

Miguel Cardoso Pereira, A Bola

Noite de gala para o Zidane dos pobrezinhos: atirou os corpos dos adversários para a cova dos eliminados sem piedade

"Zlobin
Por um lado ainda não teve intervenções que nos levem a concluir que estamos perante um guarda-redes de eleição. Por outro, não fez nada que nos leve a considerá-lo um novo Svilar. Menos mal. 

Tomás Tavares
A sua cabeleira ondulante a níveis razoáveis, curiosamente num jogo em que pareceu ter um adversário mais à sua medida para esta fase da carreira. Enquanto for assim, não corre o risco de chegar ao final do jogo com uma tosquia à máquina zero.

Jardel
Muito bem. Era muito mais fácil ficar em casa a ver a telenovela, mas não, Jardel calçou as chuteiras e pôs-se no cacilheiro a caminho de mais um jogo. É importante que ele saia de casa e esteja com os amigos. Não podemos deixar que o envelhecimento e o cansaço levem a melhor. Ferro Apesar da competência exibida, a sua melhor intervenção esta semana foi quando pegou numa caneta e renovou contrato.

Grimaldo
Quem diria que o nosso lateral esquerdo faria tão boa figura no corredor central? Aqui pode liderar a manobra ofensiva, libertando espaço para outras combinações no seu flanco natural, tudo isto sem a preocupação de que os adversários organizem uma festa de baile nas suas costas. Não que ele tenha sempre essa preocupação, mas vocês perceberam.

Samaris
Ainda que o adversário não fosse dos mais acutilantes, Samaris voltou a mostrar argumentos que cimentarão a perplexidade dos adeptos quando for novamente avistado na bancada, desta vez a celebrar o nosso 6-0 ao Portimonense...

Gabriel
Mais uma noite sem se lesionar. Eu não teria arriscado a sua presença em campo, mas também é verdade que o Benfica, clube com 26 taças de Portugal, conquistou apenas 5 nos últimos 30 anos, facto que nos deveria envergonhar e desencadear uma nova campanha publicitária com o hashtag #Rumoà27. Pensando bem, talvez devêssemos colocar o melhor onze nestes jogos e o pior na Champions. Neste caso temos mais hipótese de fazer qualquer coisa decente.

Caio Lucas
Parece saído da linha de montagem que em 2015 produziu um milhão de jogadores medianos, entre os quais um Mehdi Carcela-Gonzalez, exemplar de nome intrigante que foi adquirido pelo Benfica e depressa se tornou um ídolo para milhões de apaixonados pela mediania.

Pizzi
Noite de gala para o Zidane dos pobrezinhos, que abriu o livro e atirou os corpos dos adversários para a cova dos eliminados sem qualquer piedade. No dia em que tiver de explicar aos meus filhos o que é que o pai fica a fazer no computador depois dos jogos do Benfica, vou mostrar-lhes este trocadilho. 

Raul de Tomás
A sua vontade de marcar sobrepôs-se ao desejo de viver no lance do segundo golo da partida. É disto que nós precisamos, desde que Raul sobreviva.

Vinicius
Apesar de ainda ter apanhado Pizzi no ranking de melhores marcadores, Vinicius vai-se fazendo, não só pelos golos mas também naquilo que parece capaz de construir com os colegas. Ontem liderou destacadíssimo o ranking de movimentos associativos que vão safando avançados contratados por valores discutíveis com a ajuda do Mendes.

Gedson
O seu programa de reintegração na vida activa continua a decorrer. Quase arrancou um golo do meio-campo que levantaria as bancadas, vá, aqueles 3 degraus do estádio do Cova da Piedade.

Florentino
É bom vê-lo em campo novamente. Que Deus cuide de ti neste regresso, já que os nossos médicos e/ou preparadores físicos não parecem reunir condições.

Cervi
Não é um suplente de luxo, mas também não é nenhuma Primark. Mostrou que merece mais oportunidades."

CD Cova da Piedade 0-4 SL Benfica: Algum dó mas pouca Piedade

"Para este primeiro jogo na Taça de Portugal o Bruno Lage optou por reeditar a dupla Gabriel/Samaris, lançar a dupla ofensiva RDT/Vinicius e também por dar a titularidade a Caio Lucas. Já o Jorge Casquilha, com uma equipa muito limitada, optou reconhecer a superioridade encarnada. Assim abdicou da tentação de ganhar o meio-campo e lançou uma equipa a actuar com 5 defesas, de forma a tentar anular os dois pontas de lança do SL Benfica.
A primeira parte trouxe-nos um jogo muito morno. Sem se exibir a grande nível o SL Benfica foi sempre estando por cima com maior dominio da bola, maior capacidade de pressão e melhor gestão dos tempos de jogo. O CD Cova da Piedade foi uma equipa mais expectante e apostada em ferir a defesa encarnada através de arrancadas pelas alas dos seus extremos – Vitinho e Femi Balogun. 
Durante o primeiro tempo foi só mesmo através destes dois jogadores que a equipa da casa conseguiu ir criando alguns sustos mas sem nunca ser capaz de chegar com a bola dominada a zonas de finalização. Já o SL Benfica, sem forçar muito, foi encontrando espaços para finalizar e testar os reflexos do guardião Tony Baptista.
As maiores oportunidades estiveram nos pés de Pizzi e Vinicius que só com o guarda-redes pela frente não conseguiram finalizar. Contudo, já ao cair do pano, num lance individual do transmontano apoiado em tabelinha pelo brasileiro, o SL Benfica conseguiu adiantar-se no marcador. Golo do Pizzi e assistência do Vinicius.
No jogo do SL Benfica foi de destacar a tentativa tanto do Caio Lucas como do Pizzi em procurar o espaço interior de forma a tentar criar ligações entre o meio-campo e o ataque encarnado.
O jogo foi para intervalo com um Benfica superior mas pouco brilhante e com um 0-1 timido mas que coloca alguma justiça ao marcador.
O segundo tempo arrancou praticamente com o segundo golo encarnado – também segundo golo do Pizzi. Uma recarga à entrada da área ao minuto 48 pôs fim a esta eliminatória da Taça de Portugal. Nem deu para perceber as intenções de Jorge Casquilha ao lançar ao intervalo o Gustavo para o lugar do Balogun.
O CD Cova da Piedade tentou reagir com o lançamento do médio Diarra para o lugar do Massaia, desfazendo assim o trio de centrais e reforçando o meio-campo. Mas o estrago já estava feito. E não demorou para que também o Vinicius fizesse o gosto ao pé.
Estes últimos 45 minutos foram de total controlo do SL Benfica. Posse de bola, pressão sobre o adversário, criação de oportunidades. A equipa da casa nada mais conseguiu oferecer ao jogo até ao apito final.
Com o lançamento de Florentino e Gedson a jogo o Bruno Lage garantiu que o adversário não teria nem bola nem espaço para tentar surpreende. Destaco o posicionamento do Grimaldo que trouxe uma criatividade diferente ao ataque encarnado. É que o lateral esquerdo neste segundo tempo não só subiu mais como frequentemente se colocou na posição de 10, tanto a dar linha de passe como a abrir espaços para os atacantes.
Aos 90+1 ainda deu tempo para o Carlos Vinícius bisar e fechar o resultado num 0-4.
Vitória justíssima onde o Sport Lisboa e Benfica comprovou não ter de se superar para dominar este Clube Desportivo da Cova da Piedade.

Onzes Iniciais e Substituições
CD Cova da Pierdade: Tony Baptista, Oto’o , Marcão, Allef, Massaia (B.Diarra 56′), Chico Chen, Marakis, André Carvalhas Balogun (Gustavo Souza 45′), Vitinho e Yuhao Liu (Edinho 62′). SL 
Benfica: Zlobin, Tomás Tavares, Jardel, Ferro, Grimaldo, Samaris (Florentino 70′), Gabriel, Pizzi (Cervi 74′), Caio Lucas (Gedson 64′), Raul de Tomas e Vinicius.

A Figura
Tony BaptistaApesar do muito bom jogo do Vinicius o meu destaque vai para o guardião brasileiro. O guarda-redes do CD Cova da Piedade apesar dos golos sofridos conseguiu demonstrar sempre muito concentração na abordagem aos lanes e frieza e inteligência na saída dos postes. Além disso, deve-se a ele o facto de não ter existido uma goleada com números mais expressivos, sendo que por pouco não evitou a abertura do marcador ao fechar a primeira parte.

O Fora de Jogo
Caio Lucas Teoricamente um jogador rápido, criativo e muito apurado tecnicamente, mas que continua sem afirmar esses atributos em solo português. Hoje teve a oportunidade de ser titular contra uma equipa do segundo escalão e em momento algum conseguiu fazer a diferença. Sai aos 64 minutos e não me recordo de uma única vez que tenha conseguido ultrapassar um adversário com a bola controlada."

Cadomble do Vata

"1. O futebol português está cheio de fenómenos estranhos... por exemplo: existe um jogador chamado Chico Chen, mas não joga no Sporting CP.
2. Foi uma bela noite para re-encontrar velhos conhecidos que não viamos há muito tempo... o Edinho, o Samaris e o Goleada.
3. Já sabíamos que Raul de Tomas esta a ter dificuldades em marcar golos, mas hoje ficou demonstrado que também não está a ser fácil a integração no plantel... levou uma patada na cabeça nos descontos da primeira parte, esteve 15 minutos no balneário com a equipa e só quando se preparava para da o pontapé de saída do segundo tempo é que o Pizzi foi tentar saber porque tinha a marmita toda embrulhada.
4. Lage mandou Gedson aquecer ao intervalo mas não estava a pensar mete-lo em campo logo no reinicio da partida.. simplesmente não o queria no balneário a fazer inveja ao Raul, com aquela esponja protectora que tem na cabeça
5. Aquele último golo foi a maneira perfeita de acabar a noite... não só porque arredondou a goleada, mas também porque foi alcançado através de um boJordão de elegante efeito."

Vermelhão: Início da caminhada para o Jamor...

Cova da Piedade 0 - 4 Benfica


Regresso de 'férias' com uma vitória gorda, num jogo que até começou 'dividido' (com o visitado motivado pelo resultado de ontem do Alverca, seguramente...), mas por volta dos 15 minutos, o Benfica 'pegou' na partida, dominou o jogo, e quando o golo chegou nos descontos do 1.º tempo, já veio tarde, pois já tínhamos criado várias oportunidades para marcar... mesmo jogando algo lento, e com pouca criatividade...
Na 2.ª metade, fomos mais pressionantes, fomos mais rápidos, fomos mais imprevisíveis... foi um autêntico festival do remate, quase sempre de longe, mas com muito trabalho para o 'goleiro' adversário... com os golos a aparecerem naturalmente!
Não se deve tirar muitas ilações individuais deste tipo de jogo, pois o nível do oponente, acaba sempre por 'facilitar' alguma coisa! O Cova até tentou 'fechar' as linhas de passe interiores, mas após o 2.º golo perdeu a 'esperança' e fisicamente acabou por ceder...
Mesmo assim, deu para dar minutos minimamente competitivos a muitos jogadores do Benfica, que nas últimas 3 semanas não jogaram, perdendo ritmo de jogo... e foi mesmo por isso, que o Lage acabou por 'rodar' pouco, só o Rúben e o Seferovic foram mesmo poupados, porque jogaram 'muito' nas respectivas Selecções (o caso do Ody é diferente, é uma questão de dar minutos ao Zlobin).
E ainda deu para 'marcar' o regresso do Tino, após quase dois meses de fora por lesão... e tanta falta nos tem feito!!!
O Vinícius foi claramente o destaque... pelos golos que marcou, e pela assistência para o 1.º golo! Neste momento, dos 3 avançados, é claramente aquele que está mais 'afinado' com a baliza, sem qualquer dúvida... O R.d.T voltou a fazer um jogo interessante 'longe da baliza' mas o golo continua a fugir!!!
Para Quarta-feira, com o Lyon tudo será diferente. Teremos o regresso do Ody e do Rúben e muito provavelmente do Seferovic... Falta saber se o Almeidinhos e o Rafa terão aptos, o Almeida é provável, o Rafa não acredito!!! Também existe a dúvida, sobre quem será o '6': o Tino, o Fejsa ou o Samaris!!!
Jogue quem jogar, estamos obrigados a ganhar, por todas as razões do mundo...!!! Não será fácil, a recente mudança de treinador do Lyon não nos irá 'ajudar', bem pelo contrário... o novo treinador, tem um curriculum de 'gostar' de jogar em contra-ataque, montando geralmente equipas bastante cínicas!

Vitória em Vale de Cambra...!!!

Azeméis 2 - 6 Benfica

Vitória tranquila no regresso ao Campeonato... Estes 'regressos' após viagem Europeias podem ser perigosos, mas desta vez correu tudo bem (menos o sorteio!!!), acabámos por sofrer os dois golos somente nos últimos minutos, quando já estava 0-5 no marcador!
Destaco o facto do Roncaglio ter sido o NFL a ficar de fora...

Jogar a pensar no Jamor

"O jogo contra o Cova da Piedade não é feito a pensar na Liga dos Campeões contra o Lyon. È jogado a pensar em estar no Jamor em Maio.

Hoje o Benfica joga contra o Cova da Piedade no José Martins Vieira, só este facto convoca-me para o melhor do futebol da minha infância. Quando era miúdo comecei a ver o Benfica, deslocava-me ao Adelino Ribeiro Novo para jogar contra o Gil Vicente, ao Vidal Pinheiro para jogar contra o Salgueiros, ao José Dias da Silva para jogar contra a Riopele, ao Mário Duarte para jogar contra o Beira-Mar ou ao António Coimbra da Mota para jogar contra o Estoril. Hoje restam poucos que mantêm a patine da história, a gratidão das terras e mostram pergaminhos em vez dos cifrões.
Há até quem admita trocar o nome José de Alvalade, pelo nome de um talento de inegável qualidade, jovem benfiquista, hoje jogador predestinado que faz maravilhas com a bola nos pés, envergando diferentes camisolas.
A expressão vender o nome do estádio, normal na gíria do economês dos tempos ditos modernos é, por si só, uma prostituição da alma encapuçada. O nosso nome não se vende, escolher-se.
Se o futuro não perceber a razão da paixão pelo jogo e pelos emblemas então mata a galinha dos ovos de ouro, não vende nada e estraga tudo. Para mim jogar no José Martins Vieira (antigo capitão do Cova da Piedade) e já um ponto a favor do Cova da Piedade. O futebol é também o imaginário que dele temos e a forma como o vamos construindo.
De regresso ao jogo, espero começar na Taça de Portugal um ciclo proveitoso nesta enxurrada de jogos que vamos iniciar. Muitos jogos em vários dias e para todas as competições como só pode acontecer nos maiores emblemas com os mais ambiciosos objectivos. O jogo contra o Cova da Piedade não é feito a pensar na Liga dos Campeões da próxima quarta feira frente aos franceses do Lyon, é jogado a pensar no Jamor e na vontade de lá estar em Maio a subir a escadaria da Tribuna Presidencial.
Nenhuma razão de queixa por ter agenda repleta, várias razões de jubilo. Recuperar os lesionados é uma tarefa que parece ficar gradualmente concluída e aumenta a nossa confiança.
O Benfica venceu no passado fim-de-semana a Supertaça de Voleibol. A sétima em oito anos, demonstra bem a aposta e domínio na modalidade feita ao longo da última década. Parabéns ao voleibol do Benfica."

Sílvio Cervan, in A Bola

Racistas fora do futebol

"No início desta semana, durante os jogos de apuramento para o europeu de 2020, a Inglaterra foi jogar à Bulgária. E tudo o que poderia ser bonito num clássico entre duas selecções cheias de história transformou-se numa lixeira a céu aberto. Ainda na primeira parte, o encontro foi interrompido por insultos racistas. E voltaria a acontecer mais à frente. Das bancadas dos adeptos búlgaros vinham cânticos trogloditas e saudações nazis.
Os jogadores e equipa técnica inglesa falaram entre si e continuaram a jogar, acabando por golear por seis a zero uma selecção búlgara que envergonha a história do futebol nesse país. Não só a Bulgária poderia ter perdido por mais, como de facto merecia ter saído do relvado com uma derrota ainda mais humilhante e pesada.
No final, Kasemir Balakov, antiga lenda do futebol daquele país e estrela do campeonato português (que é agora seleccionador da Bulgária), desmentiu os cânticos e acusou os ingleses e a Inglaterra de serem racistas. E os jornalistas búlgaros contrariaram o seleccionador inglês, Gareth Southgate, afirmando que não se tinha assistido no estádio a qualquer comportamento incorrecto por parte dos adeptos búlgaros.
Aquilo a que assistimos nesta semana foi sujo, criminoso, nojento, sem nível e não merece fazer parte do futebol. Racistas, e outros xenófobos que tais, têm de ser afastados do desporto. Não têm lugar nas bancadas, na comunicação social ou nos relvados. E não podem ser desculpados ou tratados com paninhos quentes. Gente dessa não interessa a ninguém."

Ricardo Santos, in O Benfica

Benfica, leva-me ao Jamor!

"O leitor conhece aquele dilúvio que levou Noé a construir uma arca e abrigar dois animais de cada espécie para garantir a sua sobrevivência? Comparado com a última final do Benfica no Jamor, esse dia até estava bom para ir à praia comer uma bola de berlim e dar um mergulho. O Benfica vai iniciar mais uma caminhada na Taça de Portugal, e eu quero estar no Jamor. Quero estar preso no trânsito para chegar ao estádio, ficar à rasca para encontrar estacionamento, comer bifanas temperadas com vinho branco, limão e pó da mata, esperar cinco dias na fila para aceder às bancadas e ver tão bem a baliza do outro lado do campo como a Torre Eiffel desde minha casa. Uma final da Taça de Portugal é uma experiência fascinante. O Cova da Piedade, apesar de disputar a Segunda Liga, tem do seu lado jogadores experientes e com currículo na prova-rainha. Edinho jogou os 90 minutos quando a Académica bateu o Sporting na final de 2012, e Sami fazia parte do plantel do D. Aves que há dois anos também superou os leões no Jamor. Portanto, quem vai seguramente sair a ganhar deste duelo é o Sporting, uma vez que vai ficar já pelo caminho um emblema com potencial para fazer mossa: uma equipa onde estão dois jogadores de péssimas recordações para os sportinguistas ou uma equipa que há dois meses os goleou por 5-0.
Depois, o desafio que se segue é o Lyon, na Liga dos Campeões. No último confronto entre os dois clubes, o Fábio Coentrão ainda era um homem feliz (lembram-se daqueles dois golos?), o que significa que esse encontro já lá vai cinquenta anos. A última vitória europeia do Benfica parece que já vai há dez. Quarta-feira é para ganhar, sem desculpas."

Pedro Soares, in O Benfica

Mulheres à Benfica

"O século XXI será - esperamos e desejamos - o século da igualdade entre homens e mulheres.
Nesse contexto, o Benfica, enquanto maior clube português, não podia deixar de estar na vanguarda promoção do desporto feminino, construindo equipas competitivas em todas as modalidades. O hóquei e o futsal são já dominantes. O basquetebol está finalmente a afirmar-se. O atletismo também parece agora mais perto de vencer. O andebol, recém-chegado ao escalão maior, leva por vitórias as partidas realizadas. O polo aquático já conquistou a Supertaça. O râguebi mantém-se competitivo. Enquanto o voleibol vai trilhando o seu caminho rumo à 1.ª divisão. Ainda jovem, o futebol segue imparável. Desde que foi criada a secção, as nossas brilhantes jogadoras disputaram 40 partidas, venceram 38, marcaram 500 golos e sofreram apenas 6. Subiram de divisão, ganharam a Taça de Portugal, e já nesta época também a Supertaça. Ou seja, tudo. Há mesmo quem diga que o plantel está sobredimensionado face à realidade do futebol feminino português. Não sei, mas cabe às adversárias, e não ao Benfica, desmentir a afirmação. Amanhã, em pleno Estádio da Luz, tem lugar o primeiro confronto oficial entre as equipas femininas principais de Benfica e Sporting. Que, espera-se, corresponda também à nossa primeira vitória. Tenho para mim que é por esta via - a vertente feminina - que o futebol tem mais por onde crescer. E não me admirava que dentro de algumas décadas (ou até menos) elas enchessem estádios e movessem multidões à semelhança do que acontece com os homens.
Também por isso, este pode ser um momento histórico."

Luís Fialho, in O Benfica

Seis Supertaças

"Estamos a viver uma época de sonho. Seis Supertaças disputadas e seis conquistadas. Só um clube poderoso, com uma grande organização e servido por profissionais de alto gabarito consegue estes resultados. Foi no futebol, masculino e feminino, no futsal feminino, no polo aquático feminino, e, agora, no voleibol masculino.
No passado sábado, em Almada, a nossa equipa deu um verdadeiro show, batendo a Fonte do Bastardo. Temos um treinador que chegou, viu e venceu. Marcel Matz, continua a escrever uma das mais brilhantes páginas da história da modalidade. É verdade que isto só tem sido possível porque temos uma grande estrutura, coordenada pelo prof. José Jardim, homem que conhece a fórmula do êxito. Os nossos 12 jogadores foram extraordinários. Com um espírito de conquista notável, não deram hipótese. Uma palavra de gratidão para a nossa Casa do Benfica em Almada, liderada por Augusto Verdasca, e para o Braço Armado das Modalidades.
A hora é de remarmos todos para o mesmo lado. Até porque, como confirmou no Algarve, em Tondela, em Ponte de Sor, em Felgueiras, em Coimbra e em Almada, a força do SL Benfica é a força dos seus adeptos.
Amanhã, novos desafios, no Complexo Desportivo do Estádio do SL Benfica. Às 15h00, temos um grande jogo de basquetebol, frente à campeã Oliveirense. Logo a seguir, às 17h00, apoio total à nossa fantástica equipa de futebol feminino frente ao Sporting. A partir das 19h00, no Pavilhão Fidelidade, um jogo da Liga Europeia de hóquei em patins, frente aos alemães. Para fechar com chave de ouro, às 20h45, o voleibol vai brindar-nos com uma grande exibição frente ao Sp. Espinho."

Pedro Guerra, in O Benfica

Uma Champions da vida

"Quase 150 jovens a dar o máximo para competir na Community Champions League que vai animar 25 bairros em 12 freguesias de Lisboa e dar muito que falar durante os próximos dois anos. Quase 150 jovens a respirar futebol e a pensar o seu bairro ao mesmo tempo e na cidade inteira. Quase 150 jovens que nunca tinham pensado nisso porque achavam que a vida do bairro é coisa de adultos para quem as suas opiniões não contem. Descobriram que não é assim e que têm uma responsabilidade para a comunidade em que vivem, que os acolhe e protege. Essa responsabilidade chama-se cidadania e não pode ser palavra vã, tem de ser activa. Tudo palavras novas para quem só queria jogar à bola, mas aceita de bom grado o desafio porque lhe é posto como condição de partida e porque, pensando bem, não só melhora as coisas e valoriza os jovens na comunidade como dá pontos e evita penalizações na matemática da Community Champions. E se há coisa que ninguém quer é ganhar no campo e perder pontos fora dele. Pelo contrário, todos estão prontos para tudo o que for necessário e para vencer em equipa mais este desafio. Afinal, esta Champions não é a feijões, e daqui a dois anos, muito treino, muito jogo e muito serviço comunitário depois, lá estará uma equipa de eleição a apanhar o avião para Roterdão e a voar até terras de laranja mecânica para nos representar a todos.
Para os jovens, este projecto será inesquecível, com equipas e equipamentos, competições, vitórias e superação desportivas. Ainda não sabem, mas nós sabemos, que outras experiências igualmente inesquecíveis vão acontecer-lhes e que o seu prestígio e importância social e familiar vão crescer com as contribuições dadas à comunidade em que vivem. Ainda não sabem que a jogar à bola também se transformam as pessoas e se melhora o mundo. Ainda não sabem, mas vão descobrir, e nós teremos o privilégio de assistir e participar nisso!"

Jorge Miranda, in O Benfica

O fastio, as saudades e a vibração

"Mesmo se a nossa Equipa de elite continua fora de casa, a família volta a reunir-se neste fim de semana, depois de um período que nos pareceu a todos demasiado longo. Mais do que carregar na justificação dos motivos ou da oportunidade com que foi definido o calendário da principal competição desportivo nacional, a verdade é que, se observássemos apenas o cinzento desempenho que a selecção de futebol mantém na mira da fase final de um Europeu de que (sabe deus como!) somos titulares, haverá de se convir que não vale a pena interromper o que é essencial, para continuarmos a ter de sentir, de vez em quando, tantas saudades de ver jogar o Benfica.
Mas felizmente que aí temos, de novo, o nosso Futebol. O do Benfica. E as nossas Modalidades. Em grande força. Sempre com o grande espírito conjuntivo e com a autêntica personalidade colectiva que nos distinguem.
Hoje, sexta, o Benfica de elite, na Cova da Piedade, para a Taça de Portugal, e em Vale de Cambra, o Futsal. Amanhã um dia muito recheado de ecletismos que tem início às 11h, no Seixal, no dérbi com o SCP, para a Liga Revelação, e prossegue às 15h, no Pavilhão Fidelidade, com o duro embate em Basquetebol, com a campeã Oliveirense, continuando às 17h no relvado da Catedral, com o histórico primeiro dérbi oficial em Futebol Feminino. Logo a seguir, de volta ao Fidelidade, às 19h, para entrar em cena o Hóquei, na 1.ª Jornada da Liga Europeia, enquanto a essa hora já se joga Andebol no Pavilhão de Gaia, com o Gaia/Empril, e terminarmos o dia em grande, às 20h45, em Voleibol, no 'N-º 2', aqui na Luz, com o SC Espinho, para início do Campeonato Nacional.
No domingo, mais ainda. Sempre à Benfica, sem selecção nenhuma: no Futebol Formação, um dérbi de Juniores, em Alcochete, às 11h, e à mesma hora, um jogo de Iniciados em Almeirim, antes de os Juvenis receberem o Louletano às 16h, no Benfica Campus. E na Modalidades - Basquetebol outra vez, às 11h, em Ovar para outro match muito difícil; às 15h, mais uma superexibição do nosso Supervoleibol, em São Mamede de Infesta; encerrando-se o glorioso fim de semana, com um apetecível Benfica - ADCR Arneiros em Futsal Feminino, às 18h no 'N.º 2'.
Depois daquele paragem, talvez forçada demais, finalmente podemos outra vez dizer que não há fome de competição (e de competitividade) que não nos dê em fartura...
De que nos vale 'para tudo', interrompendo o ciclo produtivo das equipas e perturbando o foco essencial dos atletas no serviço dos respectivos clubes que tudo sustentam e para tanto, ter de deixar em suspenso, durante semanas, a verdadeira essência do país desportivo?
Afinal, jornada após jornada nos torneios da selecção principal de futebol, o que vemos é não mais do que o esforço inglório dos atletas, ali expostos a critérios 'de fezada', em sucessivos confrontos com equipas servidas por intérpretes menos valiosos do que os portugueses, embora, em todo o caso, estes se mostrem geralmente mais determinados, mais seguros das respectivas missões nas suas equipas e, também, mais estrategicamente preparados do que os nossos. E, de cada vez que penso nisto, em vez de me conformar com o que vejo, mais rejubilo com a justeza da atribuição do Melhor Treinador da Época passada ao nosso Bruno Lage."

José Nuno Martins, in O Benfica

Nos princípios não há cedências

"Nestas últimas semanas uma série de acontecimentos, e decisões, foram marcantes para o futebol, a nível interno e externo. Em Teerão, e depois de muita pressão externa, as mulheres entraram num estádio para assistir ao Irão-Camboja. A Imprensa apelidou o momento de histórico. Num outro plano, durante um jogo de futebol feminino na Ásia, quando uma jogadora sente  hijab, o lenço que lhe cobre o cabelo, a cair, as adversárias, que estavam próximas, fizeram um círculo para que ela pudesse arranjar o lenço, não dando importância à continuação do jogo.
Na Europa, durante partida de apuramento para o respectivo campeonato de selecções, Bulgária-Inglaterra, os insultos racistas dos adeptos provocaram duas paragens no jogo. Em Portugal, a decisão do Tribunal da Relação em considerar normal linguagem ofensiva, utilizada entre um delegado e um treinador, defendendo que comportamentos reveladores de baixeza moral são de alguma forma tolerados no futebol e que as ofensas não atingiram patamar de obscenidades e grosseira excessivo, marcou a semana. As palavras não colocaram em causa o carácter, bom nome ou reputação do insultado, diz o Tribunal.
Ao afirmar que no futebol este tipo de comportamentos são tolerados, mesmo que reveladores de falta de educação e de baixeza moral, e assim contra as regras da ética desportiva, está-se a abrir precedente grave. Torna-se difícil educar os jovens jogadores se é permitido ter este tipo de comportamento. Ainda bem que a justiça desportiva, em sede de CD, não os permite. Este episódio, considerado normal, e dessa forma aceite num jogo de futebol pela Relação, em nada ajuda o esforço para educar os intervenientes no processo, nomeadamente os país. Só quem não conhece o problema pode tolerar estes comportamentos.
A tolerância europeia, e principalmente nacional, não pode ceder nos princípios."

José Couceiro, in A Bola

Martelo da (in)Justiça!

"Caras e caros amigos, depois da oportunidade de nos rirmos com o autocarro da última publicação, chega o momento de apelar a uma reflexão mais séria. Num País de limitados recursos, ou mal geridos - tanto faz - com reflexos directos na qualidade e disponibilidade de serviços públicos essenciais, não podemos ter certas ilusões. A primeira é a da autorregeneração das estruturas que governam o futebol. Não vai acontecer, deem isso como certo. Em redor deste fenómeno desportivo frutificam ambições pessoais, interesses de organizações poderosas e não regulamentadas, actividades de elevada rentabilidade, mediatismo, em suma, dinheiro, em quantidade, disponível e distribuível. Ninguém vai partilhar o poder de enriquecer e fazer enriquecer, no topo da hierarquia, de aceder a estatuto e carreira de médio a longo prazo, na zona intermédia, de viver um pouco melhor, na base. É uma criação autárquica que tende à expansão. Sem esta ilusão também não podemos ter outra: a de que alguém vai pôr isto na ordem. Não, dificilmente isso poderá acontecer. Investigar a realidade do futebol e recolher provas para sustentar uma acusação é uma tarefa épica num domínio em que não há espaço para heroísmos. Ou há recursos para fazer o trabalho bem feito, ou ele não aparecerá. Não esperem sentados que alguém consiga revelar, num processo, aquilo que sabemos que existe mas que tarda em tomar forma. Existem deveres morais de agir e nesse escrutínio temos uns mais devedores que outros. Não esperemos que um comum adepto que toma conhecimento de um crime mova por sua conta e risco esforços para que tal seja punível. O mesmo não direi de organizações profissionais financeiramente poderosas cujos interesses vitais são directamente afectados. Mas entre este deve e haver há zonas de ninguém. São as zonas onde a informação corre livre, não filtrada, genuína, baseada na certeza de determinadas ocorrências e na dupla convicção de justificarem algo mais que um encolher de ombros. Até porque esse gesto de alívio rapidamente se transforma num esgar de indignação, ou raiva, por ver acontecer tudo aquilo outra vez: os mesmos erros, as mesmas farsas, os mesmos benefícios, o mesmo sistema. E é aqui, minhas amigas e meus amigos, que podemos ser procuradores em causa própria. Uma página A4 bem escrita com factos e suas evidências remetida para o sítio certo vale mais que horas de retórica e proclamação de valores destinados a ser diluídos em pragmatismo. O mero consumo e difusão de informação programada não chega. É preciso acção inteligente. Se existem voluntários nos hospitais a empurrar macas e a encaminhar doentes para os serviços, porque raio não poderá existir voluntariado em prol de uma verdadeira justiça desportiva. Sem receio, nunca capitulemos! Não é pelo Benfica, é por todos! Não estamos condenados à impunidade que nos escandaliza. Desculpem a prosa adornada e curvilínea. Ela tem vários desígnios: cumprir um dever de acção e apelar à sua réplica; cumprir um dever de lealdade institucional que poucos cumprem, especialmente os media que noticiam temas de justiça. Por uns tempos serei parco em palavras sérias com a esperança de as poder direccionar para o seu máximo aproveitamento. Indignem-se, reclamem, participem, defendam o futebol, o desporto, uma sociedade mais promissora."